Um Correto Profissional

Há menos de uma semana, uma amiga muito querida foi assaltada no momento em entrava no carro, na avenida Osvaldo Cruz, na Aldeota, Fortaleza-CE. O cortez assaltante apontou o revolver e disse sereno que ela não se agitasse. Queria apenas o dinheiro, o celular e talvez o carro. A senhora (uma mulher de pouco mais de 40 anos) aparentemente não se apavorou e passou a atender submissa ao assaltante, ainda que tenha deixando cair a bolsa que carregava, esparramando os mil e um objetos pelo piso do carro. O assaltante pediu calma e foi exigindo: o dinheiro. Ela entregou os pouco mais de 100 reais. O celular. Ela entregou, mas se encorajou a pedir o chip, alegando que não iria servir a ele (assaltante), pois ela cancelaria. O assaltante concordou. Ela tentou retirar o chip, mas, tensa, não conseguiu. O próprio assaltante pegou o telefone e retirou o chip. Depois, ele pediu delicado. Agora, quero a chave, pois vou levar o carro. Ela respondeu que tudo bem, mas que a chave tinha caído, junto com outras mil e uma coisas. Ela se baixou para procurar, enquanto fora o trânsito aumentava, pois já se aproximava a hora do rush. Já também um pouco preocupado, o assaltante ajudou a procurar. Não conseguiram encontrar e o ladrão acabou desistindo. Avisou que ia sair e que daquela vez ia perdoar, mas de outra vez não passava. Saiu numa moto estacionada nas proximidades. Depois, mais calma, a senhora sortuda encontrou a chave, que ficara enganchada na bolsa. Faz gosto um profissional correto. Alô Sarney. Alô Edmar Moreira. Mirem-se.