sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Um 2008 Com Tudo Que Temos Direito

Este Blog deseja a todos que nos acessaram um FELIZ 2008. Agora, para o pessoal acima de 49 anos poder matar a saudade dos anos 80, veja o clipp que pegamos do ex-blog de César Maia, pois representa o início da caminhada que nos fez chegar a este momento. Naquela época, saíamos da ditadura militar e começávamos a transição, que se concretizaria em 1985. Se os anos 60 foram os anos do sonho, do amor livre, das ideologias. Os anos 80 foram marcados pelo virada. Chegava ao fim do caminho o desenvolvimentismo bancado pelo Estado e era necessário descobrir novos rumos, embora poucas luzes aparecessem no túnel do tempo futuro. O fim da trajetória ditatorial e o início da redemocratização marcaram a chamada década perdida, enquanto o mundo vivia o balanço das discotecas. Vieram os difíceis anos 90 das eleições diretas (começaram no final dos anos 80, com a eleição de Collor de Mello), o neoliberalismo com a venda de diversas pérolas do patrimônio brasileiro e nova crise econômica no final da década, que abriu espaço para as lideranças emergentes dos movimentos de base na passagem para o novo século. Os primeiros anos do século XXI são marcados pela consolidação da globalização, pelos saltos tecnológicos, pela luta de convivência multicultural. A horizontalidade ditada pela tecnologia das comunicações, principalmente, traz as profundas mudanças que hoje vivenciamos e que, de certo modo, nos empurra ao encontro de um passado com novo guarda roupa. Os caminhos são imprevisíveis, mas o mundo está mais rico e pode dividir melhor essa riqueza, pois sabe que de outra forma não haverá saída.

Dá para esperar um mundo melhor. Belíssimo 2008.

Clique abaixo :

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Mais Uma Lambança de Ciro Gomes


Quem acompanha o noticiário político viu (ou leu) que algumas pessoas do Governo Federal ou da dita subserviente base aliada não contiveram a frustração pela derrota da CPMF no Senado e atacaram os senadores que tiveram a coragem de votar contra. Dilma Roussef, a pretensa clone da dama de ferro, Margareth Thatcher, foi a primeira a se pronunciar. Incorporando o espírito de Luís XIV (1638-1715), rei da França, quando pronunciou a célebre frase “L’État c’est moi!” (o Estado sou eu!), ela tachou os senadores da oposição de irresponsáveis. Dias depois, para ganhar espaço junto ao Planalto (e pensando em mais uma candidatura a Presidente, claro), Ciro Gomes, no seu melhor estilo boquirroto, disse que “é indisfarçável a motivação subalterna, politiqueira e eleitoreira da resposta. É uma motivação de quem tentou escalar o golpe por um caminho, não conseguiu e, agora, quer impedir o presidente Lula de governar”. A entrevista de Ciro saiu no portal do ex-ministro José Dirceu, o pai do mensalão e também na coluna política do O Povo, na oportunidade escrita por Eliomar de Lima, que acrescenta dois detalhes, que transcrevo: “No passado, José Dirceu dizia que Ciro Gomes, então candidato a presidente da República pelo PPS, tinha uma “tendência incontrolável para mentir”; Outro - Ciro inclui entre os golpistas seu amigo fiel, o ex-presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, que, com o DEM, trabalhou contra essa matéria”.

NÃO VALE PEDIR DESCULPAS

Ciro Gomes todos conhecemos de sobra. Sabemos de seu destempero verbal e de sua tendência à gabolice (também escorrega na verdade). Lembram da campanha passada, quando seu irmão Cid Gomes foi eleito governador, quando ele foi obrigado a aparecer na TV, horário gratuito do TRE, para pedir desculpas? Pois é, em um comício em horizonte, ele chamou o adversário do irmão Cid (era Lúcio Alcântara) de filho da p... Quando a imagem apareceu na TV no horário eleitoral de outro candidato (José Maria Melo) a reação no eleitorado foi tão negativa que Ciro foi obrigado a ocupar seu espaço na TV para candidamente pedir desculpas. Como bom ator, conseguiu o perdão, a tirar pelo volume de votos que obteve para deputado federal. Na eleição de 2002, disputando com Serra, Lula e Garotinho (os mais votados) Ciro foi pego na mentira ao dizer que sempre tinha estudado em escola pública. Serra mostrou que era mentira. Um mês antes, em entrevista a João Gordo, da MTV, afirmou que combateu a ditadura militar. Logo foi mostrado que ele começou a carreira política na famigerada Arena e depois foi para o PDS. Outra dele aconteceu já este ano (05/10/2007) quando concedia uma entrevista coletiva no auditório do Sebrae. Uma pergunta sobre o conteúdo publicado na revista ÉPOCA, fez o deputado federal Ciro Gomes dar um salto e um murro na mesa. Ciro Gomes estava programado para falar sobre o “O papel da microempresa na conjuntura econômica brasileira” no dia nacional das micro e pequenas empresas. Essa seria a primeira aparição pública no Ceará do ex-ministro Ciro Gomes, depois da reveladora matéria da revista ÉPOCA que envolveu Ciro Gomes com atos considerados ilegais praticados por um diretor do BNB (Victor Samuel Cavalcante da Ponte) indicado por Ciro. Com uma carta no bolso, assinada por Ciro, esse diretor saiu pedindo a pessoas, que tinham negociações com o banco, doações para a campanha de dele (Ciro Gomes) e do irmão Cid Gomes. Victor foi abandonado e responde sozinho ao processo, já demitido do Banco. Precisa mais?

SCARTAZ OBRANDO NO PLANALTO

Não entendo a necessidade de tanta subserviência. Só pode ser porque o deputado não leu as duas notas que estão na página e saíram na coluna do Cláudio Humberto. Veja o que foi publicado no dia 09/04/2007:

Maggi: Ciro é ‘carne seca’

A reunião do presidente Lula com governadores, mês passado em Brasília, conteve ingrediente ainda desconhecido: o apelido “carne seca” conferido ao ex-ministro Ciro Gomes pelo governador Blairo Maggi (MT). “Não precisa se preocupar com ele”, garantiu Maggi ao governador tucano de São Paulo, José Serra. “Lula e o PT vão colocá-lo ao sol para secar”. Serra respondeu: “nem como carne seca serve de prato principal em acordo político”.

Viva o verde

José Serra ainda disse a Blairo Maggi: “Sou vegetariano e não me alimento de cadáver. Seu ex-companheiro Roberto Freire é quem entende disso”.

DESCUBRA DE QUEM É O AUTORETRATO

Eu sou aquele político à moda antiga. Do tipo que tem muitos detratores e que jamais manda flores. Meu verbo é espoleta mofada, minha trajetória uma palhaçada, meus feitos uma enorme maçada. Adoro falar sobre o que desconheço, opinar sobre o que não sei, tergiversar e regurgitar estultices. Meu currículo é opaco, ganhei notoriedade pelos cargos que ocupo e belas boca que descolo. Mérito quase nenhum a não ser estar perto de quem está no poder. Sou uma rêmora ao redor do tubarão, um falastrão complexado, que sempre muda de lado conforme a conveniência. Minha estratégia de mando é a eterna subserviência e jogo na vala as esperanças de renovação. Mesmo sendo novo e usando o nome do povo sou o mesmo ovo choco da política mal galada. Antigo como a palavra patuscada que encerra em si mesma minha autodefinição.

Se você sabe de quem se trata, parabéns você conhece os nossos políticos.

Agora, responda outra. Você sabe o que oligarquia? Sabendo ou não, veja o que a Revista Piauí publicou, clicando o endereço abaixo.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Nem só o Rico Paga Segurança

A imprensa nacional e até a internacional e alguns blogs publicaram que os serviços de inteligência do Brasil suspeitam que está sendo preparada uma luta armada entre grupos que cobram proteção contra os narcotraficantes em Rio das Pedras-RJ. As organizações são integradas por ex-militares ou ex-policiais. O temor é que ocorra uma guerra entre os grupos pelo controle dos milionários recursos que cobram à população. Quando se lê uma notícia dessa a primeira reação é pensar que no Rio de Janeiro a situação já está sem controle (pelo Governo, em qualquer nível). Não é bem assim. A situação que é denunciada, e que fizemos questão de trazer para refletir com vocês, já está acontecendo também aqui em nosso quintal. Uma senhora humilde que abordei num terminal, antes de entrar no ônibus que a levaria para o Jenibaú, ao lado do conjunto Ceará, logo depois do Maranguapinho, me disse que quando sai de casa para trabalhar como doméstica numa casa na Aldeota, leva o dinheiro da passagem (ou vale transporte) e mais R$ 2,00. Este valor é o pedágio que ele paga todo dia à noitinha para atravessar da parada onde desce até sua casa. Cerca de 500 metros de ruelas escuras e com água servida correndo em valas improvisadas. Será que isso só ocorre no Jenibaú?

O RONDA DEIXA A FASE DE EXPERIÊNCIA

Como anunciou o governador Cid Gomes, que desfilou em carro aberto pela cidade acompanhado pelos 200 carros marca Hilux e pelas 500 motos, o programa Ronda do Quarteirão entra agora em abrangente fase de execução. Não serão mais os 4 bairros, mas toda Fortaleza e alguns municípios do Ceará (ainda não é possível todo o Estado). 900 novos policiais saídos do forno vão assumir o serviço. Claro que vale parabenizar o governador pela pertinácia em implantar e fazer funcionar o programa. Torcemos para os resultados sejam alentadores (e serão), embora acreditando que são necessárias mais algumas providências. A questão da segurança só pode chegar a uma solução sustentável através de um trabalho integrado de todo o governo em parceria com a sociedade. Mas não é o caso de aprofundarmos agora esta questão. O que está em tela é o barramento da escalada da violência, que o Ronda tenta fazer. O que é o Ronda? É um programa de policiamento motorizado ostensivo e preventivo. É suficiente para barrar o crime? Não. Vai inibir algumas ações em algumas áreas, o que já representa um ganho considerável. É muito mais do que os governadores anteriores fizeram.

NÃO PRECISA CAMUFLAR

Vamos pegar o caso do “arrastão” (negado pelas autoridades) ocorrido no dia 22, sábado, no centro de Fortaleza, véspera do desfile pela cidade em carro aberto, para reflexionar o complexo problema. O centro, como diz o próprio governador, tem uma malha xadrez, propensa, portanto, a demorados engarrafamentos, principalmente em virtude do período natalino, com atrações lúdicas e promoções do comércio. Foi, por tudo isso, escolhido pelos marginais. E por que? Simples, por pelo menos meia hora, o centro estaria sob a vigilância apenas dos poucos policiais que faziam o patrulhamento a pé. A Hilux ficaria presa no engarrafamento e só as motos poderiam chegar mais rápido. Mesmo assim, no tumulto gerado, como foi o caso, levaria tempo para que fosse possível localizar o foco do ato criminoso, tempo suficiente para que todos fugissem. É assim, os criminosos também pensam, tem equipamento e preparo para executar a ação. Também não é mera coincidência que os assaltos (inclusive a bancos) se intensificaram no interior do Estado e Região Metropolitana. O crime se muda. Por tudo isso, não precisava tanto esforço das autoridades para negar o “arrastão”. Houve, sim, e outras ações vão ocorrer. Sabemos do esforço do Governo e o louvamos por isso. Negar não honra este esforço.

POLICIA DE PROXIMIDADE
(ou o infame trocadilho da polícia da boa vizinhança)

Fazer policiamento ostensivo preventivo não tem mistério. É feito hoje da mesma forma que no início do século passado. Hoje, a tecnologia ajuda e dá mais agilidade, mas as cidades se tornaram megalópoles de complicada malha viária e habitacional e enormes contradições sociais, que permitem, como no Rio e já há alguns focos em Fortaleza, a presença de um “estado” pela ausência do outro, contrariando o que diz Max Weber: o Estado tem o “monopólio da violência legítima”. O serviço do policiamento a pé é a mais antiga forma de patrulha. Segundo o escritor Paolo Napoli (Naissance de la Police Moderne. Pouvoir, Normes, Societé, Paris, Éditions la Découverte, 2003) foi a partir da noção de itinerância a pé que se criou a idéia mesmo de policiamento, na expansão de um modelo de “polícia das cidades para o Estado” desde o século XVIII. Já o policiamento Motorizado (incluindo Hilux) é recente na história da polícia brasileira. Ganhou expressão nas maiores cidades do país, principalmente com a introdução rádio (ou intercomunicadores) para resposta a emergências, a partir da década de 1960. Significa dizer que fazer policiamento ostensivo preventivo é colocar polícia nas ruas, como está sendo feito. Mas não fica só nisso. O policiamento deve ser integrado, falando somente do aparato policial. Melhor dizendo, é preciso fazer funcionar o que os estudiosos da área chamam de os quatro tipos de policiamento: polícia de proximidade, polícia de investigação, uma polícia de interpelação e uma polícia de terreno. Combinar esses tipos de polícia não é impossível. Todos tomamos conhecimento do negado “arrastão” do centro. É a prova de que somente colocar duplas “cosme e damião” ou patrulhas Hilux e motos na cidade –vai reduzir- mas não vai resolver o angustiante problema de segurança ao cidadão. E depois daí virão a Justiça e as leis, as ações sociais, a educação, o emprego, a moradia...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um Bom Ano se Foi...


2007. Um bom ano que se esvai. Em que pese o aumento constante da violência em todo o País, os acontecimentos foram sempre positivos. Mesmo quando as coisas ruins vinham de fora, o Brasil conseguiu resistir, apesar de nunca ter contado como um governo que soubesse aproveitar a boa onda. É, e o ano termina com a boa queda da CPMF. Todos devemos comemorar, até os prefeitos e governadores, pois suas receitas vão aumentar. Raciocinem assim: a CPMF centralizava a receita nas mãos de políticas do governo federal, que barganhava com estados e municípios sua aplicação através de convênios. Agora, sem CPMF, o dinheiro vai para o bolso das pessoas e empresas, que gastam e recolhem impostos federais compartilhados com estados e municípios (imposto de renda e IPI) e impostos e taxas próprios ou compartilhados de estados e municípios, como o ICMS, o ISS etc... E ninguém precisa pedir favor ao governo federal. É dinheiro vivo e direto para estados e municípios.

...UM BOM QUE VIRÁ.

2008. Claro que paira no ar a escura nuvem da crise. Não é nossa, mas importada dos Estados Unidos. Os norte-americanos estão fazendo tudo para sufocá-la, mas só aumentam o rombo das contas públicas, o que tem desequilibrado o mercado internacional. Os bancos centrais dos EUA, da UE, do Japão têm jogado dinheiro para entupir o buraco, mas até agora tem sido debalde o esforço. Até agora são poucos os reflexos no Brasil, mas nada garante que permaneça assim. De qualquer modo, o ano novo que começa a nascer ao lusco-fusco do velho será bom e poderemos conquistar avanços, inclusive na distribuição de renda, principalmente porque é um ano eleitoral.

É preciso ser otimista e acreditar. Que o novo ano traga para você a mesma felicidade e fraternidade que você está espargindo por anda, tomado pelo chato, mas comercial, clima natalino.

Quanto Mal se Pratica em Nome do Bem!


Recusei até agora fazer qualquer comentário sobre a atitude quixotesca do bispo Luiz Flávio Cappio. Ele deve pensar que é o próprio Cristo ressuscitado. E como já ressuscitado, poderá ressuscitar de novo. Claro que a transposição do São Francisco é polêmica, principalmente com o deputado Ciro Gomes verbalizando a defesa da obra. A verborragia dele cansa e confunde mais do que explica. Mas o tal bispo Cappio está querendo imolar-se para salvar o quê mesmo? Bom, se não pensa ser o Cristo, o bispo deve se contentar com o segundo escalão. Seria então Santo Antônio ou São Francisco de Assis, os dois mais fortes santos na questão do meio-ambiente. E há precedentes na história atual. Chávez, o doido que governa a Venezuela, pensa que é (e incorpora) Simon Bolívar. Evo Morales, em algumas decisões, parece incorporar Kitche Manitu, conforme a crença entre os ameríndios algonquinos, deus supremo e criador. Dom Cappio bem que quer fazer o melhor, para ele ou para o Deus que ele crê. O diabo (com perdão do santo bispo) é que ele está prejudicando muito com suas boas intenções. Dom Cappio espelhe-se no que disso o Santo Apóstolo Paulo ao abordar a questão: ”não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero.” (Romanos 7,19).

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Antenção à Crise na Bolívia


Nada na política latino-americana ocorre isoladamente. Quando acontece, logo se desfaz. Há uma onda de volta ao passado, claro que com novo figurino, como reflexo do fracasso da onda neoliberal. Muito foi prometido e nada foi cumprido. Emerge um movimento que parte da base dos excluídos. Terminada a segunda guerra mundial, o mundo experimentou uma onda de progresso e deu saltos na conquista dos direitos do cidadão. O poder público tudo podia. Os anos 60 chegaram com a explosão dos direitos individuais (apogeu filosófico, amor livre, drogas e “rock and roll”), mas trouxe a tiracolo o fantasma das ditaduras na América Latina. A onda de crescimento (ideário cepaliano) à custa do poder público leva à bancarrota dos anos 80, a dita década perdida. O fim da rota empurrou o bloco no rumo da democracia. Democracias instáveis foram o resultado da transição apressada, sem prestação de contas com o passado. Os anos 90 foram marcados pelo neoliberalismo, rendidos à idéia de que o mercado tudo podia. Da mesma forma que o Estado não pode. O mercado também não. O final da década passada trouxe nova crise e um novo século em ebulição.

OS NOVOS VELHOS

O século XXI fincou uma nova leva de governantes, muitos localizados na esquerda. Na prática, a teoria não se confirmou. Em verdade, à esquerda de hoje cairia melhor o carimbo de social-democracia, cujas bandeiras coincidem com os problemas da região: pobreza, desigualdade e desemprego. Afinal, o que é esquerda? A própria denominação de esquerda confunde pessoas "bem definidas" ideologicamente como Oman carneiro, Ciro Gomes, Cid Gomes, Arialdo Pinho, Ivan Bezerra, entre outros, já que se trata de um conceito que vem da Guerra Fria, dos anos 60, associado aos movimentos revolucionários de Guevara, ao governo chileno de Allende e a própria revolução cubana. Mesmo os governos feitos marcadamente por pessoas com convicções –comunistas, socialistas– de esquerda, não lograram implantar suas idéias no Governo. São exemplos o Uruguai (Tabaré Vázquez), o Chile (Michelle Bachelet), Bolívia (Evo Morales, maior identificação prática) e Brasil (Lula). A força do liberalismo, da organização produtiva e o sistema internacional funciona como um eficaz freio à aplicação do ideário esquerdista. Apenas um rasgo esses governos têm em comum: uma determinada preocupação com o social e a trôpega intenção de distribuir renda dentro do capitalismo, depois de 30 anos de ditaduras e neoliberalismo. É assim que instalaram redes sociais de apoio aos excluídos, mas sem rupturas e assumindo orientações econômicas plenamente conservadoras.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

As Trapalhadas e a Grande Vaia!

Quando se acompanha a sucessão de trapalhadas que a equipe do Governo Lula cometeu depois da queda da CPMF no Senado é que se percebe o quanto é despreparada grande parte do time do presidente. Quando o assunto é sério (e mesmo nas trambicagens, já que muitas das maracutais foram descobertas facilmente) aí todo mundo fala e ninguém consegue entender nada. Quem melhor se comportou foi o próprio presidente. O grande problema é que ninguém mais acredita no que dizem os governistas. O presidente desautorizou falar de aumento de impostos, mas seus asseclas acrescentam: “este ano”. Por último, liberaram, no Planalto, a informação de que no corte de gastos, o Governo reduziria o repasse da Justiça. Foi o início de uma guerra em que os governistas só têm a perder (com 40 indiciados). Só faltava o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), fazer a bazófia de querer todos os parlamentares, assessores e funcionários da Casa de sapatos reluzentes. E já meteu a mão na massa, abrindo uma licitação para contratar serviços de engraxataria no prédio, num total de R$ 3.135 milhões por 12 meses, o que dá R$ 8.700 mil por dia. Agora, concorde comigo, esse povo não merece uma vaia como a do Maracanã, na abertura do PAN?

Para que você possa rever e ouvir outra vez a vaia do Maracanã, aperte no link abaixo. Veja, são só 4 minutos. 341 mil pessoas já conferiram.

O Brasil Chora

Não posso calar quando sou obrigado a ver na mídia o festival de insanidades patrocinado por integrantes do governo Lula. Guido Mantega (tão simplório que chega a dar saudades do Maílson da Nóbrega), o despreparado senador Romero Jucá e, agora, até mesmo Dilma Roussef, a pretensa clone da dama de ferro, Margareth Thatcher, incorpora Luís XIV (1638-1715), rei da França, quando pronunciou a célebre frase “L’État c’est moi!” (o Estado sou eu!). Só assim pode-se entender o personalismo de reis com que ela acusou de irresponsáveis os senadores da oposição que votaram favorável a queda da CPMF. E concluiu soberana: o Governo não podia perder R$ 40 bilhões. Dito dessa forma soa como se a montanha de dinheiro fosse colocada em sacos e jogada fora. Não ministra, a dinheirama ficou com a sociedade (principalmente a que produz), com o povo, e parte dela vai voltar aos cofres do governo que a senhora representa através da pesada carga de impostos cobrada atualmente. E saiba que a sociedade gasta muito melhor do que o Governo eivado de cafajestes (mensaleiros, cuequeiros, vampiros, toqueiros, trambiqueiros). Como na época de Luís XIV, o tempo vai mostrar o quanto a senhora estava enganada. Na Revolução Francesa não foi a França quem perdeu a cabeça.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Notas Pagas ou o Reino do Jabá!

Interessante como o leitor atento pode identificar o dinheiro do segmento político (geralmente do erário) que corre nas redações de jornais (sem falar na TV e no rádio, este muito mais). Nos jornais, basta dar uma alhada mais atenta nas colunas ditas sociais, principalmente, e políticas. Lá se vê inteirinho o discurso dos políticos –geralmente candidatos– interessados em desgastar os adversários. Colunistas, como a Regina Marshall, do Diário do Nordeste, deveriam, pelo menos mudar a redação das notas que recebem. Na coluna de hoje, Marshall publica um discurso recorrente contra Moroni (que só conheço pelos discursos sobre polícia), com certeza de interessa da prefeita. Pelo que li das duas últimas campanhas para prefeito de Fortaleza, a questão do Sindes (Sistema Integrado de Defesa Social) foi a base dos ataques contra o candidato do então PFL, hoje Democratas. Faltando pouco mais de seis meses para a campanha já desenterraram o mesmo discurso. Falta falar também que Moroni é delegado federal e gaúcho (também muito usado nas campanhas anteriores). Não voto no Ceará, mas se votasse já começaria a gostar desse Moroni, já que só têm isso para dizer contra ele.

COLETORES DO JABÁ

O pior, pelo que fui informado, é que os colunistas afeitos ao jabá, como a Regina Marshall, têm coletores de jabá. São pessoas que peitam os políticos interessados em desgastar adversários. Da Marshall seria Hélio Passos e Pedro Gomes de Matos. Falam também que uma pessoa chamada Donizete (não lembro o sobrenome) coletaria para mais de um colunista e que também comandaria um esquema de rádios na Capital e Interior. São os chamados mercadores da imprensa “livre”. Há também aqueles que, menos sofisticados, fazem a coleta direta, sem intermediário. Há ainda aqueles que gostam de presentes caros e de passagens internacionais (com estadia). O que é fato é que o dinheiro está correndo à farta nas redações. Às vezes, a mesma nota sai com a igual redação em mais de um veículo. É um mercado caro e bem estruturado. O preço a ser pago varia de acordo com a penetração e a credibilidade. O preço varia de R$ 2.000,00 a R$ 5.000,00 por mês. No rádio, vai de R$ 300,00 a R$ 3.000,00 na emissora de maior audiência. Além da Prefeitura, quem mais se habilita?

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Paciência Secular

Paciência secular dá nisso. Thomas Hobbes, sem dúvida, um dos pais do Estado moderno, em suas três obras básicas –Elementos de direito natural e político (1640), O Tratado sobre o cidadão (1642) e O Leviatã (1651)- mostra com destaque a relação ente o Estado e o Cidadão. E nessa relação se percebe a segurança como um dos componentes essenciais do Estado. Quase quatro séculos depois, a segurança é agenda obrigatória para os atuais Estados e para a geopolítica mundial. Ensina Hobbes (O tratado sobre o Cidadão) que o soberano (governante) não deve ter limitações para cumprir com o mandado ou com o mandato que surgiu a partir do pacto social entre os homens quando acordaram em criar o Estado e que assim sendo, “... o Estado tem como primeira obrigação cuidar da vida dos seus membros”. Ensina também que é aceitável que nenhum indivíduo tenha a obrigação de obedecer ao Estado quando este não cumprir com suas obrigações, ou seja, quando o estado não já não consegue garantir a segurança de seus súditos, a obrigação política perde a sua força e cada cidadão tem a faculdade de cuidar de sua preservação enquanto não se estabeleçam ou reabilitem os termos da boa convivência. Reflita sobre o que escreveu Hobbes e sobre o que vivemos no Brasil.

RAZÃO E O MEDO

A teoria política de Hobbes se sustenta em dois medos. O primeiro, tendo em conta a destruição do homem pelas mãos do próprio homem, que vive em um constante medo, pânico ou pavor, o que lhe faz desconfiar de todos os homens. É um reino de caos, nascido a partir da própria natureza do homem: ser ambicioso e com uma tendência natural a destruir a si mesmo. A razão levou o homem a pactuar o Estado, como única forma de garantir a segurança necessária (acabar com o estado de agonia e incertezas), se não para todos, pelo menos, para a maioria. Daí decorre o segundo medo. O Estado criado a partir do pacto aceito pela grande maioria deve encarnar o medo suficiente de modo a que os indivíduos lhe obedeçam e que se logre a segurança necessária. T. Hobbes enfatiza, então, que desta forma o acordo ou a sociedade que se estabelece com um poder comum que não seja capaz de governar a cada um por medo ao castigo não consegue a segurança necessária para o exercício da justiça natural. A condição preliminar para se conseguir a paz é o acordo entre todos para sair do estado natureza e instituir um Estado em que cada um aceite seguir as regras, os ditames da razão, com a segurança de que os demais também o farão. Que Estado nós construímos?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O Reino das Mentiras

Todos já sabemos o quanto o povo do PT de Lula gosta de mentir. A derrota no Senado muito se deveu à condução cheia de armadilhas que o Governo Lula teimou em conduzir. O blefe final ocorreu já na madrugada. Tasso Jereissati leu em plenário a carta do ministro da Fazenda, desmentindo o que os representantes do governo diziam em plenário. O ministro explicava que não eram 100% de imediato a ser aplicado na Saúde, como diziam os arautos do governo, mas progressivamente até 2010. Lula e seus arautos servis –Ideli Salvati, Mercadante, Romero Jucá, Inácio Arruda– mentiram até o último momento. A proposta de 100% para a saúde de imediato era uma farsa como tudo neste governo de safados e surrupiadores do erário.

A FORÇA DO SIMBÓLICO

O tom dos discursos dos governistas, apelando para a aprovação da CPMF, era um só: que a saúde ia piorar e que a oposição seria a responsável. Cabe até a pergunta: e pode ficar pior do que está? Somente alguns dos governistas reconheceram que a CPMF era um imposto regressivo, ou seja, que castiga também o bolso dos pobres. Qualquer estudante de Economia sabe que quando se corta tributo os recursos vão para a sociedade, que gasta o dinheiro a mais consumindo ou aplicando. É claro que sobre esses gastos incidem os impostos existentes (37%) com a mesma ou maior velocidade que era dada ao uso anterior. Os economistas já calculam que pelo menos R$ 16 bilhões vão retornar aos cofres do Governo. Agora, cada um deve cumprir o seu papel, inclusive os ávidos bancos, pois a carga tributária sobre movimentação financeira diminuiu. Todos ganham com a queda da CPMF. Ganham até os candidatos de oposição a prefeito nos mais de 5 mil municípios deste Brasil, pois a derrama de dinheiro público será menor para os governistas. A derrota do governo tem força simbólica, mas pode render muito, basta baixar a crista, deixar de mentir nas negociações.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Tudo ou Nada na Prefeitura

A tirar pelos servis aliados escalados para atacar os adversários que saíram melhor colocados na pesquisa do Datafolha, o desespero bateu nas hostes mais vizinhas da prefeita. O problema maior não são os números da intenção de voto, mas a rejeição, que lambe o patamar dos 58%, de matar qualquer pretensão. A ordem é partir para o tudo ou nada, com o dinheiro do contribuinte, claro. O festival de gastança vai ter início agora no réveillon. Vão fazer uma “festa de arromba” com direito a compra de elogios em cobertura total da mídia, obviamente comprada. E daí não pára mais. Vale prometer o céu, mentir, cooptar, enganar e o que vier nesse caminho tenebroso.

TRÊS ANOS DE ATRASO

Bem que a prefeita deve estar se roendo por não ter feito como Cid Gomes. Com pouco menos que um ano sem ação concreta, o governador lançou o MAPP (o nome é estranho, mas é um programa de desenvolvimento nos moldes do PAC de Lula) com promessas de obras em diversas regiões do Ceará. O total de investimentos para 2007-2009 (ano eleitoral) é de R$ 5.271.558.633,97. Se um terço for realizado ele já terá discurso. Agora, a prefeita, em sua incompetência administrativa, quer lançar o pacote de obras faltando apenas um ano para concluir o mandato. É enganação pura. Vai ter de fazer a campanha de reeleição mostrando maquete e alguns poucos canteiros de obras, prometendo que fará tudo se for reeleita, agora que "a casa está arrumada". Como a mentira não vai render o que ela espera, o jeito será apelar para os ataques pessoais e preconceituosos contra os adversários, pois se fazer de vítima e apelar para homofobia não vai render mais.

O Triste Fim de Mário Mamede

Até agora escondido, envergonhado pela forma arranjada com que ganhou o cargo de superintendente da Escola de Saúde Pública (o governador Cid Gomes mudou a lei para poder nomeá-lo), o ex-deputado Mário Mamede resolve mostrar a cara envernizada em entrevista à TV Assembléia. E como macaco não olha o próprio rabo, quis prestar serviço ao grupo que serve atacando a oposição. Falou muito, mas só conseguiu mostrar a personalidade tacanha que escondeu por tanto tempo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Entender as Pesquisas

A pesquisa do Datafolha mostrou um quadro que vem se consolidando junto ao eleitorado. É claro que são números sujeitos a uma dança, principalmente a depender da definição oficial das candidaturas. Os acontecimentos no tempo ainda a decorrer até o dia do pleito também aparecem como fatores determinantes da alternância possível. Uma pesquisa, faz parte da cartilha, é uma fotografia do momento em que ocorre a coleta. Igualmente, diz o abc, não se analisa oscilações de resultados de diferentes institutos. Maior erro é estabelecer análises com base em resultados, mesmo que seja do mesmo instituto, em diferentes eleições. Cada eleição tem condicionantes diferentes. Em política, a história nunca se repete. Podem até conter semelhanças nas diferenças, mas é só isso. Um jornalista, afeito ao trabalho de análise, não pode dizer –e muito menos escrever- sem atentar para lições tão elementares. De uma pessoa de partido, envolvida emocionalmente com os fatos, até é possível tolerar. Pois o jornalista Fábio campos fez a comparação (Edição de O Povo de 11/12/07) dos resultados da atual pesquisa com os resultados do mesmo Datafolha de 2003 para argumentar que a prefeita pode crescer. Claro que ela pode crescer, jornalista, mas não dá para comparar cenários tão diferentes. Êta “doping” miserável!

SÓ PARA LEMBRAR

Veja a seguir os dois cenários pesquisados pelo Datafolha, conforme foi publicado no domingo, dia 09.

Cenário 1 – com Patrícia Saboya / Cenário 2 – com Heitor Férrer

Moroni ....................29% / Moroni ......................30%
Luizianne................19% / Lúcio....……………….....19%
Lúcio….....……...……17% / Luizianne….…………...16%
Patrícia...................10% / Cambraia................... 8%
Cambraia................ 6% / Heitor Férrer.............. 6%
Marcos Cals............ 5% / Marcos Cals............... 5%
Renato Roseno....... 3% / Renato Roseno........... 3%
B/N/N.................... 7% / B/N/N........................ 8%
Não sabe................ 4% / Não sabe..................... 5%

PRÉ-PANORAMA GERAL PARA 2008

São Paulo-Capital – a eleição continua dependendo das decisões de Alckmin -PSDB e Marta -PT. Ambos estão no patamar de 25%, e Kassab -DEM- numa lista grande, no patamar de 15%.

Rio-Capital, Wagner Montes -PDT- Crivella -PRD- e Denise -PPS- estão no patamar dos 15%. No segundo patamar entre 9% e 6% (margem de erro de 4 pontos pois amostra foi de apenas 640
eleitores), estão Jandira -PCdoB- , Chico Alencar -PT- e Solange -DEM.

Belo Horizonte – a eleição depende da decisão do ministro Patrus Ananias. Com esse a disputa se torna intensa com o PSDB de Azeredo e João Leite. Sem ele, os dois candidatos do PSDB ficam bem na frente.

Porto Alegre – o prefeito Fogaça -PMDB- está no patamar dos 20% e os demais competitivos nos 15% e um pouco menos, todos empatados: Olivio Dutra -PT-, Onyx -DEM- Manuela -PCdoB- e Luciana Genro -PSOL.

Recife – Mendonça Filho do DEM e Cadoca -PSC- empatam no patamar dos 20% e Humberto Costa do PT no patamar dos 10%.

Florianópolis – Angela Amin -PP-, com uns 30%, Cesar Souza Jr -DEM- e Dario Bergher -PMDB- no patamar dos 15%.

Curitiba – o prefeito Beto Richa -PSDB- está disparado com 60%.

Salvador – Raimundo Varela -PRB- João Henrique -PMDB e prefeito- e ACM-Neto estão no mesmo patamar entre 15% e 20%. Mais atrás no entorno de 10%, os ex-prefeitos Inbassahy -PSDB- e Lidice da Mata - PSB.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Raul Seixas

Mais uma de Lula. Desta vez, ele se inspirou em Raul Seixas para dizer que prefere ser uma “metamorfose ambulante”, justificando que vai mudando à medida que as coisas vão se transformando. Evidente que Lula fazia referência a votação da CPMF no Senado, mais que uma questão de honra, uma forma de manter a boa vida dele e dos ungidos. A CPMF seria para melhorar a ação da saúde. Piorou. O Barril de pólvora chamado Saúde está prestes a explodir de vez, no Nordeste, principalmente. Será que o Lula pensa que o ouvido do povo é penico.

É PRECISO ENTENDER A POLÍTICA

É preciso entender que na América Latina não há mais espaço para ditaduras, disfarçadas de esquerda ou não. Alguns espertos em política têm feitos análises equivocadas sobre os rumos políticos, principalmente depois que tomou posse a atual safra de mandatários latino-americanos. Lula, Chávez, Rafael Correa, Evo Morales e mesmo Michelle Bachelet, Tabaré Vázquez e Daniel Ortega. Em 2002, após a primeira eleição de Lula as previsões eram de que a América latina daria uma guinada à esquerda, entendendo esquerda como os modelos políticos comprometidos com projetos sociais. Sinceramente, o que realmente ocorreu?

UMA SOCIEDADE EM MOVIMENTO

O giro à esquerda não se completou. Com exceção do Uruguai, por sua maior estabilidade, os demais esbarraram no assistencialismo travestido de justiça social. O Chile, também por seu maior avanço do sistema político, estancou numa democracia socialista vegetariana. Chávez pratica um modelo totalitário atrasado, apenas sustentado pelas “verdinhas” que brotam do petróleo. Lula sustenta um modelo menos atrasado, mas seu “doping” social não deixa perspectivas alentadoras quanto ao futuro. Não há unidade, nem liderança duradoura e prevalecente na AL. De tudo só fica uma certeza é a sociedade quem dá o tom dos movimentos, atravessada por toda classe de conflitos. De distribuição de renda, de origem étnica (Caso maior de Morales), de incorporação dos excluídos...

DUPLA HORIZONTALIDADE

Andando pelo sertão queimado pelo sol causticante despertei para o intenso brilho do chapéu das parabólicas, encimando barracos miseráveis. Depois, vi na cintura de transeuntes entorpecidos pela modorra um pequeno aparelho –o celular. É a horizontalidade tecnológica influindo diretamente na horizontalidade social. Essa consciência, que chega de longe e de perto que difunde inexoravelmente a injustiça das desigualdades, coloca em ebulição as tradições, o desenvolvimento de novos extratos sociais, nascidos da expansão do sistema educativo, produz o amálgama da resistência aos regimes políticos verticais.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Rei Morto, Rei Posto...

O senador Inácio Arruda e o ex-senador Sergio Machado, atual presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobrás, estão tristes e com a barba de molho. Mesmo absolvido Renan Calheiros já não é o poderoso de plantão do Congresso. A jogada de renunciar foi necessária para que a brigada sem ética do Senado, servil ao Planalto, votasse favorável ao alagoano descarado. Não vale a pena dizer mais.

NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESTE PAÍS...

Seja sincero, dá para levar a sério um governo com tantos desmantelos? Como diz um amigo, o balacobaco foi a marca dessa turma do PT e subservientes. Preste atenção, em cinco anos de poder o que se viu foram escândalos pipocando de todos os lados. Já caíras dois presidentes da Câmara dos Deputados, um presidente do Senado, cinco presidentes dos maiores partidos e estão sendo julgados no STF ex-ministros de Lula e importantes dirigentes do PT. E Lula pregando moral e dando lições com um ufanismo adolescente, fingindo que está tudo bem e que ele não está nem aí!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A Maldição do Réveillon

Não bastasse a corrupção atestada na festa de 2006, que prefeita teima em negar (é claro), mas é uma verdade cristalina, o réveillon de 2008 já está sob suspeita. O edital convocatório da licitação não foi publicada no Diário Oficial do Município (o que é uma obrigação da lei). Quer dizer, é uma farra do dinheiro público só com os companheiros. Marxista esotérica dá nisso.

A FILA DA MORTE

Como quase todos os nossos jornais e TVs (e o rádio, também) de Fortaleza vivem do balcão de negócios públicos (para não dizer abertamente que são vendidos) não abordam as grandes questões que afetam o povo o jeito foi apelar para a Internet, pois esta ninguém domina. Os médicos do IJF criaram um blog que divulga o nome das pessoas que estão na fila da morte, ou seja, de doentes graves que aguardam vagas na UTI do IJF. Afora a questão ética e o interesse dos médicos em ganhar mais, óbvio, sobra principalmente a inaptidão da prefeita em administrar qualquer coisa. Esperta politicamente ela é. A prova é que até hoje não saiu do palanque, mas a política é um meio e não um fim. Mas, enquanto os doentes morrem na fila, a prefeita viaja pela Europa, compra carros blindados e faz discursos raivosos.

AGORA O VICE ASSUMIU

Na atual vilegiatura da prefeita Luizianne pela Europa, incluindo Paris, o vice Carlos Veneranda foi avisado e assumiu o posto de Prefeito (a Lei Orgânica de Fortaleza regula que é automática). Mas será que a prefeita lembrou de pedir autorização à Câmara Municipal para se ausentar do País? Na vez anterior que viajou (há menos de um mês), a prefeita não pediu permissão e nem passou o cargo ao vice. É motivo de cassação, diz o Decreto Lei 201, artigo 4°, que define e estabelece as sanções sobre as infrações de natureza administrativa. Quem se habilita a pedir? Evidente que como a CMF é em sua maioria vendida pode chegar um pedido com data atrasada e ser acatado. Mas que não houve notícia alguma de leitura de pedido da prefeita para se ausentar do País, com certeza, não houve.

TROPA DE ELITE

Você já assistiu a esse apologético filme? Eu não assisti e não vou, nem de navio, como costuma dizer um amigo. Pelo que li e pelo que me contaram fiquei ensimesmado. Não seria, como a maioria dos filmes sobre violência, mais um a fazer a apologia da violência ao invés de provocar uma reflexão? Minha preocupação é partilhada por algumas pessoas que estudam e a violência aqui e a alhures. Sobre o assunto veja o que disse o filósofo espanhol, professor da Universidade de New York, Eduardo Subirats, ao jornal Estado de S. Paulo:

Sobre esta classe de películas deve-se recordar que a diferença entre o culto à violência e a reflexão sobre a violência é tão tênue como uma brisa. Além do mais, o problema da violência urbana não se resolve com filmes, mas com uma vontade política de acabar com ela. Porém, hoje, assistimos mundialmente ao fenômeno oposto. Desde Bagdá até Tijuana, o crime organizado é um dos grandes negócios do século: o tráfico ilegal de drogas, armas e seres humanos que este crime ampara militar ou paramilitarmente é um dos grandes dilemas do nosso tempo.

OS VELHOS FASCISMOS

Como um dos intelectuais mais influentes da atualidade, Subirats também fala, como já abordamos aqui, sobre o momento antielitista/intelectual que vivemos:

Intelectual midiático não é elite, não é transformador!
O que distingue intelectualmente uma elite não é o poder político ou institucional da classe que seja. O poder institucional define a burocracia, o intelectual orgânico ou a estrela literária. O que distingue uma elite intelectual em um sentido estrito não é o poder político, mas a capacidade de desenvolver uma crítica, de criar uma forma de ver, de pensar e de ser, reside na força reformadora e transformadora das linguagens e a consciência de uma sociedade. Nesse sentido, hoje vivemos em uma era antielitista, um antielitismo que se crê democrático, mas na realidade recolhe o pior da herança antiintelectual dos velhos fascismos. Vivemos em uma era na qual o papel educador e orientador dessas elites intelectuais tem sido tomado e monopolizado pelo burocrata acadêmico, pela estrela da mídia, pelo agente editorial, pelo administrador político.

E no Brasil de Lula/FHC/Zé Dirceu

Os jornais estampam manchetes com a redução do índice de analfabetismo. E Lula comemora histrionicamente, afinal “minha mãe nasceu analfabeta, mas isso vai acabar, pois nunca na história deste país se fez tanto pela educação”. Pois é, mais uma vez o Brasil ficou em último lugar (41 participantes) no ranking de Pisa, dessa vez com ênfase para a matemática, embora não se restrinja ao tema. Em 2000, com 32 nações e ênfase para a leitura, o Brasil também ficou em último. Mesma qualificação de 2003. A verdade é que vivemos aquilo que a mídia costuma chamar de “apagão educacional”. É como um amigo, do Conselho de Educação costuma lembrar, aos 15 anos, os jovens, que freqüentaram regularmente o ensino básico, não aprenderam o essencial. São incapazes de ler e entender um texto, de resolver questões simples de matemática, de adquirir conhecimento científico. Pior: não se vislumbra luz no fim do túnel. Faltam quadros para levar avante um projeto sério de recuperação do tempo perdido.

LULA E O EFEITO CHÁVEZ

A maioria dos brasileiros respirou aliviada. Chávez e sua pretensão plena de ditadura disfarçada de socialismo foram derrotados. Ainda que novas investidas venham a ocorrer, o efeito da derrota do SIM na Venezuela já agrada bastante por sepultar a inconfessada vontade de Lula por um terceiro mandato. Já foi dito e sabemos que escondida no armário de todo “esquerdista” no poder está uma jaqueta de ditador. Desta vez concordo com o jornalista Clóvis Rossi (viu Fábio campos, espelhe-se) quando disse, em seu artigo na FSP, que “popularidade é como desodorante: tem prazo de validade. Esgotado o prazo, cheira mal”.

ELEITOR SABE O QUE QUER

Sem qualquer dúvida, Lula votaria pelo SIM a Chávez e torceu para que isso acontecesse tanto quanto torceu para que o Corinthians não caísse para segunda divisão. No mesmo dia do voto na Venezuela, a FSP publicava pesquisa (Datafolha) aconselhando que Lula se mantivesse dentro do prazo de validade, ou seja, 65% das pessoas ouvidas desaprovam a pretensão de Lula (e principalmente de sua turma, incluindo o Inácio Calheiros Arruda) de disputar um terceiro mandato. Só 31% aprovaram a idéia, número que representa exatamente o que tinham Lula e seu PT, patamar de onde nunca deviam ter saído. Lula e seu PT, que nasceram ganhando a simpatia da classe média e setores da intelectualidade, caíram para dominar (via bolsa-família) as regiões com mais numerosos bolsões de pobreza. É o que diz o Datafolha:

AVALIAÇÃO ÓTIMO+BOM DE LULA NAS CAPITAIS E ESTADOS)

Porto Alegre 26% - RS 37%; Florianópolis 33% - SC 41%; Rio 36% - RJ 43; São Paulo 37% - SP 43; Belo Horizonte 42% - MG 53; Curitiba 47% - PR 47; Salvador 43% - Bahia 54%; Distrito Federal 47%; Fortaleza 54% - Ceará 60; Recife 57% - PE 65%.

SAÚDE NO TOPO

Na mesma pesquisa, a SAÚDE aparece pela primeira vez como principal problema do Brasil. Desde mediados dos anos 90 a (in)segurança reinava absoluta no topo. Agora divide sua posição (21%) com a saúde (21%) e o desemprego (18%). A saúde também aparece como a área do governo petista que merece maior crítica. Então, vale perguntar: e para que serviu a CPMF recolhida durante todos esses anos? Zé Dirceu pode dar a resposta.

A VEZ DOS SENADORES

As duas derrotas de Lula (Chávez e o Corinthians) podem levar a terceira: a queda da CPMF. Os senadores devem estar estimulados, menos o Inácio Arruda, óbvio, depois da queda do SIM de Chávez, da descida corinthiana (milhares de torcedores já estão pedindo que Lula pare de azarar o time) e da subida Saúde ao primeiro lugar como prioridade social. Os argumentos estão montados. Se mais ninguém, afora a tropa de choque de Lula, se vender ao Planalto a CPMF está derrotada.

EXEMPLO DO EQUADOR

Já que o assunto remete ao Congresso Nacional, vamos continuar por lá. É preciso que os congressistas vejam com cuidado a proposta de uma Constituinte exclusiva para a reforma política. A atual safra congressista não gera confiança de que uma iniciativa dessa natureza acabe bem. Vejam o exemplo que vem do Equador, conforme matéria no jornal El País: “La Constituyente de Ecuador asume el poder y disuelve el Congreso”. É assim mesmo, os partidários do presidente Rafael Correa assumiram o pleno controle das instituições do País até que a nova redação da Carta Magna equatoriana seja aprovada. A onda dos golpes brancos está crescendo na América Latina e já chegou a Rússia. Como Chávez queria, via reforma constitucional, Putin conseguiu através das urnas, embora com resultado duvidoso, e já planeja se perpetuar no poder passando para primeiro ministro, cargo hoje decorativo. Dá para dormir sem pesadelos?