Mostrando postagens com marcador Eleições 2010. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Eleições 2010. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Futuro Perigoso

Sério, acho que o Brasil está prestes a transpor o limiar da porta de um futuro perigoso, que a gente sabe como pode começar, mas nem de longe imagina como pode terminar. Presidente Lula, arrimado em uma popularidade de mais de 70% -e na placidez do judiciário- e não sendo ele candidato, ainda que tenha lançado o que agora supõe ser uma fiel escudeira, parece ter ingerido o soro da verdade e está soltando a língua, apresentando desenvoltamente o uniforme de ditador que escondia no armário.

Relembre os fatos que estão diariamente publicados na mídia dopada contra indignação. Vou recordar um deles. Em recente reunião, ao sancionar projeto que amplia os poderes do Ministério da Defesa e cria o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas e assinar projetos de lei para enviar ao Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que gostaria de ficar mais alguns anos no poder. Veja o que ele disse: "junto com essa lei, eu poderia ter mandado uma emendinha para mais alguns anos de mandato". Em seguida, afirmou que se pudesse voltar atrás, “teria comprado um avião maior ou dois”. E completou sua fala à plateia de generais (também dopados contra indignação), falando que “com mais um ano de mordomias e agrados, poderia chama-los de camaradas”, a saudação comunista que se tornou famosa durante a Revolução Bolchevique, que nunca teve objetivos proletários e foi enterrada pelo coveiro Josef Stalin.

Fico imaginando o que Marisa fala ao marido presidente quando os dois estão deitados na cama “real”, com a TV ligada: Lula, bem que você poderia ter continuado, ao invés de colocar a Dilma. Com esses políticos frouxos e aduladores, você teria conseguido. Mas você também foi frouxo. Tá certo que tá combinado que você volta daqui a quatros anos, mas sabe-se lá. Você confia realmente na Dilma? “Ele responde, sem tirar a vista do jogo: Claro, Marisa. Depois, eu vou ficar monitorando tudo”. Ao fim do jogo, sem sono, Lula sai do quarto e caminha pelos corredores do recém-reformado Palácio do Planalto, como aparece no programa de TV, enquanto rola em sua cabeça aquele jingle fascista com o trecho que diz "entrego em suas mãos o meu povo". Pensa no que disse Marisa e avalia, enquanto olha pela janela envidraçado o belo cenário iluminado em torno do palácio: “Marisa tem razão, é muito fácil contentar o povo. Mais cinco milhões no Bolsa e estava tudo resolvido. Os outros são mais caros, mas também aceitariam. Bastava uma emendinha, como eu disse para os generais. Em situação muito pior, meus amigos Chavéz, Evo, Ahmadinejad conseguiram, sem falar no companheiro Fidel, que manda há 50 anos. Bom, paciência. Vou fazer tudo para conseguir uma vitória estrondosa contra esses bobocas e aí, quando eu voltar, ninguém me tira”.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Lula/Dilma X Aércio/Serra

Com 20 pontos percentuais de desvantagem, segundo o novo Datafolha, em relação à candidata petista, o candidato tucano, José Serra, até hoje ausente do programa de Marcos Cals, no Ceará, muda de rumo e aposta em depoimentos de políticos populares do PSDB. O ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, vai dar a largada na propaganda de TV. Os tucanos e aliados esperam uma reviravolta como esta nova etapa na campanha do PSDB. Poderia até ser se o atraso não fosse tão grande. Serra insistiu em falar aquela bobagem “depois de Lula é o Zé”, enquanto Lula colava sua imagem em Dilma com a música, de tom fascista, que diz "entrego em suas mãos o meu povo". Perdeu a batalha, que há muito já efervescia. A democracia plebiscitária imposta pelo PT navega (porque há muito se preparava) com vento a favor. Agora, o embate toma mais contorno plebiscitário: Lula/Dilma x Aécio/Serra. A balança já pesa mais para um lado e vai ser difícil reverter. O Brasil só saber preço a pagar quando mergulhar nesse mar de tormentas.

CURURUS DA HISTÓRIA

O candidato Serra, e no Ceará, o candidato Lúcio Alcântara, vão passar à história como os maiores cururus da política. Diariamente, são expulsos, mas insistem em pegar carona no carro de Lula. Serra, tudo bem, nunca tinha feito tal invasão de domicílio. Melhor seria se tivesse tido a coragem de mostrar FHC, assumindo o modelo que foi seguido literalmente por Lula. Agora, Lúcio já pagou por esse erro na eleição passada. Insistir no erro só pode significar uma luta pela sobrevivência pós-eleitoral, como foi o caso. Significa que nem ele acredita que pode vencer.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Canhão da TV Sem Forças

Pode ocorrer, ainda que seja muito difícil, mudança de rumo no atual quadro eleitoral da eleição presidencial, com definição prevista para o primeiro turno. Em situação semelhante, no Nordeste, estão Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia. No Norte, Amazonas e Acre. Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul. No Sudeste, acabará no primeiro turno em Espírito Santo, Rio de Janeiro e são Paulo. No Sul, Paraná e Santa Catarina.

A grande surpresa da atual campanha é a incapacidade do chamado canhão TV para suscetibilizar alterações de situação nas campanhas. O que já era bom, tornou-se ainda melhor. Disse repetidas vezes que o marketing não faz milagres, apenas potencializa, dá sintonia ao produto junto ao consumidor. Mas o terreno já deve estar germinado. Há mais de um ano, a campanha de Dilma vinha sendo tocada, ao arrepio da lei, e efervescia em todos os segmentos sociais. Sobre o assunto, José Roberto de Toledo completa: “A propaganda eleitoral começou na TV e fez Dilma Rousseff (PT) disparar nas pesquisas. Nada mais factual, simples e equivocado. Em eleições, como em todo o resto, não há causa única para consequências avassaladoras. A entrada da TV no processo eleitoral é a gota d’água que transborda o copo, o grão de areia que provoca uma avalanche, a última tapinha no fundo da garrafa que faz esparramar o catchup. Não houvesse as condições necessárias, um estado crítico, não haveria a onda Dilma”.

Ainda que em campanha, tudo possa acontecer, mesmo quando um lado deslancha e parece correr sem obstáculo, qualquer alteração de quadro agora correrá por conta do erro, ou do acidente de percurso e não da normalidade dos fatos. A campanha presidencial, só uma completa guinada, que não parece provável, nos rumo da campanha Serra, pode mudar o atual prognóstico. Enquanto Dilma surfa na onda de um programa bonito, emocional, mas desprovido de conteúdo, Serra, com um programa bom, mas quase monotemático e burocrático, só esbarra na blindagem da popularidade de Lula. E Marina quer apenas aparecer como uma mulher de altos valores éticos e morais, credenciando-se a mais um período de ministério. Rio Grande do Norte (mais) e Ceará (menos) são quadros que ainda podem sofrer alterações. Na terra potiguar porque Rosalba enfrenta o poder em todos os níveis. No Ceará, só um milagre, principalmente porque os adversários do atual governador/candidato não acertaram o discurso, comerciais e programa de TV.

DOMÍNIO DO IMPONDERÁVEL

A situação está aberta, podendo ainda ser definida no primeiro turno em Sergipe, Maranhão e Goiás. No Amapá, além do equilíbrio entre três candidatos, um quarto nome corre por fora, com chances de entrar. Nos demais estados, a disputa só terá uma definição mesmo no segundo turno (veja tabela abaixo).

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Brasil-Dilma-PT....................47 - Serra-PSDB..............30 - Marina-PV...............9 - 1o. T

NORDESTE
1. CE-Gov. Cid-PSB................47 - Lúcio-PR..................24 - Cals-PSDB................9 - 1º. T
2. PI-Gov. Wilson-PSB...........26 - S. Mendes -PSDB.......24 - JVC-PTB................22 - 2º. T
3. MA-Roseana-PMDB...........50 - Lago-PDT.................26 - F. Dino-PCdoB........16 - ?
4. RN-Rosalba-DEM...............46 - Gov. Iberê-PSB........24 - C. Eduardo-PDT......14 - 1º. T
5. PB-Zé Maranhão-PMDB.....48 - R. Coutinho-PSB.......36 - L. Sarmento-PCO......1 - 1º. T
6. PE-E. Campos-PSB.............62 - Jarbas V.-PMDB.......25 - A. Campelo...............1 - 1º. T
7. AL-Collor-PTB...................38 - R. Lessa-PDT...........26 - Téo Vilela-PSDB......21 - 2º. T
8. SE-Déda-PT........................41 - João Alves-DEM......34 - Vera Lúcia-PSTU......3 - ?
9. BA-Wagner-PT...................46 - Paulo Souto-DEM.....19 - Geddel-PMDB..........11 - 1º. T

NORTE
10.Pará-S. Jatene-PSDB........25 - Ana Carepa-PT..........23 - Barbalho-PMDB.......24 - 2º. T
11. AM-Omar Aziz-PMN........49 - Alfredo N.-PT............37 - H. Amazonas.............1 - 1º. T
12. AC-Tião Viana-PT............63 - Tião Bocalon-PSDB....21 - Tijolinho-PRTB..........1 - 1º. T
13. AP*-Lucas-PTB................25 - J. Amanjás-PSDB......24 - Pedro Paulo-PP........19 - 2º. T
14. RO-Expedito J.-PSDB.......26 - Conf. Moura-PMDB...21 - João Cahulla-PPS.....15 - 2º. T
15. RR-Gov. Anchieta-PSDB...41 - Neudo Campos-PP....41 - Dr. Petrônio-PHS.......3 - 2º. T
16. TO-S. Campos-PSDB........40 - Gaguím-PMDB...........38 - Paulo Mourão............7 - 2º. T
.
CENTO-OESTE
17. DF-Roriz-PSC.....................38 - Agnelo-PT...............27 - Toninho-PSOL..........1 - 2º. T
18. MT-Silval Barb.-PMDB........28 - Wilson S.-PSDB........22 - Mauro M.-PSB........14 - 2º. T
19. MS-Puccinelli-PMDB...........52 - Zeca-PT..................33 - Nei Braga-PSOL........1 - 1º. T
20. GO-Perillo-PSDB.................45 - Iris Rez.-PMDB.......34 - Vanderlan-PR...........5 - ?

SUDESTE
21. ES-Casagrande-PSB...........51 - Luíz Paulo-PSDB........18 - Gilberto-PRTB.........2 - 1º. T
22. MG-Hélio Costa-PMDB......38 - Anastasia-PSDB........27 - Vanessa-PSTU.........2 - 2º. T
23. RJ-S. Cabral (PMDB).........58 - Gabeira-PV...............14 - Eduardo S.-PCB........2 - 1º. T
24. SP-Alckmin-PSDB..............50 - Mercadante-PT.......14 - Russomanno-PP.......9 - 1º. T


SUL
25. PR*-Beto Richa-PSDB........46 - Osmar Dias-PDT........33 1º. T
26. SC-Angela-PP....................38 - Colombo-DEM..........23 - Ideli-PP................15 - 1º. T
27. RS-Tarso Genro-PT............37 - Fogaça-PMDB...........31 - Y. Crusius-PSDB...11 - 2º. T

* No Amapá, Camilo Capiberibe (17%), é o quarto candidato, com chance.
* No Paraná, os demais candidatos têm menos de 1%.

OBS. O quadro é composto tendo em vista pesquisa de variados institutos. A fotografia do momento.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Emoção e a Razão

O segundo dia da propaganda dos presidenciáveis na TV foi marcado pelo contraste, não deixando espaço para uma análise comparativa. Cada foi bem realizado dentro do formato e conteúdo escolhidos. Marina Silva (PV) e Dilma Rousseff (PT) usaram o tempo para valorizar a trajetória de vida. Dilma de forma chorosa, puxando pela emoção, enquanto Marina usou o simbólico da identificação da vida dela com a vida do povo. José Serra (PSDB) seguiu seu caminho racional de propostas, com testemunhais.

Entre os pequenos partidos, marcou posição o programa de Plínio, do PSOL, destacando sua proposta destinada ao problema da terra noi campo. Os outros candidatos seguiram o caminho batido dos rotos chavões políticos.

Veja o programa de Plínio:

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/08/19/programa-de-propaganda-de-plinio-19-8-noite-317572.asp

MARINA SILVA

Marina Silva usou seu tempinho na TV para se apresentar, mostrando sua trajetória de vida, através de diversas pessoas, evidenciando, assim o simbólico da vida cotidiana do povo, espelhado no exemplo da candidata do Partido Verde. Ao final, ela se apresenta, fechando o ciclo de desafios de sua vida. Bem resolvido. Bom programa. Depois do especial do National Geografic, Marina inicia seu programa no palanque eletrônico.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/08/19/programa-de-propaganda-de-marina-19-8-noite-317574.asp

JOSÉ SERRA

Um programa didático de realizações –como ministro, prefeito e governador- e de propostas. Começa com o tucano mostrando Lula, como um líder à sua altura e experiência, "experiência que Dilma não tem". Mostra uma panorâmica de obras de estrada e metrô e entra no ponto fundamental do programa: a saúde, onde incluiu a questão da droga, principalmente o crack , o maior problema hoje no País. Seguiu o formato definido por sua campanha de esgotar o assunto, apresentando-o em três dimensões: diagnóstico do problema, a solução já aplicada, com prova, através de testemunhais, e a proposta em nível nacional. O formato dá clareza e torna convincentes as soluções/propostas que o candidato apresenta. É um formato eficiente, que mostra dinamicidade e competência. Bom programa. Mistura o racional de uma administração publica voltada para solução dos problemas da comunidade, mas não descarta o emocional, presente nos testemunhais de pessoas que tiveram o rumo da vida mudando através do benefício/serviço. Objetivo e esteticamente adequado.

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/08/19/programa-de-propaganda-de-serra-19-8-noite-317571.asp

DILMA ROUSSEFF

A pesquisa grupo focal de análise e acompanhamento de programa, que são feitas por institutos especializados, devem ter recomendado a repetição e extensão do programa sobre a vida da candidata, já presente em parte do primeiro programa. Também funciona como vacina no caso de algum candidato resolver abordar a vida da candidata como guerrilheira e integrante de grupos armados. O generoso tempo foi preenchido em sua totalidade com a trajetória de vida da candidata. Um programa puramente emocional, com trilha melosa, sem qualquer conteúdo propositivo. Fala carregada de emoção, destacando a sensibilidade e a afetividade da mulher, principalmente no papel de mãe. Finaliza com sua chegada ao governo e depoimentos de pessoas com quem teve ligação, fechando, é claro, com o testemunho de Lula sobre a competência e o preparo da candidata. Programa no melhor estilo dramático francês, notabilizado pelo dramaturgo italiano Pietro Metastasio no século XVIII. Serve como vacina. É emocional, agrada ao povo, mas não tem sustentabilidade continuada.

O Marketing é o Culpado

Marqueteiro é como treinador de futebol. Todo mundo quer ser. Criticam Serra por subir o tom de crítica da campanha. Patrulhamento petista. É risco? Sim, há um risco porque a crítica deve ser bem feita e onde dói. Agora, é bom ponderar que Serra não tem outro caminho. Não se barra uma queda sem produzir um choque. Debate Uol/Folha foi o primeiro round. Se Serra recuar é o mesmo que dizer adeus.

CRISE NA CAMPANHA MARCOS CALS

No momento em que deveria estar tranquilo para crescer, com um programa bom e bem posicionado, a campanha de Marcos Cals (PSDB-CE) entra em crise. A cúpula do marketing leva uma rasteira, gerada pela intriga comum em campanha. Todos viram, na estréia, que o programa eleitoral saiu ridículo (veja comentários abaixo). Agora, Jereissati, por suas ligações passadas, coloca à frente do marketing a produtora Sandra Kraucher (especialista em rasteira). Kraucher chegou ao Ceará nos idos tempos do Cambeba, trazida pelo então especialista em questionário de pesquisa, Antônio Lavareda (pernambucano) e pelo diretor de TV, Einhart Jácome (virou cunhado de Ciro, casando com Lia F. Gomes). Depois, ela montou uma produtora (Companhia da Imagem) em parceria com seus dois patronos e ficou no mercado até o fim da era Tasso. No governo Lúcio, que tinha seu time, Kraucher caiu fora e saiu do Ceará. Agora, é rediviva, como marqueteira. Sei que as pessoas evoluem. Lavareda foi levado por Jereissati para o governo FHC, ficou rico, se tornou o mago das pesquisa e também marqueteiro. Einhart Jácome também virou marketeiro, arrimado na família Gomes, depois de passar algum tempo manipulando o mercado no Ceará (governo Ciro), através da agência Criação & Ltda., em parceria com o publicitário Fernando Costa (minoritário).

Marcos Cals, que não tem nada a ver com isso tudo, está pagando o preço, que pode sair mais caro e extrapolar ao próprio Jereissati. Só resta o caminho de tentar arrumar o campo minado do marketing da campanha. Marketing é assim mesmo, quase nunca é responsável pela eleição, mas é sempre culpado na derrota. Ajustar a rota em pleno voo (nova ortografia) é sempre complicado. Kraucher deve até ficar, mas um especialista em campanha eleitoral deve ser contratado para ajustar forma (principalmente) e conteúdo. A não ser que a campanha de Marcos Cals seja um jogo de faz de conta.

QUE CAMINHO RESTA

O que escrevi no tópico inicial vale para as campanhas aqui no Ceará. Marcos Cals, que precisa atingir pelo menos 20% nas pesquisa até o final de agosto, se quiser continuar sonhando com o segundo turno, patinha no uso de seu palanque eletrônico, o mais importante para subir seu conhecimento. O irônico de tudo é que Jereissati quem inovou na qualidade do palanque eletrônico (TV) no passado (campanha de 1986). Agora, quando é necessário um novo salto, ele vacila e cai no formato tradicional e carcomido.

Cid F. Gomes, como se diz por aí, está na dele. Não precisa fazer muito. Basta-lhe apresentar o canteiro de obras (à moda JURACY FAZ), ou fazer uma prestação de contas do seu governo (como falou em seu tradicional programa), massificar seu jingle plagiado de Luzianne Lins (campanha 2008) e correr para a galera (palavra horrenda). Por que tentar inovar? Não precisa.

Caberia a Lúcio Alcântara (PR-CE) mostrar algo mais criativo. Mas com pouco tempo de TV e a equipe (paulista) que montou, é melhor não esperar muita coisa. Mostrou, na estréia, um programa burocrático e esteticamente fraco. Há também a dubiedade de Lúcio. Ele insite em sua identificação como aliado de Lula. O diabo é que o presidente já apareceu na campanha do Cid F. Gomes e a imagem está colada. Sobra muito pouco. Mesmo erro que cometeu na eleição passada. Esqueça o Lula e aumente o tom de sua crítica (onde dói), que melhora. Substitua os comerciais (mais valiosos) que primam por uma frase de rima infame, apenas para colocar o slogan da coligação, e tente falar e agir da forma da entrevista da TV Verdes Mares. O ganho, poderá não ser suficiente para um salto, mas vai fazer o adversário suar.

Vou repetir. Só resta aos dois opositores subir o tom da campanha, sem medo do patrulhamento dos aliados do governo oligarca e dos colunistas comprados. Claro que representa um risco, mas não há outro caminho, em virtude da premência do tempo. Fazer crítica, como fazer humor, é só para quem sabe. Não há outra forma de cortar, estancar trajetórias ascendentes. O rompimento deve ser ab-rupto (nova ortografia) e deve induzir o eleitor a repensar conceitos e opiniões. A coragem (não a covardia) deve ser a marca de uma campanha, que visa a conquista de território adversário. Esconder aliados não evita perdas. O presidente francês, Nicolas Sarkosy teve a coragem de assumir políticas ditas de direita e venceu a eleição. No caso de Lúcio (que apoia Lula, mas não é apoiado por ele) é uma atitude inócua, mas no caso de Marcos Cals, esconder Serra é uma covardia que nada soma.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Cid Ganha no Primeiro Dia

O programa noturno dos candidatos a governador do Ceará (na TV) foi repetido. Só o candidato do PR mudou alguma coisa no pouco tempo que tem. Nada mudou. Não houve qualquer inovação. A mesmice de forma e de conteúdo.

LÚCIO ALCÂNTARA

O programa noturno, em que pese algumas melhorias nada acrescentou. Ruim o conteúdo e esteticamente pobre, medíocre. Lúcio repetiu a fala em uma mesa de trabalho, com uma iluminação fraca, passando a impressão que ele está doente. O diretor de fotografia deveria ver a entrevista que Lúcio deu na TV Verdes Mares e nela se inspirar. A imagem estava limpa, clara, passando decisão e agilidade. O candidato falou com vontade e convencimento. No programa, foi bem diferente. A linguagem televisiva deve melhorar muito. O jingle não fixa. Ë difícil de lembrar, mas não chega a comprometer. Está perdendo e precisa tomar providências para fazer os 2 minutos render, com agilidade, dinâmica e falas curtas. Do jeito que está ninguém vai perceber o programa.

MARCOS CALS

Pequenos ajustes no programa noturno, mas repetido em seu conteúdo maior. Foi só uma inversão de ordem. Nada mudou. Marcos Cals está fazendo um programa matuto, como bem qualificou o escritor Ruy Câmara, e esteticamente pobre. A musiquinha (jingle) é ruim e o locutor deve aprender a pronunciar o nome do candidato. Deve haver um jeito para que o pessoal que faz o programa possa melhorar a performance de Marcos Cals. Ele passa uma imagem de “voador” em suas falas. Seu olhar parece permanentemente cansado e baixo e o pescoço é indomável. Dá para mudar o enquadramento. Sobre a fala de Jereissati, ao final, vou repetir o que disse sobre o programa vespertino: a fala de Tasso Jereissati é ruim. Ele faz uma fala em tom baixo, comportada, e sem convencimento, quase pedindo desculpas à oligarquia. A fala de Tasso estava melhor e mais enfática no programa de senador. Perdeu o embate. Precisa melhorar muito para enfrentar o rolo compressor das obras. Seria mais adequado entrar logo nas propostas e incluir algumas críticas. Até o enquadramento de Tasso está ruim. Ele aparece meio encurvado, quando deveria ser aquele decidido e de fala franca.

Veja no Link:

http://www.marcoscals45.com.br/site/

CID F. GOMES

Repetiu o programa. Vale o comentário da tarde. Foi um bom programa, como se esperava, porque tem o que mostrar. Quem é governo sempre tem, ou inventa. Basta lembrar que a Luizianne Lins foi reeleita assim. Não tinha o que mostrar, mas fez imagens de fabricação de doces, de Passagem de ônibus a um real e do Bolsa Família e levou. Cid F. Gomes encheu o estado de canteiros de obras. Hoje mesmo ele começou a fazer a Transnordestina, pelos lados do Brejo Santo. Por que só agora? Você sabe a resposta. Sobre o programa, Cid F. Gomes mostrou tudo, como um resumo e, depois, fez uma fala otimista, alegre e até com certa dose de humildade, o que não tem. Ainda colocou Ciro F. Gomes para falar e pedir voto para ele e para Dilma. Esqueceu (?) os senadores, para alegria de Jereissati. O jingle, aquele que é uma cópia do de Luizianne Lins em 2008, foi executado ao compasso das mais imagens das obras. Ao encerrar, colocou Lula para falar da parceria com o governo do Ceará, mesmo que todos saibam que não haverá Lula nos próximos 4 anos. Resumindo, um programa saia e blusa, ainda que bem executado em seu formato tradicional.

http://www.youtube.com/user/CidGomes40

Cid Fez o Óbvio. Oposição Foi Apática

O programa dos candidatos a governador do Ceará na TV estreou sem muitas surpresas. O formato foi o mesmo que vem sendo executado há muitos anos, sem qualquer inovação das técnicas de comunicação e sem levar em conta metalinguagem.

CID F. GOMES

Fez o melhor programa, como se esperava, porque tem o que mostrar. Quem é governo sempre tem, ou inventa. Basta lembrar que a Luizianne Lins foi reeleita assim. Não tinha o que mostrar, mas fez imagens de fabricação de doces, de Passagem de ônibus a um real e do Bolsa Família e levou. Cid F. Gomes encheu o estado de canteiros de obras. Hoje mesmo ele começou a fazer a Transnordestina, pelos lados do Brejo Santo. Por que só agora? Você sabe a resposta. Sobre o programa, Cid F. Gomes mostrou tudo, como um resumo e, depois, fez uma fala otimista, alegre e até com certa dose de humildade, o que não tem. Ainda colocou Ciro F. Gomes para falar e pedir voto para ele e para Dilma. Esqueceu (?) os senadores, para alegria de Jereissati. O jingle, aquele que é uma cópia do de Luizianne Lins em 2008, foi executado ao compasso das mais imagens das obras. Ao encerrar, colocou Lula para falar da parceria com o governo do Ceará, mesmo que todos saibam que não haverá Lula nos próximos 4 anos. Resumindo, um programa saia e blusa, ainda que bem executado em seu formato tradicional.



MARCOS CALS

Começa com um musiquinha ruim e com um locutor que diz Marcos “Cale-se”. O formato de imagens de sertão e de povo pobre é o que há de mais vulgar, principalmente se acompanhado por um repentista emendando a fala de Marcos Cals nos comícios ou reuniões. Veio, em seguida, o currículo de Cals, em formato aceitável. Mas a fala dele está mal produzida e o próprio candidato, também. O olhar está cansado e baixo e o pescoço continua a girar indomável. Tem de olhar mais para baixo e para a câmera. Ao final do programa, apareceu o patrono da candidatura, Tasso Jereissati. Ruim. Fez uma fala em tom baixo, comportada, e sem convencimento, quase pedindo desculpas à oligarquia. A fala de Tasso estava melhor e mais enfática no programa de senador. Perdeu o embate desta tarde. Precisa melhorar muito para enfrentar o rolo compressor das obras. Seria mais adequado entrar logo nas propostas e incluir algumas críticas.



LÚCIO ALCÂNTARA

Pouco tempo e menor ainda o conteúdo. A fala de Lúcio com ele atolado em uma mesa de trabalho não passa vontade, decisão e agilidade. O que fica é uma impressão de moleza, acomodação. O conteúdo da fala foi passável, mas precisa falar de forma mais incisiva, olhando desafiantemente no olho do ouvinte/eleitor. Talvez não seja possível, mas a linguagem televisiva deve melhorar muito. O jingle eu não lembro, mas ficou a imagem de um humorista de máscara, no modelo que já cansou as pessoas, como faz há 15 anos a TV Jangadeiro, perdendo audiência a cada dia. No final, entra a placa AGUARDE! Há de intuir que o que está sendo prometido é um quadro de humor, ideal para as bordoadas. Bom, bater através do humor é um bom caminho, mas fazer humor, da mesma que fazer críticas, não é fácil, principalmente quando o programa só passa uma nesguinha de 2 minutos. Ficou devendo no programa da tarde.

Fico devendo o programa de Lúcio, que é o unico que ainda não está disponível na internet.

Fico devendo os comentários sobre os candidatos dos pequenos partidos e dos senadores. Estão no forno.

Debate Esquenta Sucessão

ACOMPANHE DEBATE DOS PRESIDENCIÁVEIS NA UOL/FOLHA. DILMA ESTA SÓ, MAS NÃO TÃO DESPREPARADA. SERRA TEM PUXADO ASSUNTOS POLÊMICOS. MARINA ESTÁ ATUANDO COMO LINHA AUXILIAR DE DILMA.

VÁ NO LINK.

http://www.ustream.tv/channel/uol-noticias-ao-vivo

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Programa Noturno Dá Vantagem a Serra

O programa eleitoral nacional do horário noturno foi mudado totalmente pelos dois candidatos mais competitivos, José Serra e Dilma Rousseff. Já candidata do PV, Marina Silva, repetiu o editorial sobre o meio ambiente, apresentando-se como candidata ao final. Os candidatos dos pequenos partidos também repetiram seus programas.

http://www.minhamarina.org.br/salademarina/

DILMA ROUSSEFF

A candidata petista saiu do plano emocional, que pontuou seu programa vespertino, para fazer uma panorâmica das realizações do governo Lula no Brasil, deixando apenas um pequeno trecho sobre sua trajetória política. Sua abordagem sobre o Brasil foi ufanista e nada precisa, tanto em termos de prestação de contas como no campo das propostas. Deixou tudo no campo da continuidade. Abusou da produção, fazendo falas em diversos pontos do Brasil, em dobradinha com o presidente Lula, que mesmo não sendo candidato, foi a maior estrela. Dilma incluiu em seu relato, a produção, emprego, violência, saúde, Bolsa Família, estradas, Até o pré-sal foi lembrado, já entrando como resultante a erradicação da miséria, do desemprego e do analfabetismo. Exagerado, no sonho. Programa bem realizado na forma, caro, mas sem compromisso com o conteúdo. Nenhuma proposta específica. Só marola. Claro que foi o primeiro programa e que outros serão mais diretos, pois se continuar na festa, a percepção será inevitável. A música apresentada me pareceu apelativa, como se Lula e Dilma fossem deuses, responsáveis pela condução do povo desvalido ao Canaã.


JOSÉ SERRA

O candidato tucano seguiu o padrão do programa da tarde, privilegiando sua trajetória política de ministro, prefeito e governador, mesclando com depoimentos de pessoas que foram beneficiadas por seus programas. Testemunhais fortes e convincentes. Não perdeu tempo e foi logo ao calcanhar da administração de Lula: a saúde. Focou todo seu programa nas realizações e propostas voltadas para o setor, de forma bem didática e precisa. Manteve o mesmo clima otimista do programa da tarde e encerrou com o jingle, uma música bem conhecida. Felizmente, foi subtraído o trecho que fala de Lula. A música é boa e bem presente no imaginário. “bate, bate, coração...”. Levou vantagem. Perdeu à tarde e ganhou no programa da noite, que tem maior nível de audiência.

A nota hilária da campanha Serra foi o texto, um escorregão do redator, que transformou no maior don Juan descarado do dessas plagas, comendo todo mundo e ainda revelando os nomes. Veja no primeiro link. O segundo link é o programa Serra.

http://www.youtube.com/watch?v=6ilV_hEfKnw

Primeiro Dia na TV Dentro do Esperado

JOSÉ SERRA

Quem viu o primeiro programa nacional do rico horário dito gratuito na TV pode perceber que o jogo vai ser duro. Começou em um clima de encharcar lenço. O candidato tucano, José Serra, foi o primeiro dos grandes e já mostrou suas armas, falando com otimismo e garra, só emocionalizando na hora de mostrar seus personagens, inclusos na sua atuação como governador de São Paulo ou como ministro da Saúde, e quando abordou sua trajetória de vida. O quadro apareceu invertido. Serra só colocou falas de pessoas atendidas em programas que ele implantou. Não apareceram nomes famosos ou de destaque da política ou outras áreas. Bem posicionado, em clima elevado, mas ignorando em larga escala a metalinguagem e os preceitos de Ferndinand de Saussure (semiótica). Sua mensagem é clara: O Brasil tem problemas, mas tem dados positivos, e, assim, ele pode fazer muito mais (está no como comercial). Só o jingle arranhou, para mim. Ele poderia dizer a mesma coisa sem falar no Lula (“...depois de Lula é o Zé”). Bobagem, ele não ganha nada com esse “depois”, mas somente se provar que tem competência –que acho que tem- de que pode fazer mais que o Lula/Dilma, nas mesmas condições.


DILMA ROUSSEFF

Estilo Lula de outras campanhas, com bom uso do simbólico. A estrada inicial parece muito com a estrada que Lula percorria na campanha anterior, chegando ao Planalto. Programa plenamente emocional, que poupou a candidata de falas complicadas e usando (Não o povo, como Serra) seu banco de crédito eleitoral: Lula, outras lideranças e parentes. Apareceu até o ex-marido. Jogou as vacinas para o caso de exploração de sua vida de terrorista passada e esbanjou comentários e falas de líderes sobre sua competência na gestão. A candidata de fala empolada e abusada só entrou nas boas, e mostrou até alguns momentos de emoção. Lula foi preciso no seu depoimento (está no ar também como comercial) e confirmou que será realmente o âncora do programa (e da campanha). A mensagem, todos já sabíamos: para o país continuar crescendo. Nada de música tema no primeiro programa, mas só trilhas de emoção bem no estilho dramalhão. Também nada de propostas. Programa forte, voltado para posicionar a candidata, agregando-lhe atributos positivos – mulher competente, preparada, firme e valente, mas humanitária e que sabe ser mãe. Bom progama. Mais somador que o de Serra.


MARINA SILVA

Posicionou-se como defensora do meio ambiente. Terminou dizendo que era Marina Silva, candidata a presidente da República. Pouco tempo e pouco conteúdo.


Os demais candidatos repetiram chavões ou reclamaram do pouco tempo. Sem comentários.

DEPUTADOS FEDERAIS-CE

As falas insípidas de sempre e o desfile de figurinhas carimbadas, algumas ainda tendo que explicar o 135 (Ficha Limpa). Merece destaque a fala de Ciro F. Gomes na abertura do programa dos deputados do PSB. Ele apareceu na abertura para agradecer ao povo cearense pelos mais de 630 mil votos na eleição anterior. Esperei até que fosse pedir desculpas por ter traído esse enorme contingente eleitoral, ao transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo na desmedida ambição de ser candidato a presidente da República. Não fez (a prepotência não deixou). Disse apenas que não era candidato a nada (porque não pode) e pediu votos para os deputados e seu irmão Cid F. Gomes.

Na mesma linha, o candidato a governador, Lúcio Alcântara, abriu o horário dos deputados do PR, mas poderia ter evitado. Apareceu atolado em uma mesa de trabalho e o que disse nada significou. Só tirou o tempo dos deputados federais. Alexandre Pereira, candidato a senador, tomou também alguns segundos deputados federais do PPS, para pedir voto. Falou de quina e sem fixar o olho. Serviu, pelo menos, para se mostrar. Luizianne Lins igualmente abriu o programa dos deputados federais do PT. Falou pouco e tirou poucos votos.

Em resumo, todos ficaram como estavam.

COMERCIAS, AS VEDETES

Desde o início da manhã de hoje (dia 17/08/2010), os comerciais estavam no ar. Jereissati, candidato à reeleição ao Senado, foi um dos primeiros a aparecer. Foi direto ao assunto, falando de seus projetos no Senado (como o FGTS). Não quis perder tempo. Não fechou bem o comercial. Eunício, candidato ao Senado pelo PMDB, colocou seu jingle que tenta massificar o número 151 e as e o apoio. Só. É uma estratégia. Cid F. Gomes preferiu colocar dois comerciais logo no primeiro dia. Uma gravação com o presidente Lula, pedindo voto para ele, e outro, que mostra que ele e a equipe sabem copiar. Seu jingle é um remake do jingle de Luizianne em 2008 e o conceito usado no comercial é CID FAZ, que é igual ao JURACY FAZ. É um caminho.

Os comerciais, sem dúvida, são as vedetes do horário eleitoral. Como eles são inseridos na programação normal da TV podem ser "consumidos" sem que haja tempo para mudar de canal. Recebem, portanto, mais atenção e investimento.

Crítica Que Vale

A temperatura da campanha aumenta. O tempo é curto para causar o efeito desejado, mas antes tarde do que nunca. Em um ato político em Porto Alegre, Serra acusou o governo de clientelismo no caso dos Correios, cuja diretoria, segundo ele, “não serve aos Correios, mas aos partidos ou setores de partidos”. Depois, acrescentou: “Nunca o patrimonialismo e a fisiologia avançou tanto no nosso país. Nunca o governo foi tão ousado para fins privados. O que eu quero fazer é estatizar os órgãos públicos para servirem ao público, e não aos partidos, a um interesse, a um grupo”.

GERAÇÃO DILMA NA GRAMÁTICA

Já vimos algumas vezes, estupefatos, as falas truncadas, sem qualquer nexo, da candidata do PT, Dilma Rousseff, na TV -e o youtub esta repleto. Fazem-me lembrar até, permita-me a digressão, as falas e gesticulação de Sergio Machado (presidente da Transpetro) em 1998, quando foi candidato ao Governo do Ceará. Quando ele dizia "nós vamos", gesticulava para trás, e quando falava "vamos voltar", gesticulava para frente. Um desastre. Ainda bem que ele quase fica devendo voto. Voltando ao assunto da falta de preparo da turma do PT na formação intelectual deste país, faço questão de mostrar aqui outro exemplo de barbárie intelectual, para tomar as palavras do jornalista Reinaldo Azevedo (comentando o assunto), que toma conta até das universidades.

Foi durante uma aula inaugural de História na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, a Uni-Rio, proferida pelo ministro Celso Amorim. Ao fazer a saudação ao ministro, que só acumulou derrotas na política externa brasileira, a magnifíca reitora, professora doutora Malvina Tuttman (petista de carteirinha) fez o seguinte discurso (veja trechos transcritos por Reinaldo Azevedo):

"(…) Celso Amorim, um dos homens deste país que, atualmente, vem imprimindo e mostrando a seriedade desse país não só para fortalecer a autoestima nossa, do povo brasileiro, mas, em especial, dos nossos irmãos estrangeiros, que, por meio de uma política governamental importante de relações exteriores e, sem dúvida alguma, falava há pouco com o ministro, por conta da capacidade, da força, da história de vida do ministro, do embaixador Celso Amorim, o nosso país, hoje, não só por isso, mas também por isso, tem um reconhecimento e um valor importante internacional. (…) Uma das pessoas que eu considero (…) um dos nomes mais representativos da história deste país".
(…) O ministro, ele não ficará historicamente lembrado, já que estamos numa aula inaugural de história, apenas por sua passagem neste momento político do nosso país, mas enquanto aquilo que ele representa como brasileiro que se orgulha de ser brasileiro e que leva esse orgulho para fora dos muros, das fronteiras do nosso país.
(…) E posso lhe [a Amorim] dizer que, além da satisfação de estar reitora neste momento político importante do nosso país, onde as universidades têm recebido um justo olhar para aquilo que ela produz de importante, de ciência para esse país, e isso tem acontecido, nós podemos ter um marco importante, antes de 2003 e depois de 2003, e, por isso, eu posso me orgulhar de estar reitora neste momento, desde 2004, ministro, e completarei o meu mandato até 2012…
Mas eu quero também lhe cumprimentar e lhe dizer da grande satisfação de Malvina Tuttman, cidadã brasileira, estar, neste momento, sentada ao lado de um grande homem, um homem que fortalece o nosso país, um país que vem crescendo e que irá, se ainda não surpreendeu, irá surpreender não só alguns brasileiros incrédulos, mas Irá surpreender ao mundo. Ministro, que quero lhe dizer que o senhor verdadeiramente nos deu uma aula. Uma aula de autoestima, uma aula de mediação de combinação de habilidade de negociação com, se o senhor me permite, uma certa ousadia, ou muita ousadia, diplomática importante. E eu acho que essa é a grande diferença, essa habilidade conjugada à ousadia, mas uma ousadia que sabe aonde quer chegar, uma ousadia respeitosa. Isso fez e faz com que o nosso país, internamente, se veja de uma outra maneira e que, externamente, tenha essa representatividade internacional que nós temos.
Do contra, ministro, nós sempre vamos encontrar. E é bom até, porque as opiniões muitas vezes contrárias nos fazem repensar e, algumas vezes, se temos essa habilidade, nos fazem crescer também e verificar que as diversas vozes contribuem, se elas não vêm para atrapalhar, elas contribuem para o nosso avanço. O senhor falou tantas coisas importantes, mas eu destacaria, se o senhor me permite, uma palavra importante, que, para nós, é especial e que marca também a visão da política no nosso país em todos os sentidos, principalmente neste momento das relações exteriores.
E é alguma coisa que tem de ser inserida no nosso modo de estar no mundo, que é a paz. E o nosso governo, por meio do nosso presidente e do senhor, tem dado também essa lição para o mundo, para nós e para o mundo. Eu fiquei orgulhosa, orgulhosa, ministro, da atitude que o Brasil teve especificamente, há muitas, mas especificamente ao fato do Irã. Gostei. E sou judia! E aí fico muito á vontade de dizer dessa minha satisfação, desse meu orgulho, porque, acima de tudo, nós somos homens e mulheres, crianças e pessoas mais amadurecidas, mas que temos convicções muitas vezes contraditórias, mas alguma coisa tem de nos unir, a condição de sermos humanos, e, por isso, a paz é imprescindível.
Eu acho que a atuação do presidente Lula e a atuação do ministro das Relações Exteriores pode, no meu entendimento, podem ser caracterizadas e definidas, para mim, numa palavra que, nesse momento, é a mais importante de todas: paz. Muito obrigada, ministro, seja muito saudado pela nossa comunidade!

Entendeu tudo?

Confira nos links abaixo:

http://www.youtube.com/mrebrasil#p/u/0/Y4LW97Vy99w
http://www.youtube.com/watch?v=qWgol6I-YpY&feature=related
http://http://www.youtube.com/mrebrasil#p/u/0/Y4LW97Vy99w

Agora vejam como Dilma vai falar na TV (veja no link):

http://www.youtube.com/watch?v=KDI31P0vj2Q

domingo, 15 de agosto de 2010

Campanha em Tono Comportado

O panorama das pesquisas começa a mostrar algumas mudanças no quadro eleitoral. É a segunda rodada do Datafolha e o que se percebe é a situação se consolidar na campanha presidencial e em alguns estados, enquanto em outros tem início a marcha da mudança.

A disputa presidencial segue em marcha batida para um desfecho que coloca o País como refém de um jogo perigoso. Dilma Rousseff, a despótica candidata do PT, está a apenas 3 pontos de uma vitória logo no primeiro turno. Não considero um fatura definida, mas um freio no crescimento constante da candidata deve ser logo aplicado. E o grande problema é que não enxergo na estratégia de José Serra (PSDB-DEM) as condições necessárias para isso. Apostar somente no tambor global da TV é esperar demais. É fácil disfarçar a fala sem nexo da candidata no programa e nos comerciais do horário eleitoral. Sobram os debates, mas sempre há uma rota de fuga, principalmente se ela continuar inflando.

O sinal para uma mudança de rota tem de aparecer até 30 de agosto. Até lá, se a proa do navio não tomar outro rumo, o barco poderá soçobrar no primeiro turno. Será uma batalha renhida, a partir da próxima terça-feira, dia 17. Claro que os ecos do programa eleitoral, de início, com baixa assistência, deve chegar às ruas em sintonia. Ou seja, o que for dito na TV deve ser repicado no rádio, nos comícios, nas caminhadas e entrevistas.

Não vão bastar somente a apresentação de planos de governo, a realização de obras, a experiência administrativa. É preciso ir mais fundo e escarafunchar o comportamento individual ou o traço de caráter de cada um. Sem dúvida, Dilma vai seguir a estratégia de se segurar, explorando seu banco de crédito eleitoral: Lula. Serra deve ter coragem e ousadia para mostrar o que sabe fazer e ir além, espicaçando a couraça de proteção da candidata situacionista, chegando ao seu passado, procedimento e ligações. É jogo baixo, vão dizer alguns, mas em uma campanha deve-se fazer o necessário para vencê-la. Não se pode ficar silente diante os fatos graves em nome de uma cobrança de nível. Incorre em aguda desídia quem, sabedor de fatos de relevante gravidade, os omite ao povo. Só resta este caminho e Serra, ou qualquer outro candidato de oposição, deve trilhá-lo sem medo.

ALIANÇAS INODORAS

Há pouco a esperar em termos de alianças políticas para o candidato tucano. Afora o tempo de TV e de rádio, o DEM nada lhe adiu. Em alguns casos até subtraiu. Mesmo o pavão Aécio Neves, confortável nos seus 70% de preferência para o Senado, não tem feito valer sua influência para guindar com presteza seu candidato, Anastasia, em Minas, que tem apenas 17% contra 43% de Hélio Costa. O mesmo pode-se dizer de Tasso Jereissati, no Ceará, montado em seus 63% para repetir o mandato no Senado, enquanto seu candidato Marcos Cals se arrasta com lesmice. Minas e Ceará vivem situações inversas, mas similares. Anastasia, que era o vice de Aécio, apesar do peso eleitoral da máquina, cresce lentamente, enquanto no Ceará, Marcos Cals, candidato de oposição tem caixa para crescer, mas se move tropegamente, empurrado por uma campanha insossa, de ideias batidas, quase reverenciando o poder. Nos bastidores correm soltos os boatos que Ciro F. Gomes (deputado federal por São Paulo, embora com votos dos cearenses), coordenador da campanha do irmão Cid F. Gomes, durantes as reuniões com prefeitos, vereadores e lideranças (independente do partido) só pede votos para o irmão.

Ambiguidade na Crítica


O respeito (ou medo de perder mais) que Jereissati tem com o poder estadual aqui no Ceará, José Serra manifesta com Lula, na campanha nacional. O máximo que faz Serra é dizer, com acerto, que “não se governa na garupa”. Estamos cansados de presenciar situações em que criaturas costumam ganhar vida própria longe do alcance do criador, quando assumem o poder. Engana-se quem vota em Dilma pensando reeleger Lula. Nunca é a mesma coisa, nos mostra a experiência.

É nítida a ambiguidade do tucano Serra ao criticar o governo federal, mas sem tocar no chefe dele. Mesma dubiedade que revela Jereissati em relação aos irmãos Gomes. Em Sobral, por ocasião de um comício, Jereissati quase pede desculpas ao povo sobralense por estar apoiando Marcos Cals e não a oligarquia Gomes. Este exercício de equilibrismo acaba comprometendo a confiança no destino da campanha, tanto aqui, como lá. Serra evita colidir com Lula e Jereissati foge do enfrentamento com Ciro F. Gomes, principalmente.

TERCEIRA VIA CUIDADOSA

Vivemos, ao que parece, uma campanha em que os principais candidatos pisam com cuidado para não acordar a ira do poderoso de plantão para não fechar definitivamente as portas do futuro. Mesmo a candidata do PV, Marina Silva, que só teria espaço encarnando uma terceira via corajosa, parece deslumbrada e satisfeita só com sua candidatura, tentando mostrar uma grandeza que está distante de realmente irradiar. Faz um discurso contido, evitando qualquer crítica ao governo ao qual serviu até outro dia e sequer alfineta a toda poderosa ministra Dilma, que foi a cerceadora de seus espaços como ministra do meio ambiente. Um comedimento que só interessa e só é interessante a quem exerce o poder e vê escancaradas as portas para prorrogá-lo.

Panorama em Alguns Estados

A propaganda eleitoral cara, mas dita gratuita, que se inicia nesta terça-feira pode determinar novos caminhos que venham a preencher vazios que nos parecem estranhos nos discursos de muitos dos candidatos. Em Minas Gerais, por exemplo, há terreno fértil para crescimento do tucano Antônio Anastasia, mas é preciso ir mais fundo na crítica ao peemedebista Hélio Costa, principalmente através de Aécio Neves. A diferença de 26 pontos é alta, mas Hélio não emana segurança.

No Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral, com 57%, segundo o último Datafolha, dificilmente deixará escorregar a vitória logo no primeiro turno. O verde Gabeira, com apenas 14%, não encontrará forças para reverter o quadro. A imensa máquina governativa e alianças amplas e a estrondosa visibilidade de Cabral não será ofuscada.

Em São Paulo o também tucano Geraldo Alckmin está com a vitória no primeiro turno nas mãos. O horário da TV deve consolidar sua posição, pois o petista Aloizio Mercadante, com apenas 16% das intenções de voto, dificilmente reagirá e menos ainda Celso Russomanno (PP), que só chega a 11%. Interessante é que a também petista Dilma Rousseff tem bem melhor desempenho em São Paulo que Mercadante.

No Amazonas, o atual governador Omar Aziz, que era vice de Eduardo Braga (saiu para concorrer ao Senado), lidera a disputa ao governo, conforme o Ibope. O candidato Aziz (PMN) tem 49% de intenções de voto. Em segundo lugar, aparece o candidato Alfredo Nascimento (PR), com 37%. Omar Aziz deve levar a disputa no primeiro turno, principalmente escudado na força de Eduardo Braga, que é o líder na disputa para o Senado. Mesmo que ele tenha registrado uma leve queda (erro amostral) de 2%, pois em junho (campo 12 a 17) ele apareceu com 51%, enquanto Alfredo Nascimento (PR) aparecia com 36%. Trata-se de uma simples acomodação amostral.

No Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), com o 135 e tudo, lidera a disputa pelo governo do Distrito Federal com 41% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Datafolha. Apesar da dianteira, a diferença para o segundo colocado, Agnelo Queiroz (PT), que era de 13 pontos percentuais na rodada anterior, caiu para oito -o petista tem 33%. Um quadro complicado e Roriz, depois da crise do Ficha Limpa, vai ter de enfrentar uma pedreira. O segundo turno se aproxima.

No Paraná, Beto Richa (PSDB) abriu vantagem de 12 pontos sobre Osmar Dias (PDT). Segundo pesquisa Datafolha feita de 9 a 12 de agosto, Richa tem 46% de intenção de voto, contra 34% de Dias. No levantamento anterior, feito de 20 a 23 de julho, a vantagem de Richa era de apenas cinco pontos: 43% a 38%. Os demais candidatos, Paulo Salamuni (PV), Amadeu Felipe (PCB), Robinson de Paula (PRTB), Avanilson (PSTU) e Bergmann (PSOL), não chegaram a 1% cada. Se as eleições fossem hoje, o ex-prefeito de Curitiba seria eleito no primeiro turno, mas o quadro permanece incerto pelo menos até 30 de agosto. Se permanecer em tendência de crescimento, Richa pode liquidar a batalha logo no dia 3 de outubro.

No Rio Grande do Sul, a atual governador e candidata Yeda Crusius (PSDB) está com sinal amarelo em sua campanha, já que a campanha está se polarizando entre Tarso Genro e José Fogaça. A última pesquisa do Datafolha apontou que o candidato do PT, Tarso Genro, lidera a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul com 38% das intenções de voto. O petista ampliou a dianteira para 11 pontos percentuais em relação a José Fogaça (PMDB), que tem 27%. Na rodada anterior, a diferença entre eles era de oito pontos. Yeda Crusius (PSDB) aparece em terceiro lugar com apenas 16%. Há muita briga pela frente pelos lados gaúchos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eleições no Brasil - Governador III

ALAGOAS – AGRESSÕES E POLÊMICA

Carregando um rastro de sangue e de corrupção, o ex-presidente e atual senador, Collor de Mello (PTB), com mais 4 anos de mandato, prossegue sua trajetória de retorno político, agora pleiteando o governo de Alagoas. O início da campanha está sendo marcado por polêmicas e agressões. Começou com o surpreendente lançamento, em meio a contestações, e seguiu com a proibição judicial do uso associativo dos nomes de Lula e de Dilma Rousseff. Depois, ligou para sucursal da revista Istoé, em Brasília, e ameaçou o jornalista Hugo Marques: “quando eu lhe encontrar, vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu fdp”. O telefonema foi gravado. A ligação foi consequência de uma matéria publicada na última edição de IstoÉ, na qual o jornalista relatava que todos os candidatos ao governo de Alagoas e 87% dos que concorrem ao Legislativo local têm algum tipo de problema com a Justiça.
Mesmo assim, Collor de Mello lidera a preferência do eleitorado, segundo pesquisa do Ibrape, realizada entre 9 e 13 de julho. Collor apareceu com 38%, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) com 26% e o atual governador, Téo Vilela (PSDB), saiu com 21%. Mário Agra (Psol), 1%. Jeferson Piones (PRTB) e Tony Cloves (PCB) tiveram menos de um ponto percentual. O levantamento, contratado pelo PMDB alagoano, teve 2 mil entrevistas e foi registrado no TRE-AL com o número 7.322/2010. O Ibrape também verificou os números para a Presidência da República. O candidato José Serra (PSDB) e a candidata Dilma Rousseff (PT) apareceram empatados tecnicamente. O tucano aparece com 41% e Dilma tem 37% da preferência. Marina Silva (PV) tem 6%. Outros candidatos, juntos, somam 1%. Brancos, nulos e indecisos são 15%. Em eventual 2º turno, Serra teria 44% dos votos em Alagoas. Dilma, 40%. Brancos, nulos e indecisos seriam 16%.

Comentário – A candidatura de Collor de Mello mexeu a panela da sucessão de Alagoas, deixando o quadro cercado pela imprevisibilidade. A vantagem de Collor e o apoio declarado do senador Renan Calheiros não garantem sua presença no segundo turno, que certamente virá. O ex-governador Ronaldo Lessa e o atual governador Teotônio Vilela têm gordura para queimar e vão fazer uma campanha dura. O risco maior é vitimizar o ex-presidente aos olhos do povo. Será uma campanha de golpes baixos, com o marketing direcionado aos ataques.

SERGIPE – DISPUTA REPETIDA

Marcelo Déda, atual governador e candidato à reeleição, fez uma carreira que só deslanchou com a subida do PT ao governo. Até então não conseguia votos para uma eleição de vereador. Em 2000 foi eleito prefeito de Aracaju e reeleito em 2004, com 72,38% dos votos. Renunciou dois anos depois para concorrer ao governo do Estado, enfrentando João Alves Filho (DEM), que já foi governador por três vezes. Venceu com 52,48% dos votos no primeiro turno. Agora, o mesmo embate vai mobilizar os sergipanos. Déda luta pela reeleição e João Alves luta para lhe tomar o lugar. Há pesquisas recentes, mas não registradas. O último levantamento foi registrado pelo instituto Dataform (15 a 17 de junho) e mostrou o governador/candidato Marcelo Déda (PT) com 41%, seguido pelo ex-governador João Alves (DEM), com 34,4%. Vera Lúcia (PSTU) tem 3,2%; Pastor Arivaldo (PSDC), 1,6%; Nilson Lima (PPS), 1,3%; Reynaldo Nunes (PV), 0,8%; Leonardo Dias (PCB), 0,4%. A pesquisa foi realizada para o jornal Cinform, ouviu 1.067 eleitores, tem margem de erro de três pontos percentuais e foi registrada no TRE-SE com o número 5.829/2010.

Comentário – Pesquisas feitas pelos partidos, mas não registradas e, portanto, para controle interno, apontam que a situação entre os dois principais candidatos permanece estável, com leve tendência de crescimento de João Alves. Marcelo Déda não repetiu no governo o sucesso que obteve na Prefeitura de Aracaju e não consegue abrir vantagem que lhe garanta uma vitória de primeiro turno. O desenvolvimento da campanha aponta para um acirramento eleitoral. Até na rejeição, os dois candidatos apresentam números semelhantes. 27,1% dizem que de forma alguma votariam em João Alves, enquanto 24,455 garantem que da mesma forma não votariam de jeito nenhum em Marcelo Déda. Será uma campanha voltada para propostas, com valorização dos erros e pontos fracos de cada um. Em Sergipe, vale muito o bloco de aliados que o candidato consegue reunir. João Alves tem levado vatagem por ter ao seu lado as lideranças mais conhecidas. Disputa que tende a ser resolvida somente em segundo turno.

BAHIA – BASE DE LULA EM CONFRONTO

A primeira pesquisa eleitoral realizada pelo Datafolha após a oficialização das candidaturas revela que Jaques Wagner (PT) lidera a disputa, com 44% das intenções de voto. O atual governador é seguido pelo candidato Paulo Souto (DEM), com 23% das menções, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), com 13%, e pelos candidatos Bassuma (PV), e Professor Carlos (PSTU), ambos com 1%. Foram citados, mas não alcançaram 1% das intenções de voto os candidatos Marcos Mendes (PSOL) e Sandro Santa Bárbara (PCB). Afirmam votar em branco ou anular o voto, 5% e outros 14% não sabem em quem votar. O levantamento ouviu 1.086 eleitores baianos entre os dias 20 e 23 de julho de 2010, em 51 cidades do estado da Bahia. A margem de erro desta pesquisa é de 3,0 pontos percentuais para mais ou para menos.

Comentário – Disputa na Bahia ainda não mostra clareza quanto a uma decisão de primeiro turno, embora a possibilidade apareça. Três são os candidatos mais competitivos e o segundo turno vai depender do desempenho de Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, este em aberta disputa com Wagner pelo apadrinhamento de Lula, principalmente depois que a pesquisa mostrou que 48% afirmam que votariam no candidato apoiado por Lula, 25% talvez votassem nesse candidato, e 22% não votariam em um candidato apoiado pelo presidente. Por enquanto, é Jaques Wagner quem está faturando a popularidade de Lula. Para a maioria dos entrevistados (57%), o presidente Lula está apoiando o atual governador Jaques Wagner para a sucessão baiana, enquanto 6% dizem que Lula apoia o ex-ministro Geddel Vieira Lima e 3% dizem que ele apoia o ex-governador Paulo Souto. Dos entrevistados, 33% não sabem quem o presidente apoia na Bahia. O arrastão de Lula é a aposta de Wagner para vencer no primeiro turno.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

A Pesquisa do IBOPE Mantém Tendência

Este blog atrasou um pouco a publicação da situação política de Alagoas, Sergipe e Bahia, fechando o ciclo do Nordeste, em virtude da rodada de pesquisa realizada pelo Ibope em vários estados, entre eles Bahia, Ceará (veja abaixo) e Pernambuco. Nos três estados a situação não se alterou de forma a merecer reparos imediatos, pois foi a tomada de posição do Ibope depois da homologação das candidaturas nas convenções. A seguir, leia a análise dos números do Ibope do Ceará e Pernambuco e a situação nos em Alagoas, Sergipe e Bahia.

A 'TRISTE PARTIDA' DA OPOSIÇÃO

O Ibope publicou no Diário do Nordeste a sua primeira pesquisa para governador do Ceará pós-homologação oficial das candidaturas. O Ibope (campo, dias 30/07 e 01/08/10) saiu quinze dias depois do DataFolha (campo, dias 14 e 15/07/10), publicada no Jornal O Povo. Não há pretensão de fazer qualquer análise comparativa dos resultados. O objetivo é tão somente tomar como marco inicial de campanha um e outro levantamento. Veja os números do DataFolha: Cid F. Gomes(PSB) - 47%; Lúcio Alcântara(PR) - 26%; Marcos Cals (PSDB) - 7%. Francisco Gonzaga (PSTU) - 3% das; Soraya Tupinambá (Psol) - 1%. Marcelo Silva (PV) e Maria da Natividade (PCB) foram citados, mas não alcançaram 1%. Agora, os números do Ibope: Cid F. Gomes - 49%; Lúcio Alcântara - 24%; Marcos Cals - 9%; Marcelo Silva, Soraya Tupinambá e Francisco Gonzaga tem - cada um - 1% dos votos, enquanto Maria da Natividade não pontuou.

Não se compara pesquisas de diferentes institutos porque cada um deles executa uma metodologia diferente. A comparação só é válida, para que se estabeleça um quadro da evolução das candidaturas, a não ser que haja grandes discrepâncias (aí estará exposto um problema), em resultados seguidos de um mesmo instituto. O que se pode dizer, então, tomando como base os resultados de uma e de outra pesquisa? Há que se considerar que transcorreram 15 dias entre os levantamentos de campo do DataFolha e do Ibope e que, apesar desse período, em que os candidatos estiveram em intenso trabalho, o panorama inicial apresentado pelo Ibope é semelhante ao do DataFolha. Pode-se apontar, a partir daí, tendências. Nada além do que se poderia, em uma análise mais acurada, ter apontado na leitura do resultado da primeira pesquisa. A tendência que se observa agora tem mais força, em razão do decurso de 15 dias de trabalho, um tempo exíguo, principalmente para quem carrega pouco conhecimento. Mas, considerável para quem está de taxa cheia de conhecimento –casos de Lúcio e Cid F. Gomes.

Este segundo retrato da corrida eleitoral, tão logo iniciada, apesar de feito por máquinas fotográficas diferentes, revela tendência de consolidação do candidato Cid F. Gomes num patamar confortável, que abre clara perspectiva de vitória logo no primeiro turno (conquista de mais da metade dos votos válidos). Na parte restante dos votos válidos (menos da metade), revolvem-se os outros postulantes, quatro marcando posição, sem qualquer chance de alcançar um alentado patamar, e dois –Lúcio e Marcos Cals- lutando, sem rumo definido, para vencer a barreira, sem sequer conhecer as coordenadas. Lúcio, com saturado conhecimento, trepida na quota dos 25%, enquanto Cals (com 9%) revela tendência de crescimento lento, mas constante, fruto do seu desconhecimento, e avançará mais rápido quando o tambor televisivo levar mais longe e tornar mais abrangente sua mensagem.

O mais desalentador é que Lúcio e Cals disputam a mesma faixa eleitoral. Nenhum deles avançou na faixa de domínio situacionista, território que obrigatoriamente devem invadir se quiserem mudar o rumo eleitoral que se anuncia. Se alguma chance há está mais perto de Cals do que de Lúcio. O governador/candidato, Cid F. Gomes já disse, embora sem ter como afirmar cientificamente, que o momento social que se vivencia é de continuísmo e não de mudança. Em verdade, o território não está, ainda, mapeado eleitoralmente, o que significa que será mapeado como continuísta ou mudancista de acordo com a eleição (escolha) racional do eleitor. Por outras palavras, o eleitor mudará se estiver convencido que alguém da oposição poderá fazer mais e melhor por ele e/ou por sua comunidade. Lúcio, ele conhece de sobra e sabe que, mesmo sendo mais acessível e menos orgulhoso e oligarca, teria desempenho semelhante ou até inferior. Marcos Cals, ele conhece pouco. Em uma novela que se inicia a cada capítulo o autor vai agregando valores ao mocinho (personagem principal), tornando-o conhecido e habilitando-o a vencer todos os obstáculos para sair vitorioso ao final. Uma trilha mais fácil para Marcos Cals. Um “remake” de Lúcio é menos crível. É preciso melhorar muito, no conteúdo e na forma. Lúcio, um roteiro mais difícil, exige um rompimento epistemológico. Cals precisa de valores mais definidos e ousados, ultrapassar algumas contradições e controlar o pescoço de ventilador que areja o teto. Tem ao seu lado um modelo: Tasso Jereissati (passa ao eleitor a confiança de que faria mais e melhor pelo Ceará). Mas só a vizinhança não vai colar a imagem, principalmente porque Jereissati está confortável em seus 63% de preferência eleitoral para o Senado. É ajustar os rumos.

FOLLOW-UP DE PERNAMBUCO

O Datafolha (20 a 23 de julho) mostrou que o governador Eduardo Campos (PSB) tinha 59% das intenções de voto. Jarbas Vasconcelos (PMDB) tinha 28%. Sérgio Xavier (PV), 1%. Os demais candidatos tiveram menos de 1% das indicações dos entrevistados. O Ibope (entre 30/07 e 02/08) registrou que Eduardo Campos tem 60%, contra 24% de Jarbas Vasconcelos. Anselmo Campelo (PRTB) e Edílson Silva (PSOL) aparecem com 1% das intenções de voto. Os candidatos Jair Pedro (PSTU), Roberto Numeriano (PCB) e Sérgio Xavier (PV) não alcançaram 15 das citações (para pontuar). Situação que consolida a posição de Eduardo Campos e o credencia para uma vitória tranquila no primeiro turno. Para melhor entender o favoritismo de Eduardo Campos, comparando com a situação do Ceará, ele tem a vantagem de enfrentar apenas um adversário competitivo –Jarbas Vasconcelos, fartamente conhecido do eleitor. Desse modo, o mocinho está definido.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Eleições no Brasil - Governador

Este blogdoerivas vai cobrir as eleições pelo Brasil, acompanhando, passo-a-passo, a dança das pesquisas e o foco da campanha, apontando erros e acertos. Para melhor entendimento, vamos abordar o assunto regionalmente, começando pela região Nordeste, pelo fator proximidade. Depois, é claro, virão as outras regiões. Não omitirei comentários sobre a trajetória de vida política de cada candidato e sobre desempenho deles na campanha. Vamos iniciar com Ceará, Piauí e Maranhão. Veja como está a disputa nos três Estados.

CEARÁ – ERROS E ARROGÂNCIA

Pesquisa, que você já viu publicada (Datafolha entre os últimos dias 14 e 15), apontou boa vantagem para o atual governador Cid F. Gomes (PSB), candidato à reeleição. Com 47% dos votos na pesquisa estimulada, ele reúne mais intenções de voto que a soma (36%) de todos os demais concorrentes. O ex-governador Lúcio Alcântara (PR), 26%; Marcos Cals (PSDB), 7%; Francisco Gonzaga (PSTU), 2%; e Soraya Tupinambá (Psol), 1%. Marcelo Silva (PV) e Maria da Natividade (PCB) tiveram menos de 1%. O levantamento foi contratado pelo jornal O Povo, ouviu 912 pessoas, tem margem de erro de três pontos percentuais e foi registrado no TRE-CE com o número 35.709/2010.

Comentário – Até poucos dias antes das convenções, Cid F. Gomes (a criatura) tentou empurrar autoritariamente uma aliança ampla, envolvendo também PSDB e DEM, deixando de fora e sem tempo de TV, o PR e o PPS. O PT resistiu, por não aceitar o senador Tasso Jereissati (PSDB) na coligação. O rompimento acabou por acontecer. Jereissati (o criador), dono da sigla tucana, rompeu atirando contra a oligarquia Gomes, que ele criou, e lançou Marcos Cals (até dia 3 de abril passado, secretário de Cid F. Gomes). Lúcio Alcântara-PR, que entregou o governo em 2006 para os irmãos Gomes, à época com apoio de Jereissati, viu na dissensão, a oportunidade de ressuscitar, após o fracasso da campanha para a prefeitura de Fortaleza (com o deputado estadual Adahil Barreto). No final, quem mais perdeu foi Cid F. Gomes e seu aliado PT. Cid agora enfrenta uma luta acirrada, apesar da folga nas pesquisas, e o PT, porque teve de renunciar a vaga de vice-governador, para ficar com uma vaga de senador (Pimentel). PMDB ganhou. Tem o vice (Domingos Filho) e um senador (Eunício Oliveira). Cid escolheu um vice de confiança para, se eleito, ter tranquilidade para renunciar e postular uma vaga ao Senado (quem sabe?), deixando seu vice como candidato a reeleição. A prefeita de Fortaleza e presidente estadual do PT, Luizianne Lins, não engoliu a trama e já disse que vai apoiar Cid F. Gomes cirurgicamente, ou seja, só em algumas situações.

A campanha de marketing está estrangeirada nos três candidatos competitivos e provinciana nos três nanicos. Jereissati trouxe seu time de fora, Cid F. Gomes, também, e até Lúcio cedeu ao “lobby” de um financiador paulista e trouxe equipe de fora. A moda foi lançada por Jereissati em 1986, sua primeira campanha. Ensinou que nada local presta. Só o que vem de fora. Menos os candidatos (e o dinheiro, que não carrega local de nascimento), a tirar pelo que disse Cid F. Gomes: “Serra é preparado, é inteligente, é competente. Mas o Serra é lá pro povo do Sul, ele não é pra gente aqui do Nordeste”. Indo e voltando, são atitudes discriminatórias.
O discurso até agora não está ajustado. Os três candidatos de maior peso navegam nas ondas dos fatos, com rara exceção, cobertos de forma tendencial pelos veículos de comunicação (vício original). Quando o fato é mais duro, já vem acompanhado da vacina, como ocorreu no caso da morte (por um policial do Ronda) do jovem Cristian, imediatamente comparada a morte do brasileiro Jean Charles ocorrida em Londres em 22 de julho de 2005.

Cid F. Gomes tenta parecer popular, filando copo de cerveja de um eleitor, subindo na garupa de um jumento ou colando adesivos nas ruas, mas nada pode dizer quanto à sua postura oligarca. Promete mostrar os canteiros de obras e anuncia muito mais. A oposição não consegue sair da crítica ao Ronda e a arrogância do candidato situacionista. Marcos Cals faz algumas propostas pontuais, em cima de pontos fracos do Governo, enquanto Lúcio (2 minutos na TV) confessa que não saberia o que fazer com o Ronda. É pouco. Cid F. Gomes está na vantagem. Segundo turno é possível, mas é preciso densidade das chapas oposicionistas.

MARANHÃO – DUELO ENTRE FICHAS SUJAS

Não tomei conhecimento (posso estar equivocado) de pesquisas recentes, e com abrangência estadual, que mereçam citação. Os principais candidatos no estado são o deputado federal Flávio Dino (PCdoB), o ex-governador Jackson Lago (PDT) e a atual governadora, Roseana Sarney (PMDB).

Comentário – As informações de bastidores de pesquisas contratadas (não encomendadas) tanto pelo pessoal ligado à família Sarney como pelos aliados de Jackson Lago dizem que Roseana estaria com vantagem sobre Lago, apesar do desgaste do apoio do PT nas classes mais abastadas (não ligadas a Sarney, que não são muitas). Fosse um Estado não dominado pela oligarquia Sarney, que impõe o que quer, nenhum dos dois seria candidato. Lago foi apeado do Governo sob a acusação de abuso de poder econômico pela própria Roseana, que tinha ficado em segundo lugar na eleição passada. Agora, ele quer retomar o poder, mas esbarra no Ficha Limpa, que pode tirá-lo da disputa. O terceiro candidato, Flávio Dino (PCdoB) não aparece bem, embora o terreno esteja fértil para um nome novo. Foi candidato a prefeito na eleição municipal passada e perdeu no segundo turno. Apesar do pouco tempo de TV e de política poderia germinar, em circunstâncias normais de temperatura e pressão. A força da oligarquia Sarney no subdesenvolvido Maranhão está segurando Roseana. Segundo turno.

PIAUÍ – CAMINHO ABERTO A NOVA PROPOSTA

O Piauí fervilha de pesquisa, algumas não merecem sequer citação. Vou levar em conta, como ponto de partida, a pesquisa do instituto Amostragem, realizada entre 18 e 21 de junho. O ex-prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (PSDB), apareceu com 36,5% das intenções de voto, seguido pelo atual governador, Wilson Martins (PSB), com 24,89%; e João Vicente Claudinho (PTB), com 22,43%. Brancos, nulos e indecisos somavam 14,16%. Os demais candidatos tiveram menos de 1% da preferência dos eleitores entrevistados. Foram ouvidas 1.137 pessoas. Encomendada pelo Sistema Meio Norte de Comunicação, a pesquisa tem margem de erro de 2,85 pontos e foi registrada no TRE-PI com o número 13.518/2010.

Comentário – O ex-prefeito Sílvio Mendes parecia o favorito, mas enrolou-se na escolha do vice e não agradou. Perdeu alguns pontos. O jogo está embolado e falta somente ajustar o discurso e o foco da campanha, o que não será fácil, tendo em vista o sestro das equipes de marketing local, contratadas para conduzir o trabalho nas três principais campanhas. Bom que sejam equipes locais, mas era necessário, pelos menos, ouvir ideias novas para sair do trilho rebatido. A chave da questão é saber o que o eleitor piauiense quer, depois de quase 8 anos do PT de Wellington Dias. A resposta pode sair partida entre Teresina e o restante do Piauí.
Sílvio Mendes não assume o papel de oposição, embora solte críticas ao modelo de governo vigente. Vai focar as obras que realizou em Teresina, referência vaga para os extremos do PI. Deverá andar os 223 municípios para aumentar o conhecimento e fazer identidade com o eleitor. Pode perder densidade no roteiro para o governador Wilson Martins, mas afeito à estrada, montado na máquina e tirando proveito do condutor – Wellington Dias. O discurso deve ser elaborado com cuidado, pois deve assumir o papel do continuísmo e de avanço. O mero continuísmo pode resultar pouco. Sobra na terceira raia o senador João Vicente Claudino, com apagado desempenho parlamentar na primeira quadra do seu mandato (tem mais 4 anos). Foi eleito a bordo do barco da reeleição de Wellington, à época imbatível e dele foi aliado até meses atrás. Não sabe encarnar o papel de oposição, ainda que a força do grupo empresarial do pai (João Claudino) lhe confira alguma sustentação. Também faz parte da base de apoio de Lula, mas não poderá usufruir do prestígio dele, já agregado ao candidato situacionista. Tempo pouco tempo de TV e se ficar só nas propostas fáceis pode perder fôlego logo na largada. Pode só estar querendo manter o nome em alta para o próximo embate eleitoral. Segundo turno certo.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Nós, Asnáticos Nordestinos

Sou cearense, ainda que não muito orgulhoso com a situação política do nosso Estado, e não consigo aceitar, como ente inteligente, que tenha de conviver com a arrogante mediocridade que querem nos empurrar. Quer a prova? Leia a declaração do governador/candidato do Ceará, Cid F. Gomes, apoiador de Dilma Rousseff (PT), no jornal O Povo, na matéria sob o título “Cid surpreende ao dizer que Serra é preparado e inteligente”, edição de 22/07/2010. Ele diz, ‘inteligentemente’, que Serra “é preparado, é inteligente, é competente”. Depois, completa o raciocínio: “mas o Serra é lá pro povo do Sul, ele não é pra gente aqui do Nordeste”. O que se pode inferir da declaração do governador, que quer ficar no trono por mais quatro anos?

Que nós, asnáticos nordestinos, não queremos (ou não merecemos) ser governados por alguém inteligente, competente e preparado, e, sim, o povo do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná). Até o irmão dele, Ciro F. Gomes, está na moldura asnática, como eleitor paulista, filho de Pindamonhangaba, Sudeste, portanto. E, ainda, que nós, como asnáticos nordestinos, temos de ser governados por seres semelhantemente asnáticos como o pernambucano Lula e a mineira (quase gaúcha) Dilma Roussef. E logo Cid F. Gomes explicou a razão: ”Lula trocou de nome, agora se chama Dilma, e por isso todos devem votar em Dilma”. Pelo que disse o governador/candidato, dá para concluir que somente seres asnáticos engolem votar em uma candidata que nem identidade tem. Lembro que quando Antônio Cambraia foi candidato para suceder Juracy Magalhães na Prefeitura de Fortaleza ficou conhecido como o boneco de Juracy. Mas, ele não deixou de ser o Cambraia. Agora, Dilma é o Lula que trocou de nome e virou Dilma Rousseff. Será que Freud explicaria?

Pode-se inferir também que Cid F. Gomes quis ser engraçado e estreou uma nova forma de bater (elogiando), ou de ameaçar (ele tem o irmão, deputado federal por SP, Ciro F. Gomes, para o bateu levou). Quis também passar a imagem de um grande político, que não precisava falar mal, ou atacar, quem quer que seja. Quem conhece a história dos Gomes sabe que não é assim. Essa ‘grandeza’ só existe porque a pesquisa, neste momento, lhe é favorável e é conveniente patrulhar os oponentes. Na campanha passada, Ciro F. Gomes subiu no palanque em Horizonte (município da RM de Fortaleza) e bradou contra Lúcio Alcântara (agora só ameaçado e chamado de rancoroso), tachando-o de fdp. Depois, a má repercussão o obrigou o usar a TV para pedir desculpas ao eleitor cearense pelo destempero.

Depois de ler a matéria, saí de casa e logo ao chegar à rua vi um carro de som passar executando uma música que pensei ser a de Luizianne na campanha de 2008, tal a semelhança. O veículo estava todo adesivado com o nome CID, o número, e a seguinte frase, que entendo ser o conceito da campanha: PRA FAZER MUITO MAIS (pode ser que não tenha o muito). Sinceramente, não sei se vou suportar MAIS.