ALAGOAS – AGRESSÕES E POLÊMICA
Carregando um rastro de sangue e de corrupção, o ex-presidente e atual senador, Collor de Mello (PTB), com mais 4 anos de mandato, prossegue sua trajetória de retorno político, agora pleiteando o governo de Alagoas. O início da campanha está sendo marcado por polêmicas e agressões. Começou com o surpreendente lançamento, em meio a contestações, e seguiu com a proibição judicial do uso associativo dos nomes de Lula e de Dilma Rousseff. Depois, ligou para sucursal da revista Istoé, em Brasília, e ameaçou o jornalista Hugo Marques: “quando eu lhe encontrar, vai ser para enfiar a mão na sua cara, seu fdp”. O telefonema foi gravado. A ligação foi consequência de uma matéria publicada na última edição de IstoÉ, na qual o jornalista relatava que todos os candidatos ao governo de Alagoas e 87% dos que concorrem ao Legislativo local têm algum tipo de problema com a Justiça.
Mesmo assim, Collor de Mello lidera a preferência do eleitorado, segundo pesquisa do Ibrape, realizada entre 9 e 13 de julho. Collor apareceu com 38%, o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) com 26% e o atual governador, Téo Vilela (PSDB), saiu com 21%. Mário Agra (Psol), 1%. Jeferson Piones (PRTB) e Tony Cloves (PCB) tiveram menos de um ponto percentual. O levantamento, contratado pelo PMDB alagoano, teve 2 mil entrevistas e foi registrado no TRE-AL com o número 7.322/2010. O Ibrape também verificou os números para a Presidência da República. O candidato José Serra (PSDB) e a candidata Dilma Rousseff (PT) apareceram empatados tecnicamente. O tucano aparece com 41% e Dilma tem 37% da preferência. Marina Silva (PV) tem 6%. Outros candidatos, juntos, somam 1%. Brancos, nulos e indecisos são 15%. Em eventual 2º turno, Serra teria 44% dos votos em Alagoas. Dilma, 40%. Brancos, nulos e indecisos seriam 16%.
Comentário – A candidatura de Collor de Mello mexeu a panela da sucessão de Alagoas, deixando o quadro cercado pela imprevisibilidade. A vantagem de Collor e o apoio declarado do senador Renan Calheiros não garantem sua presença no segundo turno, que certamente virá. O ex-governador Ronaldo Lessa e o atual governador Teotônio Vilela têm gordura para queimar e vão fazer uma campanha dura. O risco maior é vitimizar o ex-presidente aos olhos do povo. Será uma campanha de golpes baixos, com o marketing direcionado aos ataques.
SERGIPE – DISPUTA REPETIDA
Marcelo Déda, atual governador e candidato à reeleição, fez uma carreira que só deslanchou com a subida do PT ao governo. Até então não conseguia votos para uma eleição de vereador. Em 2000 foi eleito prefeito de Aracaju e reeleito em 2004, com 72,38% dos votos. Renunciou dois anos depois para concorrer ao governo do Estado, enfrentando João Alves Filho (DEM), que já foi governador por três vezes. Venceu com 52,48% dos votos no primeiro turno. Agora, o mesmo embate vai mobilizar os sergipanos. Déda luta pela reeleição e João Alves luta para lhe tomar o lugar. Há pesquisas recentes, mas não registradas. O último levantamento foi registrado pelo instituto Dataform (15 a 17 de junho) e mostrou o governador/candidato Marcelo Déda (PT) com 41%, seguido pelo ex-governador João Alves (DEM), com 34,4%. Vera Lúcia (PSTU) tem 3,2%; Pastor Arivaldo (PSDC), 1,6%; Nilson Lima (PPS), 1,3%; Reynaldo Nunes (PV), 0,8%; Leonardo Dias (PCB), 0,4%. A pesquisa foi realizada para o jornal Cinform, ouviu 1.067 eleitores, tem margem de erro de três pontos percentuais e foi registrada no TRE-SE com o número 5.829/2010.
Comentário – Pesquisas feitas pelos partidos, mas não registradas e, portanto, para controle interno, apontam que a situação entre os dois principais candidatos permanece estável, com leve tendência de crescimento de João Alves. Marcelo Déda não repetiu no governo o sucesso que obteve na Prefeitura de Aracaju e não consegue abrir vantagem que lhe garanta uma vitória de primeiro turno. O desenvolvimento da campanha aponta para um acirramento eleitoral. Até na rejeição, os dois candidatos apresentam números semelhantes. 27,1% dizem que de forma alguma votariam em João Alves, enquanto 24,455 garantem que da mesma forma não votariam de jeito nenhum em Marcelo Déda. Será uma campanha voltada para propostas, com valorização dos erros e pontos fracos de cada um. Em Sergipe, vale muito o bloco de aliados que o candidato consegue reunir. João Alves tem levado vatagem por ter ao seu lado as lideranças mais conhecidas. Disputa que tende a ser resolvida somente em segundo turno.
BAHIA – BASE DE LULA EM CONFRONTO
A primeira pesquisa eleitoral realizada pelo Datafolha após a oficialização das candidaturas revela que Jaques Wagner (PT) lidera a disputa, com 44% das intenções de voto. O atual governador é seguido pelo candidato Paulo Souto (DEM), com 23% das menções, pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), com 13%, e pelos candidatos Bassuma (PV), e Professor Carlos (PSTU), ambos com 1%. Foram citados, mas não alcançaram 1% das intenções de voto os candidatos Marcos Mendes (PSOL) e Sandro Santa Bárbara (PCB). Afirmam votar em branco ou anular o voto, 5% e outros 14% não sabem em quem votar. O levantamento ouviu 1.086 eleitores baianos entre os dias 20 e 23 de julho de 2010, em 51 cidades do estado da Bahia. A margem de erro desta pesquisa é de 3,0 pontos percentuais para mais ou para menos.
Comentário – Disputa na Bahia ainda não mostra clareza quanto a uma decisão de primeiro turno, embora a possibilidade apareça. Três são os candidatos mais competitivos e o segundo turno vai depender do desempenho de Paulo Souto e Geddel Vieira Lima, este em aberta disputa com Wagner pelo apadrinhamento de Lula, principalmente depois que a pesquisa mostrou que 48% afirmam que votariam no candidato apoiado por Lula, 25% talvez votassem nesse candidato, e 22% não votariam em um candidato apoiado pelo presidente. Por enquanto, é Jaques Wagner quem está faturando a popularidade de Lula. Para a maioria dos entrevistados (57%), o presidente Lula está apoiando o atual governador Jaques Wagner para a sucessão baiana, enquanto 6% dizem que Lula apoia o ex-ministro Geddel Vieira Lima e 3% dizem que ele apoia o ex-governador Paulo Souto. Dos entrevistados, 33% não sabem quem o presidente apoia na Bahia. O arrastão de Lula é a aposta de Wagner para vencer no primeiro turno.
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