O programa dos candidatos a governador do Ceará na TV estreou sem muitas surpresas. O formato foi o mesmo que vem sendo executado há muitos anos, sem qualquer inovação das técnicas de comunicação e sem levar em conta metalinguagem.
CID F. GOMES
Fez o melhor programa, como se esperava, porque tem o que mostrar. Quem é governo sempre tem, ou inventa. Basta lembrar que a Luizianne Lins foi reeleita assim. Não tinha o que mostrar, mas fez imagens de fabricação de doces, de Passagem de ônibus a um real e do Bolsa Família e levou. Cid F. Gomes encheu o estado de canteiros de obras. Hoje mesmo ele começou a fazer a Transnordestina, pelos lados do Brejo Santo. Por que só agora? Você sabe a resposta. Sobre o programa, Cid F. Gomes mostrou tudo, como um resumo e, depois, fez uma fala otimista, alegre e até com certa dose de humildade, o que não tem. Ainda colocou Ciro F. Gomes para falar e pedir voto para ele e para Dilma. Esqueceu (?) os senadores, para alegria de Jereissati. O jingle, aquele que é uma cópia do de Luizianne Lins em 2008, foi executado ao compasso das mais imagens das obras. Ao encerrar, colocou Lula para falar da parceria com o governo do Ceará, mesmo que todos saibam que não haverá Lula nos próximos 4 anos. Resumindo, um programa saia e blusa, ainda que bem executado em seu formato tradicional.
MARCOS CALS
Começa com um musiquinha ruim e com um locutor que diz Marcos “Cale-se”. O formato de imagens de sertão e de povo pobre é o que há de mais vulgar, principalmente se acompanhado por um repentista emendando a fala de Marcos Cals nos comícios ou reuniões. Veio, em seguida, o currículo de Cals, em formato aceitável. Mas a fala dele está mal produzida e o próprio candidato, também. O olhar está cansado e baixo e o pescoço continua a girar indomável. Tem de olhar mais para baixo e para a câmera. Ao final do programa, apareceu o patrono da candidatura, Tasso Jereissati. Ruim. Fez uma fala em tom baixo, comportada, e sem convencimento, quase pedindo desculpas à oligarquia. A fala de Tasso estava melhor e mais enfática no programa de senador. Perdeu o embate desta tarde. Precisa melhorar muito para enfrentar o rolo compressor das obras. Seria mais adequado entrar logo nas propostas e incluir algumas críticas.
LÚCIO ALCÂNTARA
Pouco tempo e menor ainda o conteúdo. A fala de Lúcio com ele atolado em uma mesa de trabalho não passa vontade, decisão e agilidade. O que fica é uma impressão de moleza, acomodação. O conteúdo da fala foi passável, mas precisa falar de forma mais incisiva, olhando desafiantemente no olho do ouvinte/eleitor. Talvez não seja possível, mas a linguagem televisiva deve melhorar muito. O jingle eu não lembro, mas ficou a imagem de um humorista de máscara, no modelo que já cansou as pessoas, como faz há 15 anos a TV Jangadeiro, perdendo audiência a cada dia. No final, entra a placa AGUARDE! Há de intuir que o que está sendo prometido é um quadro de humor, ideal para as bordoadas. Bom, bater através do humor é um bom caminho, mas fazer humor, da mesma que fazer críticas, não é fácil, principalmente quando o programa só passa uma nesguinha de 2 minutos. Ficou devendo no programa da tarde.
Fico devendo o programa de Lúcio, que é o unico que ainda não está disponível na internet.
Fico devendo os comentários sobre os candidatos dos pequenos partidos e dos senadores. Estão no forno.
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