domingo, 15 de agosto de 2010
Ambiguidade na Crítica
O respeito (ou medo de perder mais) que Jereissati tem com o poder estadual aqui no Ceará, José Serra manifesta com Lula, na campanha nacional. O máximo que faz Serra é dizer, com acerto, que “não se governa na garupa”. Estamos cansados de presenciar situações em que criaturas costumam ganhar vida própria longe do alcance do criador, quando assumem o poder. Engana-se quem vota em Dilma pensando reeleger Lula. Nunca é a mesma coisa, nos mostra a experiência.
É nítida a ambiguidade do tucano Serra ao criticar o governo federal, mas sem tocar no chefe dele. Mesma dubiedade que revela Jereissati em relação aos irmãos Gomes. Em Sobral, por ocasião de um comício, Jereissati quase pede desculpas ao povo sobralense por estar apoiando Marcos Cals e não a oligarquia Gomes. Este exercício de equilibrismo acaba comprometendo a confiança no destino da campanha, tanto aqui, como lá. Serra evita colidir com Lula e Jereissati foge do enfrentamento com Ciro F. Gomes, principalmente.
TERCEIRA VIA CUIDADOSA
Vivemos, ao que parece, uma campanha em que os principais candidatos pisam com cuidado para não acordar a ira do poderoso de plantão para não fechar definitivamente as portas do futuro. Mesmo a candidata do PV, Marina Silva, que só teria espaço encarnando uma terceira via corajosa, parece deslumbrada e satisfeita só com sua candidatura, tentando mostrar uma grandeza que está distante de realmente irradiar. Faz um discurso contido, evitando qualquer crítica ao governo ao qual serviu até outro dia e sequer alfineta a toda poderosa ministra Dilma, que foi a cerceadora de seus espaços como ministra do meio ambiente. Um comedimento que só interessa e só é interessante a quem exerce o poder e vê escancaradas as portas para prorrogá-lo.
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