JOSÉ SERRA
Quem viu o primeiro programa nacional do rico horário dito gratuito na TV pode perceber que o jogo vai ser duro. Começou em um clima de encharcar lenço. O candidato tucano, José Serra, foi o primeiro dos grandes e já mostrou suas armas, falando com otimismo e garra, só emocionalizando na hora de mostrar seus personagens, inclusos na sua atuação como governador de São Paulo ou como ministro da Saúde, e quando abordou sua trajetória de vida. O quadro apareceu invertido. Serra só colocou falas de pessoas atendidas em programas que ele implantou. Não apareceram nomes famosos ou de destaque da política ou outras áreas. Bem posicionado, em clima elevado, mas ignorando em larga escala a metalinguagem e os preceitos de Ferndinand de Saussure (semiótica). Sua mensagem é clara: O Brasil tem problemas, mas tem dados positivos, e, assim, ele pode fazer muito mais (está no como comercial). Só o jingle arranhou, para mim. Ele poderia dizer a mesma coisa sem falar no Lula (“...depois de Lula é o Zé”). Bobagem, ele não ganha nada com esse “depois”, mas somente se provar que tem competência –que acho que tem- de que pode fazer mais que o Lula/Dilma, nas mesmas condições.
DILMA ROUSSEFF
Estilo Lula de outras campanhas, com bom uso do simbólico. A estrada inicial parece muito com a estrada que Lula percorria na campanha anterior, chegando ao Planalto. Programa plenamente emocional, que poupou a candidata de falas complicadas e usando (Não o povo, como Serra) seu banco de crédito eleitoral: Lula, outras lideranças e parentes. Apareceu até o ex-marido. Jogou as vacinas para o caso de exploração de sua vida de terrorista passada e esbanjou comentários e falas de líderes sobre sua competência na gestão. A candidata de fala empolada e abusada só entrou nas boas, e mostrou até alguns momentos de emoção. Lula foi preciso no seu depoimento (está no ar também como comercial) e confirmou que será realmente o âncora do programa (e da campanha). A mensagem, todos já sabíamos: para o país continuar crescendo. Nada de música tema no primeiro programa, mas só trilhas de emoção bem no estilho dramalhão. Também nada de propostas. Programa forte, voltado para posicionar a candidata, agregando-lhe atributos positivos – mulher competente, preparada, firme e valente, mas humanitária e que sabe ser mãe. Bom progama. Mais somador que o de Serra.
MARINA SILVA
Posicionou-se como defensora do meio ambiente. Terminou dizendo que era Marina Silva, candidata a presidente da República. Pouco tempo e pouco conteúdo.
Os demais candidatos repetiram chavões ou reclamaram do pouco tempo. Sem comentários.
DEPUTADOS FEDERAIS-CE
As falas insípidas de sempre e o desfile de figurinhas carimbadas, algumas ainda tendo que explicar o 135 (Ficha Limpa). Merece destaque a fala de Ciro F. Gomes na abertura do programa dos deputados do PSB. Ele apareceu na abertura para agradecer ao povo cearense pelos mais de 630 mil votos na eleição anterior. Esperei até que fosse pedir desculpas por ter traído esse enorme contingente eleitoral, ao transferir seu domicílio eleitoral para São Paulo na desmedida ambição de ser candidato a presidente da República. Não fez (a prepotência não deixou). Disse apenas que não era candidato a nada (porque não pode) e pediu votos para os deputados e seu irmão Cid F. Gomes.
Na mesma linha, o candidato a governador, Lúcio Alcântara, abriu o horário dos deputados do PR, mas poderia ter evitado. Apareceu atolado em uma mesa de trabalho e o que disse nada significou. Só tirou o tempo dos deputados federais. Alexandre Pereira, candidato a senador, tomou também alguns segundos deputados federais do PPS, para pedir voto. Falou de quina e sem fixar o olho. Serviu, pelo menos, para se mostrar. Luizianne Lins igualmente abriu o programa dos deputados federais do PT. Falou pouco e tirou poucos votos.
Em resumo, todos ficaram como estavam.
COMERCIAS, AS VEDETES
Desde o início da manhã de hoje (dia 17/08/2010), os comerciais estavam no ar. Jereissati, candidato à reeleição ao Senado, foi um dos primeiros a aparecer. Foi direto ao assunto, falando de seus projetos no Senado (como o FGTS). Não quis perder tempo. Não fechou bem o comercial. Eunício, candidato ao Senado pelo PMDB, colocou seu jingle que tenta massificar o número 151 e as e o apoio. Só. É uma estratégia. Cid F. Gomes preferiu colocar dois comerciais logo no primeiro dia. Uma gravação com o presidente Lula, pedindo voto para ele, e outro, que mostra que ele e a equipe sabem copiar. Seu jingle é um remake do jingle de Luizianne em 2008 e o conceito usado no comercial é CID FAZ, que é igual ao JURACY FAZ. É um caminho.
Os comerciais, sem dúvida, são as vedetes do horário eleitoral. Como eles são inseridos na programação normal da TV podem ser "consumidos" sem que haja tempo para mudar de canal. Recebem, portanto, mais atenção e investimento.
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