segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Futuro Perigoso

Sério, acho que o Brasil está prestes a transpor o limiar da porta de um futuro perigoso, que a gente sabe como pode começar, mas nem de longe imagina como pode terminar. Presidente Lula, arrimado em uma popularidade de mais de 70% -e na placidez do judiciário- e não sendo ele candidato, ainda que tenha lançado o que agora supõe ser uma fiel escudeira, parece ter ingerido o soro da verdade e está soltando a língua, apresentando desenvoltamente o uniforme de ditador que escondia no armário.

Relembre os fatos que estão diariamente publicados na mídia dopada contra indignação. Vou recordar um deles. Em recente reunião, ao sancionar projeto que amplia os poderes do Ministério da Defesa e cria o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas e assinar projetos de lei para enviar ao Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que gostaria de ficar mais alguns anos no poder. Veja o que ele disse: "junto com essa lei, eu poderia ter mandado uma emendinha para mais alguns anos de mandato". Em seguida, afirmou que se pudesse voltar atrás, “teria comprado um avião maior ou dois”. E completou sua fala à plateia de generais (também dopados contra indignação), falando que “com mais um ano de mordomias e agrados, poderia chama-los de camaradas”, a saudação comunista que se tornou famosa durante a Revolução Bolchevique, que nunca teve objetivos proletários e foi enterrada pelo coveiro Josef Stalin.

Fico imaginando o que Marisa fala ao marido presidente quando os dois estão deitados na cama “real”, com a TV ligada: Lula, bem que você poderia ter continuado, ao invés de colocar a Dilma. Com esses políticos frouxos e aduladores, você teria conseguido. Mas você também foi frouxo. Tá certo que tá combinado que você volta daqui a quatros anos, mas sabe-se lá. Você confia realmente na Dilma? “Ele responde, sem tirar a vista do jogo: Claro, Marisa. Depois, eu vou ficar monitorando tudo”. Ao fim do jogo, sem sono, Lula sai do quarto e caminha pelos corredores do recém-reformado Palácio do Planalto, como aparece no programa de TV, enquanto rola em sua cabeça aquele jingle fascista com o trecho que diz "entrego em suas mãos o meu povo". Pensa no que disse Marisa e avalia, enquanto olha pela janela envidraçado o belo cenário iluminado em torno do palácio: “Marisa tem razão, é muito fácil contentar o povo. Mais cinco milhões no Bolsa e estava tudo resolvido. Os outros são mais caros, mas também aceitariam. Bastava uma emendinha, como eu disse para os generais. Em situação muito pior, meus amigos Chavéz, Evo, Ahmadinejad conseguiram, sem falar no companheiro Fidel, que manda há 50 anos. Bom, paciência. Vou fazer tudo para conseguir uma vitória estrondosa contra esses bobocas e aí, quando eu voltar, ninguém me tira”.

Um comentário:

  1. A estas alturas do campeonato, com Dilma prestes a ser eleita e Zé Dirceu ali na agulha, o Lula está certo de que não conseguiu um terceiro mandato, mas terá poder eterno. Ele será, num governo comuno-petista, uma espécie de presidente emérito do Brasil. Quem duvida que Dilma não vai segurar as rédeas do poder daqui a quatro anos? E se ela for fraca, virará uma Kerenski. Vide História da Revolução Leninista na velha Rússia de 1917.

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