Não bastasse a corrupção atestada na festa de 2006, que prefeita teima em negar (é claro), mas é uma verdade cristalina, o réveillon de 2008 já está sob suspeita. O edital convocatório da licitação não foi publicada no Diário Oficial do Município (o que é uma obrigação da lei). Quer dizer, é uma farra do dinheiro público só com os companheiros. Marxista esotérica dá nisso.
A FILA DA MORTE
Como quase todos os nossos jornais e TVs (e o rádio, também) de Fortaleza vivem do balcão de negócios públicos (para não dizer abertamente que são vendidos) não abordam as grandes questões que afetam o povo o jeito foi apelar para a Internet, pois esta ninguém domina. Os médicos do IJF criaram um blog que divulga o nome das pessoas que estão na fila da morte, ou seja, de doentes graves que aguardam vagas na UTI do IJF. Afora a questão ética e o interesse dos médicos em ganhar mais, óbvio, sobra principalmente a inaptidão da prefeita em administrar qualquer coisa. Esperta politicamente ela é. A prova é que até hoje não saiu do palanque, mas a política é um meio e não um fim. Mas, enquanto os doentes morrem na fila, a prefeita viaja pela Europa, compra carros blindados e faz discursos raivosos.
AGORA O VICE ASSUMIU
Na atual vilegiatura da prefeita Luizianne pela Europa, incluindo Paris, o vice Carlos Veneranda foi avisado e assumiu o posto de Prefeito (a Lei Orgânica de Fortaleza regula que é automática). Mas será que a prefeita lembrou de pedir autorização à Câmara Municipal para se ausentar do País? Na vez anterior que viajou (há menos de um mês), a prefeita não pediu permissão e nem passou o cargo ao vice. É motivo de cassação, diz o Decreto Lei 201, artigo 4°, que define e estabelece as sanções sobre as infrações de natureza administrativa. Quem se habilita a pedir? Evidente que como a CMF é em sua maioria vendida pode chegar um pedido com data atrasada e ser acatado. Mas que não houve notícia alguma de leitura de pedido da prefeita para se ausentar do País, com certeza, não houve.
TROPA DE ELITE
Você já assistiu a esse apologético filme? Eu não assisti e não vou, nem de navio, como costuma dizer um amigo. Pelo que li e pelo que me contaram fiquei ensimesmado. Não seria, como a maioria dos filmes sobre violência, mais um a fazer a apologia da violência ao invés de provocar uma reflexão? Minha preocupação é partilhada por algumas pessoas que estudam e a violência aqui e a alhures. Sobre o assunto veja o que disse o filósofo espanhol, professor da Universidade de New York, Eduardo Subirats, ao jornal Estado de S. Paulo:
Sobre esta classe de películas deve-se recordar que a diferença entre o culto à violência e a reflexão sobre a violência é tão tênue como uma brisa. Além do mais, o problema da violência urbana não se resolve com filmes, mas com uma vontade política de acabar com ela. Porém, hoje, assistimos mundialmente ao fenômeno oposto. Desde Bagdá até Tijuana, o crime organizado é um dos grandes negócios do século: o tráfico ilegal de drogas, armas e seres humanos que este crime ampara militar ou paramilitarmente é um dos grandes dilemas do nosso tempo.
OS VELHOS FASCISMOS
Como um dos intelectuais mais influentes da atualidade, Subirats também fala, como já abordamos aqui, sobre o momento antielitista/intelectual que vivemos:
Intelectual midiático não é elite, não é transformador!
O que distingue intelectualmente uma elite não é o poder político ou institucional da classe que seja. O poder institucional define a burocracia, o intelectual orgânico ou a estrela literária. O que distingue uma elite intelectual em um sentido estrito não é o poder político, mas a capacidade de desenvolver uma crítica, de criar uma forma de ver, de pensar e de ser, reside na força reformadora e transformadora das linguagens e a consciência de uma sociedade. Nesse sentido, hoje vivemos em uma era antielitista, um antielitismo que se crê democrático, mas na realidade recolhe o pior da herança antiintelectual dos velhos fascismos. Vivemos em uma era na qual o papel educador e orientador dessas elites intelectuais tem sido tomado e monopolizado pelo burocrata acadêmico, pela estrela da mídia, pelo agente editorial, pelo administrador político.
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