segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A RESPOSTA DAS URNAS


Os institutos de pesquisa não têm o que comemorar nas eleições encerradas no domingo, dia 3/09/10. Erraram de sobra e exerceram uma nefasta influência de voto em muitos dos embates – para não dizer em todos. O Brasil precisa decididamente encontrar uma saída para a convivência entre o pleito e as pesquisas. Salvo exceções, a maioria dos institutos se vende e passa a atuar como peça, meio, atividade de campanha. Felizmente, o eleitor brasileiro sabe o que quer e o papel revoltante das pesquisas não chegou a ser tão prejudicial. Pode parecer que o que estou dizendo a respeito do comportamento do eleitor seja impensado ou sem conteúdo teórico. Mas os fatos podem ser observados com até certa facilidade, ainda que considerando as variáveis, em várias situações em estados brasileiros. As urnas trouxeram claros recados e lições. Voltaremos ao assunto em um ensaio sobre a resposta das urnas ao Brasil.

Para começar, veja a seguir o primoroso trabalho do eleitor Feliciano Maduro (publicada por Reinaldo Azevedo):


O BRASIL DO IBOPE E O BRASIL QUE SAIU DAS URNAS

As áreas vermelhas, nos mapas acima, indicam vitória de Dilma; as azuis, de Serra; o que está em cinza, indefinição. À esquerda, está o Brasil como o Ibope disse que ele era no dia 2. À direita, o Brasil que saiu das urnas.

Não fosse a estúpida loquacidade dos responsáveis pelas pesquisas no Brasil, que passaram a falar mais do que diziam seus números já perturbados, há esse constrangedor contraste.
Ainda falaremos muito sobre pesquisas nos próximos dias e os analistas que se tornaram contínuos ou do erro ou da má fé. Os “especialistas em pesquisa” do Estadão, Daniel Bramatti e José Roberto de Tolerado, deram o seguinte título para a reportagem sobre os mapas de votação: “Marina tira eleitores de Dilma, que perde em mais estados do que se previa”.

O que faz aí este “se” como índice de indeterminação do sujeito, cara pálida? Quem previa? Preparem-se para a reação corporativista dos institutos. Reivindicarão o direito de continuar declarando que estão certos -mesmo errados. O resultado de seus levantamentos nos estados também é uma tragédia. Daqui a pouco um deles sai da toca para acusar os críticos de “obscurantistas”. Os honestos tratem de rever sua ciência, coisa que os desonestos não farão, é claro! Em qualquer dos casos, os loquazes diretores de instituto devem falar menos e acertar mais.

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