O brasileiro já não acredita em quase nada quando se trata
de roubalheira do dinheiro público. O caso do senador Demóstenes Torres
(DEM-GO) foi o pingo que fez o açude da descrença transbordar. O paladino da
ética era na verdade um farsante de grande envergadura, que acendia uma vela a
Deus e outra a satanás. Foi desmascarado e derrubou por terra qualquer resto de
esperança de que a corrupção nesta país um dia seja banida por mais que se
gaste papel divulgando as maracutaias.
É mamata para todo lado e quando alguém ousa levantar a voz
tentam abafa-la como se fosse crime, e não obrigação, ser honesto. Recorde o
caso da ministra corregedora do CNJ, Eliana Calmon, quase crucificada por
tentar apurar negociatas na Justiça. E não há um só dia de folga. As notícias
sobre corrupção tomam conta dos noticiários, sejam eletrônicos, sejam
impressos.
A Revista Época publica matéria que mostra mais um
"rio" da facilidades na esfera do poder estadual no Ceará: refiro-me
ao caso dos empréstimos consignados. Não é nova a denuncia. Já há algum tempo
rola e já chegou ao Ministério Público. E o que também não é novidade é que não
existe providência para apurar a maracutaias, que envolvem um genro do
secretário Arialdo Pinho (foto). Nas primeiras denúncias, só desmentidos.
Agora, com a nacionalização do escancarado tráfico de influência é que o
governador Cid Gomes (PSB-CE) declara que quer saber do caso para ver se há irregularidades.
Enquanto se espera e se esquece, a torneira vai continuar irrigando as fartas
contas dos beneficiários do esquema. Afinal, é como dizia uma filósofo amigo:
dinheiro e voto só presta de muito.
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