sexta-feira, 10 de junho de 2011

A VITÓRIA DO CRIME

O dia apenas começava, bonito e ensolarado, aqui na borda praia do Meireles, em Fortaleza, quando fui tomado pelo medo deste meu Brasil varonil. Abri a TV para assistir os jornais e foi no momento das entrevistas sobre o assassinato de um jovem campus da Universidade de São Paulo (USP). Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, havia se apresentado, em companhia de um advogado, confessou participação no crime de latrocínio, disse ainda que o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi morto porque reagiu (“ele reagiu e tomou bala”), e saiu em liberdade, enquanto segue a apuração do crime.

Nas entrevistas, ao sair em liberdade da delegacia, o suspeito(?) de ser um dos criminosos disse que haviam abordado primeiro uma jovem portadora de necessidades especiais, mas “nóis sentiu dó dela e liberamo" (idioma que o ministro da Educação, Fernando Haddad quer adotar no Brasil). Em seguida, o advogado de defesa, Jeferson Badan, também deu entrevista. Ao explicar as razões de seu cliente para NÃO ENTREGAR OS COMPANHEIROS DO CRIME, soltou uma enfiada de insanidades. Uma delas superou qualquer esperança de uma vitória do atual aparato de segurança e justiça contra o crime: "é questão de ética do crime. Todo o bandido tem ética. EM TODAS AS PROFISSÕES HÁ ÉTICA”, ressaltou Jeferson Badan, sem disfarçar a irritação.

É este o exemplo que este governo, que está aí há quase nove anos, passa à sociedade. O que dizer, indago, depois que Palocci foi aplaudido de pé (até pela presidente da República) em sua despedida do ministério e que Cesare Battisti ganhou a liberdade?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A SERRVIÇO DO MAL

A odienta deputada Raquel Marques entra com duvidoso pedido de licença remunerada por 120 dias. Causas: vertigem, cefaleia e dores musculares. Tudo enganação, como é praxe no PT. A deputada, de atuação medíocre, só serve ao mal. É autora do projeto de controle da liberdade de imprensa. Ideal era que ela saísse de vez da vida pública, porquanto nada acrescenta.

REPÚBLICA DO PT


E o procurador geral da República do PT, Roberto Gurgel, com aquele semblante insosso, também devia pedir o chapéu, não? O ministro Palocci caiu no mesmo dia em que ele soltou parecer determinando o arquivamento do pedido da oposição para abertura de investigações. No desastroso parecer, mais uma peça de absolvição, o procurador argumentou que "a lei penal não tipifica como crime a incompatibilidade entre o patrimônio e a renda declarada", ou seja, o enriquecimento foguete. Se assim não fizesse, conscientemente, o procurador abriria as asas da lei sobre tanta gente que teríamos de construir presídios em regime de mutirão. Quer ver? Lulinha (filho do ex-presidente), Sarney, Palocci (claro), Renan Calheiros, Delúbio Soares, Daniel Dantas, Marcos Valério, Joaquim Roriz...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

CIRO A ROBERTO CLÁUDIO: EU SOU VOCÊ AMANHÃ

(A foto é republicada para que você possa visualizar com precisão o reflexo de ex-deputado paulista Ciro F. Gomes no espelho sucessório de Fortaleza)


Em comentário anterior mostrei a habilidade da família Gomes no circo eleitoral que eles costumam montar às vésperas de eleições, como agora. O espetáculo do circo já foi iniciado, mas terá sua maior função no primeiro domingo de outubro do próximo ano. O picadeiro foi a Assembleia Legislativa do Ceará. O ex-deputado paulista, Ciro F. Gomes (PSB), tentava falar sobre a questão ambiental, mas como ele nada sabe do assunto, usou o tempo para sentar fogo na prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT). Seu objetivo era reduzir o tamanho da barganha no momento da escolha do nome para a sucessão de Fortaleza.

O mais velho dos Gomes gostou dos ecos do ato e não perdeu tempo; logo no dia seguinte tratou de embaralhar o jogo sucessório, prenhe de candidatos a candidatos de um lado (PSB) e do outro (PT), e já jogou um nome às feras: o roliço Roberto Cláudio (confira no link abaixo), que mesmo sendo um deputado de poucos votos, caiu nas graças da família Gomes. Foi brindado com a presidência da Assembleia do Ceará e agora tem seu nome lançado pelo ex-deputado paulista para a prefeitura. A questão é: isso é mais um prêmio ou um castigo? Amizade ou sacanagem? É tudo ao mesmo tempo. É o jogo circense sem ética e oportunista dos Gomes. É Ciro no espelho, conforme se vê na foto. Como Roberto Cláudio, um deputado de poucos votos em segundo mandato, Ciro F. Gomes, embora em circunstâncias diferentes, foi pego no último instante* para ser candidato a prefeito de Fortaleza, substituindo a então petista Maria Luiza Fontenelle. Ele ganhara alguma notoriedade como líder do primeiro Governo Tasso em uma AL conflagrada, sob o comando do deputado Antônio Câmara.

Roberto Cláudio foi pego muito antes do último instante. Tem tempo para se confirmar ou se queimar no pântano apinhado de pretendentes. Claro que, para ele, tudo resultará em lucro. Não fossem os Gomes, seria um deputado a marcar passo até a próxima e duvidosa reeleição. E quais as consequências da fala de Ciro F. Gomes? E mais: será que o irmão governador e presidente do PSB sabia do lançamento do nome de Roberto Cláudio? Resposta para a primeira indagação é: muitas; para a segunda: sim. O próprio irmão governador fez o mesmo espetáculo quando lançou o nome do irmão mais velho para o Senado, dois ou três meses passados, gerando iguais consequências ainda que com menor repercussão, porquanto mais reduzido o número de pretendentes. Inácio Arruda (PC do B) foi o mais atingido.

Em verdade, a fala do ex-deputado paulista foi uma resposta intestina ao grupo petista do PSB, comandado por Sérgio Novais, presidente municipal da legenda, que havia aprovado a indicação da irmã e deputada estadual Eliane Novais para ser candidata à sucessão de Luizianne Lins. Na ocasião, os Gomes teriam dito que a pretensa postulação de Eliane era um "balão de ensaio" com vistas a fortalecer Luizianne no comando da disputa pela sua sucessão. O troco foi dado. Roberto Cláudio é o segundo balão de ensaio que sai das hostes do PSB, este com vistas a fortalecer Cid F. Gomes na condução da campanha sucessória. O problema é que agora a espingarda espalhou chumbo em outras direções. Os ferimentos produzidos de um lado e do outro podem levantar um muro de separação entre os aliados nem sempre pacíficos.

* Aliás, depois do último instante. Àquela época o prazo de filiação era de seis meses. Ciro F. Gomes era filiado ao PMDB de Sobral. Foi feita uma transferência com data atrasada para ele poder concorrer, contando com a benevolência de Mauro Benevides, que então tinha o domínio da máquina peemedebista e estava satisfeito por ter indicado como vice Juracy Magalhães.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=991287

quarta-feira, 1 de junho de 2011

PRIMEIRA FUNÇÃO DO CIRCO ELEITORAL

Veja no espelho o candidato que Ciro F. Gomes quer na Prefeitura

O ex-deputado federal paulista, Ciro F. Gomes (PSB), usou o tempo de sua palestra na Assembleia para atacar a prefeita Luizianne Lins (PT). Deveria falar da questão ambiental, mas como é um assunto que ele não entende, mudou o foco e ajustou a mira contra a aliada do PT, confirmando ser o maior oposicionista da administração petista, posicionamento que nem o PSDB com suas lideranças gordas e confusas conseguem. Ciro F. Gomes, de passagem, soltou um rojão contra a presidente Dilma Rousseff, de quem também é aliado, mas não larga o osso, já que mantém alguns cargos na administração federal.

O que o paulista Ciro F. Gomes disse da prefeita:

• “A cidade está absolutamente sofrida e não conta com planejamento”.
• “Fortaleza não aguenta mais tanto descalabro. (...) As pessoas comentam um buraco na rua, mas isso passou, passa uma camada de asfalto e engana todo mundo de novo”.

O que o paulista Ciro F. Gomes disse da presidente:

“O país está caminhando para a falta de estratégia e construindo uma perversão neoliberal”.

Em verdade, o mais velho dos Gomes está cumprindo um papel no circo que eles montaram para dominar a política brasileira, mas que, por um erro de estratégia chantagista (transferência do título dele para São Paulo com a promessa de ser candidato ao governo paulista), acabou sobrando apenas o Ceará. Até o partido está nas mãos do governador pernambucano, Eduardo Campos, que não lhe dá espaço. Por isso, carregado de firmeza ideológica, ele já ameaça se transferir para o PDT, para decepção do deputado papangu, Zezinho Albuquerque, secretário geral estadual do PSB, que afirma que os irmãos Gomes ficarão na legenda socialista, que ele não sabe o que significa.

Ciro F. Gomes atira contra Luizianne para reduzir a barganha no momento em que for discutida a sucessão estadual. Ele e o irmão governador, como a prefeita, sabem que representa um risco muito grande romper a aliança em 2012. Uma dissensão na parceria, que perdura por cinco anos, comprometeria a sustança dos dois e abriria espaço para um terceiro grupo, entre os quais o enfraquecido PSDB.

STALINISTA CONFESSO

“Há uma diferença entre o Hitler e o Stalin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stalin lia os livros antes de fuzilá-los. Ele lia os livros, essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”. A fala é do ministro Fernando Haddad durante audiência na Comissão de Educação do Senado, em defesa do livro didático “Por uma vida melhor”, que propõe como válida a fala popular mesmo com seus erros gramaticais. Enfim, a confissão. Ele, menos provável, e sua equipe leram o livro e fuzilaram a gramática. Nenhum comportamento é tão stalinista como a manipulação do ensino público que pretendem fazer o ministro Haddad e sua equipe.

Até quando a presidente Dilma Rousseff vai deixar em sua equipe stalinistas como Fernando Haddad e Palocci? A não ser que ela também...