O dia apenas começava, bonito e ensolarado, aqui na borda praia do Meireles, em Fortaleza, quando fui tomado pelo medo deste meu Brasil varonil. Abri a TV para assistir os jornais e foi no momento das entrevistas sobre o assassinato de um jovem campus da Universidade de São Paulo (USP). Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, havia se apresentado, em companhia de um advogado, confessou participação no crime de latrocínio, disse ainda que o estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, foi morto porque reagiu (“ele reagiu e tomou bala”), e saiu em liberdade, enquanto segue a apuração do crime.
Nas entrevistas, ao sair em liberdade da delegacia, o suspeito(?) de ser um dos criminosos disse que haviam abordado primeiro uma jovem portadora de necessidades especiais, mas “nóis sentiu dó dela e liberamo" (idioma que o ministro da Educação, Fernando Haddad quer adotar no Brasil). Em seguida, o advogado de defesa, Jeferson Badan, também deu entrevista. Ao explicar as razões de seu cliente para NÃO ENTREGAR OS COMPANHEIROS DO CRIME, soltou uma enfiada de insanidades. Uma delas superou qualquer esperança de uma vitória do atual aparato de segurança e justiça contra o crime: "é questão de ética do crime. Todo o bandido tem ética. EM TODAS AS PROFISSÕES HÁ ÉTICA”, ressaltou Jeferson Badan, sem disfarçar a irritação.
É este o exemplo que este governo, que está aí há quase nove anos, passa à sociedade. O que dizer, indago, depois que Palocci foi aplaudido de pé (até pela presidente da República) em sua despedida do ministério e que Cesare Battisti ganhou a liberdade?
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