Dia 7 de outubro vindouro teremos o vestibular nacional para
escolher os prefeitos que administrar os 5.564 municípios brasileiros. Dos
aprovados em 2008 (5.563) muitos não honraram como deviam a procuração que
receberam dos eleitores. Aconteceram 383 trocas de prefeitos, sendo 210 por
cassação (48 deles por infrações à legislação eleitoral). O segundo motivo para
a troca de prefeito é a morte: 56, sendo que oito foram assassinados ou se
suicidaram. No Ceará, 18 dos 184 prefeitos foram afastados por decisões
judiciais.
Agora, já vivemos o agito preparatório do próximo vestibular.
Muitos fazem os cursinhos na tentativa de conseguir a difícil aprovação das
diversas bancas examinadoras para a indicação que os habilita à prestação do
exame. Regras novas, como o Ficha Limpa,
apimentam a disputa prévia. O STF, dois anos depois da lei entrar em vigor, validou
na noite de quinta-feira (16/02/12) a aplicação integral da Lei da Ficha Limpa,
que deixa inelegíveis políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas,
cassados pela Justiça Eleitoral ou que renunciaram ao cargo eletivo para evitar
processo de cassação.
Alguns candidatos, no último estertor, ainda tentam escapar
da lei para garantir uma candidatura natimorta. Estão com processos à beira de
julgamento e perdem tempo enviando influentes "amigos" para falar com
juízes, desembargadores e ministros na busca desesperada de atrasar o processo.
Trabalho perdido. O pior de uma candidatura é o eterno processo de explicar o inexplicável.
A lei do Ficha Limpa, como disse o presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, vai
criar um "filtro" contra a corrupção na política brasileira.
CANDIDATO
OBSESSIVO
Há situações, aqui e ali, de políticos que teimam em
arrancar uma candidatura em situações tão adversas, que colocam em risco a
posição que têm, e que já seria muito segurá-la. São pré-candidatos que se
apresentam com processos correndo na Justiça, na iminência de cair no Ficha
Limpa, e, ainda, sem base de apoio, movidos somente pela obsessão de conquistar
o poder.
Os casos judiciais são pontuais em vários municípios
cearenses. Em outros, como Fortaleza, a questão é de base partidária, e, talvez,
não somente por isso. No caso do PSB, o mais velho dos Gomes (Ciro), mesmo sem
emprego (mandato), rasga o verbo, como é do seu estilo, e rejeita todos os
pré-candidatos a prefeito cotados por Luizianne (PT-CE). “Nem pensar! Nenhum
deles”. O irmão governador (Cid) e presidente do PSB-CE, mais vaselina, mal-disfarça
a rejeição ao dizer repetidamente, como se ele próprio precisasse acreditar, que
"não terá controle sobre o diretório (municipal) do partido, se não for
conversa muito bem azeitada do PT com o PSB”.
Há menos de 30 dias para desincompatibilização e pouco mais
de 90 para as convenções, os irmãos Gomes pavimentam o caminho para o que der e
vier. Ciro releva que seu irmão Cid Gomes, presidente do PSB no Ceará,
encontra-se “isolado” no partido ao defender que a sigla apoie um candidato do
PT, acrescentando que há possibilidade de o partido não apoiar o candidato do
PT ainda que Cid tenha fechado acordo com a prefeita Luizianne Lins (PT) em
torno de uma candidatura petista.
A fala
histriônica de Ciro atomiza vontades até de aventureiros que borboleteiam em
torno do processo. O senador Eunício fala em lançar candidatura do PMDB-CE. O
outro senador, Inácio Arruda (PC do B-CE), também, porque precisado já que termina
mandato e não tem votos para renová-lo. E aí, na cauda esfuziante do cometa, aparecem
Roberto Cláudio (PSB-CE), Danilo Forte (PMDB-CE), o senador José Pimentel e
outros de menor expressão. Tudo planejado. No mínimo, o tiro de festim servirá
para aumentar o preço da barganha.
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