Há muito tempo não via nada mais prepotente do que o fecho
(ou encerramento) da propaganda do PSB, feito pelo governador do CE, o
socialista Cid Gomes. O arauto convidado fala sobre um assunto, que é escalado
pelo Governador, também presidente estadual do partido, e o generoso governador
cearense entra no final para dizer, encerrando o VT: "...trabalhar para melhorar a sua (minha) vida."
Temos um governador oligarca, ungido dos deuses, trabalhando para melhorar a
minha vida, sem se preocupar com a dele. Quase uma divindade, sem dúvida, ainda
que, às vezes, incompreendida.
Claro que quando fala que ele (que também é o partido, é o
Estado e o governo) "trabalha para melhorar a minha (sua) vida",
não está se referindo às pessoas que, como essa família que aparece na foto que
você vê acima, vivem em extrema pobreza. Essas pessoas fazem parte de uma
discurso roto, que escutamos há muito tempo, de erradicação da miséria.
De qualquer modo, para reavivar a privilegiada e refinada
cabeça do governador, hoje o mais importante integrante do clã Gomes, registro
uma frase de um homem pobre do Quênia (que bem poderia ter sido alguém de
Arneiroz, no Ceará, ou de Guarbibas, no Piauí), dita ao ensaista William T.
Vollmann, que lhe perguntara o que era pobreza:
“NÃO ME
PERGUNTE O QUE É POBREZA PORQUE VOCÊ VIU ELA DO LADO DE FORA DA MINHA CASA.
OLHE A CASA E CONTE O NÚMERO DE BURACOS. VEJA OS UTENSÍLIOS E AS ROUPAS QUE
ESTOU USANDO. OLHE TUDO E ESCREVA SOBRE O QUE VIU.
O QUE VOCÊ ESTÁ VENDO É POBREZA”.
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