quinta-feira, 10 de maio de 2012

PESQUISA MOSTRA PRIMEIRO TABULEIRO ELEITORAL


A primeira pesquisa do Ibope, publicada nos jornais, sobre a sucessão em Fortaleza reforça o discurso fanfarrão de Ciro, o mais velho integrante do clã Gomes. O eleitor fortalezense quer mudar tudo por estar empanturrado com o modelo que lhe é imposto há quase oito anos, e que, efetivamente, não deu a Fortaleza a cara que o povo queria, ou esperava. Está é uma leitura que está expressa claramente na pesquisa.




Os números falam claro. Estão neles as explicações da candidatura do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), da defesa de candidato próprio (PSB) e dos ataques à prefeita Luizianne Lins, que faz Ciro Gomes. O mais velho do clã Gomes só contraria (e aí se nivela) a pesquisa na hora em que apresenta os nomes dos prováveis candidatos do seu partido: Roberto Cláudio, Salmito e Ferrúcio. São nanicos, no mesmo nível que os apresentados pela prefeita: Elmano, Guilherme Sampaio e Arthur Bruno. Explique-se que Salmito e Sampaio não foram incluídos na pesquisa. Nada mudaria. Quando Ferrúcio e Bruno entram, há uma pequena mobilidade positiva para os dois, mas nada que entusiasme. Trata-se apenas de um indicativo de maior "recall".

Sinceramente, se há uma coisa que espanta na pesquisa é a presença do nome de Moroni, que está ausente do Ceará há quase quatro anos, pois cumpre missão de sua igreja (Mórmon) em Lisboa, Portugal. Os demais, em maior ou menor escala, estão constantemente na mídia. Já se esperava o nível de reprovação da prefeita Luizianne pelo fortalezense e a queda de aprovação do próprio governador Cid, mas não se esperava que o povo rejeitasse com tanta convicção a permanência da aliança Cid-Luizianne. Será que o fortalezense está resgatando a identidade do passado, quando só votava na oposição em relação ao governo? 

O cenário que mostra a pesquisa do Ibope de final de abril não muda muito do que foi captado na pesquisa, também do Ibope, de meados de Março (não foi registrada no TRE e não pode ser publicada), a que tive acesso. Há diferenças de nomes. Roberto Cláudio, Ferrúcio não são pesquisados. Salmito e o senador Pimentel aparecem. Os líderes são os mesmos, terceiro e quarto também. Na pesquisa anterior, Arruda, em todos os cenários, oscila entre 31 e 35%. Na atual, oscila (negativamente) entre 25 e 27%. Moroni, Férrer e Cals aparecem nas duas em idênticas posições.

O que tudo isso significa?

Implica que muita variação vai acontecer a partir do momento em que todos os times entrarem em campo para valer (a dica é de graça). Inácio achata, mas não baixa tanto, a não ser que erre, Moroni, se aparecer, segura o índice e pode até crescer, pois ainda tem capital. Marcos Cals e Heitor Férrer terão muitas dificuldades. Dos candidatos do PSB e do PT, só o deputado Bruno pode chegar a um patamar inferior de segundo turno. Os demais vão repetir o desempenho do candidato Aloísio, na eleição de 2004, a não ser, repito, que se crie, no processo, uma situação como ocorreu na eleição de 2004, que fabricou Luizianne. Em situação normal, ela não existiria. Lembra-se? 

Vou rememorar. No dia 9 de setembro de 2004, o DataFolha publica a seguinte pesquisa: Cambraia (PSDB), 28%; Moroni (PFL), 24%; Inácio Arruda (PCdoB), 23%. Luizianne Lins (PT), que tinha 3%, agora tem 8%, e Aloisio Carvalho (PMDB) foi de 2% para 5%. Você lembra que Moroni ficou em primeiro lugar e foi com Luizianne para o segundo turno. Tudo partiu de um erro de Inácio Arruda e de alguns setores, ou alas, do PT. Moroni foi para um segundo turno sem dinheiro e tendo falado demais (disse que não queria apoio do Jurubeba e do Cambeba). Só restou a ele o risível apoio (velado) de Sergio Machado e Eunício Oliveira. O dinheiro prometido não apareceu. Foi traído e, claro, derrotado.

Pode parecer, mas eleições (situações eleitorais) nunca se repetem.

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