quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O FAZ DE CONTA DA SAÚDE, PÚBLICA OU DOS PLANOS


Tento ser a favor dos médicos no caso do pessoal que vem de fora e não consigo. Eles vivem de maltratar o paciente (sei que há exceções). Acabei de passar por uma que só suportei porque estava em um dia bom, sem querer briga e já preparado para o que viria. Vou resumir. Fui ao Otorrino para uma consulta, através de um convênio falido (só quanto ao serviço) como a Unimed e outros tantos. O médico me atendeu com alguma atenção. Viu meu ouvido e meu nariz. Para o processo alérgico do nariz, que ele disse que eu tenho, passou um descongestionante nasal e uns comprimidos. Tudo bem, mas no caso do ouvido, ele viu que havia cerume em excesso no ouvido direito, mas não extraiu, através de lavagem auditiva ou sucção, como é normal e fiz diversas vezes. Disse que seria o caso de uma outra consulta, que eu teria de pedir autorização ao plano. Ora, eu fui lá para extrair a cera, que me causa dores, zumbidos e até vertigens, porque o cerume acumulado pressiona o labirinto. Mas isso não interessou ao cidadão/médico, que só estava ali para ganhar o valor, por mais irrisório que seja, da consulta. É um procedimento vergonhoso. Para ter outra consulta, ele deixa o paciente com dores e tonturas. O jeito, foi sair de lá e pagar R$ 150,00 por uma consulta particular para que o outro médico lavasse os meus ouvidos.

É ou não este o Brasil varonil que o PT (& aliados) há mais de 10 anos prometeu mudar? Que médicos nós temos? E são médicos desse nível de compromisso ético que os planos de saúde contratam. OUTROS, MAIS PRESUNÇOSOS, preferem colocar os conveniados no fim fila. E o caso do filho do presidente da Unimed, Mairton Lucena, que só marca para julho de 2014. Convênio, é claro. Há ainda aqueles que cobram, por fora, um complemento. A resultante infeliz de tudo é que, seja pública ou particular (através de planos de saúde) a saúde brasileira não funciona. Só no dinheiro vivo, paga pelo particular – um mês de UTI quebra qualquer milionário de meia tigela – ou, preferencialmente bancada pelo poder público maior – como a que bancou o tratamento de Lula e agora de Sarney. O mesmo poder público maior que GASTA mais R$ 23 milhões com contratação particular de aeronaves e 3,4 milhões com um cardápio das arábias.

Criam uma agência de saúde (ANS) que não consegue impor uma norma. Não sabe o que fazer, por exemplo, na relação conflituosa dos planos de saúde com os conveniados de mais de 60 anos de idade. Os planos não querem aceitar ou então elaboram uma tabela de preços proibitiva. O meu caso, por exemplo, como o de milhares de pessoas, é de tripla contribuição, às vezes, até tetra. Como funcionário público me é descontado um percentual para o ISSEC. Pagava, até recentemente, um plano de saúde (era a Unimed). Quando sou contratado para um serviço, pago INSS. E como nada disso funciona, pago consultas e exame e até cirurgias (graças a Deus, pequenas) particulares. E preste atenção que a Unimed está com uma campanha no ar dando 25% de desconto aos policiais militares do Ceará, certamente com o aval do governo, que deveria dar impulso e fazer funcionar o ISSEC (ao invés de se banquetear), já que acabou com o Hospital e o serviço de saúde da PM, mas desconta um percentual para o serviço de saúde, que não existe. Penso que vai para o ISSEC. É um reconhecimento do governo do Ceará que o serviço público de saúde não funciona e tampouco o ISSEC (antigo IPEC).

Você deve ter visto no jornal Nacional da Rede Globo, que, vez por outra, solta uma matéria mais comprometedora, uma reportagem sobre o homem de mais de 60 anos, em Minas Gerais, que teve um sincope na rua e passou quase uma hora para ser atendido, vindo a morrer a caminho do hospital.  O SAMU não tinha ambulância e a PM mineira, apesar de tentar passar o caso, acabou fazendo o tardio socorro. No Maranhão, uma jovem pariu o filho na porta da maternidade, por falta de atendimento. Casos corriqueiros no mundo representados. Fico pensando se os representantes Sarney e mesmo Lula teriam sobrevivido se estivessem na situação daquele homem que desmaiou nas ruas de Minhas! Mas ele era apenas um eleitor/representado no poder...


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