quarta-feira, 26 de junho de 2013

EFEITO PEC 37 E REDUÇÃO DE TARIFAS É POUCO


O Congresso Nacional e a presidenta Dilma estão apenas em um descarado faz de conta. Retomam a mesma toada de enganação como se o movimento das ruas pudesse ser contemplado apenas com lenga-lenga. Imagine que o próprio presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que o PT ameaçou queimar, conforme a Veja (foto), está apresentando projeto para moralizar o Congresso. E reaparece trabalhando como se não devesse nada ao contribuinte, ao País. A Câmara fez um arrastão, um pouco diferente dos que costumava fazer, e rejeitou – tão rápido que até surpreendeu – a PEC 37, ou seja, mantém o ministério público na investigação, para desgosto dos deputados Perboyre Diógenes (PMDB-CE) e Osmar Baquit (PSD-CE), do pessoal dos consignados do Ceará (até hoje impunes), do Moraisinho, empresário ainda hoje preso no caso do desaparecimento de R$ 300 milhões em licitações fraudulentas do ministério da Integração Regional (época em que Ciro era ministro). Para amargura também dos senadores Renan Calheiros, por razões múltiplas, que Alagoas e o Brasil conhecem, e Eunício Oliveira (PMDB-CE), caso da licitação fraudulenta da Petrobrás, até hoje não esclarecido, sem falar que o escândalo do Mensalão começou com o flagra do ex-chefe de departamento dos Correios, Mauricio Marinho, recebendo propina de R$ 3.000, época em que ele era ministro. Também estão contrariados com a queda da PEC 37 os condenados Zé Dirceu, Delúbio Soares, Marcos Valério, João Paulo e José Genoíno; o senador José Sarney e a filha Roseana; Jáder Barbalho, Fernando Collor de Mello, Ideli Salvatti, Marta Suplicy e seu cartão cultura, Michel Temer, Maluf e outros grandes e pequenos mensaleiros, aloprados, secretárias/amantes como Rosemary Noronha (ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo); pessoal que esconde dinheiro na cueca, na meia..., José Adalberto Vieira da Silva e o deputado federal José Nobre Guimarães (irmão de Genoíno).

Preste atenção que é essa caterva aí engoliu o arquivamento da PEC 37 e até apressou a votação, tudo pensando em salvar o mandato que muitos deles vão tentar renovar no próximo ano. Nada do que foi e está sendo feito nas ruas terá valido a pena se esse pessoal continuar no Congresso, e mandando, como faz até agora. Sabemos que o pessoal do Bolsa Família esteve fora dos manifestos, silenciada com o suborno eleitoral. E como se ainda não fosse bastante, a senadora Marta Suplicy, que está como ministra da Cultura, quer aumentar o bolsão de votos com o cartão cultura de R$ 50,00/mês. Tenho insistido, e pode até parecer – e é – obsessão, que o movimento das ruas tenha um efeito continuado. Veja bem, o protesto já pode apresentar resultados favoráveis, mas são migalhas. E o que a presidenta demagogicamente aponta como atendimento ao grito rouco das ruas não passa de paliativo que só vai apresentar resultados em uma geração, principalmente no que se refere ao investimento de R$ 50 bi e a melhoria dos serviços públicos. Já a transformação da corrupção em crime hediondo, que ela queria – e já desistiu – colocar através da convocação de uma Constituinte vai ser levado no “banho maria”.

Não engulo que o movimento das ruas se resuma a uma redução da tarifa dos transportes públicos, rejeição da PEC 37 e um rosário de promessas requentadas, que é jogado por quem já está há 10 anos no governo. Refiro-me ao PT e alguns aliados, pois Renan Calheiros, Sarney, Genoíno, Jáder Barbalho, Maluf estão aí a vida inteira. São ricos e, com exceção, é claro, nunca fabricaram uma barra de sabão ou venderam outra coisa que não fosse tráfico de influência e liberação de verbas. Só vou dizer mesmo que houve mudanças valiosas e permanentes para este país se forem cortadas as mordomias e benesses* (com efeito cascata) nos 3 poderes e se esse grupo (e outros que não há espaço para citar), que está incrustado e mamando no poder há tantos anos, for expurgado, expelido definitivamente da vida pública.

* Qualifico como mordomia e benesses nos 3 poderes (executivo, judiciário e legislativo) os cartões corporativos, as verbas de gabinete, de desempenho parlamentar e emendas parlamentares dos senadores e deputados (de onde sai a propina com maior facilidade), auxílio moradia, passagens aéreas, impressos, telefonia, auxílio correio, carro oficial, com efeito cascata para os âmbitos estadual e municipal. Sem falar no nepotismo direto e cruzado.

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