segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O BRASIL UM POUCO MAIS LIMPO


É claro que mesmo o criminoso mais empedernido tem o direito de espernear e dizer que é inocente. É chavão nos presídios o condenado dizer que é inocente. Até nisso, Delúbio, Zé Dirceu e Genoíno, mesmo na ausência do chefe (que todos sabemos quem é), mostram que são iguais aos outros que estão na Papuda. Dirceu não recorre ao passado, embora, como os outros, qualificando-se como preso político, porque o passado dele, com cirurgias, disfarce, casamento e filho com nome falso, massacre e recebimento de dinheiro de Cuba, para a resistência no Brasil, nunca foram explicados. Delúbio também não fala do passado, porque não tem. Devia, ao invés de se dizer inocente, ter feito como ex-secretário do PT, Sílvio Pereira, o Land Rover, e aceitado a “delação premiada”. Já o ex-presidente do PT, José Genoíno, que, afora o Mensalão, se envolveu no caso dos “dólares na cueca”, um dinheiro apreendido (no aeroporto, vindo para Fortaleza-CE) com o assessor do irmão, deputado federal José (Nobre) Guimarães, não teve vergonha de pedir aposentadoria como deputado federal e tampouco se acanha de alegar que é preso político e de aduzir a sua condição de ex-guerrilheiro. Nem devia falar nisso, pois quem conhece sabe que na Guerrilha tinham os “cantadores”, que eram presos só para soltar as sinfonias.


Interessante que nem a imprensa lembra de levantar quanto foi desviado do dinheiro público no escândalo do MENSALÃO. E se esse dinheiro tivesse sido aplicado na saúde, na educação ou não construção de moradias para os sem-teto o que representaria? No caso da saúde, quantas pessoas deixariam de morrer por falta de remédio, por falta de médico e mesmo nas filas? E se fosse aplicado na segurança... É muito fácil esquecer o roubo do dinheiro público, afinal “não é seu e nem é meu. É da viúva”. É assim que muitos se referem ao dinheiro do povo. O próprio governador Cid Gomes (Pros-CE, mas apoiador incondicional do PT de Lula e Dilma – não só eleitoralmente) afirmou às páginas amarelas da revista Veja que “empreiteiras e construtoras no Brasil inteiro se unem para superfaturar obras públicas e tirar dinheiro do Estado”. Foi o cinismo que o ex-presidente Lula legou ao Brasil quando disse que o “caixa 2 era normal” e que, às vezes, “aloprados” do PT faziam o que não deviam. Mas o próprio Cid não se encabulou de levar até a sogra em viagens internacionais por conta do dinheiro público e muito menos de pagar um cardápio sofisticado para ele, visitas e outros integrantes no dia a dia do governo.


Advogados muito bem pagos pelos prisioneiros cumprem seu papel e criticam, em nome de seus clientes, “a espetacularização da prisão”. Pois é, mas do sofrimento do povo a quem o dinheiro que eles desviaram deveria ter beneficiado ninguém tem a menor lembrança. A presidente Dilma Rousseff, precisando de reeleição, não saiu em solidariedade aos companheiros petistas. Ela usou twitter para manifestar sua admiração pelo escritor Simões Lopes Neto. O ex-presidente Lula da Silva soltou nota dizendo apenas que “estamos juntos” companheiros. Outros graduados petistas, entre eles o presidente do partido Rui Falcão e Tarso Genro, governador do Rio Grande do Sul, também se posicionaram a favor dos companheiros prisioneiros condenados.

Acostumados à mordomia que o dinheiro roubado dos cofres públicos proporcionavam OS PRISIONEIROS DO MENSALÃO vão começar a sentir (no xadrez) a diferença. Por enquanto, tentam escapar do labéu de ladrão do dinheiro público com sofisma de que são presos políticos. A mim, não importa quanto tempo de pena eles vão cumprir – porque já-já virá o danado do regime de progresso da pena. O que vale é que são ladrões, como o juiz Nicolau, que foram para a cadeia, uma punição a que a justiça brasileira não deve economizar, até que o volume de ladrões se reduza. Falta muita gente. Processos como o de Maluf se arrastam por anos. Mais recente há o da Rosemary Noronha, a ex-chefe do escritório da Presidência da República (era Lula). Apesar da milionária equipe de advogados que a desempregada tem (especialistas estimam que os honorários já beirem 1 milhão de dólares) vai ser difícil ela escapar. Rosemary, tal qual Antônio Palocci e Lulinha, se transformou em gênio dos negócios. Com um salário de menos de R$12.000, ela comprou dois apartamentos, trocou de carro, criou uma empresa de construção civil e rodou o mundo em incontáveis viagens, até ser apanhada surfando na crista da onda de uma quadrilha que negociava facilidades no governo.
Zé Dirceu, que, como todos sabemos, era só o chefe executivo do grupo, deve entender (idem para os outros) que é um condenado cumprindo a pena e que assim está privado de liberdade de ir e vir como cidadão comum. Ele é um condenado, querendo ou não. Não pode, sob pena de discriminação aos companheiros de presídio, ter privilégios de telefone, computador ou outras mordomias quaisquer na cela. Não deve mesmo se pronunciar sobre questões políticas, enquanto cumpre a pena, pois os apenados são privados do direito político, pela lei. Devem (todos) se recolher a buscar a reflexão e a ressocialização. Por mim, garanto que dos mensaleiros, de ora em diante, só darei qualquer informação se for referente ao mundo que eles vivem, ou seja, sobre as condições das celas, a vida de preso... Sobre política ou outro assunto do mundo exterior (político, principalmente) mais nada.

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