É claro que mesmo o criminoso mais empedernido tem o direito
de espernear e dizer que é inocente. É chavão nos presídios o condenado dizer que
é inocente. Até nisso, Delúbio, Zé Dirceu e Genoíno, mesmo na ausência do chefe
(que todos sabemos quem é), mostram que são iguais aos outros que estão na
Papuda. Dirceu não recorre ao passado, embora, como os outros, qualificando-se
como preso político, porque o passado dele, com cirurgias, disfarce, casamento
e filho com nome falso, massacre e recebimento de dinheiro de Cuba, para a resistência
no Brasil, nunca foram explicados. Delúbio também não fala do passado, porque
não tem. Devia, ao invés de se dizer inocente, ter feito como ex-secretário do
PT, Sílvio Pereira, o Land Rover, e aceitado a “delação premiada”. Já o
ex-presidente do PT, José Genoíno, que, afora o Mensalão, se envolveu no caso
dos “dólares na cueca”, um dinheiro apreendido (no aeroporto, vindo para Fortaleza-CE) com o assessor do irmão, deputado
federal José (Nobre) Guimarães, não teve vergonha de pedir aposentadoria como
deputado federal e tampouco se acanha de alegar que é preso político e de aduzir a sua
condição de ex-guerrilheiro. Nem devia falar nisso, pois quem conhece sabe que
na Guerrilha tinham os “cantadores”, que eram presos só para soltar as
sinfonias.
Interessante que nem a imprensa lembra de levantar quanto
foi desviado do dinheiro público
no escândalo do MENSALÃO. E se esse dinheiro tivesse sido aplicado na saúde, na
educação ou não construção de moradias para os sem-teto o que representaria? No
caso da saúde, quantas pessoas deixariam de morrer por falta de remédio, por
falta de médico e mesmo nas filas? E se fosse aplicado na segurança... É muito
fácil esquecer o roubo do dinheiro público, afinal “não é seu e nem é meu. É da
viúva”. É assim que muitos se referem ao dinheiro do povo. O próprio governador
Cid Gomes (Pros-CE, mas apoiador incondicional do PT de Lula e Dilma – não só
eleitoralmente) afirmou às páginas amarelas da revista Veja que “empreiteiras e
construtoras no Brasil inteiro se unem para superfaturar obras públicas e tirar
dinheiro do Estado”. Foi o cinismo que o ex-presidente Lula legou ao
Brasil quando disse que o “caixa 2 era normal” e que, às vezes, “aloprados” do
PT faziam o que não deviam. Mas o próprio Cid não se encabulou de levar até a
sogra em viagens internacionais por conta do dinheiro público e muito menos de
pagar um cardápio sofisticado
para ele, visitas e outros integrantes no dia a dia do governo.
Advogados muito bem
pagos pelos prisioneiros cumprem seu papel e criticam, em nome de seus
clientes, “a espetacularização da prisão”. Pois é, mas do sofrimento do povo a
quem o dinheiro que eles desviaram deveria ter beneficiado ninguém tem a menor
lembrança. A presidente Dilma Rousseff, precisando de reeleição, não saiu em
solidariedade aos companheiros petistas. Ela usou twitter para manifestar sua
admiração pelo escritor Simões Lopes Neto. O ex-presidente Lula da Silva soltou
nota dizendo apenas que “estamos juntos” companheiros. Outros graduados
petistas, entre eles o presidente do partido Rui Falcão e Tarso Genro,
governador do Rio Grande do Sul, também se posicionaram a favor dos
companheiros prisioneiros condenados.
Acostumados à mordomia que o dinheiro roubado dos cofres
públicos proporcionavam OS PRISIONEIROS DO MENSALÃO vão começar a sentir (no
xadrez) a diferença. Por enquanto, tentam escapar do labéu de ladrão do dinheiro público com
sofisma de que são presos políticos. A mim, não importa quanto tempo de pena
eles vão cumprir – porque já-já virá o danado do regime de progresso da pena. O
que vale é que são ladrões, como o juiz Nicolau, que foram para a cadeia, uma
punição a que a justiça brasileira não deve economizar, até que o volume de ladrões
se reduza. Falta muita gente. Processos como o de Maluf se arrastam por anos.
Mais recente há o da Rosemary Noronha, a ex-chefe do escritório da
Presidência da República (era Lula). Apesar da milionária equipe de advogados
que a desempregada tem (especialistas estimam que os honorários já beirem
1 milhão de dólares) vai ser difícil ela escapar. Rosemary, tal qual Antônio
Palocci e Lulinha, se transformou em gênio dos negócios. Com um salário de
menos de R$12.000, ela comprou dois apartamentos, trocou de carro, criou
uma empresa de construção civil e rodou o mundo em incontáveis
viagens, até ser apanhada surfando na crista da onda de uma quadrilha
que negociava facilidades no governo.
Zé Dirceu, que, como todos sabemos, era só o chefe
executivo do grupo, deve entender (idem para os outros) que é um condenado cumprindo a pena e que
assim está privado de liberdade de ir e vir como cidadão comum. Ele é um condenado,
querendo ou não. Não pode, sob pena de discriminação aos companheiros de presídio,
ter privilégios de telefone, computador ou outras mordomias quaisquer na
cela. Não deve mesmo se pronunciar sobre questões políticas, enquanto cumpre a
pena, pois os apenados são privados do direito político, pela lei. Devem (todos) se recolher a buscar a
reflexão e a ressocialização. Por mim, garanto que dos mensaleiros, de ora
em diante, só darei qualquer informação se for referente ao mundo que eles
vivem, ou seja, sobre as condições das celas, a vida de preso... Sobre política
ou outro assunto do mundo exterior (político, principalmente) mais nada.
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