segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O "H" DAS OBRAS ELEITORAIS



O Cearense (e, principalmente, o fortalezense) caiu no golpe da OBRA INICIADA. De março a 3 de outubro do ano passado, o Ceará parecia um canteiro de obras. Para qualquer lado que você se virasse via máquinas trabalhando, o chão sendo rasgado por tratores e um azáfama de carros e pessoas no cenário construído pelo governo para encenar o filme da eleição.

Passou a eleição e ainda conseguimos enxergar os canteiros de obras, mas agora como cenários abandonados, com o mato nascendo depois da irrigação das chuvas desde os primeiros dias janeiro deste ano. Quer atestar, dê uma volta pelo anel viário ou entre na via de acesso ao Porto das Dunas. Também se vê (estou falando só das obras de estradas) abandono na rodovia litorânea, que seria duplicada a partir de Aquiraz até Aracati. Está parada também a duplicação da descida do Maciço de Baturité pela Palmácia, o que pode gerar muito prejuízo, pois as águas que caem estão estragando tudo.

Só “H” (ou 171, estelionato). Na campanha, trechos sem problemas maiores de desocupação, são ocupados e terraplanados. Já as propriedades que têm expropriações caras e complicadas são deixadas de lado. É um triplo golpe contra o Estado e o povo: 1) o eleitor está sendo enganado, pois a obra não será concluída senão em mais de 10 anos; 2) o erário sendo dilapidado, pois logo depois das eleições aquele canteiro de obras (ou cenário/outdoor eleitoral) será abandonado, para ser retomado, talvez, nas próximas eleições, e muito do que foi feito será perdido; 3) o dono da propriedade pode sair beneficiado (uma mamata comum, principalmente em zona urbana) ou prejudicado (caso de comércio, pois são muitos os transtornos).

Estou levantando o “H” só das estradas, mas há outras obras em todo o Estado. Claro que ninguém é burro de abandonar uma obra como o Centro de Feiras, que está localizada no maior corredor de tráfego da Capital, mas o ritmo é menor. Mas, cite mais uma obra (envie para o meu e-mail erivas@terra.com.br) que não está parada. Sabe alguma coisa do Metrô? Na Refinaria? Da Siderúrgica? Dos Hospitais Regionais (mais um será anunciado)? Das Policlínicas e CEO’s? Na campanha, eram 3.814 obras. E agora?

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