sexta-feira, 26 de novembro de 2010

COM BANDIDO SOLTO A GUERRA CONTINUA



Quando escrevia uma nota sobre a guerra no Rio de Janeiro, de repente, me veio à cabeça uma pergunta que ficou sem resposta: Por que só agora, poucos menos de um mês depois da eleição de segundo turno para presidente? E como uma pergunta leva a outra, será que alguém negociou uma trégua eleitoral? Também fiquei intrigado, por que a operação realizada pela PM, com apoio de forças federais, não mostrou qualquer preocupação com a prisão dos bandidos, como vimos em filmagens aéreas? E inacreditável, pois serão necessárias outras operações, que custam dinheiro do povo e vidas. E aí lembrei que todo o plano das UPPs não inclui a prisão dos traficantes, mas somente a dominação do território, como o secretário da segurança do Rio, José Mariano Beltrame, não cansa de explicar. Ora, só espalhar bandidos não resolve o problema. Não acredito em pacificação com bandido solto. Ele vai se incrustar em outro território e continuar sua ação nefasta, que se assenta na difusão do medo, através do terrorismo.

O caso é tão inusitado que me permito um exemplo jocoso que me vem à memória. Em uma determinada universidade, um graduado servidor foi flagrado fazendo sexo em seu gabinete. E aí não importa a orientação sexual dele. O grupo de direção da casa se reuniu para punir, pelo ato, o servidor envolvido. Conversa vai, conversa vem, alguém levantou que a solução, para moralizar a instituição seria transferir o envolvido para outra região. Foi quando alguém lembrou: mas não vai adiantar, pois para onde ele for vai levar o equipamento e a falta de pudor. A reunião acabou sem uma decisão.

Claro que a tomada e a ocupação do território são atos importantes. O poder público já sabe, por exemplo, que no caso de moradores de áreas de risco, o território deve ser retomado e ocupado com equipamentos públicos para evitar que outros o ocupem ou até os mesmos moradores anteriores. A operação só se completa quando esses moradores recebem casas e passam a ocupar outras áreas. Estou me referindo ao verdadeiro sem-teto e não ao sem-teto profissional.

É o caso!

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