terça-feira, 9 de novembro de 2010

LULA SURFOU, DILMA VAI SE MOLHAR

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A HERANÇA DILMA

Não haverá feriado prolongado neste final de ano. Natal e Ano Novo transcorrerão em um sábado. Dia de descanso e observância religiosa entre os judeus e algumas seitas cristãs e de festa para a maioria do povo brasileiro. Cenário perfeito para a posse da primeira presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff. Junto com a faixa presidencial, ela receberá um país inflado pelo discurso blasonado, mas, em verdade, montado em dívida trilionária (dentro e fora) e à beira de despencar outra vez no abismo da inflação e/ou da recessão. O pior quadro. De cara, ela vai ter de frustrar as expectativas dos brasileiros, ainda injetados pela retórica ufana. Terá de segurar todos os investimentos até conseguir (e só com muito esforço e sacrifício) organizar a barafunda anabolizada pela disputa eleitoral. Se fosse uma simples loja de artigos de R$ 1,90 teria fechar as portas, pois gasta muito mais do que arrecada.

No imediato, há uma conta bilionária a ser paga logo no primeiro ano do novo governo. A dimensão exata dessa fatura ainda não é conhecida, mas em janeiro ela vai aparecer. Mas já se sabe, por exemplo, como relata em matéria o jornal O Globo, que, se o presidente decidisse não gastar mais um único centavo em novos projetos a partir desta segunda-feira – o que é absolutamente improvável -, deixaria uma herança de R$ 50,7 bilhões em débitos a pagar no Orçamento de 2011, apenas por obras e serviços já encomendados (construção de habitações, barragens, postos de saúde, manutenção de estradas etc.). Esse valor das contas federais penduradas até a semana passada já é maior que a soma dos investimentos em obras (R$ 43 bilhões) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstos para o ano que vem.

No Congresso, Dilma vai ter de desarmar a bomba (Estadão) para aumentar gastos públicos, que tem como ponto mais polêmico, embora parte do discurso da eleita, a proposta de emenda à Constituição que cria um piso salarial para policiais civis, militares e bombeiros. O projeto elevará a despesa em R$ 30 bilhões ao ano e os deputados assumiram o compromisso de votá-lo ainda em 2010. A conta recairá sobre os cofres dos Estados, que pagam os salários dos policiais, mas a União terá de complementar os gastos. Somente para São Paulo, o aumento causará impacto de R$ 8 bilhões. Além do piso salarial dos policiais, outros pedidos ameaçam abrir um rombo no Orçamento de 2011, tornando-o inadministrável. No total, os projetos em avaliação no Congresso, que aumentam as despesas, somam R$ 125,9 bilhões. Quem pode está querendo garantir o seu quinhão. Os parlamentares querem, por exemplo, elevar a cota reservada para cada um deles fazer emendas ao Orçamento - dos atuais R$ 12,5 milhões para algo como R$ 15 milhões ou R$ 17 milhões. Os governadores reivindicam do Planalto R$ 19,5 bilhões, a título de repasse, referentes a perdas que tiveram com a Lei Kandir. E ainda há o aumento do salário mínimo e dos aposentados e pensionistas. O mínimo não será R$ 600, como Serra prometia. Governo e equipe de transição vão fechar uma posição em comum para que o SM fique em R$ 538,15. As centrais sindicais reivindicam R$ 580. No máximo vai chegar a R$ 540,00.

Para infernizar, há ainda a “guerra cambial”, com a megaoferta de dólares na praça bancada pelos EUA. O dólar pode cair para R$ 1,50, um desastre para os “commodities” brasileiros e um paraíso para os externos. O desemprego bate à porta. Resolve só mexendo na taxa de juros determinada pelo BC, como tem sido feito até agora? Sempre há efeitos colaterais, principalmente se não se cortar à própria carne do sempre crescente gasto interno. Não vai dar para resolver essa mixórdia com uma fraude, como ocorreu na Petrobras no final da campanha. Lembra? O governo “vendeu” para a Petrobras 5 bilhões de barris de petróleo, que estão enterrados em algum lugar do Pré-sal, a um preço superfaturado, como disse o economista Sardenberg (Jornal O Globo, de 02/10/10), apurando R$ 72 bilhões (dinheiro virtual). Com um só golpe, o governo petista (continua petista) inflou seu superávit, “comprou” ações da Petrobrás para se tornar majoritário (nomear e fazer o quiser). Deixando mais clara a operação: com os R$ 72 bilhões (virtuais), o governo usou algo em torno de R$ 45 bilhões para comprar as ações da Petrobras, via BNDES, e ainda ficou com um troco de R$ 27 bilhões para engordar o caixa e se gabar do saldo. Só que ninguém vai pagar a ninguém. É só registro de caixa. A previsão não é de tempo bom!

Um comentário:

  1. um aviso aos navegantes lula "o surfista" tirou o brasil das garras do mestre das reformas que apenas quase quebrou o país 3 vezes, e ainda uma suspeita releiçãozinha com compra de votos, FHC esnobe e perdedor como sempre!!

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