sábado, 21 de janeiro de 2012

COMPROMISSO DE HIPÓCRITA


Hospitais, planos de saúde e a maioria dos médicos trabalham observando mais o taxímetro correr do que o paciente. Centenas de casos ocorre todos os dias. Poucos chegam à mídia. Escrevi recentemente aqui sobre o atendimento desatencioso de um despreparado ou omisso médico no Hospital da Unimed de Fortaleza uma senhora com uma grave crise de pedra na vesícula. A mulher, de meia idade, tinha dores atrozes, crises de vômito e febre. Com os exames à mão (de sangue e ultrassonografia) ele não viu ou não soube ler a gravidade do quadro e apenas mandou ministrar Buscopan e liberou a paciente, que deveria ter sido internada imediatamente para uma cirurgia imediata. A sorte da referida senhora foi o acompanhante, que observou calado o atendimento desinteressado do  médico (plantonista do Hospital da Unimed Fortaleza) e conduziu a paciente a outro atendimento médico. Um simples exame da paciente e dos exames convenceu a médica, no caso, a internar a mulher, que se torcia de dores. Menos de 4 horas depois, a médica procedeu uma cirurgia de urgência. Logo depois, ela disse que a vesícula (o conduto) estava obstruída pelas pedras e já em processo de necrose. Irresponsabilidade médica ou despreparo? Ou as duas?

No mesmo dia, o Brasil tomou conhecimento, através do noticiário midiático, da morte de um graduado servidor público federal. Era o sceretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira. Morreu na sala de espera do Hospital do Planalto (Brasília), enquanto eram preenchidos os formulários que os planos de saúde e os hospitais impõem ao paciente.  Duvanier Ferreira, de 56 anos de idade, morreu em consequência de um infarto, após ter o atendimento negado em dois hospitais particulares de Brasília, o Santa Lúcia e o Santa Luzia. O plano de saúde dele não era aceito pelas instituições. Para atendê-lo, os hospitais exigiram um cheque caução, mas como ele estava sem cheque, o atendimento foi recusado. Duvanier só foi atendido em um terceiro hospital, o Hospital Planalto, mas o seu estado se agravou. Os médicos ainda tentaram reanimá-lo, mas sem sucesso. Agora, os mercenários da saúde vão aceitar uma simulacro de investigação, até que o caso caia no esquecimento.

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