segunda-feira, 3 de maio de 2010

Lágrimas de Crocodilo

A imprensa rendida (salvo alguns segmentos) registra que Lula, nos três eventos das centrais sindicais, promoveu INDIRETAMENTE a candidatura de Dilma Rousseff. Foi escancaradamente e ao arrepio da lei que ele promoveu a candidata do terror. É essa atitude que me assusta: o desrespeito deliberado cínico à lei. Veja mais uma vez (se você viu) o que ele disse: "... é preciso mais tempo, mas com sequenciamento. (depois, voltando-se para a candidata, que ouvia tudo com cara de Amélia) Dilma, você ouviu o que eu disse?" Será que neste país, a Justiça além de cega está amordaçada? Em seguida, Lula chegou a chorar ao dizer que aquela era a sua última participação como presidente. Sem preocupação presidente, dinheiro nunca mais vai lhe faltar.


LULA, CANDIDATO INDIRETO

Mais uma vez ficou claro o objetivo de Lula: ser o candidato contra Serra. Dilma seria (já o é) o boneco de saia que teria o registro junto ao Tribunal Eleitoral. Vai decorar dois ou três discursos água com açúcar, pois não tem competência para fazer mais do que isso, e deixar o restante com Lula, se o adversário principal morder a isca. Preste atenção na estratégia traçada:
  1. Eliminação dos principais concorrentes (Ciro foi a principal vítima, embora tenha sido uma anta boquirrota no seu pleno de ação);

  2. Transformar a eleição em um plebiscito. O eleitor não escolheria diretamente Dilma ou Serra, mas sim o modelo (FHC ou Lula). Assim, Dilma encarnaria Lula e Serra seria o Chico Xavier de Fernando Henrique Cardoso;

  3. Fortalecer sua já muito forte força pessoal através da prestação de contas das obras feitas e das que agora são iniciadas ou prometidas, estabelecendo, é claro, uma comparação aberta com o que fez ou deixou de fazer FHC;

  4. Tirar sua Candidata de qualquer foco mais sério (só iria nas boas), pois sabe ele que Dilma é fraca de TV, de discurso e de carisma.
Dilma, até agora, tem representado mais o papel da Ofélia (personagem de humor da Globo), pois quando abre a boca é um desastre. Claro que será exaustivamente treinada e que deverá melhorar seu desempenho, mas sabem todos da tribo petista que não será suficiente.

Seus adversários não terão dificuldade para identificar a estratégia petistas. Já o fizeram. Mas o problema é como fazer para não cair na óbvia e sedutora armadilha. Melhor dizendo: como ser antilula sem ser antilula. Há caminhos...


O MANJADO CANTEIRO DE OBRAS

Não só o presidente Lula vai prometer e abrir canteiros de obras. No Ceará, a estratégia já está em curso com força total, com apoio de uma mídia abusiva (os meios de comunicação estão exultantemente sedados). Nem precisava tanta propaganda. Basta sair com destino ao Porto das Dunas ou ao Aracati para perceber tudo. Pedaços de estradas, algumas já com asfalto, estão espalhados ao longo dos dois percursos. Todos sabemos que são obras que não vão ser concluídas neste atual período de governo e nem no próximo, pois logo depois da eleição elas (as obras: estradas, Centro de Eventos e outras) vão parar por mais dois anos. Cid Gomes incorporou e aperfeiçoou a estratégia eleitoral de Juracy Magalhães, que só administrava por dois anos dos quatro. Atabalhoadamente, Luzianne fez o mesmo. Ganhou duas eleições com o Hospital da Mulher, que até hoje não passa de um canteiro. A cantilena é manjada. O eleitor pode, já cansado, perceber que as obras em curso podem ser concluídas por qualquer um que seja eleito.

O PREÇO DA TRAIÇÃO

Em processo de desencanto com uma recandidatura, Patrícia Saboya (PDT) diz que votará em Marina Silva (PV), uma vez que Ciro saiu (foi expurgado) da disputa. Sonha em reeditar uma dobradinha com Jereissati, mas sabe que é um sonho improvável. Sobra para ela, entregar seu destino ao ex-marido (talvez com uma candidatura a deputada federal) e dar cutucadas no ex-cunhado. Está criticando o desempenho de Cid Gomes na área social e as manobras para alijar a oposição. Disse que torce por uma reeleição do ex-cunhado, que não votou nela na postulação à Prefeitura em 2008, mas não cantou o voto.

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