quinta-feira, 1 de julho de 2010

Renovação x Oligarquia


O pontapé eleitoral foi marcado pela chuva de farpas atiradas pelos três principais postulantes, uma forma de cada um marcar seu terreno. Jerissati fez o “mea-culpa” ao reconhecer que não estimulou renovação nos últimos 20 anos e que o Ceará já não suporta mais o revezamento Jereissati-Gomes. Cid F. Gomes reagiu, primeiro através do irmão Ivo F. Gomes, que disse que Cid F. Gomes não fazia parte da geração Tasso-Ciro F. Gomes (se é complicado escrever com tanto Gomes, imagine...). Depois, foi o próprio Gomes governador que disse que Jereissati era como uma mangueira, que dá bons frutos, mas não deixa nada nascer embaixo dela. É verdade. Nasceu pouco. Quase nada. Tasso e Ciro F. Gomes não deixaram quase sobras. O pouco que nasceu ainda veio com erro conatural. A mesma prepotência e arrogância e uma duvidosa ética de dominação (Weberiana só quanto aos objetivos, mas não quanto a ação). Lúcio procurou marcar seu nicho dizendo (mas parecendo) que sua candidatura não era uma revanche de ressentido, mas que era preciso marcar suas obras, hoje com outros nomes (rebatizadas) no atual governo, e oferecer ao eleitor uma oportunidade para redenção. O problema é que pode não haver tanto eleitor arrependido. De qualquer modo, o sarcasmo de cada um deixa antever a estratégia que a seguir.

OS CAMINHOS DAS 3 CHAPAS

Não vale aqui entrar no mérito se os caminhos que pretendem seguir as 3 chapas vão estimular as 4 forças genéricas (Serge Tchakhotine) que agem de forma mais ou menos constante na determinação do comportamento do eleitor/indivíduo: impulso da combatividade, impulso das exigências materiais nutritivas, impulso sexual e impulso parental ou impulso da amizade. Sem a âncora do Ronda, Cid F. Gomes, vai deixar aos irmãos Ivo F. Gomes (este mais) e Ciro F. Gomes e aliados o papel de atacantes, e centrar seu discurso nas obras (centenas de maquetas eletrônicas) vão ocupar o generoso espaço do programa de TV e preencher os espaços da Internet e centenas de folhas de papel. Bem no estilo, “ninguém fez tanto, mas é preciso mais tempo para concluir e fazer muito mais”. Jereissati, sempre pajeando seu candidato Marcos Cals, vai focar na crítica da renovação, no nepotismo dos Gomes e na falta de obras de infra-estruturantes, tentando alinhar com o discurso de Serra, seu candidato a presidente. Lúcio, que divide com Cid F. Gomes o apoio a Dilma Roussef, vai assumir o papel de única oposição e fazer o resgate de suas obras, hoje rebatizadas por Cid F.Gomes no exíguo espaço de TV. Roberto Pessoas será o aríete mais usado. Ele e Jereissati vão tentar provocar um possível segundo turno. Cid F. Gomes faz o melhor discurso possível. Lúcio e Marcos Cals precisam de ajustes em suas campanhas.

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