O debate realizado na TV Verdes Mares, no último dia 28, só teve um bloco mais quente. Os outros quatro blocos sairam sem qualquer estremecimento entre os postulantes ao governo do Estado do Ceará. A audiência, apesar de não divulgada, foi boa, acima da pontuação do horário. O clima quente foi provocado pelo candidato Lúcio Alcântara (PR), que indagou ao governador/candidato Cid Gomes (PSB) quem tinha pago a vilegiatura dele e da família (mais agregados, como Oman Carneiro) aos Estados Unidos e outros destinos em jatinho particular. Cid disse apenas que todas as vezes que viajou em ferias pagou os custos. Quando a serviço, foi o governo quem pagou. Acrescentou que se Lúcio quisesse fazer alguma acusação que o fizesse que ira se defender na Justiça. Lúcio disse estranhar que o avião fosse o mesmo que presta serviço ao governo. Cid repetiu a resposta padrão, parecendo até atendente de SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor. Ficou por aí.
Agora, se TV pudesse mostrar (ou quisesse) o que aconteceu depois do dabate, nos bastidores (sala de espera dos assessores e amigos dos candidatos) a temperatura teria sido bem abrasadora e a audiência teria dado saltos. Na saída dos Gomes e dos assessores, entre eles diversos policiais-militares sem farda, foram saudados aos gritos (que se referiam ai caso Veja) pela turma do Lúcio. Aí o tempo fechou e o pau só não comeu porque houve ação da turma do apaziguamento. Mas a baixaria ninguém conseguiu conter. Era vagabundo pra la e pra cá. Ciro, o Gomes mais velho, chegou a intimar alguém que gritava que fosse gritar na frente dele. Em seguida, foi arrastado pela turma mais próxima, entre eles Valdir, o mais valente e o que mais gritava chamando os desafetos de vagabundo.
Uma imagem vale mais do que mil palavras. Vamos ver as imagens. Clique no link abaixo e tire suas conclusões:
http://www.youtube.com/watch?v=RzLSIGZKRKc
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 28 de setembro de 2010
O CASTIGO DA ARROGÂNCIA
A queda nas pesquisas é vertiginosa, e com Ciro na TV, dizendo que estão atacando a duvidosa honra dele e do irmão, a descida ganha velocidade ladeira abaixo. Está produzindo desespero, caso contrário não seria necessária a exigência de que deputados federais, estaduais e até os candidatos a senador renunciem ao seu tempo de TV em defesa da dupla Gomes. É chave de galão na dura. O problema é que o eleitor não está satisfeito com as opções à sua disposição. Lúcio, com seu amor platônico por Lula e Dilma, é ridículo. Mesmo assim é um mal menor. Melhor seria Marcos Cals, que embora voador, parece do bem, mas a situação dele é quase na casa do sem jeito. O segundo turno está pedindo licença para entrar e, se não vier, não será por mérito da campanha Gomes, mas por exclusiva falta de opção do eleitor.
Acima está uma cópia, infelizmente em baixa qualidade, da matéria em que Cid diz, no auge dos 61%, que "Nem Deus tira essa minha reeleição". Agora, estranhamente, a página de o Globo não está mais disponível. Confira no link (abaixo) da mesma página, que a coloca como indisponível. Pode?
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/03/1
Acima está uma cópia, infelizmente em baixa qualidade, da matéria em que Cid diz, no auge dos 61%, que "Nem Deus tira essa minha reeleição". Agora, estranhamente, a página de o Globo não está mais disponível. Confira no link (abaixo) da mesma página, que a coloca como indisponível. Pode?
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/03/1
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
OPOSIÇÕES GANHAM FÔLEGO
Segmentos sociais, via internet e mídia tradicional, fizeram o que as campanhas de Serra e Marina foram incompetentes para fazer. Dilma foi chumbada em uma asa e está em voo descendente. Está aberta a possibilidade de segundo turno. Não mais que isso, em virtude do pouco tempo que resta. Por sinal, vale dizer que ‘nunca antes na história deste país’ os programas e comerciais de TV, no Ceará principalmente, e no Brasil, foram tão ruins. Em verdade, houve um retrocesso no formato e na qualidade. Há meios e condições para que seja produzido algo muito melhor. Apenas rasgos de rara criatividade.
Dilma Rousseff, a candidata do medo, está em tendência de queda. O tempo é curto para que ela entre em uma ladeira descendente. É claro também que a equipe dela vai tentar segurar tudo. Vão fechar até a boca do Lula, como, no Ceará, já esconderam o gabarola Ciro Gomes, deputado federal que traiu mais de 600 mil cearenses transferindo seu domicílio eleitoral para São Paulo. Lula está pagando pela boca e Dilma foi atingida de raspão. As três pesquisas anteriores mostraram o estancamento da candidata petista e a última (Datafolha) registrou uma tendência de queda (oscilação negativa). É fatal a 10 dias do voto. Mesmo fator deve ocorrer no Ceará. Lúcio e Marcos ganham fôlego. Jereissati também, na sua luta encarniçada com a dupla sertaneja (campanha musical) Pimentel e Eunício. Depende, agora, da competência de cada um. Manter o fogo cerrado ou focar nas propostas? Fogo direto ou ataque pelos flancos? São dúvidas dos adversários do grupo de situação. A tendência é Dilma Rousseff cair mais de 3 a 5 pontos percentuais. Serra e Marina devem oscilar positivamente algo na mesma conta. Vejam também em qual segmento social se deu maior oscilação. Não errem o alvo. Pela minha expeiência, a osciação seu deu no meio e não nos extremos. E é no centro que se definem as eleições. Como a diferença hoje está em 7 pontos, a queda pode ser suficiente, se houver mais um empurrão, para provocar o segundo turno.
Dilma Rousseff, a candidata do medo, está em tendência de queda. O tempo é curto para que ela entre em uma ladeira descendente. É claro também que a equipe dela vai tentar segurar tudo. Vão fechar até a boca do Lula, como, no Ceará, já esconderam o gabarola Ciro Gomes, deputado federal que traiu mais de 600 mil cearenses transferindo seu domicílio eleitoral para São Paulo. Lula está pagando pela boca e Dilma foi atingida de raspão. As três pesquisas anteriores mostraram o estancamento da candidata petista e a última (Datafolha) registrou uma tendência de queda (oscilação negativa). É fatal a 10 dias do voto. Mesmo fator deve ocorrer no Ceará. Lúcio e Marcos ganham fôlego. Jereissati também, na sua luta encarniçada com a dupla sertaneja (campanha musical) Pimentel e Eunício. Depende, agora, da competência de cada um. Manter o fogo cerrado ou focar nas propostas? Fogo direto ou ataque pelos flancos? São dúvidas dos adversários do grupo de situação. A tendência é Dilma Rousseff cair mais de 3 a 5 pontos percentuais. Serra e Marina devem oscilar positivamente algo na mesma conta. Vejam também em qual segmento social se deu maior oscilação. Não errem o alvo. Pela minha expeiência, a osciação seu deu no meio e não nos extremos. E é no centro que se definem as eleições. Como a diferença hoje está em 7 pontos, a queda pode ser suficiente, se houver mais um empurrão, para provocar o segundo turno.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
ENFIM, UMA REAÇÃO À ESCALADA AUTORITÁRIA
Há meses venho insistindo aqui que vivemos uma escalada autoritária que levará este país a uma situação de risco. Fiz vários comentários e ensaios sobre o assunto no Ceará (que vive em igual intensidade, embora mais atabalhoada) e no Brasil, mas parecia não haver abrigo. Foi preciso que a caterva que trabalha despudoradamente para solapar a democracia representativa, ainda que deficiente que aqui vigora, aumentasse o tom para que se visse um despertar à reação. São claros os atos de desmoralização das instituições e desrespeito à Constituição. E não começou agora, no fragor das batalhas da campanha presidencial.
O Brasil inteiro presenciou mudo as tentativas, felizmente frustradas, de impor, através de emenda, um terceiro mandato para Lula da Silva. Era o culminar de ações que naufragaram ao longo dos anos do governo petista: mensalão, quebra de sigilo, desmoralização do legislativo e manipulação do judiciário. Veio a campanha e o ideal autoritário da malta petista (e aliados) não arrefeceu. Ao contrário, tornou-se mais explícito, porque campo fértil para a manipulação das massas populares para quem dispõe de um timoneiro como Lula da Silva. Primeiro, foi a silente ação de compor uma maioria pelo voto através de alianças, não importando o preço. Caso conseguissem eleger três quintos do Congresso estaria garantido o quórum para as mudanças constitucionais que quisessem.
O Ceará, capitaneado por uma oligarquia arrogante e eticamente contestável, tentou manipular nesse sentido. Só quase ao soar do gongo do último “round” foi quebrada a corrente, principalmente porque o elo Tasso Jereissati não era de todo confiável. Tinham que adestrá-lo com o jogo de empurra, deixando para o último momento, na cota do sem remédio. A corda, esticada ao excesso, rompeu. Não deu certo aqui, mas a estratégia seguiu seu curso, que previa a transformação de Lula em um garoto propaganda à disposição de todos os aliados no Brasil, com o objetivo de conquistar o desiderato. Jereissati sentiu o peso e deu o recibo ao dizer que não enfrenta dois candidatos da situação, mas o próprio presidente Lula: “É uma mistura de vitória do populismo com um aparelhamento fascista da máquina, usada de maneira despudorada, com recursos ilimitados”.
Embriagado por índices generosos nas pesquisas, Lula da Silva passou a atacar a tudo e a todos nos palanques que vai, financiado pelo dinheiro do contribuinte, na tentativa de demolir qualquer resistência à sua (e do seu partido) dominação totalitária. Humilhou generais, pregou que um partido de oposição fosse extirpado e agora investe contra a liberdade de imprensa e de expressão, somente porque os veículos de comunicação “ousaram” publicar mais um caso de corrupção e de desrespeito às leis brasileiras praticado por seu governo. Foi a senha para que o proscrito Zé Dirceu, processado como chefe da gangue do mensalão, pregasse o controle (depois de tentativas feitas, através de projetos de governo) da liberdade de imprensa e de expressão. O auge da investida é o ato público, liderado pelo PT, reunindo as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda, marcado para amanhã (23/09/10) em São Paulo. Tomava, assim, contornos concretos a ameaça a democracia.
AFINAL, UMA REAÇÃO
O Estadão (estadao.com.br) traz, finalmente a notícia de que algumas personalidades decidiram reagir e realizam ato público hoje (22/09), ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Segundo a matéria, entre seus signatários estão o jurista Hélio Bicudo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola,o poeta Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, os historiadores Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores Carlos Vereza e Mauro Mendonça e a atriz Rosamaria Murtinho.
Veja, a seguir, a íntegra do manifesto, que deviria ser estendido (publicado) e assinado por brasileiros de todos os estados:
A ÍNTEGRA DO "MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA"
"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado.
É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura.
Ele não vê no ''outro'' um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."
Se quiser ver a matéria completa, vá no link abaixo:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php
O Brasil inteiro presenciou mudo as tentativas, felizmente frustradas, de impor, através de emenda, um terceiro mandato para Lula da Silva. Era o culminar de ações que naufragaram ao longo dos anos do governo petista: mensalão, quebra de sigilo, desmoralização do legislativo e manipulação do judiciário. Veio a campanha e o ideal autoritário da malta petista (e aliados) não arrefeceu. Ao contrário, tornou-se mais explícito, porque campo fértil para a manipulação das massas populares para quem dispõe de um timoneiro como Lula da Silva. Primeiro, foi a silente ação de compor uma maioria pelo voto através de alianças, não importando o preço. Caso conseguissem eleger três quintos do Congresso estaria garantido o quórum para as mudanças constitucionais que quisessem.
O Ceará, capitaneado por uma oligarquia arrogante e eticamente contestável, tentou manipular nesse sentido. Só quase ao soar do gongo do último “round” foi quebrada a corrente, principalmente porque o elo Tasso Jereissati não era de todo confiável. Tinham que adestrá-lo com o jogo de empurra, deixando para o último momento, na cota do sem remédio. A corda, esticada ao excesso, rompeu. Não deu certo aqui, mas a estratégia seguiu seu curso, que previa a transformação de Lula em um garoto propaganda à disposição de todos os aliados no Brasil, com o objetivo de conquistar o desiderato. Jereissati sentiu o peso e deu o recibo ao dizer que não enfrenta dois candidatos da situação, mas o próprio presidente Lula: “É uma mistura de vitória do populismo com um aparelhamento fascista da máquina, usada de maneira despudorada, com recursos ilimitados”.
Embriagado por índices generosos nas pesquisas, Lula da Silva passou a atacar a tudo e a todos nos palanques que vai, financiado pelo dinheiro do contribuinte, na tentativa de demolir qualquer resistência à sua (e do seu partido) dominação totalitária. Humilhou generais, pregou que um partido de oposição fosse extirpado e agora investe contra a liberdade de imprensa e de expressão, somente porque os veículos de comunicação “ousaram” publicar mais um caso de corrupção e de desrespeito às leis brasileiras praticado por seu governo. Foi a senha para que o proscrito Zé Dirceu, processado como chefe da gangue do mensalão, pregasse o controle (depois de tentativas feitas, através de projetos de governo) da liberdade de imprensa e de expressão. O auge da investida é o ato público, liderado pelo PT, reunindo as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda, marcado para amanhã (23/09/10) em São Paulo. Tomava, assim, contornos concretos a ameaça a democracia.
AFINAL, UMA REAÇÃO
O Estadão (estadao.com.br) traz, finalmente a notícia de que algumas personalidades decidiram reagir e realizam ato público hoje (22/09), ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Segundo a matéria, entre seus signatários estão o jurista Hélio Bicudo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola,o poeta Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, os historiadores Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores Carlos Vereza e Mauro Mendonça e a atriz Rosamaria Murtinho.
Veja, a seguir, a íntegra do manifesto, que deviria ser estendido (publicado) e assinado por brasileiros de todos os estados:
A ÍNTEGRA DO "MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA"
"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado.
É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura.
Ele não vê no ''outro'' um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."
Se quiser ver a matéria completa, vá no link abaixo:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php
terça-feira, 21 de setembro de 2010
A ESCALADA DO RETROCESSO À DITADURA
Na Campanha de 2002, a atriz Regina Duarte fez um comercial para o candidato José Serra que gerou muita polêmica e uma perseguição sem medida à atriz. Ela dizia ter medo de Lula. Embora as razões apresentadas àquela época fossem bem diferentes –porque ainda não se vislumbrava os reais objetivos da turma petista-, hoje faz sentido o medo de Regina Duarte. Um medo que sentem muitos brasileiros, que enxergam a escalada de um aparelhamento fascista que toma conta deste país. Chega ao ponto de um petista como Zé Dirceu -respondendo a processo como chefe da quadrilha do mensalão-, dizer que a eleição de Dilma, "minha companheira de armas”, vai ser mais importante para o PT que a de Lula, para, em seguida, pregar que é preciso combater o excesso de liberdade de imprensa e de expressão. É um retrocesso em busca das velhas derrubadas ditaduras de esquerda. Em outras oportunidades, é o próprio presidente Lula que mostra a cara ao dizer que o DEM é um partido que deveria ser "extirpado" e, em outra ocasião, zomba dos generais quando diz que como mais "um ano de mordomias" poderia até chamá-los de "camaradas".
Ora, se o próprio presidente da República dá o exemplo, por que nãou ousar mais? Lideradas pelo PT, as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem ato contra a liberdade de expressão e em defesa da corrupção e da censura na quinta-feira, 23/09. Será um ato público contra o que eles chamam de “velha mídia”. Veja quem endossa o ato: o amestrado Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, PC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE. Esses casos começam assim, e se não forem cerceados pela raiz, crescem e todos sabemos como termina. Pelo menos uma entidade, através do seu presidente já se levanta contra essa escalada autoritária. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, reagiu nesta terça-feira aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa e ao ato público contra o “golpe” que estaria sendo promovido pela mídia nas eleições deste ano. Cavalcante disse que “não existe democracia sem liberdade de expressão”, por isso Lula deveria respeitar a Constituição Federal.
O que existe mesmo é o medo que sente Lina Vieira, que brigou com Dilma naquele caso polêmico que foi parar no Senado, envolvendo o filho de Sarney (Fernando). Hoje a ex-secretária da Receita Federal só pensa em "se exilar" na Espanha, temendo morrer se o PT vencer. A amigos muito próximos, Lina alegou que sua família vinha “sofrendo ameaças”. Por isso teria de deixar o Brasil o mais depressa possível. Funcionária de carreira do Ministério da Fazenda há 33 anos, desde 1976, quando foi aprovada em concurso público, a “ex-petista” Lina se tornou mais uma vítima do terror imposto aos inimigos pela ’polícia política’ do PT. Estamos falando da mesma aparelhada Receita Federal que vive o escândalo da violação dos sigilos fiscais. A ‘gestapo’ petista suspeita que Lina Viera saiba tudo do esquema montado na Receita Federal para devassar a vida dos adversários, inimigos ou aliados, caminho aberto a grandes negócios.
A família e os amigos citam como exemplo os casos de “Celso Daniel” e de “Toninho do PT”. Como garantia, o jeito foi soltar a informação que a ex-secretária da Receita Federal tem um “seguro de vida”: cópias de um CD-ROM que ela guarda com amigos fiéis, com todas as mensagens eletrônicas trocadas entre ela e seus assessores durante os onze meses em que comandou a Receita Federal. Lina Vieira acabou demitida da Receita por vários motivos. Contestou a contabilidade fiscal da Petrobras, cuja presidenta do Conselho de Administração era a “amiga” Dilma Rousseff. Também teria apertado a fiscalização de banqueiros e de outros grandes contribuintes. Foi responsabilizada pelo presidente Lula pela perda de arrecadação. Mas Lina teria pago caro porque não "agilizou" a investigação sobre um filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda deixou que o caso vazasse.
Para relembrar, veja gravação de Regina Duarte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/09/21/regina-duarte-com-medo-de-lula-325874.asp
Agora, se ainda tiver saco, veja vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch_popup?v=dAQkMjebkeA
Ora, se o próprio presidente da República dá o exemplo, por que nãou ousar mais? Lideradas pelo PT, as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem ato contra a liberdade de expressão e em defesa da corrupção e da censura na quinta-feira, 23/09. Será um ato público contra o que eles chamam de “velha mídia”. Veja quem endossa o ato: o amestrado Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, PC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE. Esses casos começam assim, e se não forem cerceados pela raiz, crescem e todos sabemos como termina. Pelo menos uma entidade, através do seu presidente já se levanta contra essa escalada autoritária. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, reagiu nesta terça-feira aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa e ao ato público contra o “golpe” que estaria sendo promovido pela mídia nas eleições deste ano. Cavalcante disse que “não existe democracia sem liberdade de expressão”, por isso Lula deveria respeitar a Constituição Federal.
O que existe mesmo é o medo que sente Lina Vieira, que brigou com Dilma naquele caso polêmico que foi parar no Senado, envolvendo o filho de Sarney (Fernando). Hoje a ex-secretária da Receita Federal só pensa em "se exilar" na Espanha, temendo morrer se o PT vencer. A amigos muito próximos, Lina alegou que sua família vinha “sofrendo ameaças”. Por isso teria de deixar o Brasil o mais depressa possível. Funcionária de carreira do Ministério da Fazenda há 33 anos, desde 1976, quando foi aprovada em concurso público, a “ex-petista” Lina se tornou mais uma vítima do terror imposto aos inimigos pela ’polícia política’ do PT. Estamos falando da mesma aparelhada Receita Federal que vive o escândalo da violação dos sigilos fiscais. A ‘gestapo’ petista suspeita que Lina Viera saiba tudo do esquema montado na Receita Federal para devassar a vida dos adversários, inimigos ou aliados, caminho aberto a grandes negócios.
A família e os amigos citam como exemplo os casos de “Celso Daniel” e de “Toninho do PT”. Como garantia, o jeito foi soltar a informação que a ex-secretária da Receita Federal tem um “seguro de vida”: cópias de um CD-ROM que ela guarda com amigos fiéis, com todas as mensagens eletrônicas trocadas entre ela e seus assessores durante os onze meses em que comandou a Receita Federal. Lina Vieira acabou demitida da Receita por vários motivos. Contestou a contabilidade fiscal da Petrobras, cuja presidenta do Conselho de Administração era a “amiga” Dilma Rousseff. Também teria apertado a fiscalização de banqueiros e de outros grandes contribuintes. Foi responsabilizada pelo presidente Lula pela perda de arrecadação. Mas Lina teria pago caro porque não "agilizou" a investigação sobre um filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda deixou que o caso vazasse.
Para relembrar, veja gravação de Regina Duarte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/09/21/regina-duarte-com-medo-de-lula-325874.asp
Agora, se ainda tiver saco, veja vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch_popup?v=dAQkMjebkeA
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
UM BRASIL DE ESTRUTURA POLÍTICA PODRE
A cúpula da máquina do poder estadual no Ceará, como em diversos estados, segue a prática do Planalto, (exemplo: último caso na Casa Civil, com Erenice Guerra/Dilma Rousseff). Está tudo podre e a fedentina se espalha por todos os recantos deste país enxovalhado pela corrupção irrefreável. E o pior é que a grande maioria dos brasileiros e cearenses está dando o sim para que essa mesma cúpula putrefata permaneça no poder por mais um período. É o mesmo que dar um aval para que se produza a impunidade, que faz proliferar a corrupção.
Mas, por que o eleitor tem esse comportamento? Vi um dia desses um homem de aproximadamente 40 anos, rosto marcado pela desilusão, dizer para um amigo, que o perguntara sobre seus candidatos, que votaria naqueles que estão no poder porque não adiantava mudar, ‘são todos uns ladrões!’. É fato que esta é a visão que tem a maioria dos eleitores das camadas populares. E não há mistério. O comportamento eleitoral é resultante da cultura política e há pelo menos três teses mais fortes que tratam do assunto:
1) sociológica que leva em conta o contexto social do grupo e são, é claro, compreendidas dentro do contexto dos diversos grupos sociais;
2) psicológica, que se assenta na estrutura da personalidade e no sistema de crenças, independente do contexto social em que vivem.
Há ainda a perspectiva psicossociológica, que integra princípios sociológicos e psicológicos, indicando o modelo da centralidade, considerando a posição do indivíduo da estrutura da sociedade.
3) a teoria da escolha racional, a mais importante, para mim, utiliza como referência o individualismo metodológico, partindo do principio de que os indivíduos são racionais e objetivam sempre maximizar seus ganhos (lembra do Bolsa Família).
Serge Tchakhotine, no livro (excelente) “A mistificação das massas pela propaganda política” resume tudo ao dizer que “há quatro forças genéricas que atuam de maneira mais ou menos constante na determinação do comportamento dos indivíduos: 1) o impulso da combatividade, 2) o impulso das exigências materiais; 3) o impulso sexual; e 4) o impulso parental ou impulso da amizade.
Todas as teses têm fundamentos importantes na explicação do comportamento eleitoral do brasileiro das camadas populares. No Brasil, os estudiosos do assunto (que são poucos e de pouca profundidade) consideram as teorias sociológicas e psicológicas mais aproximadas da realidade, o que discordo, preferindo a teoria economicista ou da eleição racional.
Há conhecimento de sobra, através de pesquisas, apontando que o eleitor das camadas populares não acreditam em partido e de modo geral não se interessam por política. Caracterizam-se por sua vulnerabilidade e volatilidade eleitoral. Decidem o voto (e a eleição) em função da imagem e de atributos pessoais dos candidatos e apresentam baixo grau de informação e interesse político. Optam, quase sempre, pela distância e pela descrença em relação a política e os políticos, refletindo a ‘racionalidade’ referente a visão que o eleitor popular tem da estrutura política em que vivem. Se a estrutura é essa (podre) que estamos vivenciando, do contexto social que vige não poderia sair outro comportamento do eleitor.
Veja a seguir, matéria sobre o escândalo de corrupção dos irmãos Gomes:
Polícia Federal investiga escândalo que envolve os irmãos Ciro e Cid Gomes.
Documentos apreendidos apontam o desvio de 300 milhões de reais das prefeituras do estado entre 2003 e o fim do ano passado.
Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Raimundo Morais Filho.
Com o segundo mandato praticamente assegurado, o governador cearense Cid Gomes não vai poder concentrar-se na festa da vitória. Reportagem de VEJA desta semana revela os detalhes de uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de corrupção que, envolvendo os irmãos Cid e Ciro Gomes, desviou 300 milhões de reais de prefeituras do Ceará entre 2003 e 2009.
A enorme teia de ilegalidades ─ descobertas casualmente pela PF em 2009, durante a investigação de fraudes cometidas pelo empresário Raimundo Morais Filho ─ foi batizada pelos próprios envolvidos de “Integração Cearense”, uma alusão ao Ministério da Integração Nacional, ocupado por Ciro de 2003 a 2006. A operação começava com o repasse de recursos do ministério a prefeituras cearenses.
Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Morais, que se apropriava de 4% do valor do contrato e entregava o restante ao deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal articulador político de Cid Gomes na Assembleia. Na etapa seguinte, esse dinheiro era repassado às prefeituras, que pagavam pelas obras uma quantia inferior à prevista nos contratos. Segundo a documentação apreendida pela PF, a quantia excedente financiou, na campanha de 2006, as candidaturas de Cid a governador e de Ciro a deputado.
Interessado em negociar uma delação premiada, Morais produziu um minucioso relatório sobre as operações criminosas. Procurados por VEJA, Zezinho e os irmãos Gomes negaram qualquer envolvimento com o episódio. Ciro afirma que sequer conhece o pivô do escândalo.
domingo, 19 de setembro de 2010
LULA, O REI-SOL
Embriagado pelos altos índices de aprovação no Bolsa Família, digo, na pesquisa, o presidente Lula, financiado pelo dinheiro do governo, mas a serviço do PT no palanque de Dilma, ataca, siderado, a imprensa e o PSDB. Mostrando sua real personalidade tirânica, Lula da Silva afirmou, referindo-se à imprensa, que “nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública". Colocou-se no patamar de divindade, que tudo pode e tudo faz, lembrando Luís XIV de Bourbon, conhecido como "Rei-Sol", o maior monarca absolutista da França, que reinou de 1643 a 1715. A Luís XIV -construiu o Palácio dos Inválidos e o luxuoso Palácio de Versalhes, perto de Paris, onde faleceu em 1715. Lula só reformou o Palácio do Planalto-, é atribuída a famosa frase: "L'État c'est moi" (O Estado sou eu). Lula, se conhecesse a história, certamente, morreria de inveja do tamanho do período de governo de Luís XIV e do despotismo do rei francês.
Veja a seguir a matéria sobre o assunto, por Rodrigo Alves, publicada no site do Estadão (estadão.com.br/):
'NÓS SOMOS A OPINIÃO PÚBLICA', AFIRMA LULA
Presidente critica imprensa e diz que não precisa de formadores de opinião
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado, em Campinas (SP).
"Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública", afirmou.
Também falou que os jornalistas precisam ter um "lado" porque também votam. Lula também atacou abertamente o PSDB: "Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer".
Caminhando de um lado para o outro no palco, o presidente chegou a ironizar que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e José Eduardo Dutra haviam pedido para ele "se conter". "Tem algumas coisas que precisam ser ditas. Vocês sabem que tucano come até filhote no ninho. Quando o Mercadante se eleger governador, vou criar um Bolsa Família para os tucanos não passarem fome.
Pouco antes, Dilma falou que "em 2002, eles diziam que não tínhamos competência para governar. Hoje, podemos falar que um metalúrgico foi capaz de fazer mais escola técnica do que os doutores que vieram antes".
A petista não comentou a saída de sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, ou as asdenúncias puclicadas nos últimos dias. Preferiu mobilizar a plateia até o dia 3 de outubro e se ateve às conquistas do governo Lula: "Daqui a 15 dias, vamos estar decidindo qual é o rumo deste País. Se queremos aquele País das desigualdades ou se queremos um País construído pelo presidente Lula.
A ex-ministra da Casa Civil disse que vai "honrar o legado desse governo sem miséria, onde podemos viver em paz". "Mais que honrar, vou seguir um conselho do Lula: 'O difícil não é governar, é governar com o coração. Você tem de saber de que lado está. Nós estamos do lado de 190 milhões de brasileiros".
'Não adianta produzir manchetes contra nós'
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também atacou a oposição. Dirigindo-se a Lula, afirmou que "eles são falsos defensores da liberdade que acusam o senhor de governar em cima de palanques, mas eles sentem falta dos que governavam em cima de tanques".
Para Dutra, estão criando "uma farsa" contra o partido e a campanha da ex-ministra Dilma Rousseff. "Estão tentando construir uma farsa para impedir o que o povo brasileiro já decidiu. Não adianta farsa, nem armação. Não adianta produzir manchetes contra nós", disse Dutra. Nesses últimos dias de campanha, nós vamos avermelhar Campinas, São Paulo e todo o Brasil", finalizou.
Candidato ao Senado pelo PC do B, Netinho de Paula dissse que ainda não viu na "TV da turma do contra um comício como esse". "Cada vez que sai matéria descabida, é mais que vou pro gueto, que lá eles entendem a gente". Na sua vez, Marta Suplicy declarou que "vem bordoada de todo lado, mas nós temos um partido unido".
Mercadante preferiu falar de suas propostas para o governo de São Paulo e da falta de investimentos na região durante a gestão do PSDB: "Durante muito tempo essa cidade ficou abandonada. Para nós, o PAC significa "Presidente Amigo de Campinas". Voltou a defender o trem-bala que ligaria Campinas a São Paulo e criticou a educação no período tucano: Como é que um aluno na 5ª série não sabe ler? Eles fazem de conta que não veem o que tá acontecendo".
Candidato a vice-presidente, Michel Temer (PMDB) foi procurado no palco duas vezes. A primeira, por Netinho: "Cadê meu mano Michel?". Depois, por Lula: "Onde tá o Temer?". Ao discursar, o deputado garantiu que "quando eliminamos o showmício, reclamaram que não haveria mais comício no Brasil. Mas hoje os comícios se repetem porque o governo Lula é um show".
Comício
O Largo do Rosário, na região central de Campinas foi tomado por cerca de 30 mil pessoas, segundo a organização do evento - que começou às 13h, com duas horas de atraso. Assim como aconteceu em Recife, há duas semanas, houve muita confusão para os militantes entrarem no cercado estabelecido pela segurança presidencial. Apesar do esquema para proteger Lula, muitos prédios comerciais no entorno estavam abarrotados de curiosos nas janelas. Um limpador de janelas parou o que estava fazendo na marquise de um prédio ao lado do palco quando Lula começou a discursar.
Veja a seguir a matéria sobre o assunto, por Rodrigo Alves, publicada no site do Estadão (estadão.com.br/):
'NÓS SOMOS A OPINIÃO PÚBLICA', AFIRMA LULA
Presidente critica imprensa e diz que não precisa de formadores de opinião
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado, em Campinas (SP).
"Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública", afirmou.
Também falou que os jornalistas precisam ter um "lado" porque também votam. Lula também atacou abertamente o PSDB: "Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer".
Caminhando de um lado para o outro no palco, o presidente chegou a ironizar que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e José Eduardo Dutra haviam pedido para ele "se conter". "Tem algumas coisas que precisam ser ditas. Vocês sabem que tucano come até filhote no ninho. Quando o Mercadante se eleger governador, vou criar um Bolsa Família para os tucanos não passarem fome.
Pouco antes, Dilma falou que "em 2002, eles diziam que não tínhamos competência para governar. Hoje, podemos falar que um metalúrgico foi capaz de fazer mais escola técnica do que os doutores que vieram antes".
A petista não comentou a saída de sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, ou as asdenúncias puclicadas nos últimos dias. Preferiu mobilizar a plateia até o dia 3 de outubro e se ateve às conquistas do governo Lula: "Daqui a 15 dias, vamos estar decidindo qual é o rumo deste País. Se queremos aquele País das desigualdades ou se queremos um País construído pelo presidente Lula.
A ex-ministra da Casa Civil disse que vai "honrar o legado desse governo sem miséria, onde podemos viver em paz". "Mais que honrar, vou seguir um conselho do Lula: 'O difícil não é governar, é governar com o coração. Você tem de saber de que lado está. Nós estamos do lado de 190 milhões de brasileiros".
'Não adianta produzir manchetes contra nós'
O presidente do PT, José Eduardo Dutra, também atacou a oposição. Dirigindo-se a Lula, afirmou que "eles são falsos defensores da liberdade que acusam o senhor de governar em cima de palanques, mas eles sentem falta dos que governavam em cima de tanques".
Para Dutra, estão criando "uma farsa" contra o partido e a campanha da ex-ministra Dilma Rousseff. "Estão tentando construir uma farsa para impedir o que o povo brasileiro já decidiu. Não adianta farsa, nem armação. Não adianta produzir manchetes contra nós", disse Dutra. Nesses últimos dias de campanha, nós vamos avermelhar Campinas, São Paulo e todo o Brasil", finalizou.
Candidato ao Senado pelo PC do B, Netinho de Paula dissse que ainda não viu na "TV da turma do contra um comício como esse". "Cada vez que sai matéria descabida, é mais que vou pro gueto, que lá eles entendem a gente". Na sua vez, Marta Suplicy declarou que "vem bordoada de todo lado, mas nós temos um partido unido".
Mercadante preferiu falar de suas propostas para o governo de São Paulo e da falta de investimentos na região durante a gestão do PSDB: "Durante muito tempo essa cidade ficou abandonada. Para nós, o PAC significa "Presidente Amigo de Campinas". Voltou a defender o trem-bala que ligaria Campinas a São Paulo e criticou a educação no período tucano: Como é que um aluno na 5ª série não sabe ler? Eles fazem de conta que não veem o que tá acontecendo".
Candidato a vice-presidente, Michel Temer (PMDB) foi procurado no palco duas vezes. A primeira, por Netinho: "Cadê meu mano Michel?". Depois, por Lula: "Onde tá o Temer?". Ao discursar, o deputado garantiu que "quando eliminamos o showmício, reclamaram que não haveria mais comício no Brasil. Mas hoje os comícios se repetem porque o governo Lula é um show".
Comício
O Largo do Rosário, na região central de Campinas foi tomado por cerca de 30 mil pessoas, segundo a organização do evento - que começou às 13h, com duas horas de atraso. Assim como aconteceu em Recife, há duas semanas, houve muita confusão para os militantes entrarem no cercado estabelecido pela segurança presidencial. Apesar do esquema para proteger Lula, muitos prédios comerciais no entorno estavam abarrotados de curiosos nas janelas. Um limpador de janelas parou o que estava fazendo na marquise de um prédio ao lado do palco quando Lula começou a discursar.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
GOLPE PELO TELEFONE
Tenho recebido mensagens/telefonemas do "TELESPECTADOR PREMIADO Cidade 190". A mensagem diz que meu telefone foi o 5 GANHADOR DE UMA MOTO 0km + R$ 2.000,00. Manda a mensagem que eu ligue para o portal de voz da TV Cidade (085)96913149, senha 149988. Foi no dia 01/09/2010, às 23:53. Eu estava no Rio de Janeiro, mas decidi ligar para referido portal, mesmo sabendo que era uma armadilha.
Depois de dar a senha, uma pessoa (voz de homem) gritou em tom de tremenda alegria que eu tinha ganho uma moto zero e mais R$ 2 mil. Perguntei o que deveria fazer para receber o prêmio. A pessoa me perguntou se eu não trocaria o prêmio por R$ 10 mil reais? Eu disse que topava. A pessoa ao telefone me disse que eu fosse a um caixa eletrônico e digitasse um código, que ela me daria no local por telefone. Claro que não fui e a pessoa voltou a me ligar irritada, dizendo que eu havia perdido o prêmio, o que seria anunciado no programa Cidade 190 no dia seguinte. Eu disse que falaria com Edson Silva (candidato a deputado federal pelo PSB), a quem conhecia, sobre o assunto. A pessoa desligou gritando que eu já perdera.
Tenham cuidado porque o golpe está sendo executado e a TV sequer dá um aviso e continua dando prêmios de R$ 1 mil no ar, o que só fortalece o golpe. Como estava no Rio, não pude procurar a Polícia para fazer a denúncia. Depois que chegei, dia 8 passado, tive que viajar outra vez e só agora retornei. Decidi não procurar a polícia. Agora, com um tempo livre, estou fazendo a denúncia por este blog.
Acha você que adiantaria procurar a polícia? Não quero e nem vou me omitir.
MAIS DENÚNCIAS CONTRA FILHO DE ERENICE "ROUSSEFF"
Veja na matéria a seguir por qual razão o petista José Dirceu disse em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, que “o problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa”, seguindo o exemplo do seu chefe Lula que defendeu, anteriormente, em comício da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em Joinville (SC), que o partido de oposição DEM seja “extirpado” da política brasileira. Claro, extirpando os partidos de oposição, mesmo não tão limpos como DEM, e controlando a liberdade da imprensa e de expressão, a impunidade, já bastante presente, estaria garantida.
Está no blog de Reinaldo Azevedo (Por Rubens Valente, Fernanda Odilla e Andreza Matais, na Folha):
Empresa acusa filho de Erenice de cobrar comissão de R$ 450 milhões para liberar crédito no BNDES — além de R$ 5 milhões para a campanha de Dilma.
Uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa filho da ministra Erenice Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, a EDRB do Brasil Ltda. diz que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria.
Reunião com Erenice
(…)
Graças à mediação da Capital, representantes da EDRB disseram em entrevistas gravadas à Folha ter sido recebidos em audiência oficial por Erenice na Casa Civil, em novembro, quando ela exercia o cargo de secretária-executiva e a titular do ministério era a hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT).
Nos dois meses seguintes, por meio de reuniões em Brasília, com a participação de Israel Guerra, telefonemas e e-mails, a EDRB afirma ter sido informada das condições impostas pela Capital para que um financiamento de R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas, enfim saísse. Os termos, segundo a empresa de Campinas, incluíam seis pagamentos mensais à Capital de R$ 40 mil e uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo. Segundo o relato, haveria também um repasse de R$ 5milhões para supostamente ajudar a campanha da eleição de Dilma.
(…)
“Não aceitamos pagar nada (…)” ,disse à Folha Rubnei Quícoli, consultor da EDRB que fez os contatos com a Casa Civil e com a Capital. “Nos foi apresentada uma minuta de contrato. A gente contrataria uma empresa para fazer o acompanhamento jurídico do negócio todo. A empresa do filho da dona Erenice. Olhei os valores e disse: ‘Bom, para fazer acompanhamento jurídico desse troço, a gente não concorda pagar isso’. E aí o negócio terminou”, confirmou Aldo Wagner, sócio da EDRB.
Quícoli, 49, encaminhou à Folha documentos e cópias de e-mails que, segundo ele, corroboram as afirmações. Uma das mensagens, de 15 de dezembro e endereçada aos donos da EDRB (Aldo e Marcelo Escarlassara), traz a minuta encaminhada pela Capital, que indica como seu procurador o empresário Adriano da Silva Costa. O contrato pede pagamento de R$ 240mil em seis prestações mensais e uma “comissão de sucesso” de 5% sobre o empréstimo, o equivalente a R$ 450 milhões
(…)
O encontro
A Folha obteve também a troca de e-mails entre a Casa Civil e o consultor da EDRB, com vistas a marcar a audiência oficial com Erenice. O encontro ocorreu às 17h de 10 de novembro no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), em Brasília, que na época era a sede da Presidência. A Casa Civil confirmou a reunião ontem, mas informou que Erenice não participou. Quícoli e Aldo Wagner sustentam, no entanto, que ela participou.
(…)
Em fevereiro, a Capital ajudou a EDRB a formatar consulta ao BNDES. A EDRB diz que se sentiu “chantageada” e, em março, cortou negociações com os lobistas.
Em 29 de março, o BNDES rejeitou o pedido de empréstimo. Quícoli diz que logo depois foi procurado por Marco Antônio Oliveira [ex-diretor de Operações dos Correios], que teria dito que a questão no BNDES podia ser resolvida desde que a EDRB desembolsasse R$ 5 milhões para saldar supostas despesas de campanha de Dilma. Oliveira nega.
No dia 6 de maio, um email foi enviado a Quícoli, segundo ele, por Vinícius, sobre esse contrato extra. A mensagem trazia orientação para que fossem emitidas notas fiscais em nome da Synergy, outra consultoria de Brasília, cujo dono é Adriano da Silva Costa - o mesmo que consta da minuta de contrato como procurador da Capital. A EDRB diz que, de novo, se negou a fazer o pagamento.
Está no blog de Reinaldo Azevedo (Por Rubens Valente, Fernanda Odilla e Andreza Matais, na Folha):
Empresa acusa filho de Erenice de cobrar comissão de R$ 450 milhões para liberar crédito no BNDES — além de R$ 5 milhões para a campanha de Dilma.
Uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa filho da ministra Erenice Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste, a EDRB do Brasil Ltda. diz que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria.
Reunião com Erenice
(…)
Graças à mediação da Capital, representantes da EDRB disseram em entrevistas gravadas à Folha ter sido recebidos em audiência oficial por Erenice na Casa Civil, em novembro, quando ela exercia o cargo de secretária-executiva e a titular do ministério era a hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT).
Nos dois meses seguintes, por meio de reuniões em Brasília, com a participação de Israel Guerra, telefonemas e e-mails, a EDRB afirma ter sido informada das condições impostas pela Capital para que um financiamento de R$ 9 bilhões do BNDES, em três parcelas, enfim saísse. Os termos, segundo a empresa de Campinas, incluíam seis pagamentos mensais à Capital de R$ 40 mil e uma comissão de 5% sobre o valor do empréstimo. Segundo o relato, haveria também um repasse de R$ 5milhões para supostamente ajudar a campanha da eleição de Dilma.
(…)
“Não aceitamos pagar nada (…)” ,disse à Folha Rubnei Quícoli, consultor da EDRB que fez os contatos com a Casa Civil e com a Capital. “Nos foi apresentada uma minuta de contrato. A gente contrataria uma empresa para fazer o acompanhamento jurídico do negócio todo. A empresa do filho da dona Erenice. Olhei os valores e disse: ‘Bom, para fazer acompanhamento jurídico desse troço, a gente não concorda pagar isso’. E aí o negócio terminou”, confirmou Aldo Wagner, sócio da EDRB.
Quícoli, 49, encaminhou à Folha documentos e cópias de e-mails que, segundo ele, corroboram as afirmações. Uma das mensagens, de 15 de dezembro e endereçada aos donos da EDRB (Aldo e Marcelo Escarlassara), traz a minuta encaminhada pela Capital, que indica como seu procurador o empresário Adriano da Silva Costa. O contrato pede pagamento de R$ 240mil em seis prestações mensais e uma “comissão de sucesso” de 5% sobre o empréstimo, o equivalente a R$ 450 milhões
(…)
O encontro
A Folha obteve também a troca de e-mails entre a Casa Civil e o consultor da EDRB, com vistas a marcar a audiência oficial com Erenice. O encontro ocorreu às 17h de 10 de novembro no CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil), em Brasília, que na época era a sede da Presidência. A Casa Civil confirmou a reunião ontem, mas informou que Erenice não participou. Quícoli e Aldo Wagner sustentam, no entanto, que ela participou.
(…)
Em fevereiro, a Capital ajudou a EDRB a formatar consulta ao BNDES. A EDRB diz que se sentiu “chantageada” e, em março, cortou negociações com os lobistas.
Em 29 de março, o BNDES rejeitou o pedido de empréstimo. Quícoli diz que logo depois foi procurado por Marco Antônio Oliveira [ex-diretor de Operações dos Correios], que teria dito que a questão no BNDES podia ser resolvida desde que a EDRB desembolsasse R$ 5 milhões para saldar supostas despesas de campanha de Dilma. Oliveira nega.
No dia 6 de maio, um email foi enviado a Quícoli, segundo ele, por Vinícius, sobre esse contrato extra. A mensagem trazia orientação para que fossem emitidas notas fiscais em nome da Synergy, outra consultoria de Brasília, cujo dono é Adriano da Silva Costa - o mesmo que consta da minuta de contrato como procurador da Capital. A EDRB diz que, de novo, se negou a fazer o pagamento.
ESCÂNDALO NA CASA CIVIL
Está no site da Veja.
Para não prejudicar Dilma, Planalto estuda afastar Erenice do cargo. A ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para evitar que o escândalo envolvendo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, prejudique sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, pode colocar em risco até mesmo a manutenção de Erenice no cargo.
De acordo com reportagem publicada na edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, o Planalto irritou-se com o tom adotado pela ministra em nota publicada no site da Presidência sobre o escândalo. O teor do documento foi considerado muito agressivo ao candidato tucano à Presidência, José Serra.
O Planalto já espera um acirramento das denúncias contra a ministra e, dependendo da gravidade dos fatos revelados, planeja afastá-la do cargo para não prejudicar a imagem de Dilma. Alguns membros do governo esperam que a própria Erenice entregue o cargo para evitar mais constrangimentos.
O governo acredita que nota de Erenice pode deixar a oposição ainda mais irritada. Um ministro disse ao jornal que o texto está "acima do tom". Na nota, a ministra classifica a repercussão do escândalo como uma campanha a favor "de um candidato aético e já derrotado, em tentativa desesperada da criação de um 'fato novo' que anime aqueles a quem o povo brasileiro tem rejeitado".
O mal-estar foi causado, sobretudo, porque o documento foi divulgado com o timbre da Presidência, mas não passou pelo crivo da Secretaria de Comunicação do governo. O documento foi divulgado após uma reunião entre Lula e seus ministros. No encontro, o presidente ordenou à Esplanada que providenciasse respostas sobre as irregularidades na Receita e na Casa Civil o mais rápido possível.
Entenda o caso - Em sua edição desta semana, VEJA traz à tona o esquema de aparelhamento do estado montado sob a supervisão de Erenice. Com a anuência da mãe, o filho da ministra, Israel Guerra, transformou-se em lobista em Brasília, intermediando contratos milionários entre empresários e órgãos do governo, mediante o pagamento de uma "taxa de sucesso".
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
FOTO-LEGENDA
DEMITIR OU NÃO DEMITIR, EIS A QUESTÃO
O Planalto de Lula usa sempre a mesma tática, o que é normal, pois não se mexe naquilo que vem dando certo. Lia, minutos atrás, uma matéria no site da revista Veja (Luciana Marques), dizendo que o PT vai tentar dissociar o caso Erenice Guerra da campanha presidencial. Foi assim que os petistas e seus aliados sempre agiram nos inúmeros escândalos que envolveram a turma. Eles não sabem de nada e nada é com eles, foi costumeiro o jogo feito pelo time lulista. O preço desse processo que dopa a maioria do povo brasileiro só será possível saber no futuro.
A ministra de Dilma foi aconselhada a se esconder da imprensa, cancelando todos os eventos públicos e comunicando-se apenas por meio da assessoria e de notas, enquanto os petistas, devidamente orientados pelo próprio chefe maior, procuram dissociar a denúncia de tráfico de influência da campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT). Reportagem da revista Veja denunciou Israel Guerra, filho de Erenice, como lobista do Palácio do Planalto.
O senador Paulo Paim (PT) já entrou em ação e avaliou que o caso – que envolve familiares da ministra - está distante das eleições. Ele disse entender que não se pode querer criar um fato político de uma situação que se deu com o filho de um funcionário. “Dilma não tem nada a ver com isso”, acrescentou. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT), foi na mesma linha: “A chance de prejudicar a campanha é zero. Quem deve estar preocupado é o José Serra, porque ele só fala disso”.
Para o deputado federal Maurício Rands (PT), que também preferiu jogar o escândalo no colo do PSDB, a oposição quer pegar esse gancho com uma boia. “É eleitoreiro, exploração política”, enfatizou. A estratégia dos petistas é associar as denúncias com a tentativa dos tucanos de reverter o quadro político na corrida à Presidência.
O governo rejeita a hipótese de demitir o braço direito de Dilma Rousseff a pouco mais de duas semanas do pleito. Seria quase uma admissão de culpa. Vaccarezza afirmou que não existe essa discussão de que Erenice deva sair do governo. Mas se o caso atingir a campanha presidencial a história pode ser outra. As pesquisas de acompanhamento diário já demonstram que Dilma estancou a tendência de crescimento. A tática do Planalto é de risco. Caso não funcione o plano de distanciamento de Dilma do escândalo, o Planalto vai ficar com uma bomba na mão.
A ministra de Dilma foi aconselhada a se esconder da imprensa, cancelando todos os eventos públicos e comunicando-se apenas por meio da assessoria e de notas, enquanto os petistas, devidamente orientados pelo próprio chefe maior, procuram dissociar a denúncia de tráfico de influência da campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT). Reportagem da revista Veja denunciou Israel Guerra, filho de Erenice, como lobista do Palácio do Planalto.
O senador Paulo Paim (PT) já entrou em ação e avaliou que o caso – que envolve familiares da ministra - está distante das eleições. Ele disse entender que não se pode querer criar um fato político de uma situação que se deu com o filho de um funcionário. “Dilma não tem nada a ver com isso”, acrescentou. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT), foi na mesma linha: “A chance de prejudicar a campanha é zero. Quem deve estar preocupado é o José Serra, porque ele só fala disso”.
Para o deputado federal Maurício Rands (PT), que também preferiu jogar o escândalo no colo do PSDB, a oposição quer pegar esse gancho com uma boia. “É eleitoreiro, exploração política”, enfatizou. A estratégia dos petistas é associar as denúncias com a tentativa dos tucanos de reverter o quadro político na corrida à Presidência.
O governo rejeita a hipótese de demitir o braço direito de Dilma Rousseff a pouco mais de duas semanas do pleito. Seria quase uma admissão de culpa. Vaccarezza afirmou que não existe essa discussão de que Erenice deva sair do governo. Mas se o caso atingir a campanha presidencial a história pode ser outra. As pesquisas de acompanhamento diário já demonstram que Dilma estancou a tendência de crescimento. A tática do Planalto é de risco. Caso não funcione o plano de distanciamento de Dilma do escândalo, o Planalto vai ficar com uma bomba na mão.
FATOS E VERSÕES
De Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi (Correio Braziliense)
Nas eleições, como em tudo na vida, uma coisa são os fatos, outra as versões. E, nem sempre, aqueles são mais importantes. Na luta política, uma versão bem defendida vale mais que muitos fatos.
Uma vitória, por exemplo, pode ficar parecida a uma derrota, de tão diminuída e apequenada. Depende do que sobre ela se diz. Por maior e mais extraordinária que seja, os derrotados podem se vingar, ganhando a batalha das versões. Os vitoriosos, ao invés de comemorar e receber elogios, ficam na posição de se explicar, se defender. Os perdedores lhes roubam a cena.
Neste final de campanha eleitoral, à medida que nos aproximamos da data da eleição, a perspectiva de uma vitória de Dilma por larga margem só tem aumentado. Ao que tudo indica, ela vai conseguir o que Lula não conseguiu em nenhuma das eleições que disputou: ganhar no primeiro turno. A crer nos números das pesquisas, ela está prestes a alcançar, já no dia 3 de outubro, a votação que ele obteve apenas no segundo turno de 2006, quando chegou a 60% dos votos válidos. Não é nada, não é nada, Dilma tem tudo para se tornar, daqui a três semanas, a pessoa mais votada de nossa história.
Enquanto a eleição real avança, a guerra de narrativas sobre seu provável resultado está em curso. De um lado, a que é formulada pelas forças políticas e as correntes de opinião que não conseguiram apoio na sociedade para levar seu candidato à vitória. Do outro, a dos vencedores.
Paradoxalmente, são os prováveis derrotados na batalha eleitoral real que estão em vantagem na briga das versões. Vão perder, ao que parece, na contagem dos votos, mas têm, pelo menos por enquanto, o consolo de fazer que sua interpretação prevaleça.
É o oposto daquilo que o professor Edgar de Decca, da Unicamp, caracterizou há alguns anos. Escrevendo sobre a Revolução de 1930, ele mostrou que ela entrou para nossa história através da narrativa daqueles que a venceram. Tudo aquilo pelo qual se bateram os derrotados foi ignorado ou desconsiderado. Sobre aquele movimento, nossa historiografia só nos conta a versão dos vencedores. Ninguém mais se lembra do que queria o outro lado. Impôs-se a ele “o silêncio dos vencidos”.
Em 2002, Lula e o PT venceram tanto a eleição, quanto a batalha das versões. Quando o resultado objetivo foi proclamado, estava pronto um discurso: era “a vitória da esperança sobre o medo” e o Brasil podia sentir orgulho de sua própria coragem ao colocar na Presidência um metalúrgico. Ninguém deslegitimou o que as urnas disseram.
Se Lula começasse seu segundo mandato depois de uma apertada vitória sobre Alckmin no primeiro turno da eleição de 2006, seria complicado livrar-se da interpretação de que, depois do mensalão, havia diminuído de tamanho. Mas, no segundo turno, cresceu tanto que até seus detratores tiveram que reconhecer que nada indicava que fosse essa a realidade.
Agora, na véspera do que todos calculam ser a eleição de Dilma, está sendo elaborada uma versão que a reduz. Nela, a vitória é apresentada como um misto de manipulação (“usaram o Bolsa Família para comprar o voto dos miseráveis”), ilegalidade (“Lula passou por cima de nossa legislação eleitoral”) e jogo sujo (“montaram um fábrica de dossiês para derrotar José Serra”).
Nesse tipo de combate, não faz a menor diferença se algo é verdade ou não. Como é apenas uma guerra de versões, o que conta é falar alto. Quem tem meios de comunicação (jornais, revistas, emissoras de televisão) à disposição para propagandear seus argumentos, sempre leva vantagem. Pode até ganhar.
Que importa se apenas 20% do voto de Dilma vem de eleitores em cujo domicílio alguém recebe o benefício (ou seja, que ela tem votos suficientes para ganhar no primeiro turno ainda que esses fossem proibidos de votar)? Que importa se nossas leis são tão inadequadas que até uma passeata de humoristas a modifica? Que importa se nada do resultado da eleição pode ser debitado a qualquer dossiê, existente ou imaginado?
Mas fatos são sempre fatos. E as versões, por mais insistentes que sejam, não os modificam. Ganha-se no grito, mas perde-se no voto. Lá na frente, os fatos terminarão por se impor.
Nas eleições, como em tudo na vida, uma coisa são os fatos, outra as versões. E, nem sempre, aqueles são mais importantes. Na luta política, uma versão bem defendida vale mais que muitos fatos.
Uma vitória, por exemplo, pode ficar parecida a uma derrota, de tão diminuída e apequenada. Depende do que sobre ela se diz. Por maior e mais extraordinária que seja, os derrotados podem se vingar, ganhando a batalha das versões. Os vitoriosos, ao invés de comemorar e receber elogios, ficam na posição de se explicar, se defender. Os perdedores lhes roubam a cena.
Neste final de campanha eleitoral, à medida que nos aproximamos da data da eleição, a perspectiva de uma vitória de Dilma por larga margem só tem aumentado. Ao que tudo indica, ela vai conseguir o que Lula não conseguiu em nenhuma das eleições que disputou: ganhar no primeiro turno. A crer nos números das pesquisas, ela está prestes a alcançar, já no dia 3 de outubro, a votação que ele obteve apenas no segundo turno de 2006, quando chegou a 60% dos votos válidos. Não é nada, não é nada, Dilma tem tudo para se tornar, daqui a três semanas, a pessoa mais votada de nossa história.
Enquanto a eleição real avança, a guerra de narrativas sobre seu provável resultado está em curso. De um lado, a que é formulada pelas forças políticas e as correntes de opinião que não conseguiram apoio na sociedade para levar seu candidato à vitória. Do outro, a dos vencedores.
Paradoxalmente, são os prováveis derrotados na batalha eleitoral real que estão em vantagem na briga das versões. Vão perder, ao que parece, na contagem dos votos, mas têm, pelo menos por enquanto, o consolo de fazer que sua interpretação prevaleça.
É o oposto daquilo que o professor Edgar de Decca, da Unicamp, caracterizou há alguns anos. Escrevendo sobre a Revolução de 1930, ele mostrou que ela entrou para nossa história através da narrativa daqueles que a venceram. Tudo aquilo pelo qual se bateram os derrotados foi ignorado ou desconsiderado. Sobre aquele movimento, nossa historiografia só nos conta a versão dos vencedores. Ninguém mais se lembra do que queria o outro lado. Impôs-se a ele “o silêncio dos vencidos”.
Em 2002, Lula e o PT venceram tanto a eleição, quanto a batalha das versões. Quando o resultado objetivo foi proclamado, estava pronto um discurso: era “a vitória da esperança sobre o medo” e o Brasil podia sentir orgulho de sua própria coragem ao colocar na Presidência um metalúrgico. Ninguém deslegitimou o que as urnas disseram.
Se Lula começasse seu segundo mandato depois de uma apertada vitória sobre Alckmin no primeiro turno da eleição de 2006, seria complicado livrar-se da interpretação de que, depois do mensalão, havia diminuído de tamanho. Mas, no segundo turno, cresceu tanto que até seus detratores tiveram que reconhecer que nada indicava que fosse essa a realidade.
Agora, na véspera do que todos calculam ser a eleição de Dilma, está sendo elaborada uma versão que a reduz. Nela, a vitória é apresentada como um misto de manipulação (“usaram o Bolsa Família para comprar o voto dos miseráveis”), ilegalidade (“Lula passou por cima de nossa legislação eleitoral”) e jogo sujo (“montaram um fábrica de dossiês para derrotar José Serra”).
Nesse tipo de combate, não faz a menor diferença se algo é verdade ou não. Como é apenas uma guerra de versões, o que conta é falar alto. Quem tem meios de comunicação (jornais, revistas, emissoras de televisão) à disposição para propagandear seus argumentos, sempre leva vantagem. Pode até ganhar.
Que importa se apenas 20% do voto de Dilma vem de eleitores em cujo domicílio alguém recebe o benefício (ou seja, que ela tem votos suficientes para ganhar no primeiro turno ainda que esses fossem proibidos de votar)? Que importa se nossas leis são tão inadequadas que até uma passeata de humoristas a modifica? Que importa se nada do resultado da eleição pode ser debitado a qualquer dossiê, existente ou imaginado?
Mas fatos são sempre fatos. E as versões, por mais insistentes que sejam, não os modificam. Ganha-se no grito, mas perde-se no voto. Lá na frente, os fatos terminarão por se impor.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
FASCISTÓIDES!
Por Reinaldo Azevedo
Eu vou falar de algo acontecido em Santa Catarina. Mas quero que vocês vejam antes este vídeo.
Transcrevo a fala de José Dirceu:
http://www.youtube.com/watch?v=vUh3fMrYv_8
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.
O ex-ministro e atual assessor de Dilma Rousseff fez esse discurso em 2000, durante uma assembléia de professores em greve. O sindicato era presidido por Bebel — sim, aquela da greve eleitoreira deste ano, que foi até multada pelo TSE. Dias depois, em 1º de junho daquele ano, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas, agressão física mesmo, como vocês vêem acima! Já bastante debilitado pelo câncer — morreu nove meses depois —, ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e outro na cabeça.
Voltemos a 2010 e vamos para Santa Catarina.
Lula participou ontem de um comício em Joinville em apoio à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência e de Ideli Salvatti (PT) ao governo do estado. E petralhou: “Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira”. Pouco antes, numa solenidade de governo, em Criciúma, havia cantado as próprias glórias porque, disse, é um homem que respeita os adversários. Lula foi adiante e explicou por que é preciso “extirpar” o DEM: “Não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio…” Demonstrando, então, que ele próprio é uma pessoa que só tem Jesus no coração, petralhou de novo: “Nós já aprendemos demais, já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados de carneiros. Já conhecemos as histórias deles”.
Pois é… Como se nota, ele não odeia!
Em 2005, à esteira do mensalão, o então senador Jorge Bornhausen era presidente do PFL e chegou a ter, assim, uma espécie de epifania que, infelizmente, não se cumpriu. Referindo-se aos petistas, afirmou que a gente ia “se ver livre dessa raça por uns 30 anos”. Apanhou barbaridade! Os “inteliquituais” petistas saíram gritando “Racista! Nazista!” Bornhausen processou um deles e ganhou!
Os colunistas progressistas e “outro-ladistas de um lado só” também ficaram indignados. Atentem para a ironia: eles realmente achavam que o PT era uma… raça! Não! Não é! Felizmente, não estamos diante de características transmitidas pelos genes. Pode até ser uma doença moral, psicológica e social, mas não física. Há esperanças.
Pois bem! Digamos que o sentido da afirmação de ambos fosse o mesmo — não é, mas não entro nessa particularidade agora para não me desviar do essencial —, há uma diferença básica de pessoa e de circunstâncias: Bornhausen era só o presidente de um partido de oposição — e, pois, como tal, representava mesmo uma “parte” da sociedade. Lula é o presidente da República. São condições distintas, que pedem decoros distintos. Ele é presidente em tempo integral. Imaginem se, em qualquer democracia do mundo, um chefe de governo e de estado fala em “extirpar” um partido da oposição. É absolutamente inconcebível!
E desta vez? Lula vai apanhar como apanhou Bornhausen, embora as circunstâncias tornem a sua fala muito mais grave? Ora, é claro que não! Vão dizer que é só uma reação, que está devolvendo na mesma moeda. Ocorre, e isto é muito importante, que o tratamento dispensado a Bornhausen não é muito diferente do dispensado a Serra na TV, a quem chamou de “candidato da turma do contra”, que “entorta o nariz para tudo”. Mas ai daquele que apontar o risco de mexicanização da política brasileira e a tentativa do PT de destruir a oposição! O Elio Gaspari e os efebos, os gasparzinhos, logo se excitam. Se preciso, arranjam até alguns “intelequituais” independentes (independentes, mas do PT, é claro!) para dizer que isso não é verdade, que é coisa da direita raivosa…
Lula está bravo porque Ideli Salvatti amarga um terceiro lugar em Santa Catarina. Perde para Angela Amin, do PP, e para Raimundo Colombo, do DEM. Como todos sabemos, em matéria de eleição, Lula só acha feio perder. O resto ele topa.
Bornhausen respondeu: “É triste ter um presidente sem compromisso com a verdade e sem respeito pelo cargo. Pior ainda é que ele venha a Santa Catarina só para destilar ódio, o que é próprio dos embriagados”.
Para arrematar
Notem que o estilo de Dirceu em 2000, quando o partido era oposição, e o de Lula em 2010, quando é governo, são idênticos. Nos dois casos, o objetivo é um só: A ELIMINAÇÃO DO OUTRO. E foi com ações dessa natureza que ele foram seqüestrando ou minando a reputação alheia. É claro que essa gente, no melhor de sua forma, deveria ser exibida no horário eleitoral da oposição. Hoje, a população só tem acesso à história do PT contada pelo próprio PT. Eu defendo que ela passe a ser exibida contada pelos próprios petistas — entenderam a sutileza?
Eu vou falar de algo acontecido em Santa Catarina. Mas quero que vocês vejam antes este vídeo.
Transcrevo a fala de José Dirceu:
http://www.youtube.com/watch?v=vUh3fMrYv_8
“E nós vamos dar a eles esta reposta: mais e mais mobilização, mais e mais greve, mais e mais movimento de rua, e vamos derrotar eles nas urnas também porque eles têm de apanhar nas ruas e nas urnas”.
O ex-ministro e atual assessor de Dilma Rousseff fez esse discurso em 2000, durante uma assembléia de professores em greve. O sindicato era presidido por Bebel — sim, aquela da greve eleitoreira deste ano, que foi até multada pelo TSE. Dias depois, em 1º de junho daquele ano, seguindo as ordens do chefão, os trogloditas agrediram covardemente o governador Mário Covas, agressão física mesmo, como vocês vêem acima! Já bastante debilitado pelo câncer — morreu nove meses depois —, ele chegou a ter um ponto de sangramento no lábio e outro na cabeça.
Voltemos a 2010 e vamos para Santa Catarina.
Lula participou ontem de um comício em Joinville em apoio à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência e de Ideli Salvatti (PT) ao governo do estado. E petralhou: “Nós precisamos extirpar o DEM da política brasileira”. Pouco antes, numa solenidade de governo, em Criciúma, havia cantado as próprias glórias porque, disse, é um homem que respeita os adversários. Lula foi adiante e explicou por que é preciso “extirpar” o DEM: “Não quero crer que esse povo extraordinário de Santa Catarina vá pensar em colocar no governo alguém de um partido que alimenta ódio…” Demonstrando, então, que ele próprio é uma pessoa que só tem Jesus no coração, petralhou de novo: “Nós já aprendemos demais, já sabemos quem são os Bornhausen. Eles não podem vir disfarçados de carneiros. Já conhecemos as histórias deles”.
Pois é… Como se nota, ele não odeia!
Em 2005, à esteira do mensalão, o então senador Jorge Bornhausen era presidente do PFL e chegou a ter, assim, uma espécie de epifania que, infelizmente, não se cumpriu. Referindo-se aos petistas, afirmou que a gente ia “se ver livre dessa raça por uns 30 anos”. Apanhou barbaridade! Os “inteliquituais” petistas saíram gritando “Racista! Nazista!” Bornhausen processou um deles e ganhou!
Os colunistas progressistas e “outro-ladistas de um lado só” também ficaram indignados. Atentem para a ironia: eles realmente achavam que o PT era uma… raça! Não! Não é! Felizmente, não estamos diante de características transmitidas pelos genes. Pode até ser uma doença moral, psicológica e social, mas não física. Há esperanças.
Pois bem! Digamos que o sentido da afirmação de ambos fosse o mesmo — não é, mas não entro nessa particularidade agora para não me desviar do essencial —, há uma diferença básica de pessoa e de circunstâncias: Bornhausen era só o presidente de um partido de oposição — e, pois, como tal, representava mesmo uma “parte” da sociedade. Lula é o presidente da República. São condições distintas, que pedem decoros distintos. Ele é presidente em tempo integral. Imaginem se, em qualquer democracia do mundo, um chefe de governo e de estado fala em “extirpar” um partido da oposição. É absolutamente inconcebível!
E desta vez? Lula vai apanhar como apanhou Bornhausen, embora as circunstâncias tornem a sua fala muito mais grave? Ora, é claro que não! Vão dizer que é só uma reação, que está devolvendo na mesma moeda. Ocorre, e isto é muito importante, que o tratamento dispensado a Bornhausen não é muito diferente do dispensado a Serra na TV, a quem chamou de “candidato da turma do contra”, que “entorta o nariz para tudo”. Mas ai daquele que apontar o risco de mexicanização da política brasileira e a tentativa do PT de destruir a oposição! O Elio Gaspari e os efebos, os gasparzinhos, logo se excitam. Se preciso, arranjam até alguns “intelequituais” independentes (independentes, mas do PT, é claro!) para dizer que isso não é verdade, que é coisa da direita raivosa…
Lula está bravo porque Ideli Salvatti amarga um terceiro lugar em Santa Catarina. Perde para Angela Amin, do PP, e para Raimundo Colombo, do DEM. Como todos sabemos, em matéria de eleição, Lula só acha feio perder. O resto ele topa.
Bornhausen respondeu: “É triste ter um presidente sem compromisso com a verdade e sem respeito pelo cargo. Pior ainda é que ele venha a Santa Catarina só para destilar ódio, o que é próprio dos embriagados”.
Para arrematar
Notem que o estilo de Dirceu em 2000, quando o partido era oposição, e o de Lula em 2010, quando é governo, são idênticos. Nos dois casos, o objetivo é um só: A ELIMINAÇÃO DO OUTRO. E foi com ações dessa natureza que ele foram seqüestrando ou minando a reputação alheia. É claro que essa gente, no melhor de sua forma, deveria ser exibida no horário eleitoral da oposição. Hoje, a população só tem acesso à história do PT contada pelo próprio PT. Eu defendo que ela passe a ser exibida contada pelos próprios petistas — entenderam a sutileza?
Republiquetização do País
Leia editorial de primeira do Estadão:
Não é por acaso que o Gabinete Civil da Presidência da República tem estado envolvido em quase todos os grandes escândalos do governo Lula. A começar pelo mensalão, operado por José Dirceu, até a recentíssima denúncia de descarado tráfico de influência por parte da ministra Erenice Guerra e seus familiares, boa parte de todo o malfeito, do ilegal, da pura e simples corrupção que eclode no governo federal tem o dedo do Palácio do Planalto. O dedo de Luiz Inácio Lula da Silva, o grande responsável pelo desenvolvimento econômico dos últimos oito anos; pela incorporação de milhões de cidadãos antes marginalizados ao mercado de consumo; pela ascensão do País à condição de, vá lá, player importante na diplomacia mundial. Se tudo de bom que se faz no governo é de responsabilidade do “cara”, por que apenas o que de errado se faz no governo não tem dono?
Por muito menos do que se tem revelado ultimamente de lambanças com as instituições do Estado e com o dinheiro público um presidente da República foi forçado a renunciar há menos de 20 anos.
Mas com Lula é diferente. Embriagado por índices de popularidade sem precedentes na história republicana, inebriado pela vassalagem despudorada que lhe prestam áulicos, aderentes e aduladores das mais insuspeitadas origens e dos mais suspeitosos interesses, Sua Excelência se imagina pairando acima do bem e do mal, sem a menor preocupação de manter um mínimo de coerência com sua própria história política e um mínimo de respeito pelo decoro exigido pelo cargo para o qual foi eleito.
Sempre que os desmandos flagrados pela Imprensa ameaçam colocar em risco seus interesses políticos e eleitorais, Lula recorre sem a menor cerimônia à mesma “explicação” esfarrapada: culpa da oposição - na qual inclui a própria Imprensa. A propósito das violações de sigilo comprovadamente cometidas recentemente pela Receita Federal - não importa contra quem - não passou pela cabeça de Sua Excelência, nem que fosse apenas para tranquilizar os contribuintes, a ideia de admitir a gravidade do ocorrido e se comprometer com a correção desses desvios. Preferiu a habitual encenação palanqueira: “Nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para ataques pessoais e para a baixaria.” Não há maior baixaria do que um chefe de Estado usar o horário eleitoral de seu partido político para atacar, em termos pouco republicanos, aqueles que lhe fazem oposição. E faltou alguém lembrar ao indignado defensor dos indefesos que entre “tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos” estão a Constituição de 1988, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras iniciativas fundamentais para a promoção social e o desenvolvimento econômico do País, contra as quais os então oposicionistas Lula e PT fizeram campanha e também votaram no Congresso.
Enquanto os aliados de Lula e de Sarney - a quadrilha que dilapidou o patrimônio público do Amapá - vão para a cadeia por conta das evidências contra eles levantadas pela Polícia Federal; enquanto os aliados de Lula - toda a cúpula executiva e legislativa, prefeito e vereadores, do município sul-mato-grossense de Dourados - pelo mesmo motivo vão para o mesmo lugar; enquanto na Receita Federal - não importa se por motivos políticos ou apenas (!) por corrupção - se viola o sigilo fiscal de cidadãos e as autoridades responsáveis tentam jogar a sujeira para debaixo do tapete; enquanto mais uma maracutaia petista é flagrada no Gabinete Civil da Presidência; enquanto, enfim, a mamata se generaliza e o presidente da República continua fingindo não ter nada a ver com a banda podre de seu governo, a população brasileira, pelo menos quase 80% dela, aplaude e reverencia a imagem que comprou do primeiro mandatário, o “cara” responsável, em última instância, pela republiquetização do País.
Está errado o povo? A resposta a essa pergunta será dada em algum momento, no futuro. De pronto, a explicação que ocorre é a de que, talvez, o povo de Lula seja constituído de consumidores, não de cidadãos.
Não é por acaso que o Gabinete Civil da Presidência da República tem estado envolvido em quase todos os grandes escândalos do governo Lula. A começar pelo mensalão, operado por José Dirceu, até a recentíssima denúncia de descarado tráfico de influência por parte da ministra Erenice Guerra e seus familiares, boa parte de todo o malfeito, do ilegal, da pura e simples corrupção que eclode no governo federal tem o dedo do Palácio do Planalto. O dedo de Luiz Inácio Lula da Silva, o grande responsável pelo desenvolvimento econômico dos últimos oito anos; pela incorporação de milhões de cidadãos antes marginalizados ao mercado de consumo; pela ascensão do País à condição de, vá lá, player importante na diplomacia mundial. Se tudo de bom que se faz no governo é de responsabilidade do “cara”, por que apenas o que de errado se faz no governo não tem dono?
Por muito menos do que se tem revelado ultimamente de lambanças com as instituições do Estado e com o dinheiro público um presidente da República foi forçado a renunciar há menos de 20 anos.
Mas com Lula é diferente. Embriagado por índices de popularidade sem precedentes na história republicana, inebriado pela vassalagem despudorada que lhe prestam áulicos, aderentes e aduladores das mais insuspeitadas origens e dos mais suspeitosos interesses, Sua Excelência se imagina pairando acima do bem e do mal, sem a menor preocupação de manter um mínimo de coerência com sua própria história política e um mínimo de respeito pelo decoro exigido pelo cargo para o qual foi eleito.
Sempre que os desmandos flagrados pela Imprensa ameaçam colocar em risco seus interesses políticos e eleitorais, Lula recorre sem a menor cerimônia à mesma “explicação” esfarrapada: culpa da oposição - na qual inclui a própria Imprensa. A propósito das violações de sigilo comprovadamente cometidas recentemente pela Receita Federal - não importa contra quem - não passou pela cabeça de Sua Excelência, nem que fosse apenas para tranquilizar os contribuintes, a ideia de admitir a gravidade do ocorrido e se comprometer com a correção desses desvios. Preferiu a habitual encenação palanqueira: “Nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para ataques pessoais e para a baixaria.” Não há maior baixaria do que um chefe de Estado usar o horário eleitoral de seu partido político para atacar, em termos pouco republicanos, aqueles que lhe fazem oposição. E faltou alguém lembrar ao indignado defensor dos indefesos que entre “tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos” estão a Constituição de 1988, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras iniciativas fundamentais para a promoção social e o desenvolvimento econômico do País, contra as quais os então oposicionistas Lula e PT fizeram campanha e também votaram no Congresso.
Enquanto os aliados de Lula e de Sarney - a quadrilha que dilapidou o patrimônio público do Amapá - vão para a cadeia por conta das evidências contra eles levantadas pela Polícia Federal; enquanto os aliados de Lula - toda a cúpula executiva e legislativa, prefeito e vereadores, do município sul-mato-grossense de Dourados - pelo mesmo motivo vão para o mesmo lugar; enquanto na Receita Federal - não importa se por motivos políticos ou apenas (!) por corrupção - se viola o sigilo fiscal de cidadãos e as autoridades responsáveis tentam jogar a sujeira para debaixo do tapete; enquanto mais uma maracutaia petista é flagrada no Gabinete Civil da Presidência; enquanto, enfim, a mamata se generaliza e o presidente da República continua fingindo não ter nada a ver com a banda podre de seu governo, a população brasileira, pelo menos quase 80% dela, aplaude e reverencia a imagem que comprou do primeiro mandatário, o “cara” responsável, em última instância, pela republiquetização do País.
Está errado o povo? A resposta a essa pergunta será dada em algum momento, no futuro. De pronto, a explicação que ocorre é a de que, talvez, o povo de Lula seja constituído de consumidores, não de cidadãos.
Divirtam-se: todas as verdades do filho de Erenice
Na Folha:
O filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, Israel Dourado Guerra, 32, disse ontem à Folha que foi “enganado” pelo consultor de empresas Fábio Baracat. “Eu fui enganado por aquele rapaz. Ele se dizia dono da empresa, se dizia ser sócio. Ele se mostrava como um empresário bem-sucedido, bem-intencionado”, afirmou o filho de Erenice.
“É triste fazer parte de um joguete. A gente está vendo aí essa onda de denuncismo, essa coisa baixa, essa campanha sem propostas, só com acusações, com ilações, com documentos falsos. Enfim, é uma coisa muito triste o que a gente está vivendo hoje no Brasil, com o país se desenvolvendo na forma que vai. Mas a política, alguns veículos [de comunicação] se comportando da forma mais aética possível.”
Ele também negou ter recebido recursos da empresa de transporte aéreo de cargas MTA. Já em e-mail que ele próprio enviou à revista “Veja” na sexta, Guerra admite a emissão de notas fiscais.
Procurado pela revista para falar sobre os negócios mantidos com Baracat e a empresa MTA, Israel Guerra confirmou ter trabalhado para a empresa MTA. Disse que a autorização da empresa para voar estava vencida, e que Baracat pediu sua ajuda para resolver o problema. Guerra explicou ter apresentado a Baracat a possibilidade de fazer um pedido direto à presidência da Anac, desde que a empresa MTA estivesse em situação regular na Receita Federal. Para ser remunerado pelo serviço, Guerra diz no e-mail ter emitido notas em nome da empresa de seu irmão, Saulo, a Capital Consultoria.
Guerra escreveu na mensagem à revista: “Eu construí a argumentação e o embasamento legal da referida peça e a encaminhei ao representante legal da empresa aqui na cidade de Brasília, que a protocolou no órgão competente. Por razão deste serviço prestado, solicitei a gentileza de meu irmão, que a Capital emitisse nota fiscal contra a pessoa jurídica indicada pelo senhor Fábio Baracat para cobrança do pagamento”.
Ontem, numa curta entrevista à Folha, Guerra apresentou nova versão. Ele contestou as informações, divulgadas por “Veja”, de que a MTA repassou dinheiro à sua empresa. “Elas não procedem. E o meu sigilo vai comprovar. Não só o sigilo meu, como o da própria empresa.” Guerra fez críticas a Baracat.
Por Reinaldo Azevedo
O filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, Israel Dourado Guerra, 32, disse ontem à Folha que foi “enganado” pelo consultor de empresas Fábio Baracat. “Eu fui enganado por aquele rapaz. Ele se dizia dono da empresa, se dizia ser sócio. Ele se mostrava como um empresário bem-sucedido, bem-intencionado”, afirmou o filho de Erenice.
“É triste fazer parte de um joguete. A gente está vendo aí essa onda de denuncismo, essa coisa baixa, essa campanha sem propostas, só com acusações, com ilações, com documentos falsos. Enfim, é uma coisa muito triste o que a gente está vivendo hoje no Brasil, com o país se desenvolvendo na forma que vai. Mas a política, alguns veículos [de comunicação] se comportando da forma mais aética possível.”
Ele também negou ter recebido recursos da empresa de transporte aéreo de cargas MTA. Já em e-mail que ele próprio enviou à revista “Veja” na sexta, Guerra admite a emissão de notas fiscais.
Procurado pela revista para falar sobre os negócios mantidos com Baracat e a empresa MTA, Israel Guerra confirmou ter trabalhado para a empresa MTA. Disse que a autorização da empresa para voar estava vencida, e que Baracat pediu sua ajuda para resolver o problema. Guerra explicou ter apresentado a Baracat a possibilidade de fazer um pedido direto à presidência da Anac, desde que a empresa MTA estivesse em situação regular na Receita Federal. Para ser remunerado pelo serviço, Guerra diz no e-mail ter emitido notas em nome da empresa de seu irmão, Saulo, a Capital Consultoria.
Guerra escreveu na mensagem à revista: “Eu construí a argumentação e o embasamento legal da referida peça e a encaminhei ao representante legal da empresa aqui na cidade de Brasília, que a protocolou no órgão competente. Por razão deste serviço prestado, solicitei a gentileza de meu irmão, que a Capital emitisse nota fiscal contra a pessoa jurídica indicada pelo senhor Fábio Baracat para cobrança do pagamento”.
Ontem, numa curta entrevista à Folha, Guerra apresentou nova versão. Ele contestou as informações, divulgadas por “Veja”, de que a MTA repassou dinheiro à sua empresa. “Elas não procedem. E o meu sigilo vai comprovar. Não só o sigilo meu, como o da própria empresa.” Guerra fez críticas a Baracat.
Por Reinaldo Azevedo
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
O Perigo Que Ronda a Democracia
A oposição enfim reagiu. Antes tarde do que perder sem espernear. Esperava que fosse mais forte, afinal há muito a explorar, no passado e no presente, e o eleitor tem o direito de saber de tudo. Como tantas vezes, Lula da Silva, do alto do seu posto de presidente da República, misturou propositalmente as coisas. É aí onde mora o perigo. Lula foi eleito pelos brasileiros para defender o país e suas instituições. Da mesma forma que é mais grave quando um agente da segurança pública comete um crime, quando era sua obrigação combatê-lo.
Enfocando o assunto, a candidata do PV, Marina Silva, tocou o dedo na ferida. Em sua fala quase sumida, acusou o presidente Lula de não ter agido em benefício do cidadão brasileiro no caso dos sigilos fiscais, como seria sua obrigação funcional. Milhares de cidadãos tiveram seus sigilos violados por funcionários da Receita e o governo, em vez de se desculpar com essas vítimas indefesas e tomar providências imediatas para restaurar a confiança pública naquele órgão, preocupou-se apenas em defender a candidata de seu partido à sucessão. Marina foi mais precisa quando se referiu, a certa altura de sua fala, à "banalização do dolo", usando uma expressão que ficou famosa na definição da filósofa Hannah Arendt ao se referir aos crimes do nazismo, com base no julgamento de Adolf Eichmann, como a "banalização do mal".
A preocupação revelada por Marina deveria ser a de todos os brasileiros, principalmente daqueles que não usam os jornais e revistas somente para embrulhar peixe, como a maioria dos “bolsistas” que decide. São várias as atitude de desrespeito do presidente da República ao Estado brasileiro. Recentemente, já escrevi sobre isso, ele disse em uma reunião com generais que “com mais um ano de mordomias e agrados, poderia chama-los de camaradas”, a saudação comunista que se tornou famosa durante a Revolução Bolchevique, que nunca teve objetivos proletários e foi enterrada pelo coveiro Josef Stalin. Com igual banalização ele tratou escândalos passados, como o mensalão e o caso dos aloprados na eleição anterior. O que realmente preocupa é que fatos graves como a violação de sigilos fiscais numa repartição do Estado brasileiro passem a ser tratados como meras "futricas" de campanha, com o estímulo do próprio presidente da República. Quem pode confiar numa apuração quando o próprio Presidente da República (repito) vai a TV para garantir aos cidadãos brasileiros que nada aconteceu, que tudo não passa de uma "armação política" contra Dilma Rousseff, coisa da oposição que é "do contra", não é patriota e tem preconceito contra as mulheres?
Há algo estranho no ar. Faço minhas as palavras do jornalista Gilberto Dimenstein: “Dilma Rousseff está vencendo as eleições porque Lula fez um bom governo, marcado pela redução da miséria, em meio a crescimento econômico e inflação sob controle. Simples assim. Soube manter as conquistas econômicas do seu antecessor e aprofundar programas sociais. Não conheço nenhum período da nossa história em que estivéssemos tão bem, apesar de muito longe de uma nação civilizada e precisarmos ainda de reformas ousadas. Difícil entender por que, com tantas conquistas, termine seu mandato atacando a imprensa, desrespeitando o poder judiciário, acobertando flagrantes falcatruas e dando sinais inequívocos de apoio do aparelhamento do Estado”.
Também me configura esquisito a apatia que se abate sobre setores da sociedade (aqueles que sabem ler jornais e revistas). Vislumbra-se pontuando alguns comentários indignados, mas não se percebe estremecer qualquer movimento mais forte. Aceito a ideia de Marina. Melhor será que a decisão vá a um segundo turno para melhor confronto das propostas e das questões nacionais.
Sobre o mesmo tema, veja comentário de Marco Antônio Villa, na Folha:
A OPOSIÇÃO ACORDOU
Finalmente. Tinha imaginado que a eleição era na Lapônia. E que a candidatura oficial tinha a lhaneza do Papai Noel. Descobriu que vivemos em um país onde as instituições democráticas são frágeis. Onde o Poder Judiciário é de mentirinha. E o Legislativo está sendo invadido -para a alegria mórbida dos inimigos da liberdade- por humoristas decadentes, ex-jogadores de futebol, celebridades instantâneas e “sambeiros” que espancam suas mulheres.
Lula rasgou a Lei Eleitoral. Depois de ter sido multado diversas vezes pela TSE resolveu, a seu modo, a questão: passou a ignorar solenemente o tribunal. Manteve a rotina de associar o cotidiano administrativo com o processo eleitoral. Em outras palavras: “peitou” o tribunal e ganhou. Ganhou por omissão do TSE.
Para Lula, a democracia não funciona pelo respeito às leis, com uma oposição vigilante e pela crítica às ações do governo. Não. Para ele, a democracia só tem uma fala, a dele.
Transformou as cerimônias públicas em espetáculos de humilhação. Aos adversários, como na Revolução Cultural chinesa, reserva o opróbrio. Basta citar dois incidentes recentes: um em São Paulo e outro em Sorocaba. Manteve-se impassível quando a claque vaiou e quase impediu de falar o governador Goldman.
No fundo, estava satisfeito. O mais triste é que o fato foi considerado absolutamente natural. No Brasil lulista a prática de impedir pelos gritos e, se necessário, pela força um opositor de falar está virando rotina.
A associação indevida entre governo e Estado é evidenciada a todo momento. Tanto no escândalo dos dossiês, como no comício de Guarulhos -onde nem usou o disfarce da presença da candidata- ou na decoração do gabinete presidencial, que tem na parede um adesivo com o logotipo do governo em vez de algo símbolo nacional.
O lulismo desqualifica a política. E abre caminho para o autoritarismo. A eleição deixa de ser uma salutar disputa pelo futuro do país e vira uma guerra. Para ele, os opositores não são adversários, são inimigos.
Enfatiza alguns êxitos econômicos (parte deles sem qualquer relação com o atual governo) e sonha com o poder absoluto. Despreza os defensores das liberdades e, por vontade própria, já começou a miniconstituinte: aboliu informalmente o artigo 5º da Constituição.
Age como o regime militar. Tem medo de, cara a cara, enfrentar um oposicionista. Ridiculariza a política. Neste ritmo logo veremos, como na ditadura, algum outdoor com a frase: “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada”.
Enfocando o assunto, a candidata do PV, Marina Silva, tocou o dedo na ferida. Em sua fala quase sumida, acusou o presidente Lula de não ter agido em benefício do cidadão brasileiro no caso dos sigilos fiscais, como seria sua obrigação funcional. Milhares de cidadãos tiveram seus sigilos violados por funcionários da Receita e o governo, em vez de se desculpar com essas vítimas indefesas e tomar providências imediatas para restaurar a confiança pública naquele órgão, preocupou-se apenas em defender a candidata de seu partido à sucessão. Marina foi mais precisa quando se referiu, a certa altura de sua fala, à "banalização do dolo", usando uma expressão que ficou famosa na definição da filósofa Hannah Arendt ao se referir aos crimes do nazismo, com base no julgamento de Adolf Eichmann, como a "banalização do mal".
A preocupação revelada por Marina deveria ser a de todos os brasileiros, principalmente daqueles que não usam os jornais e revistas somente para embrulhar peixe, como a maioria dos “bolsistas” que decide. São várias as atitude de desrespeito do presidente da República ao Estado brasileiro. Recentemente, já escrevi sobre isso, ele disse em uma reunião com generais que “com mais um ano de mordomias e agrados, poderia chama-los de camaradas”, a saudação comunista que se tornou famosa durante a Revolução Bolchevique, que nunca teve objetivos proletários e foi enterrada pelo coveiro Josef Stalin. Com igual banalização ele tratou escândalos passados, como o mensalão e o caso dos aloprados na eleição anterior. O que realmente preocupa é que fatos graves como a violação de sigilos fiscais numa repartição do Estado brasileiro passem a ser tratados como meras "futricas" de campanha, com o estímulo do próprio presidente da República. Quem pode confiar numa apuração quando o próprio Presidente da República (repito) vai a TV para garantir aos cidadãos brasileiros que nada aconteceu, que tudo não passa de uma "armação política" contra Dilma Rousseff, coisa da oposição que é "do contra", não é patriota e tem preconceito contra as mulheres?
Há algo estranho no ar. Faço minhas as palavras do jornalista Gilberto Dimenstein: “Dilma Rousseff está vencendo as eleições porque Lula fez um bom governo, marcado pela redução da miséria, em meio a crescimento econômico e inflação sob controle. Simples assim. Soube manter as conquistas econômicas do seu antecessor e aprofundar programas sociais. Não conheço nenhum período da nossa história em que estivéssemos tão bem, apesar de muito longe de uma nação civilizada e precisarmos ainda de reformas ousadas. Difícil entender por que, com tantas conquistas, termine seu mandato atacando a imprensa, desrespeitando o poder judiciário, acobertando flagrantes falcatruas e dando sinais inequívocos de apoio do aparelhamento do Estado”.
Também me configura esquisito a apatia que se abate sobre setores da sociedade (aqueles que sabem ler jornais e revistas). Vislumbra-se pontuando alguns comentários indignados, mas não se percebe estremecer qualquer movimento mais forte. Aceito a ideia de Marina. Melhor será que a decisão vá a um segundo turno para melhor confronto das propostas e das questões nacionais.
Sobre o mesmo tema, veja comentário de Marco Antônio Villa, na Folha:
A OPOSIÇÃO ACORDOU
Finalmente. Tinha imaginado que a eleição era na Lapônia. E que a candidatura oficial tinha a lhaneza do Papai Noel. Descobriu que vivemos em um país onde as instituições democráticas são frágeis. Onde o Poder Judiciário é de mentirinha. E o Legislativo está sendo invadido -para a alegria mórbida dos inimigos da liberdade- por humoristas decadentes, ex-jogadores de futebol, celebridades instantâneas e “sambeiros” que espancam suas mulheres.
Lula rasgou a Lei Eleitoral. Depois de ter sido multado diversas vezes pela TSE resolveu, a seu modo, a questão: passou a ignorar solenemente o tribunal. Manteve a rotina de associar o cotidiano administrativo com o processo eleitoral. Em outras palavras: “peitou” o tribunal e ganhou. Ganhou por omissão do TSE.
Para Lula, a democracia não funciona pelo respeito às leis, com uma oposição vigilante e pela crítica às ações do governo. Não. Para ele, a democracia só tem uma fala, a dele.
Transformou as cerimônias públicas em espetáculos de humilhação. Aos adversários, como na Revolução Cultural chinesa, reserva o opróbrio. Basta citar dois incidentes recentes: um em São Paulo e outro em Sorocaba. Manteve-se impassível quando a claque vaiou e quase impediu de falar o governador Goldman.
No fundo, estava satisfeito. O mais triste é que o fato foi considerado absolutamente natural. No Brasil lulista a prática de impedir pelos gritos e, se necessário, pela força um opositor de falar está virando rotina.
A associação indevida entre governo e Estado é evidenciada a todo momento. Tanto no escândalo dos dossiês, como no comício de Guarulhos -onde nem usou o disfarce da presença da candidata- ou na decoração do gabinete presidencial, que tem na parede um adesivo com o logotipo do governo em vez de algo símbolo nacional.
O lulismo desqualifica a política. E abre caminho para o autoritarismo. A eleição deixa de ser uma salutar disputa pelo futuro do país e vira uma guerra. Para ele, os opositores não são adversários, são inimigos.
Enfatiza alguns êxitos econômicos (parte deles sem qualquer relação com o atual governo) e sonha com o poder absoluto. Despreza os defensores das liberdades e, por vontade própria, já começou a miniconstituinte: aboliu informalmente o artigo 5º da Constituição.
Age como o regime militar. Tem medo de, cara a cara, enfrentar um oposicionista. Ridiculariza a política. Neste ritmo logo veremos, como na ditadura, algum outdoor com a frase: “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada”.
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