sexta-feira, 28 de setembro de 2007

O Desespero Não é só da Polícia

O episódio com o carro metralhado por policiais representa uma lição que deve ser decorada pelos que fazem o governo do Estado e a Policia, claro. O caso não significa só despreparo da PM, traz embutido no ato o despreparo também dos governantes, que não conhecem profundamente (melhor, cientificamente) o fazer segurança e policiar. Segurança (ensina Houaiss) é um substantivo feminino que significa:

1. ação ou efeito de tornar seguro; estabilidade, firmeza, seguração;
2. ação ou efeito de assegurar e garantir alguma coisa; garantia, fiança, caução;
3. estado, qualidade ou condição de uma pessoa ou coisa que está livre de perigos, de incertezas, assegurada de danos e riscos eventuais, afastada de todo mal;
4. estado, condição ou caráter daquilo que é firme, seguro, inabalável, ou daquele com quem se pode contar ou em quem se pode confiar inteiramente;
5. situação em que não há nada a temer; a tranqüilidade que dela resulta;
6. conjunto de processos, de dispositivos, de medidas de precaução que asseguram o sucesso de um empreendimento, do funcionamento preciso de um objeto, do cumprimento de algum plano etc.;
7. certeza, infalibilidade; convicção; evidência;
8. força ou firmeza nos movimentos; firmeza de ânimo, resolução, afoiteza, autoconfiança;
8. atitude de confiança nos próprios recursos, presença de espírito, autodomínio, geralmente aliada à certeza de pertencer a um grupo social valorizado ou de ser respeitado em seu grupo social;
9. estado em que a satisfação de necessidades e desejos se encontra garantida.

Claro que existem outros significados (Segurança nacional, do trabalho, por exemplo) e quando ao termo segurança se agrega a palvra pública (dever do Estado de criar condições para que o indivíduo possa viver em comunidade, livre de ameaças, em liberdade e bem-estar) a compreensão deve se alargar, o que nem sempre ocorre. Para se chegar a um estado de segurança é necessário policiar e aí o que acontece é pior ainda. Policiar é um verbo transitivo direto que significa vigiar ou fiscalizar, manter em ordem, por meio do trabalho da polícia ou de acordo com os regulamentos policiais. Por exemplo, policiar a cidade para assegurar a paz de seus moradores. Pode ser também vigiar com atenção, com aplicação; zelar ou tornar civilizado; civilizar e, ainda, não permitir que (algo) se produza ou se manifeste (fora de si ou em si mesmo); reprimir(-se), conter(-se).

O problema é que a questão da segurança foi tratada nos últimos meses sempre com muita jactância e pouca realização. Não se transforma uma realidade apenas com discurso ou com perfumaria. Vestir os policiais com farda de grife (houve até desfile de moda no Centro Dragão do Mal, digo do Mar para a escolha do estilista) e dotar o aparato policial de Hilux SW4 automática com equipamentos de última geração só criaram na cabeça dos policiais a falsa idéia de que eles estavam literalmente donos da situação. O excesso de confiança e a cobrança por resultados para apresentar à mídia deram a corda que faltava. O resultado foi a tragédia que se viu. E só agora o governador, deputados e o Fábio Campos entenderam que a polícia é desprerada. Adianta dar um jato moderno para um piloto de teco-teco. Não se arruma uma casa pintando a fachada para aparecer bem na fotografia.

Todos nós torcemos, como o Fábio Campos (colunista de política do O Povo) para que o programa Ronda de Quarteirão dê certo. Deixando lado a excessiva propaganda, é uma iniciativa louvável, mas deve começar com o aprimoramento do homem, com o pagamento de melhores salários e com o aumento do efetivo, pelo menos, em seis mil homens. O Ronda deve ser um programa de quatro anos e não um programa emergencial. O pior é que quando os governantes erram são os cidadãos que pagam a conta.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Pesquisas Sobre Sucessão de Fortaleza

Duas pesquisas sobre intenção de voto para a Prefeitura de Fortaleza estão circulando clandestinamente entre os líderes partidários. O objetivo é apresentar o cacife de cada um que deseja ou que está recebendo corda para ser candidato. Uma foi realizada IPESP e teria sido contratada pelo senador Tasso Jereissati. A outra foi realizada pelo Instituto GPP, do Rio de Janeiro, e teria sido contratada pelo DEMOCRATAS.

Na pesquisa do IPESP, pelo pouco que conseguimos apurar, Moroni aparece com 34% das intenções de voto (na outra, do mesmo IPESP, ele obteve 36%, o que significa uma variação amostral e não queda), enquanto Luizianne ficou com 18% (na anterior, ela ficou com 22%, o que já ultrapassa o erro amostral de 3%, caracterizando um declínio). Patrícia Gomes, agora Sabóia, entra pela primeira vez no rol de candidatos e aparece na pesquisa com 13%.

Na pesquisa do GPP, que foi realizada com um leque maior de candidatos, Moroni aparece com 33.6, Luizianne com 18.1, Patrícia com 10.7, Heitor Férrer com 7.1, Edson Silva com 6.9, Chico Lopes com 5.1, João Alfredo com 2.8, Alexandre Pereira com 0.5 e Gastão Bittencourt também com 0.5. 8.8% são ninguém, brancos e nulos e 5.9% não sabem ou não responderam.

O GPP faz uma pergunta diferente ao eleitor de Fortaleza, que não é vista com freqüência nos questionários de outros institutos: “na sua opinião, Luizianne Lins merece ser reeleita para um novo mandato de mais 4 anos, ou ela já teve sua chance e agora é hora de dar vez a outro, como Prefeito?”. Resposta do eleitor, conforme o GPP:

Já teve sua chance............................. 67,2
Merece ser reeleita............................ 28,8
Não sabe/Não respondeu.................. 4,0

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A História Política de Uma Família - P.4.a

No capítulo que foi publicado na última segunda-feira neste blog mostramos a família Ferreira Gomes e agregados conquistando o poder político. No capítulo de hoje vamos mostrar as campanhas presidenciais de Ciro Ferreira Gomes e a volta ao Ceará. Veja, a seguir, o quarto capítulo.

A História Política de uma família - capítulo IV

A MORTE PELA BOCA
(primeiro ato)

As duas eleições do período pós-ditadura (1989 e 1994) ocorrem em clima de ambiente midiático[1]. Chega a terceira eleição (1998) e este terceiro experimento eleitoral acontece em ambiente semelhante, mas com algumas diferenças marcantes. Seria, como apontam alguns pesquisadores, o momento em que a transição parecia ter se completado. A primeira eleição pós-democratização foi marcada pela inovação e a estratégia de mídia, pelo entusiasmo, pela motivação depois de 25 anos sem votar em presidente. O pleito foi “diluído” em mais de vinte candidatos. Um dado importante é que todos se colocavam em oposição ao governo que se encerrava, de José Sarney (PMDB). Nada chega a ser surpreendente: o fracasso econômico do Plano Cruzado, com altas taxas de inflação e pífios índices de crescimento econômico, fazia com que 68% da população considerassem o governo Sarney como ruim ou péssimo (Pesquisa Datafolha de setembro de 89).

Só para marcar aquele momento importante do nosso processo de redemocratização, utilizamos a clivagem ideológica adotada por Singer[2] para agrupar os candidatos mais relevantes: esquerda: Lula, do PT; Leonel Brizola, do Partido Democrático Trabalhista; e Roberto Freire, do Partido Comunista Brasileiro. Centro: Mário Covas, do Partido da Social Democracia Brasileira (fundado a partir de uma cisão do PMDB em 1988); Ulysses Guimarães, do PMDB; e Guilherme Afif Domingos, do Partido Liberal. Direita: Paulo Maluf, do PDS; Aureliano Chaves, do Partido da Frente Liberal (fundado a partir de uma cisão do PDS em 1985); Ronaldo Caiado, da União Democrática Ruralista; e Fernando Collor de Mello, do Partido da Reconstrução Nacional. Os outros candidatos somados obtiveram menos de 3% dos votos válidos. O resultado final do primeiro turno consagrou Collor em primeiro lugar, com 30,4% dos votos válidos (mais de vinte milhões e meio de votos), e Lula em segundo, com 17,1% dos votos válidos (mais de onze milhões e meio de votos). Vale lembrar que Lula superou Brizola (o terceiro colocado) por apenas 0,6 ponto percentual (menos de quinhentos mil votos). Comparto a opinião de Singer de que a impopularidade de Sarney e de seu partido influenciaram negativamente os candidatos centristas, fazendo com que o desempenho eleitoral destes fosse sofrível (somados, os centristas tiveram apenas 20% dos votos). Assim, a eleição caminharia para o segundo turno polarizado entre esquerda (que conseguira 32,7% dos votos, com todos os candidatos somados) e direita (38% dos votos somados). Seria, portanto, o centro o fiel da balança do segundo turno, polarizado entre direita (Collor) e esquerda (Lula). Deu a direita.

A mesma direita que tanto atraiu o grupo dissidente do PMDB do Ceará, que acabou por ingressar no PSDB (centro). Àquela época, sei que nem todos lembram, Ciro, Tasso e Sérgio Machado (secretário de Governo de Tasso) eram os mais entusiastas para uma adesão ao PRN de Collor. Dezenas de reuniões foram feitas por Sérgio (no auditório da Secretaria de Planejamento, no Cambeba) com as ditas bases políticas para debater o apoio ao candidato alagoano. Uma delas (e a mais importante) foi realizada no hotel Esplanada (hoje fechado), reunindo lideranças de todo o Estado do Ceará e foi lá que Ciro e Tasso fizeram os discursos mais inflamados pró-Collor. Ciro extrapolou sua pomposa retórica para concluir fazendo uma convocação: “...agora é hora de collorir”. Choveram aplausos. A adesão só não deu certo por causa de um estranho (e até hoje não explicado) episódio ocorrido em Brasília, momentos antes da reunião em que o grupo do Ceará assinaria a ficha de ingresso no PRN (ou melhor, formalizaria a adesão à candidatura Collor de Mello). Alguns dizem que Collor não aceitou as exigências do grupo. Outros dizem que tudo ocorreu porque Collor, para evitar exigências pesadas, teria deixado vazar à imprensa o local, a hora e o nome das pessoas que iriam ingressar no partido. O encontro seria o momento da adesão e também o momento em que combinariam a versão à imprensa. Já havia, no bolso do paletó de Tasso, uma carta, com aprovo de todos, com os termos da adesão e a versão que dariam à imprensa. O vazamento irritou o grupo, que recuou e não concretizou a adesão oportunista. O silêncio caiu sobre o episódio e dias depois o grupo assinou ficha no PSDB e apoiou a candidatura de Mário Covas.

(Veja na sexta-feira a seqüência da história política da família Ferreira Gomes: Capítulo V – A MORTE PELA BOCA – segundo ato).

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[1] As eleições de 89 foram “laboratório” e marco inaugural do fenômeno do marketing político em eleições presidenciais no Brasil (o que não contestado por nenhum estudioso de comunicação ou de Ciência Política), seguindo o modelo norte-americano, ainda que com as diferenças da legislação eleitoral. Por isso, é importante destacar o papel que os meios de comunicação de massa – particularmente a televisão – passaram a ter em uma campanha eleitoral presidencial. Em um país de dimensões continentais, em muitas cidades e regiões, o horário eleitoral gratuito ainda é a única forma de contato entre o candidato e a população.

[2] André Singer, em seu trabalho “Ideologia e Economia na Decisão de 1994”, apresentado no XXII Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais – ANPOCS, Caxambu-MG, 27 a 31 de Outubro de 1998.

Pesquisa Avalia Situação de Lula

O Jornal o Estado de São Paulo publicou no último domingo os dados de uma pesquisa nacional do Instituto IPSOS avaliando a situação do Governo Lula. É preciso atentar, ao ler os resultados, que as pesquisas sempre exigem muito cuidado na análise. Há sempre uma tendência do leitor não atento de captar somente os números, sem perceber os detalhes no cotejamento dos números nas diversas situações. Há situações que funcionam como variáveis e que podem, portanto, afetar a análise, como, por exemplo, os diversos escândalos divulgados. Veja, a seguir, alguns pontos da pesquisa, com base na análise feita pelo ex-blog do César Maia:

1. O bolsa-família é o programa do governo Lula que mais consenso produz, cruzando as respostas por quaisquer perfis do eleitor. A resposta à pergunta ("o que Lula fez de bom no governo?") que dá ao bolsa-família 43%, a estabilidade econômica 20%, a ajuda aos pobres (que poderia ser somada ao bolsa-família), 10% mostra exatamente isso. Mas isso não quer dizer que seja a principal razão de voto.

2. Estudos econométricos de causalidade mostram que a razão hipotética de se votar em Lula hoje é a questão econômica, estabilidade e crescimento. Por isso não há qualquer contradição do eleitor quando responde sobre o presidente responsável pela estabilidade econômica quando Lula tem 67% e FHC 7%. Essa resposta apenas ratifica o que as razões de causalidade demonstram. O ponto não é a bolsa-família, mas a economia. A boa economia de FHC terminou há 10 anos atrás, na crise de setembro de 1997[1].

3. Um artigo publicado pelo historiador e politólogo argentino, Natalio Botana, uns meses atrás (que o ex-blog do César Maia reproduziu um resumo), mostrava o paradoxal na América Latina entre economia e democracia. Ou seja, na América Latina, quanto melhor a economia mais autoritários ficam os governos. É a gente vê exemplos disso em nossa AL, principalmente na petrodemocracia venezuelana. Com Lula e PT é exatamente assim: o executivo manda e o legislativo se submete. O caso Renan é exemplo disso. E é isso o que o executivo quer, aqui e alhures. Um quadro econômico inverso, certamente produziria não só a queda da avaliação de Lula, como a fragilização do executivo em relação ao legislativo e aos políticos.

4. Por outro lado, a fragilização do legislativo leva o eleitor a estar cada vez mais desligado da representação política dos partidos e mais ligado aos personagens. Por isso (e por sorte para eles) não existe PT, mas Lula. O problema é que o desenho do personagem Lula, não é clonável entre os políticos destacados hoje. Nenhum deles do PT, ou fora dele é da família Lula. Ao contrário, Serra, Aécio e Alckmin, são da família FHC.

5. Desta forma a eleição presidencial de 2010, parte de duas situações: a) não há personagem sucessor; b) depende da dinâmica econômica daqui para frente. Quando surge no horizonte um crescimento de 5%, o governo vai ao orgasmo, pois sabe que é esse seu pilar de sustentação e de transferência de votos. Mas quando a crise "hipotecária" sinaliza nuvens carregadas para a economia e os índices de preços pululam, todo este quadro se desfaz.

6. E se for assim, teremos uma eleição lotérica de partida, na medida em que a memória econômica negativa passará a ser de FHC e Lula e não só de FHC, segundo governo. Esta característica estimulará o lançamento de muitas candidaturas, e um quadro eleitoral imprevisível, onde os perdedores no primeiro turno poderão ser decisivos no segundo.

7. Desta forma, a pesquisa que se tem que ficar atento é a projeção de cenários para o futuro. É mais trabalhoso e sofisticado do que pesquisas sobre o que se pensa hoje. Os bons economistas sem partidos sabem como fazer. E a metodologia -que alguns chamam de quali-quantis- está a disposição de todos os interessados de forma a combinar projeção de cenários com os fatores de peso.

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[1] A crise do final da década de 90 não foi comentada ou analisada em sua profundidade, mas foi detectada por diversos estudiosos da economia política, como, por exemplo, o politólogo e economista espanhol Ludolfo Paramio, que publicou o trabalho “Perspectivas de la izquierda en América Latina” logo depois da primeira eleição de Lula.

Estudos Derrubam Teses

É preciso reflexionar com cuidados os efeitos da chegada do Partido dos Trabalhadores ao governo central em 2002, que, sem dúvida, marcou uma inflexão na vida política brasileira. O PT concorreu em todas as eleições presidenciais diretas pós-redemocratização (1989, 1994, 1998, 2002 e 2006), conseguindo a façanha de eleger duas vezes o único candidato a presidente de toda sua história: Luis Inácio Lula da Silva. A vitória dele após três tentativas anteriores frustradas suscitou um debate muito rico e ainda pouco desenvolvido no Brasil: como o PT e Lula conseguiram, após as três derrotas, legitimar-se perante a sociedade brasileira e conquistar a presidência?

Diversos trabalhos acadêmicos foram produzidos. Um deles, coordenado pelo professor Fernando Limongi e tendo como integrantes Danilo César Fiore e Sérgio Roberto Guedes Reis, de dezembro de 2006, traz algumas interessantes conclusões. São interpretações acadêmicas acerca do percurso (político, social, ideológico, eleitoral etc.) do PT nas quatro eleições presidenciais em questão (89, 94, 98 e 2002). O estudo segue a lógica simples, facilitada pelo o fato de Lula ter sido o único candidato do partido em todos os embates, de percorrer três “caminhos” explicativos possíveis para a vitória petista em 2002 face às derrotas anteriores. A primeira: Lula e o PT mudaram, transformando-se em alternativa eleitoral viável para a maioria da população. A segunda: mudou a percepção da maioria da população, que “deu uma chance” a Lula e ao PT. A terceira: uma combinação das duas hipóteses anteriores.

As explicações acerca do desempenho eleitoral de Lula apresentam divergências diversas. Para alguns, a vitória de Lula foi o clímax de um ciclo de crescimento político-eleitoral do PT e de sua base social, para outros esta conquista se deu às custas da dispersão ideológica do partido. Claro que dicotomia está longe de esgotar o assunto. Outras abordagens recorrem à importância dos mecanismos sociais, econômicos e discursivos, predominando o papel da mídia nas eleições do período. Vale a pena repetir a pergunta nunca respondida: teria a televisão influenciado a performance do candidato? Outras indagações também carecem de respostas substanciais: qual o papel da abertura econômica no cenário eleitoral? O Brasil de 2002 era o mesmo de 1989?

Você aí, que está lendo este blog, já refletiu sobre isso? Em caso positivo, e se for de sua vontade, envie-nos a sua reflexão (e-mail - daltondivaldir@hotmail.com). Caso contrário, espere a continuação de nossa abordagem. Os estudos sobre a motivação eleitoral no período pós-democratização não estarão completos até que incluam a análise da eleição de 2006 (terá sido a bolsa-família a motivação maior, especialmente nas classes C/D/E?).

Leitores de Blogs São Mais Que os de Jornais

A internet cada vez mais ganha espaço como uma mídia poderosa. No Brasil, quase 9 milhões de pessoas acessam e lêem blogs, de acordo com dados do Ibope/NetRatings de agosto, o que representa 46% do número de internautas ativos no mês. "Os dados mostram também que o Brasil está no patamar dos Estados Unidos e do Reino Unido, mercados em que o uso de redes sociais é maior que o de blogs, mas atrás de França e, principalmente, Japão", afirma José Calazans, analista do Ibope Inteligência. Em agosto, de acordo com o Ibope/NetRatings, praticamente 15 milhões de usuários residências navegaram em Comunidades (incluindo redes sociais, bate-papos, fóruns e blogs), o que equivale a cerca de 80% do total de internautas ativos domiciliares do mês. Desses, mais de 13 milhões (70% do total de usuários) entraram em redes sociais.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

A História Política de Uma Família - P.3

No capítulo que foi publicado na última sexta-fera neste blog mostramos os caminhos partidários que a família Ferreira Gomes tem percorrido na busca de conquistar espaços (e mandatos). No capítulo de hoje vamos mostrar as a primeira campanha presidencial de Ciro e a conquista da prefeitura de Sobral pelo irmão Cid Gomes, enquanto Pastrícia chega a Assembléiia Legislativa. Veja, a seguir, o terceiro capítulo.

A História Política de uma família - capítulo III

O SEGUNDO FERREIRA GOMES NO GOVERNO

No período de 1994 até 2006, quando ficou sem mandato, Ciro foi duas vezes candidato a Presidente da República, a primeira pelo PPS (1998) e a segunda pelo PSB (2002), uma dança de partido a que ele já está acostumado a cada véspera de eleição. Mas, a partir de 1990 já havia outro Ferreira Gomes com mandato. Era o atual governador, Cid Gomes, que foi eleito para a Assembléia Legislativa do Ceará a primeira vez na carona do irmão Ciro (eleito governador do Ceará) com 21.895 votos. Cid renova o mandato em 1994, conseguindo 45.520 votos. Enquanto Cid cresce na Assembléia e chega a presidente do Legislativo cearense, Ciro, sem emprego, ou melhor, sem mandato, após deixar o ministério de Itamar Franco consegue ser aluno visitante da Universidade de Harvard onde cristaliza uma amizade dom o professor Mangabeira Unger. Dessa amizade sai o livro “O próximo passo, uma alternativa prática ao neoliberalismo”, publicado em 1996. O livro, não muito bem acolhido, seria a base da campanha de Ciro à presidência da República de 1998, e Unger emprestaria ao “cearense” de Pindamonhangaba-SP o brilho intelectual e o cheirinho de esquerda que ele, Ciro, tanto desejava. Não funcionou como ele esperava.

Mais quatro anos viveria Ciro Gomes na planície. Houve até um tempo em que ele, sem mandato, teve que ser empregado do Beach Park (embora raramente viesse ao Ceará), empreendimento turístico do qual era sócio o atual chefe da Casa Civil do Governo Cid Gomes, Arialdo Pinho, embora a questão não fosse a falta de dinheiro. Já estava longe o tempo em que o Gomes mais velho se vangloriava de andar em um carro usado e de morar em uma casa classe média baixa no bairro de Dionísio Torres (rejeitou morar na residência oficial, por trás do Palácio da Abolição), mesmo como governado do Ceará, porque não queria habituar seus filhos a um padrão de vida que ele dizia não poderia manter.

Enquanto Ciro vivia a planície, muito bem, obrigado, Cid deixava a Assembléia em 1996 para concorrer pela segunda vez à Prefeitura de Sobral (na primeira vez foi derrotado por Ricardo Barreto). Conseguiu eleger-se com 41.605 votos. Em 2000 vai à reeleição e obtém a vitória com 48.322 votos. Governa os dois mandatos em aliança com a esquerda, tendo o PT como principal parceiro. Saí da Prefeitura em 2004, mas deixa um dos integrantes do grupo Ferreira Gomes como prefeito: Leônidas Cristino, que fora secretário de Infra-estrutura de no governo de Ciro e depois foi eleito deputado federal em 1994 com 92.520 votos. Em 1998, não conseguiu repetir o feito e ficou sem mandato, mas continuou sob a proteção da família. Agora é prefeito.

Ciro Gomes ficou fora do poder por oito anos, mas a família e os agregados continuaram progredindo. Cid chegara a prefeito de Sobral e tinha sonhos de chegar ao Governo do Estado, como aconteceu. Outro irmão, Ivo Gomes, dava os primeiros passos como secretário de Cid em Sobral, enquanto a ex-mulher, Patrícia Gomes, hoje Sabóia, também fazia carreira. Em 1996, numa campanha milionária para vereadora, com total apoio do ex-marido, ela não consegue a votação que pensa, mas é eleita com 21.839 votos. Dois anos depois, aproveita a candidatura de Ciro para a Presidência e salta para a Assembléia Legislativa, já pelo PPS, com 79.739 votos.

A amizade Ciro-Tasso, construída desde a campanha de 1986, solidificava-se cada vez mais, ao ponto de ser tramada dentro de casa (entre os próprios companheiros de partido e até parentes) a rasteira que foi dada em Sérgio Machado, na eleição de 1988 (uma história que contaremos a seguir, com os incríveis lances de bastidores). Na eleição de 1998, a amizade passou por uma dura prova e resisitiu. Jereissati (PSDB) apoiava a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, mas não fez nada para impedir que Ciro (PPS) fosse o mais votado no Ceará. Vem a campanha presidencial de 2002, e a amizade é outra vez testada, mas passa com louvor.

(veja amanhã a seqüência da história política da família Ferreira Gomes: Capítulo IV – A MORTE PELA BOCA.

Culpado Ou Inocente?

Um amigo meu brasileiro, mas que mora na Nova Zelândia, me disse uma vez, quando o visitava, que se soubesse que Lula faria tudo isso de ruim que está por aí teria votado nele logo na primeira eleição, pois já estaríamos livres dele e da pesada turma que ele carrega, que a imprensa costuma chamar de base aliada (incluindo o PT, claro).

Leiam só a preciosidade que Lula da Silva disse numa das centenas de entrevista: “não estou ainda convencido de que Zé Dirceu seja culpado de todo que o acusam”. Ora, ora, não poderia ser diferente a fala de Lula, pois a lama que emanava d gabinete de Zé Dirceu corria por debaixo da porta do gabinete vizinho (o de Lula). Moralmente, já que os trôpegos braços da Justiça não o alcançaram, se Zé Dirceu for culpado, Lula estará condenado.

Agora, muito mais estranho é Lula só falar sobre Zé Dirceu. E quanto aos outros, presidente? Quer dizer, então, que Delúbio, Silvinho, Genuíno, Gushiken, Palloci, Marcos Valério, Lorenzetti etc. etc. são culpados?

SE UM DIA TUDO VOLTASSE AO NORMAL...

A fala de Lula, de tão primorosa, serve até de motivação para que os brasileiros, mesmo bem longe de sua terra, exercitem a irreverência que é tão nacional. Penso que foi por isso que meu amigo da Nova Zelândia me enviou o e-mail que transcrevo a seguir:

Haverá um dia em que todos os brasileiros voltarão a ser felizes!
Será o dia em que:

- GENUINO será algo verdadeiro;
- GENRO apenas o marido da filha;
- SEVERINO apenas o porteiro do prédio,
- FREUD voltará a ser só o criador da Psicanálise;
- LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
- GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;
- Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini, Gedimar, Valdebran, Valdomiro, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken, Marcos Valério etc., serão simples PRESIDIÁRIOS.
- E LULA, APENAS UM ANIMAL MARINHO!
Agora, quando olho meu titulo de eleitor entendo o verdadeiro significado da palavra “ZONA ELEITORAL”!

LULA APRENDEU COM CIRO

Ciro Gomes, hoje deputado federal e pretenso candidato a presidente da República, sempre foi mestre em rechear suas falas rocambolescas* (como Rolando Lero, do programa da escolinha do Professor Raimundo) com estatísticas de duvidosa procedência e, consequentemente, veracidade. Agora a moda chegou ao Governo Lula, ao que se percebe. Vi numa fala oficial de Lula e em outras falas de integrantes do Governo do PT & aliados que nunca na história deste País a taxa de desemprego caiu tanto. O último que fez tal afirmativa foi o ministro Guido Mantega.

Tudo bem, mas como nunca na história deste País se escamoteou tanto a verdade, então me digam como a taxa de desemprego caiu tanto se o seguro desemprego disparou no período Lula? Ou é mentira a queda da taxa de desemprego ou tem mais alguém roubando. E aí ministro Ubiratan Aguiar (TCU) será que não seria hora de o senhor deixar de lado a sua poesia, que não é essas coisas toda, para cuidar de uma investigação nesse tal de Seguro Desemprego?

O que estou escrevendo aqui não é invenção, deu no jornal O Estado de S. Paulo. “Despesas com seguro-desemprego mais que dobram em cinco anos. Pagamentos feitos pelo Ministério do Trabalho saltaram de R$ 5,7 bilhões em 2002 para R$ 12,7 bilhões este ano. Os gastos do governo federal com seguro-desemprego estão crescendo em ritmo explosivo. Entre 2002 e 2007, as despesas com os benefícios pagos pelo Ministério do Trabalho às pessoas dispensadas sem justa causa subiram de R$ 5,7 bilhões para R$ 12,7 bilhões. Trata-se de um aumento médio de 17,3% ao ano, bem superior a qualquer outro gasto na esfera federal”. Taí a informação publicada.

* Rocambolesco é um adjetivo que lembra as aventuras extraordinárias de Rocambole, personagem dum romance do francês Ponson du Terrail (está o Aurélio). No Ceará, mais dois políticos seguem o estilo: o deputado Fernando Hugo e o vereador Idalmir Feitosa, ambos do PSDB.

DINHEIRO É O QUE INTERESSA...

Nós já pagamos tanto impostos que não dá nem para lembrar as siglas. Existe até o imposto garantido por Medida Provisória (MP), como o CPMF. No Rio, o IBAMA anuncia que vai cobrar pedágio no Corcovado. Quer dizer: que for subir para ver de perto o Cristo Redentor, uma das sete modernas maravilhas do mundo, vai ter de pagar também um pedágio.

Para cobrança foi contratada a TASK SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO LTDA, empresa carioca que tem presença fácil nas licitações da União, tendo contratos com o Ministério Público da União no Rio, o Tribunal Superior Eleitoral, a Agência Nacional do Petróleo, o Ministério da Saúde etc. etc. A próxima etapa é a concessão, já licitada, que o Ibama dará a uma transportadora turística (a Bel Tur) para a ligação Paineiras - Corcovado.
Contratante: INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS.
CNPJ Contratado: 28708477000145.
Contratado: TASK SISTEMAS DE COMPUTAÇÃO LTDA
Objeto: Contratação de empresa especializada para o fornecimento e instalação de sistema de emissão de ingressos e controle de arrecadação para o acesso ao complexo do Corcovado no Parque Nacional da Tijuca. Valor Total: R$ 99.000,00. Data de Assinatura: 24/08/2007.

O MUNDO DA INTERNET (E-MAIL)

O prefeito do Rio, Cezar Maia, que já teve o Blog na Internet e hoje envia para alguns endereços o seu ex-blog está recomendando a seus leitores o livro “Send”, que já se tornou um “best seller”. O livro retrata o mundo do e-mail, explicitando suas vantagens e problemas. Cezar, com quem já tive o prazer de conversar sobre literatura, é um voraz leitor especialmente do mundo das comunicações e da opinião pública. Dividimos, inclusive, a admiração pelo filósofo Gabriel tarde, o pai da microsociologia.

Cezar mostra em seu ex-blog um trecho de uma matéria do jornal La Nación sobre o livro, que reproduzimos a seguir:

El correo electrónico tiene apenas veinte años de vida, pero es ya una herramienta de diálogo y de negocios tan indispensable que es difícil imaginar la vida sin él. Permite buscar trabajo, inscribirse en las escuelas, recibir cartas de rechazo, comprar pasajes, etc..etc.. También es una fuente inagotable de malentendidos, amores clandestinos y dolores de cabeza. Desde el principio, además, ha sido terreno propicio para la delincuencia. Los e-mails son más vulnerables y accesibles que los viejos mensajes postales. La mayoría de estos enigmas están aclarados em Send (Enviar), un manual de 250 páginas publicado a comienzos de septiembre en Nueva York. El comedido subtítulo lo presenta como “guía esencial para los e-mails en la oficina y la casa”. Y en verdad lo es. Sus autores son David Shipley, editor de la página de Opinión de The New York Times, y Will Schwalbe, vice presidente de la editorial Hyperion.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A História Política de Uma Família - P.2

No capítulo de ontem mostramos a origem política da família Ferreira Gomes. No capítulo de hoje vamos mostrar os caminhos partidários que a família tem percorrido na busca de conquistar espaços (e mandatos). Sábado e domingo não teremos uma seqüência, mas na segunda-feira estará no blog o terceiro capítulo da história de uma família. Veja, a seguir, o segundo capítulo:

A História Política de uma família - capítulo II

A FIRMEZA DA IDEOLOGIA

É bom conhecer os caminhos que a família já percorreu no desenvolvimento do projeto traçado. Ciro Gomes foi o primeiro a buscar um mandato no final dos anos setenta para início anos oitenta, quando participava do chamado “Jipe” do coronel César Cals (já falecido), que foi governador e senador indicado pelos generais da ditadura. Chamavam de “jipe” o pequeno grupo de César Cals, um dos braços da Arena. Os outros braços eram dominados pelos irmãos Bezerra (Adauto e Humberto) e Virgílio Távora (também já falecido). Na primeira eleição, Ciro Gomes ficou na primeira suplência e assumiu após convocação de um deputado para compor o secretariado do governo. Foi uma eleição dura e Ciro foi alvo de denúncia de troca de voto por material de construção, no que ficou conhecido como “caso Atualpa”, que foi parar nas barras da Justiça (basta ver os jornais da época).

Com a transição à democracia e conseqüente queda dos coronéis, Ciro chegou à sombra de Tasso Jereissati, que ingressa na política disputando o governo do Ceará com o coronel Adauto Bezerra em 1986. Ciro é um dos últimos a ser eleito deputado estadual (veja primeiro quadro abaixo) e dá início a sua meteórica carreira Política. Já em 1989 é eleito, pelo grupo de Jereissati, então no PMDB, prefeito de Fortaleza (veja segundo quadro abaixo), tendo como vice Juracy Magalhães, que a partir da herança de Ciro domina Fortaleza por 16 anos. Ciro foi prefeito somente dois anos, deixando a prefeitura da Capital cearense para disputar a sucessão de seu mentor (Jereissati), provocando uma cisão no miolo do governo, com o descarte de Sérgio Machado, que trabalhava para ser o indicado por Jereissati (esta é uma história de paixões e traições que contaremos em outra seqüência histórica). Ciro vai eleito (veja terceiro quadro abaixo) já pelo PSDB, partido que o grupo de Tasso assumiu depois de uma tentativa de ingressar no PRN de Collor de Mello (se não lembram, vejam nos jornais da época. Nos próximos capítulo contaremos mais detalhes desta curiosa história), a quem Ciro e Sérgio Machado (hoje da tropa de choque de Renan Calheiros, já que é presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, na cota de cargos que o senador alagoano tem no Governo Lula) elogiavam abertamente nas reuniões para aderir ao então candidato a presidente da República (Collor).

Quatro meses antes de terminar o governo, Ciro Gomes é chamado pelo presidente Itamar Franco (era vice de Collor e assumiu o governo na renúncia do presidente, antes do impeachment) para assumir o ministério da Fazenda, que vagara com a saída de Fernando Henrique para concorrer ao seu primeiro mandato de presidente. Fica no governo o deputado presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Francisco Aguiar, hoje com uma pensão vitalícia de ex-governador, embora tenha sido nomeado para outro cargo vitalício como membro do Tribunal de Contas do Ceará. Daí Ciro não volta mais à política cearense até 2006, quando é eleito deputado federal e seu irmão, Cid Gomes, governador do Ceará.

(veja na segunda-feira a seqüência da história política da família Ferreira Gomes: Capítulo III – O SEGUNDO FERREIRA GOMES NO GOVERNO.

Eles Pensam Que o Eleitor é Burro

Será que o deputado Ciro Gomes, em seus rasgos de Rolando Lero (lembram deste personagem que aparecia na escolinha do professor Raimundo), pensa que o eleitor é burro? Acho que sim, caso contrário ele não tentaria as manobras "harvardiana" que ele vive a aplicar Brasil afora, mas, principalmente, no Ceará (dele por adoção). No mesmo time dele estão Tasso Jereissati, que alterna bons momentos como senador e maus momentos como politico. A quem será que eles acham que estão enganando com essa manobra de estão em campos diferentes? Depois, eles ciriticavam o velho coronel Adauto Bezerra, que fazia a mesma coisa com o irmão Humberto, que se fingiam de brigados e divergentes. Ora, a Luizianne não é um primor de inteleigência política, mas não é burra e já decodificou que a oligarquia Gomes está jogando em duas ou três alternativas na Prefeitura. Os oligarcas sabem que Luizianne não votaria na candidatura Ciro à presidencia da República se houvesse qualquer alternativa patrocinada pelo PT. E Jereissati, como gosta de chamar o cunhado Edson Queiroz, faria tudo para desbancar Luizianne, principalmente depois daquele denúncia estalinista da torre do Iguatemi.

HÁ ALGUÉM QUE RESPEITE O POVO?

Quando a gente começa a falar só de coisa ruim do mundo político cabe até perguntar se há alguém direito na política. Claro que há. Felizmente, não é tudo podre. Episódios como o da absolvição de Renan Calheiros até nos faz assumir uma atitude pessimista. Atitude é realmente o que interessa. Temos que tomar atitudes, não podemos ficar achando que tudo é ruim e, a partir disso, recolher as nossas armas. Ao contrário, vamos fazer a nossa parte, por menor que seja, e importante tomar uma atitude. Nosso papel aqui é parte da nossa atitude diante de todas as bandalheiras praticadas por essas pessoas que fazem da política o chiqueiro de casa. Bem que gostaríamos de mostrar matérias, apresentar informações com fatos positivos, mas poucas coisas boas chegam ao domínio público. Todos ainda lembram, penso eu, do caso daquele cidadão que achou um pacote com mais de 50 mil dólares no aeroporto de Brasília e devolveu ao dono. Fizeram até comercial com ele. O problema é que quem mandou fazer o comercial no outro dia foi denunciado por envolvimento com o maldito caso do mensalão. O jeito foi tirar o comercial do ar. É assim mesm, mas desistir nunca.

O Programa do Ex-Deputado

O ex-deputado Roberto Jefferson apareceu ontem no programa do seu partido e abriu o verbo contra Zé Dirceu, a quem chamou de chefe da gangue do Planalto, argumentando que foi cassado na Câmara Federal por dizer a verdade. Tem razão o ex-deputado/advogado, pois foi o TSE que atestou a verdade das denúncias porele feita. Quem está lendo este blog viu a matéria que faz uma cronologia das denúncias contra o PT, o Governo Lula e seus aliados. A cronologia publicada não está completa, pois estão faltando as denúncias de 2005 e 2006. Faltam o caso do dinheiro apreendido pela Polícia Federal no ano passado no hotel Ibis, em São Paulo, também o caso envolvendo Vavã, o irmão "simplório" (foi assim que tentaram passar a imagem dele) de Lula, o caso do reveillon da prefeita do PT de Fortaleza, Luizianne Lins, e muitos outros casos que estamos terminando de resgatar. A cronologia, por enquanto,vai terminar com o escândalo da absolvição de Renan Calheiros no Senado. Uma vergonha que teve a cumplicidade do PT e aliados do Governo Lula. Um deles, o senador Aloísio Mercadante, que se envolveu num esquema de dinheiro escuso na campanha dele para o Governo de São Paulo, teve, pelo menos, a coragem de enfrentar a vergonha confessando que se absteve, ou seja, fez a mesma coisa que votar pela absolvição. Já o Inácio, a partir de agora Arruda Calheiros, como disse em artigo o frei Leonaro Boff, continua escamoteando a verdade. Fala descaradamente que o voto é secreto e que não pode revelar em quem votou. Não precisa Inácio Calheiros, o discurso que você fez dias antes na tribuna do Senado, defendendo o Renan, que agora lhe empresta o sobrenome Calheiros, disse tudo. O povo sabe que você absolveu seu companheiro. Nunca antes na história desse país um verdade escondida é tão evidente.

Pouca Memória, Pouco Compromisso

Os políticos que não costumam ter boas intenções sempre trabalham levando em conta a memória curta do eleitor e dos jornalistas. Todos sabemos que Patrícia Gomes, digo Sabóia, estava no palanque da Luizianne nas eleições de 2004. Esteve também no palanque com ela na eleição de Cid Gomes e que agora, apenas para se manter viva na política, Patrícia anuncia que sai do PSB, sigla alugada pela oligarquia Gomes (da mesma forma que eles fizeram com o PPS e agora querem fazer com o PDT), para ingressar provavelmente no PDT, negociando com Heitor Férrer a cabeça de chapa por uma secretaria no Governo Cid. E aí já começaram o joguinho manjado da polarização, cada uma querendo fazer o papel de vítima das circunstancias. Luzianne quer repetir o que fez na eleição passada, quando o Inácio Calheiros, digo Arruda, tentou usurpar dela o apoio do PT, com o aval do corrupto Zé Dirceu, que pagou com o dinheiro lavado por Marcos Valério o show de Zezé di Carmargo e Luciano na Praia de Iracema (lembram?). Luizianane a gente sabe da incompetência administrativa dela (três anos e nada feito) e de Patrícia conhecemos que suas asas são sustentadas por Ciro e Tasso. Um jogo que, com certeza, o eleitor saberá abominar.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

A História Política de Uma Família - P.1

A partir de hoje você pode acompanhar neste blog a história política de uma família vitoriosa. Este blog não tem compromisso com quer que seja, mas somente com os fatos e a verdade. Aqui os fatos, sejam políticos, econômicos, sociais ou culturais terão sempre uma conexão histórica, sem rancor, sem despeita, mas com a narração de todos os episódios como eles aconteceram, incluindo o jogo de bastidores. Assuntos que são proibidos nos jornais, rádios e TVs por vicissitudes comerciais ou outras quaisquer aqui serão abordados em sua inteireza, sem tirar nem por. Nosso arquivo de imagens nacionais da política e de outras é denso e variado. Foi coletado a partir do início da década de 80. São imagens, quase todas inéditas, que serão mostradas ao correr da pena, melhor dizendo, apertar das teclas do computador. Nosso objetivo é não deixar que os fatos sejam escamoteados e que a história seja construída de forma plena e não somente à luz sintética dos vitoriosos. Veja, a seguir, o primeiro capítulo.

A História Política de uma família - capítulo I

A ORIGEM

É preciso refletir com calma sobre as investidas de dominação política de alguns cearenses (mesmo de criação como o deputado Ciro Gomes). Alguns já trataram o Ceará como um território particular na mais característica prática do coronelismo. Mauro Benevides foi um deles. Houve uma época em que ele tinha toda a família na vida (púbica, claro). Ele era senador e presidente do senado. Um dos filhos (o que não tinha mandato) era articulador de projetos junto a ministérios (entendeu?), outro era deputado federal (Carlos Benevides, cassado no escândalo dos anões do orçamento), outro era deputado estadual (Mauro Benevides Filho, agora secretário da Fazenda do Ceará) e outro era vereador (Regis Benvides, cassado pelo eleitor, ou seja, falta de voto). O grupo familiar, quase um partido, que dominava o PMDB, caiu em desgraça depois do escândalo dos “anões” e hoje só dois ainda militam na política: o próprio patriarca, que conseguiu uma eleição de deputado federal, na segunda tentativa, e Mauro Filho, que se encostou na família Ferreira Gomes, após ter usufruído da sombra de Jereissati.

Agora, outro grupo, o Ferreira Gomes, que não tem culpa de constituir uma família numerosa, está tomando conta do Ceará e já pensa em estender seus tentáculos ao Brasil e até a outros países (por menor que seja). Os Ferreira Gomes formam uma família que fincou suas raízes na zona Norte do Ceará, fazendo sede em Sobral. Tudo começou com o patriarca Euclides Ferreira Gomes (já falecido), que foi prefeito de Sobral. Ele deixou como herdeiros políticos Ciro Gomes, Cid Gomes, Ivo Gomes, Lúcio Ferreira Gomes e Lia Gomes. À família foram agregados alguns estreitos amigos e outros até entraram na família, como é o caso da senadora Patrícia Gomes (hoje Sabóia), a primeira mulher do mais velho (Ciro Gomes) e hoje chefe da família. São ligados estreitamente à família, Oman Carneiro (que foi deputado estadual), Marfisa Aguiar, Fernando Ximenes (que foi secretário de Governo de Ciro Gomes até ser indicado e nomeado desembargador do Ceará), Adail Fontenele, Maria de Lourdes, Antônio Balhmann, Leônidas Cristino (ex-deputado federal, ex-secretário de Ciro e atual prefeito de Sobral), Raymundo Pimentel (ex-deputado federal), Arialdo Pinho (ex-sócio do Beach Park e empregador de Ciro), Pedro Brito (atual ministro de Lula que esteve com Ciro enquanto ele foi ministro da Integração Regional do Governo Lula), Egydio Serpa (foi porta-voz de Ciro e esteve com ele no ministério de Lula), Augusto Pontes (foi secretário de Cultura no Governo Ciro), Paulo Linhares (também foi secretário de cultura, quando Augusto saiu e depois foi eleito deputado estadual) e padre José Linhares, que foi companheiro de chapa de Cid Gomes na primeira e frustrada eleição à Prefeitura de Sobral em 1992.

A participação de Ferreira Gomes na política de Sobral vem de longa data. A história registra que em 1890 ganhou a prefeitura Dr. Vicente César Ferreira Gomes, que passou em 1892 para o Cel. José Ferreira Gomes. Depois veio um longo jejum e só em 1935 ganhou a Prefeitura Vicente Antenor Ferreira Gomes – 1935 a 1944. Passaram-se 33 anos até que José Euclides Ferreira Gomes Júnior conquistasse a prefeitura para administrar no período de1977 a 1983. 14 anos depois seu filho Cid Ferreira Gomes foi eleito em dois mandatos consecutivos para a Prefeitura de Sobral (1997-2004). O grupo atual e mais coeso e nunca se dispersou. Hoje quase todos estão na estrutura do Governo estadual ou do federal. O plano da família é ousado e o projeto de dominação pensa ir mais longe.

(veja amanhã a seqüência da história política da família Ferreira Gomes: Capítulo II – A FIRMEZA IDEOLÓGICA).

A Turma do Novo Jipe

Aos poucos o deputado federal Ciro Gomes, chefe da família Ferreira Gomes e agregados, está retomando a formação do novo “jipe” que utilizou em seu mandato no governo do Ceará a partir de 1991. A família já está no governo Cid Gomes. No governo Ciro o chefe de gabinete era Lúcio Gomes, agora, no governo Cid, é Ivo Gomes. Lá já está o Adail Fontenele e agora assume Antônio Balhmann. Naquela era só o governo do Estado a abrigar todos. Agora, a carga é divida em alguns cargos no Governo Federal.
Fico pensando é como se sente o secretário de Desenvolvimento, Ivan Bezerra, com o Balhmann em seu pescoço, ou seja, trabalhando no mesmo lugar onde ele deveria trabalhar. Para mim, isso é fritura em fogo alto.

O HOMEM DA CASA DOS SONHOS

O governador do Piauí, Wellington Dias, consegue uma negociação mais vantajosa na negociação para acabar com o BEP – Banco do Estado do Piauí: será incorporado pelo Banco do Brasil. No Ceará, o BEC foi vendido ao nojento (permitam-me o termo chulo) Bradesco que conseguiu um preço muito baixo e ainda arrancou a mamata de ficar com a conta dos funcionários do Estado por 10 anos. Sim, e com quem fica a responsabilidade de cobrar a dívida de diversos empresários do Ceará com o BEC? Entre os grandes devedores estão Sergio Machado e Luiz Pontes.

Wellington Dias é o mesmo feliz proprietário de uma casa/sítio, que foi declarada no Imposto de Renda pelo valor de R$ 10 mil. O que era apenas um terreno no início do primeiro governo no final dos 4 anos do primeiro mandato apareceu uma bela casa construída, com piscina, heliporto e outras maravilhosas benfeitorias. O milagre não foi para IR nem poderia porque não havia na declaração do exercício anterior dinheiro suficiente para o empreendimento. Quando foi eleito para o primeiro mandato (2002), Dias morava no subúrbio de Teresina, numa casa do conjunto Morada do Sol. No ano passado, antes de sua reeleição, depois que estourou o escândalo da casa/sítio, Dias justificou o episódio dizendo que fez o que faz a maioria dos brasileiros, ou seja, declarou o menor preço. Só que casa/sítio foi avaliada em 2006 em R$ 600 mil.

No Piauí de Wellington Dias tem também, como aqui no Ceará (a Chuegue-Pague), uma empresa que recebe contas de luz, telefone, água e outras. É a Pague-Contas, de propriedade de Sílvio Leite, secretário de Turismo. Aqui, a Chegue-Pague, apesar dos comentários de que foi de Léo Alcântara, não conseguiu tantos espaços, como no Piauí. Lá, a Pague-Contas é sediada nos prédios do Governo e também conseguiu funcionar como banco, pois está emprestando dinheiro aos funcionários para desconto em folha. Não é uma mãe esse governo do Piauí?

HEITOR FÉRRER NEGOCIA LUGAR NA CHAPA

O deputado Heitor Férrer hoje faz uma oposição a prefeito Luizianne Lins, mas na campanha ele se rendeu e apoio a prefeita no segundo turno em roca de uma posição de terceiro escalão no IJF. Agora, seu partido abre espaço forçado para a senadora Patrícia Gomes (agora Sabóia) e deve ceder para ela a cabeça de chapa na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. A ordem vem de cima e tem o aval de Ciro Gomes, que fazer o mesmo jogo que faziam os gêmeos Humberto e Adauto com ARENA I e ARENA II. Seria assim o irmão mais novo (governador) Cid Gomes apóia Luzianne, “honrando” o acordo da campanha ao Governo, quando recebeu o apoio dela, e o irmão mais velho, chefe da família Gomes e agregados, apóia Patrícia Gomes, hoje Sabóia. Neste jogo de arenista Heitor pode até barganhar uma secretaria no Governo Cid, afinal é tudo a mesma coisa.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Bandeira Contra o Povo

Alguém aí já leu a coluna Política do jornal O Povo, assinada pelo jornalista Fábio Campos?
Se não, ainda é tempo. Pegue aí o jornal, que ainda não foi usado para enrolar o peixe, e leia o primor de análise que ele faz sobre a violência nas ruas. Mesmo não entendo bulhufas de segurança, o jornalista revela claramente a sua bandeira, melhor dizendo, entrega sem pudor que está a serviço dos poderosos de plantão e não do leitor, como seria o caso. O objetivo do comentário, em três longos tópicos da coluna, é cristalino: esvaziar o discurso dos opositores do poder, principalmente Moroni Torgan, um especialista em segurança, que está na Colômbia (Bogotá) para ver o que foi feito por aquelas bandas para reduzir a violência.

Veja só o começo, como costuma dizer Alan Neto, viperino da nota do jornalista: “E já começou o lengalenga eleitoral em torno da segurança pública”. Só para esclarecer, é a lengalenga jornalista, mas a questão de gênero não invalida o teor do comentário bandeiroso pró-governo e pró-prefeitura. Agora ele trata dos gigolôs da violência e nós deste blog esperamos que ele trate nos próximos comentários dos gigolôs do dinheiro público. Quem são os jornalistas e/ou afilhados destes (vale ex-mulher) que se alimentam das gordas folhas da Prefeitura, principalmente, e do governo?


REINVENTANDO A RODA

Bom, na espera que o jornalista independente aborde o assunto, vale explicar mais alguns pontos do programa Ronda de Quarteirão, que ele tanto torce por acontecer – e nós também: primeiro, o Ronda de Quarteirão foi um “remake” – nada aprimorado e com a inclusão de uma farda de estilista e a luxuosa Hilux SW4 – do programa lançado por Moroni na campanha prefeitural de 2000 sob o nome de “Polícia Comunitária” (lembra?); segundo, policiamento comunitário ou ronda de quarteirão derivam de idéias já praticadas em outros países. É o que os estudiosos da segurança pública chamam de “Polícia de Proximidade”. Melhor explicando, uma polícia próxima ao cidadão, protegendo-o das ações violentas, em especial do seu patrimônio contra furto, roubo ou assaltos, e da violência da droga. Vivemos uma democracia e a violência que o poder público tem o dever de combater ainda não é a violência política – terrorista-, mas a violência do atentado ao patrimônio do cidadão.

O que todos queremos é o pleno restabelecimento do nosso sagrado direito de ir e vir. Agora, apesar de também - como o jornalista – torcermos para que o “ronda” dê certo, nos custa crer, pois não conseguimos ver o “ronda” como um programa completo (em sua abrangência e conteúdo). Não pode ser um programa só para a Aldeota e outras regiões de ricos. Como fica a rua da bala no Alagadiço Novo, ali por trás da Ypioca? Também não pode o “ronda” ter sucesso se o sistema não funcionar de forma plena, ou seja, se não houver um trabalho combinando a polícia de proximidade com uma polícia de investigação, uma polícia de interpelação e uma polícia de terreno, em contato estreito com as populações. A partir do momento que você conhece bem o bairro e seus habitantes o ambiente fica diferente: a polícia se torna eficiente, os assédios podem ser menos numerosos, a segurança e a ordem públicas ganham tranqüilidade. Combinar esses três tipos de polícia não é impossível. Ora, simplesmente colocar uma dupla “cosme e damião” nas ruas com farda de estilista e de Hilux não vai garantir mais segurança ao cidadão.

Entretanto, como diz Huston Smith, no livro As Religiões do Mundo, “de quando em quando surgem gênios capazes de desenhar um círculo perfeito à mão livre; mas, a produção de rodas poderia ficar esperando por eles?” Vamos esperar que o “ronda” tenha o efeito desejado. O Jornalista bem que poderia seguir o que ensinou Thomas Hobbes: “prefiro exercitar a dúvida a colher certezas, ou afirmá-las”.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Será Que Já Não Chega?

O Brasil do PT e seus aliados não consegue deixar as manchetes de escândalo. A toda hora, aparecem os figurões do partido, melhor dizendo, da base de apoio do Governo, envolvidos com mamatas, falcatruas e enroladas das mais diversas modalidades e nas mais diferentes áreas. E o presidente continua ignorando tudo olimpicamente e dando seus passeios pelos mais gostosos e belos recantos deste nosso mundo. Alguém aí consegue lembrar tudo desde o princípio? Bom, é tanta coisa que a gente acaba esquecendo algo, mas vamos tentar um resgate.

O caso matriz que se tem conhecimento envolvendo o PT e aliados foi o do Celso Daniel, prefeito de Ribeirão Preto, que acabou executado a bala num seqüestro simulado por rejeitar sua participação na propina dos empresários de ônibus para o PT, conforme denúncia. Foi (é ainda, embora nas gavetas dos “bureaus” judiciários) um caso grave, ainda hoje inconcluso. Veja a seguir a cronologia da corrupção de Lula e aliados:


CRONOLOGIA DA CORRUPÇÃO
Denúncias contra o PT, governo Lula e os partidos aliados.
(Segue mais ou menos uma ordem cronológica de acordo com o surgimento da denúncia na imprensa).


001) Caso Celso Daniel – Propinas e assassinatos no esquema dos ônibus – outubro de 1989;
002) Caso Lubeca, indenizações milionárias – outubro de 1989;
003) Jacó Bittar e o superfaturamento do aterro sanitário de Campinas/SP – 1991;
004) Caso senador Romero Jucá – Março de 2000;
005) A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e o esquema do lixo em São Paulo – fevereiro de 2001;
006) Caso Toninho de Campinas – setembro de 2001;
007) Desdobramento do caso Celso Daniel, com morte de 6 testemunhas – janeiro de 2002;
008) Escândalo do FAT – agosto de 2002;
009) Luiz Gonzaga da Silva (Gegê), acusado de homicídio – agosto de 2002;
010) Propina de Taiwan para a campanha do Lula em 2002;
011) Fundos exclusivos e Márcio Sereno (2002);
012) Passeio da cadelinha Michelle em carro oficial – março de 2003;
013) Programa Fome Zero não funciona, mas já gasta em 90 dias R$ 42 milhões dos cofres públicos – abril 2003;
014) Esquemas da prefeitura de Guarulhos – maio de 2003;
015) José Dirceu utiliza avião da FAB para campanha política em Cruzeiro do Oeste – junho de 2003;
016) Baltazar e o caso das armas do Rio de Janeiro – junho 2003;
017) O labioso Márcio Thomaz Bastos utiliza o helicóptero da PF para favores pessoais – julho de 2003;
018) Anderson Adauto escândalo do DNIT – julho de 2003;
019) A ex-secretária-executiva do Ministério do Trabalho Sandra Starling insinua irregularidades nos contratos de terceirização de mão-de-obra naquele ministério, sugerindo que a CGU fiscalizasse os contratos. Poucos dias depois, ela foi exonerada do cargo pelo então ministro Jacques Wagner, hoje governador da Bahia – julho de 2003;
020) Licitação para a compra de “gêneros básicos”: 600kg de bombom Sonho de Valsa; 2.000 vidros de pimenta envelhecida em barril de carvalho 7.000 pacotes de biscoito recheado. É o Primeiro Capítulo das compras do
Palácio do Planalto – agosto de 2003;
021) Denúncia do passeio de Benedita da Silva em Buenos Aires com o dinheiro do povo. A ex-governadora do Rio anda hoje desaparecida – setembro de 2003;
022) Ministério Público denuncia o prefeito de Goiânia, Pedro Wilson (PT), por improbidade administrativa – setembro de 2003;
023) Agnelo Queiroz, ministro dos Esportes, recebe diárias do COB para os Jogos Panamericanos e usa a estrutura do Ministério para organizar a sua festa de aniversário – outubro de 2003;
024) Outdoors da Ideli Salvatti em Santa Catarina – outubro de 2003;
025) Denúncias contra Miguel Rosseto ministro da Reforma Agrária e INCRA – outubro de 2003;
026) Ex-senador José Eduardo Dutra usa cargo de presidente da Petrobras para pavimentar sua candidatura ao governo de Sergipe. Além de promover em Aracaju o jogo Flamengo x Racing, a estatal paga obras da prefeitura local controlada pelo PT – novembro de 2003;
027) Presidência da República abre várias licitações para a compra de “artigos de luxo”, como: roupões de banho com fios de algodão egípcio, 160 jogos americanos coloridos, ampliação da churrasqueira da Granja do Torto - a um custo de R$ 92 mil - e equipamentos de mergulho. São as compras do Palácio do Planalto - Capítulo II – novembro de 2003;
028) “Operação Gafanhoto” da Polícia Federal pega o governador de Roraima, Flamarion Portela, preso em novembro de 2003;
029) Suspensão dos benefícios dos velhinhos acima de 80 anos decretada pelo então ministro Berzoini – novembro de 2003;
030) Governo brasileiro anuncia que gastará US$ 56,7 milhões na compra do novo avião para o presidente Lula. É o luxuoso avião de Lula, conhecido como AEROLULA – novembro de 2003;
031) - Governo privilegia a Norospar (Associação Beneficente de Saúde do Noroeste do Paraná), dirigida por um amigo do ministro José Dirceu, no empenho de R$ 1 milhão em verbas de emendas parlamentares. A entidade foi criada três meses antes do empenho, sendo que nenhum parlamentar tinha pedido a liberação da verba – dezembro de 2003;
032) Uso indevido da CIDE dos combustíveis – dezembro de 2003;
033) Caso Luís Favre, aliás Felipe Belisario – fevereiro de 2004;
034) Caso Waldomiro Diniz, assessor de José Dirceu – fevereiro de 2004;
035) Acusações contra José Dirceu no caso Waldomiro – fevereiro de 2004;
036) Denúncias contra Antônio Palocci I – fevereiro de 2004;
037) Esquema do Bingo – fevereiro de 2004;
038) Olívio Dutra e o Bingo/Bicho no Rio Grande do Sul – fevereiro de 2004;
039) Governo Lula barra a “CPI dos Bingos” no Congresso – fevereiro 2004;
040) Governo barra outra CPI: a de Santo André, para investigar a morte do ex-prefeito Celso Daniel e mais seis envolvidos no caso – março 2004;
041) O ex-diretor da Caixa Econômica Federal Mário Haag, uma das principais testemunhas do caso Waldomiro Diniz, teve sua fazenda invadida. Poderia ser um simples assalto, mas na verdade os bandidos estavam à procura de documentos – abril 2004;
042) Caso Estrela no Planalto. Uma estrela gigante do PT é colocada nos jardins do Palácio da Alvorada – abril de 2004;
043) Promotores movem ação contra ONG Ágora, que teria assinado contratos irregulares com o Ministério do Trabalho. A entidade é acusada de desviar recursos por meio de notas frias – maio de 2004;
044) Planalto faz licitação para a compra de 750 copos de cristal para vinho, champagne, licor e whisky. É o Compras do Palácio do Planalto – Capítulo III – maio 2004;
045) Denúncias na imprensa de bebedeiras (os goros) do presidente – maio 2004;
046) Publicação de reportagem no jornal The New York Times sobre supostos problemas do presidente Lula com bebida. O Planalto decide expulsar do país o jornalista americano Larry Rother, mas recua após a péssima repercussão do episódio – julho de 2004;
047) O diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, é demitido por não conseguir explicar a movimentação de suas contas no exterior – julho de 2004;
048) O presidente do Banco do Brasil, Cássio Caseb, é envolvido no escândalo da compra de 70 mesas para o show da dupla sertaneja “Zezé Di Camargo e Luciano”, a um custo de R$ 70 mil. No show, foram arrecadados R$ 500 mil, sendo que R$ 250 mil acabaram doados ao PT – julho de 2004;
049) Caso Kroll – julho de 2004;
050) Caso Citibank – julho de 2004;
051) Acordo com o Maluf - agosto de 2004;
050) Viagem de Stédile paga com dinheiro público – agosto de 2004;
051) Incra paga viagem área de sem terra – agosto de 200;
052) Caixa 2 de Tocantins e Márcia Barbosa – setembro de 2004;
053) Caso João Henrique Pimentel (PT) – setembro de 2004;
054) Compra de apoio do PTB – setembro de 2004;
055) O ex-presidente da Transbrasil Antônio Celso Cipriani pára a CPI do Banestado: o PT não aceita quebra de sigilo bancário de empresário ligado a compadre de Lula – setembro de 2004;
056) Polícia Federal executa a “Operação Vampiro” no Ministério da Saúde. É o caso dos vampiros da saúde Humberto Costa – setembro de 2004;
057) Ministros usam assessores em campanhas eleitorais – setembro de 2004;
058) LEÃO & LEÃO, caso que envolve Palocci, ministro de Lula, no recebimento de propina – setembro de 2004;
059) O publicitário de Lula, Duda Mendonça - Capítulo I – outubro de 2004;
060) Caso Flamarion Portela (PT) – outubro de 2004;
061) Esquema do lixo em prefeituras do PT – outubro de 2004;
062) Dinheiro do BNDES para O Globo – outubro de 2004;
063) Roberto Teixeira e a casa do presidente Lula – novembro de 2004;
064) O caso Pororoca – novembro de 2004;
065) Caso David Messer – novembro de 2004;
066) Cartões de crédito corporativos da presidência e os maiores gastos da história – novembro de 2004;
067) José Mentor e o abafa da CPI do Banestado – dezembro de 2004;
068) Passeio de Boeing dos filhos do presidente Lula – janeiro de 2005;
069) Firma do Lulinha, o filho de Lula, que teve um lucro de R$ 10 milhões no ano passado – janeiro de 2005;
070) O envolvimento de Jacó Bittar com Lulinha, o filho de Lula – janeiro de 2005;
071) O envolvimento de setores do PT com a FARC (a guerrilha colombiana financiada pelo narcotráfico – março de 2005;
072) Morte por fome dos indiozinhos de Dourados/MS – março 2005;
073) intervenção ilegal na Saúde do Rio de Janeiro – março de 2005;
074) Escândalo dos Correios Funcionário (Marinho) recebe propina e é filmado – maio de 2005;
075) estouro do Mensalão que tem o comando de José Dirceu – junho de 2005;
076) Marcos Valério, o publicitário que lava o dinheiro público para as campanhas do PT e aliados. No Brasil, diversos candidatos recebem dinheiro de Marcos Valério. No Ceará, Inácio Arruda e Luizianne Lins no segundo turno. No Piauí, Wellington Dias – junho de 2005;
077) Envolvimento do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil – junho 2005;
078) As propinas de Furnas para as campanhas – julho de 2005;
079) Denuncias de corrupção no Ibama – junho de 2005;
080) o Caso Hugo Werle e a madeira do MT – junho de 2005;
081) Caso Américo Proietti da Skymaster – junho de 2005;
082) Delúbio Soares, tesoureiro do PT e operador do financiamento das campanhas com dinheiro público – julho de 2005;
083) Sede do PT, na Paulista custa R$ 20 milhões, de veio tanto dinheiro – junho de 2005;
084) Madeireiras do Pará e a Senadora Ana Júlia – junho de 2005;
085) Silvinho, o secretário corrupto do PT e o Land Rover que recebeu de empreiteiro – julho de 2005;
086) O poderoso Gushiken, ministro de Lula também envolvido na corrupção petista – julho de 2005;
087) BMG e o crédito consignado – julho de 2005;
088) Os dólares na cueca de João Adalberto, assessor de deputado estadual do Ceará José Nobre Guimarães, do PT, irmão do presidente do partido José Genoíno – julho de 2005;
089) Os escândalos do INSS e FIRJAN – julho de 2005
090) Caso Marcelo Correia de Aguiar – julho de 2005;
091) Caso Mauro Marcelo de Lima e Silva – julho de 2005;
092) Ivan Guimarães e o Banco Popular – julho de 2005;
093) José Genoíno, presidente do PT e irmão do deputado que mandou trazer o dinheiro na cueca, também denunciado no financiamento irregular de campanhas e mensalão de José Dirceu – julho de 2005;
094) Caso Henrique Pizzolato – julho de 2005;
095) Delúbio Soares, um dos comandantes das falcatruas do PT, é também funcionário fantasma – julho de 2005;
096) Abong – Assoc. Brasileira de ONG’s recebe R$ 500 mil de MV – julho de 2005;
097) Caso envolvendo Henrique Pizzolato – julho de 2005;
098) Professor Luizinho e o Cohiba nas festas do Gran Bittar – julho 2005;
099) Superfaturamento GDK – Petrobrás – a propina do Land Rover de Silvio – julho 2005;
100) Segundo capítulo das denúncias contra Antônio Palocci II – agosto de 2005;
101) Caso PORTUGAL TELECOM – agosto de 2005;
102) Caso Toninho da Barcelona – agosto de 2005;
103) O envolvimento dos fundos de pensão no financiamento de campanha e no mensalão – agosto de 2005;
104) O escândalo Burati – agosto de 2005;
105) O caso ministro Gilberto Carvalho – agosto de 2005;
106) O escândalo Daniel Dantas – agosto de 2005;
107) O caso Osasco – agosto de 2005;
108) O caso Marcus Flora – agosto de 2005;
109) Paulo Okamoto, o homem bonzinho que pagava as contas do presidente Lula, e o Sebrae – agosto de 2005;
110) Foro de São Paulo – agosto de 2005;
111) O caso Jeany Mary Córner – agosto de 2005;
112) O caso Trevisan – agosto de 2005;
113) Duda Mendonça II – contas, mensalão – agosto de 2005;
114) O mensalão chega a Ciro Gomes e seu secretário Marcio Lacerda – R$ 100 mil – agosto de 2005;
115) Fabiana de Castro e fundos exclusivos – agosto de 2005;
116) Casa da Moeda e seu presidente – agosto de 2005;
117) Glenio Guedes, procurador da Fazenda Nacional – agosto de 2005;
118) Caso Adhemar Palocci – agosto de 2005;
119) Compra do apê da ex-esposa do Dirceu – agosto de 2005;
120) Luís Favre, aliás Felipe Belisario, contas no Caribe, esquema da Martaxa, emprego do Duda – agosto de 2005;
121) Paulo Pimenta e o seu dossiê fajuto – agosto de 2005;
122) Grana ilegal para o MST, UNE, UBES – agosto de 2005;
123) Itelvino Pisoni, presidente do PDT/TO – setembro de 2005;
124) O caso Interbrazil – setembro de 2005;
125) Farra com o fundo partidário - setembro de 2005;
126) O caso Juscelino Dourado – setembro de 2005;
127) O Caso Severino e as propinas dos restaurantes do Congresso – setembro de 2005;
128) O caso Roberto Marques, amigo do eclético Zé Dirceu – setembro de 2005;
129) Duda Mendonça III – lança perfumes – setembro de 2005;
130) Medalha Rio Branco para o Severino da propina – setembro de 2005;
131) O caso Najun Turner – setembro de 2005;
132) Perdão da multa da Coca Cola pelo PT/SP – setembro de 2005;
133) Dinheiro para a transoceânica no Peru e corte de verbas do Rodoanel de SP – setembro de 2005;
134) Superfaturamento de contratos de patrocínio do esporte pelo Banco do Brasil – setembro de 2005;
135) Nanomensalinho compra de votos no 1.º turno da eleição para presidente do PT – setembro de 2005;
136) Corretora Bônus-Banval, Naji Nahas, Portugal Telecom, caixa 2 do PT – setembro de 2005;
137) Os R$ 300 mil dos advogados do Delúbio e os honorários do Aristides Junqueira – setembro de 2005;
138) o caso Mauro Dutra – setembro de 2005;
139) Reforma do apê do cantor Gilberto Gil – setembro de 2005;
140) O escândalo das plataformas, gás natural da Petrobrás – setembro de 2005;
141) Aloisio Mercadante e o caixa 2 de sua campanha – setembro de 2005;
142) Festa com dinheiro público para comemorar a expulsão da Heloisa Helena do PT – setembro de 2005;
143) Curral eleitoral e uso da máquina partidária em favor da candidatura do Campo Majoritário – setembro de 2005;
144) Governo Lula cria 34 estatais em 33 meses – setembro de 2005;
145) Orla do Rio Vermelho foi cercada com grades, na festa de Iemanjá, porque o Lula estava lá – setembro de 2005;
146) Alexandre Cesar, derrotado à Prefeitura de Cuiabá em 2004, operou com caixa 2 – setembro de 2005;
147) Nelma Cunha e os dólares do PT em Santo André – setembro de 2005;
148) Diebold Procomp, Rui Barquette dos Santos e o contrato com a CEF – setembro de 2005;
149) Intervenção anti-constitucional do Lula na Câmara de Deputados para conseguir votos para seu candidato à presidência da casa – setembro 2005;
150) Darci Rocha, conselheiro da Refer (fundo de pensão dos ferroviários), denunciou uma tentativa de desvio de R$ 19 milhões da entidade para financiar campanhas petistas – setembro de 2005;
151) Caixa 2 do PT do Paraná, deputado Paulo Bernardo e a denúncia de Soraya Garcia – setembro de 2005;
152) Rogério Tolentino, José Mentor e o Valerioduto – setembro de 2005;
153) Donizete Rosa, o ex-gerente-financeiro da gráfica Villimpress, Luciano Maglia, máfia do lixo de Ribeirão – Setembro de 2005;
154) Ideli Salvatti traz o caso da corrupção do futebol para a CPI dos Bingos para blindar o Ademar Palocci – setembro de 2005;
155) José Eduardo Dutra - violação do painel eletrônico do Senado

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

O Brasil Sangra

A absolvição do senador alagoano Renan Calheiros eleva ao ápice a trajetória de uma República representativa frágil e marcada pela mistificação. Mas será que o episódio não se pode tirar lições importantes e um saldo positivo para o futuro da nossa democracia tropeçante? Claro que sim. Vamos raciocinar juntos, há quase seis anos vivemos sob o domínio político de um homem (maior que o seu duvidoso partido) que faz a apologia do analfabetismo e da corrupção. Todos sabemos que um forma de se começar algo novo é o fundo poço. Chegamos lá, em que pese o STF em seu estertor de moralidade e ética tenha dado um exemplo aceitando o processo contra os 40 (número que se tornou cabalístico desde Ali Babá). Se não se tem mais como afundar, a hora de subir à tona e acertar o caminho para a construção de uma democracia real, com partidos fortes e uma representação (e não delegação) que respeite os caminhos do seu contrato (aqui a gente lembra de Hobbes) social. Claro que o caminho da retomada não é facil, mas, contrariando a poetisa Cora Coralina, neste caso o ponto de partida será tão importante quanto a caminhada.

O caso Renan serviu para desmascarar muita gente. Não falo do presidente brasileiro, pois há muito tempo ele já mostra a cara, mas agora posam ao seu lado com a cara lustrada pelo óleo de peroba (lembram dele?) os ditos esquerdistas (que sequer entendem a díade direita-esquerda) Aloísio Mercadante, José Sarney, a filha dele Roseana, Ideli Salvatti, Francisco Dornelles e, quem diria, Inácio Arruda, outrora o paladinho dos fracos e oprimidos. E não é que Inácio aprendeu a mentir. a mistificar tão rápido com o seu mestre Lula que dá declaração na imprensa que não revela o seu voto, porque foi uma votação secreta, e acrescenta descaradamente que quem diz que votou contra Renan pode ter votado a fovor, referindo-se a Tasso Jereissati e Patrícia Sabóia (outrora Gomes), que declararam ter votado a favor da cassação de Renan. Inácio, o que você vai dizer na sua próxima campanha? E você, no palanque da Luizianne na eleição municipal do próximo ano, vai dizer como votou pró-Renan? É melhor começar a limpar o caminho, embora no haja problema ético no palanque da Prefeito, pois o caso Reveillon também está impune.

E por último, Inácio você considera que pagou a dívida com Renan, que foi seu principal financiador de campanha, através do irmão dele, que também é do mascarado PC do B?