sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A História Política de Uma Família - P.2

No capítulo de ontem mostramos a origem política da família Ferreira Gomes. No capítulo de hoje vamos mostrar os caminhos partidários que a família tem percorrido na busca de conquistar espaços (e mandatos). Sábado e domingo não teremos uma seqüência, mas na segunda-feira estará no blog o terceiro capítulo da história de uma família. Veja, a seguir, o segundo capítulo:

A História Política de uma família - capítulo II

A FIRMEZA DA IDEOLOGIA

É bom conhecer os caminhos que a família já percorreu no desenvolvimento do projeto traçado. Ciro Gomes foi o primeiro a buscar um mandato no final dos anos setenta para início anos oitenta, quando participava do chamado “Jipe” do coronel César Cals (já falecido), que foi governador e senador indicado pelos generais da ditadura. Chamavam de “jipe” o pequeno grupo de César Cals, um dos braços da Arena. Os outros braços eram dominados pelos irmãos Bezerra (Adauto e Humberto) e Virgílio Távora (também já falecido). Na primeira eleição, Ciro Gomes ficou na primeira suplência e assumiu após convocação de um deputado para compor o secretariado do governo. Foi uma eleição dura e Ciro foi alvo de denúncia de troca de voto por material de construção, no que ficou conhecido como “caso Atualpa”, que foi parar nas barras da Justiça (basta ver os jornais da época).

Com a transição à democracia e conseqüente queda dos coronéis, Ciro chegou à sombra de Tasso Jereissati, que ingressa na política disputando o governo do Ceará com o coronel Adauto Bezerra em 1986. Ciro é um dos últimos a ser eleito deputado estadual (veja primeiro quadro abaixo) e dá início a sua meteórica carreira Política. Já em 1989 é eleito, pelo grupo de Jereissati, então no PMDB, prefeito de Fortaleza (veja segundo quadro abaixo), tendo como vice Juracy Magalhães, que a partir da herança de Ciro domina Fortaleza por 16 anos. Ciro foi prefeito somente dois anos, deixando a prefeitura da Capital cearense para disputar a sucessão de seu mentor (Jereissati), provocando uma cisão no miolo do governo, com o descarte de Sérgio Machado, que trabalhava para ser o indicado por Jereissati (esta é uma história de paixões e traições que contaremos em outra seqüência histórica). Ciro vai eleito (veja terceiro quadro abaixo) já pelo PSDB, partido que o grupo de Tasso assumiu depois de uma tentativa de ingressar no PRN de Collor de Mello (se não lembram, vejam nos jornais da época. Nos próximos capítulo contaremos mais detalhes desta curiosa história), a quem Ciro e Sérgio Machado (hoje da tropa de choque de Renan Calheiros, já que é presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, na cota de cargos que o senador alagoano tem no Governo Lula) elogiavam abertamente nas reuniões para aderir ao então candidato a presidente da República (Collor).

Quatro meses antes de terminar o governo, Ciro Gomes é chamado pelo presidente Itamar Franco (era vice de Collor e assumiu o governo na renúncia do presidente, antes do impeachment) para assumir o ministério da Fazenda, que vagara com a saída de Fernando Henrique para concorrer ao seu primeiro mandato de presidente. Fica no governo o deputado presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Francisco Aguiar, hoje com uma pensão vitalícia de ex-governador, embora tenha sido nomeado para outro cargo vitalício como membro do Tribunal de Contas do Ceará. Daí Ciro não volta mais à política cearense até 2006, quando é eleito deputado federal e seu irmão, Cid Gomes, governador do Ceará.

(veja na segunda-feira a seqüência da história política da família Ferreira Gomes: Capítulo III – O SEGUNDO FERREIRA GOMES NO GOVERNO.

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