domingo, 28 de julho de 2013

O DESESPERO DA QUEDA DE POPULARIDADE


Já disse neste e em outros espaços que ninguém foi poupado. De ponta a ponta, sem nenhuma exceção, os políticos, aqueles que têm o ônus de governar, principalmente, viram, de uma hora para outra, se desmancharem no ar os índices de popularidade que sustentavam sem muito sacrifício, a não ser o de um faz de conta repetido e roto, tão comum que eles nem percebiam que estava esgotado. Todos perderam, claro, uns mais outros menos. A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff (PT) foi quem mais perdeu, fazendo parelha com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), justamente os dois que mais têm feito jogo de cena para encobrir uma verdade que eles pensavam que ninguém estava vendo.

O fato é que está roto o discurso e a maneira de trabalhar da maioria dos governantes. E não me diga que você ainda se entusiasma com o discurso de Lula da Silva (PT-SP), pedindo um “esforço monstruoso” da sociedade e do governo para impedir que a inflação teime em crescer no País, ou da presidente Dilma Rousseff dizendo que ela e Lula são indissociáveis. Ou que ainda fica admirado e eufórico com a verborragia de Ciro Gomes (PSB-CE) no ataque – burgês e maconheiro – a quem é contra a construção de duas pontes sobre o rio Cocó! Ou, principalmente, que acredita e até fica emocionado quando Cid Gomes (PSB), governador do Ceará, desce um degrau para conversar, via Twitter, com o jovem eleitor cearense, afirmando que “não tem vocação para ditador”, e chega a fungar penalizado quando ele confessa que nunca o Ceará investiu tanto em segurança e que não sabe porque não baixam ‘todos’ (só alguns) os índices de violência.

Ditador por quê? Cabe, sim, a indagação do governador cearense, pois mesmo eu, que quase sempre o critico nesse campo (como governante, é óbvio), nunca pensei nisso. Fiquei só no oligarca, no luxento, arrogante... Será que fui benevolente em excesso? Bom, mas já tenho muitos verões (mais do que invernos) para saber que se trata apenas de um jogo para sensibilizar e se fazer de vítima de ferozes e imperdoáveis algozes. Mesmo que esteja – não sei – entre os ferozes e imperdoáveis algozes e que não me deixe levar por discursos apelativos e piegas, manifesto-me cristalinamente favorável às duas iniciativas mais polêmicas do clã Gomes: as duas pontes sobre o Rio Cocó e a construção do aquário e até ouso explicar alguns pontos que levaram ao fracasso os programas de combate ao crime.  

Agora, vamos por parte. Ora, senhores ambientalistas as árvores que serão decepadas na periferia do rio Cocó nem fazem parte do rol de árvores nativas da área. Ademais, pelo 10 vezes mais podem ser plantadas na área, a título de compensação. A cidade é que não pode continuar sufocada por 94 espécimes ádvenas e a birra de meia dúzia de ultrapassados ambientalistas. Já o aquário é um equipamento que vai agregar conteúdo ao turismo e aliviar o roteiro da prostituição. Sei que algumas obras ditas importantes não agregaram valores ao ambiente onde se instalaram. O Centro Dragão do Mar é um exemplo e, por ironia, está encravado na mesma área onde já está em construção o aquário. Mas não é salutar se perder no argumento pequeno, mesquinho de que há muitas outras prioridades. A construção ou não do aquário não mudaria nada disso. Já o programa de segurança, de que foi carro chefe o Ronda do Quarteirão, esvaziou-se pela arrogância e despreparo do próprio comandante em chefe e mais ainda dos executores. O programa perdeu o rumo nas luzes da ribalta e não tiveram humildade e competência para reavaliá-lo, aproveitando para chamar a sociedade a participar. Insistiram em tornar indispensáveis meios e pessoas. Os meios, certo, são imprescindíveis, mas as pessoas podem ser cambiadas, pois é o homem (e não Hilux) e sua inteligência (e não só propaganda) que fazem a diferença.

A soberba e a corrupção (um ou outro e, às mais das vezes, os dois juntos), que são as marcas da maioria dos atuais detentores do poder, principalmente do PT, PMDB e outros aliados como o PSB, encheram o saco e levaram as pessoas aos protestos nas ruas. E não adianta fazer beicinho, tirar férias – porque é de carne e osso – confessar erros, tachar adversários de maconheiros ou burgueses ou ter a cara de pau de pedir sacrifício do povo para combater a inflação e tampouco se apresentar como alma gêmea. Não é novela o que vivemos neste Brasil carente de bons homens públicos (em todos os poderes). Há que ter humildade diante dos fatos. O que está aí é uma realidade que remete os atores dessa malsinada comédia a dificuldades enormes no teatro eleitoral do próximo ano. A pesquisa do Ibope/CNI mostra o derrapante quadro, que causa tristeza em que está no poder e traz uma enganosa alegria para quem é oposição. Há até aqueles oportunistas escorregadios que, mesmo sendo governo, tentam um mimetismo de oposição, como o senador Eunício Oliveira (PMDB), governo nos planos municipal, estadual e federal. Mesmo nomes como o ex-senador Tasso Jereissati, oposição em nível nacional e mais ou menos nos níveis estadual e municipal, não pode e nem deve se iludir com números que apareceram ainda inflados pelo calor das ruas. Mesmo argumento vale para a ex-senadora Marina Silva (Rede), senador Aécio Neves (PSDB-MG) e até para o governador Eduardo Campos (PSB-PE). Muito vai mudar e começa já-já, no final de setembro próximo, quando finda o prazo de mudanças partidárias.

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