Já disse neste e em outros espaços que ninguém foi poupado. De
ponta a ponta, sem nenhuma exceção, os políticos, aqueles que têm o ônus de
governar, principalmente, viram, de uma hora para outra, se desmancharem no ar
os índices de popularidade que sustentavam sem muito sacrifício, a não ser o de
um faz de conta repetido e roto, tão comum que eles nem percebiam que estava
esgotado. Todos perderam, claro, uns mais outros menos. A presidenta do Brasil,
Dilma Rousseff (PT) foi quem mais perdeu, fazendo parelha com o governador do
Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), justamente os dois que mais têm feito
jogo de cena para encobrir uma verdade que eles pensavam que ninguém estava
vendo.
O fato é que está roto o discurso
e a maneira de trabalhar da maioria dos governantes. E não me diga que você
ainda se entusiasma com o discurso de Lula da Silva (PT-SP), pedindo um
“esforço monstruoso” da sociedade e do governo para impedir que a inflação
teime em crescer no País, ou da presidente Dilma Rousseff dizendo que ela e
Lula são indissociáveis. Ou que ainda fica admirado e eufórico com a
verborragia de Ciro Gomes (PSB-CE) no ataque – burgês e maconheiro – a quem é
contra a construção de duas pontes sobre o rio Cocó! Ou, principalmente, que
acredita e até fica emocionado quando Cid Gomes (PSB), governador do Ceará,
desce um degrau para conversar, via Twitter, com o jovem eleitor cearense,
afirmando que “não tem vocação para ditador”, e chega a fungar penalizado
quando ele confessa que nunca o Ceará investiu tanto em segurança e que não
sabe porque não baixam ‘todos’ (só alguns) os índices de violência.
Ditador por quê? Cabe, sim, a indagação do governador
cearense, pois mesmo eu, que quase sempre o critico nesse campo (como
governante, é óbvio), nunca pensei nisso. Fiquei só no oligarca, no luxento,
arrogante... Será que fui benevolente em excesso? Bom, mas já tenho muitos
verões (mais do que invernos) para saber que se trata apenas de um jogo para
sensibilizar e se fazer de vítima de ferozes e imperdoáveis algozes. Mesmo que
esteja – não sei – entre os ferozes e imperdoáveis algozes e que não me deixe
levar por discursos apelativos e piegas, manifesto-me cristalinamente favorável
às duas iniciativas mais polêmicas do clã Gomes: as duas pontes sobre o Rio
Cocó e a construção do aquário e até ouso explicar alguns pontos que levaram ao
fracasso os programas de combate ao crime.
Agora, vamos por parte. Ora, senhores ambientalistas as
árvores que serão decepadas na periferia do rio Cocó nem fazem parte do rol de
árvores nativas da área. Ademais, pelo 10 vezes mais podem ser plantadas na
área, a título de compensação. A cidade é que não pode continuar sufocada por
94 espécimes ádvenas e a birra de meia dúzia de ultrapassados ambientalistas.
Já o aquário é um equipamento que vai agregar conteúdo ao turismo e aliviar o
roteiro da prostituição. Sei que algumas obras ditas importantes não agregaram
valores ao ambiente onde se instalaram. O Centro Dragão do Mar é um exemplo e,
por ironia, está encravado na mesma área onde já está em construção o aquário.
Mas não é salutar se perder no argumento pequeno, mesquinho de que há muitas
outras prioridades. A construção ou não do aquário não mudaria nada disso. Já o
programa de segurança, de que foi carro chefe o Ronda do Quarteirão,
esvaziou-se pela arrogância e despreparo do próprio comandante em chefe e mais
ainda dos executores. O programa perdeu o rumo nas luzes da ribalta e não
tiveram humildade e competência para reavaliá-lo, aproveitando para chamar a
sociedade a participar. Insistiram em tornar indispensáveis meios e pessoas. Os
meios, certo, são imprescindíveis, mas as pessoas podem ser cambiadas, pois é o
homem (e não Hilux) e sua inteligência (e não só propaganda) que fazem a
diferença.
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