terça-feira, 21 de dezembro de 2010
DIGA QUE O CONVIDEI E NÃO ACEITOU
Claro que o mais velho dos Gomes (Ciro-PSB-SP) não tinha condições de convivência ministerial no Governo Dilma, depois do que disse sobre ela e sobre o vice e presidente nacional do PMDB, Michel Temer: “chefe da gang de assaltantes”. Foi feito o convite, já acertado que ele (Ciro) não aceitaria, alegando que queria a Saúde e não a Integração Regional (que tem até um processo em curso na PF: operação Integração). Caso fechado. O irmão governador (Cid) será compensado com alguns outros cargos para a família, que é grande, e Ciro vira, como em passado recente, o desempregado mais bem sucedido do Brasil. Só espero que ele não invente outro livro!
“BOCA SANTA”
Quem ficou feliz com o desfecho (Ciro-Dilma) foi a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT-CE). Lins tinha vetado Ciro Gomes, com quem disputa o título de "Boca Santa". E a prefeita, feliz com a condução das obras do Hospital da Mulher e do Estádio Presidente Vargas, acha que com a entrega dessas duas obras vai conseguir eleger para sucedê-la “até um poste, sem luz”. De um só raquetada, ele afastou a possibilidade de aliança futura com qualquer dos Gomes (imagine se qualquer um deles vai querer ser um poste... ainda mais sem luz!) e colocou saia justa em vários de seus aliados, incluindo Arthur Bruno, que se elegeu federal e já havia anunciado que almejava o trono de Fortaleza. Bruno até topa o poste, mas sem holofote!
“MÃO DE PILÃO”
É o terceiro caso que é denunciado envolvendo o governo do Ceará. É grave e pede uma providência. Na primeira eleição houve o caso do diretor do Banco do Nordeste, com um ofício de Ciro Gomes para pedir doação de dinheiro para a campanha. Apuração em suspenso. Embora também já há algum tempo, recentemente foi divulgada “Operação Integração”, envolvendo o empresário Moraisinho, que está preso, e o deputado estadual reeleito Zezinho Albuquerque e, embora negado, beirando a pessoas do governo. Agora vem o escândalo da Federação de Automobilismo, com denúncia de que envolveria o “Mão de Pilão” do governo, Arialdo Pinho. E vamos esquecer a farra de Nova Iorque. Bobagem.
VORAZ APETITE
Deputado federal eleito Domingos Neto (PMDB-CE), filho do vice-governador Domingos Filho, fez redução de estômago aos 22 anos. Voraz apetite. Tomara que controle também o outro.
BOM PASSADO
Irmã de Chico B. de Holanda escolhida ministra da Cultura. Está pago o pedido de voto na hedionda solenidade da Petrobras. É a negação de todo o um passado. Claro que a irmã pouco conhecida poderia ser ministra, mas ele precisava fazer aquele elogio rasgado?
SÓ DÓI A VAIDADE
O ainda senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) chegou de férias com a família em seu jatinho particular. Sobre o futuro político voltou a dizer que só vai "cuidar dos netos". Tasso, por ironia, fica sem mandato no mesmo momento que Ciro Gomes, seu parceiro amigo de tantos anos, fica sem ministério. Começaram juntos e "afundam" juntos. Ainda bem que Dilma, a pedido de Lula, não precisará fazer um "Bolsa-ajuda" para os dois. Jereissati sai (por enquanto) da política multimilionário e Ciro, como já disse acima, como o desempregado mais bem sucedido do Brasil. E tem gente com pena deles. Coitadinhos!
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
ETICAMENTE IMPEDIDO
Minha mãe, como todas as mães de alguma cabeça, dizia que nunca se deve cuspir pra cima porque cai na cara. Foi o que o mais velho dos Gomes (Ciro, que está sofrendo com a “liseira” em Paris!) fez pouco antes da campanha, exatamente quando caiu na armadilha do Planalto (transferiu o título para São Paulo) e perdeu a chance de uma candidatura, rifado pelo governador reeleito de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos. Magoado com o canto de carroceria, Ciro desancou o PMDB, tachando o partido de “ser um ajuntamento de assaltantes” e o seu presidente nacional, Michel Temer (hoje vice-presidente da República), de ser o chefe (do ajuntamento de assaltantes). Veja no link abaixo.
Claro que quando se fala de alguns políticos, ou de algumas situações políticas, nunca se pode usar o mesmo parâmetro ético dos outros setores da vida. Ciro Gomes pode até aceitar (dizem que já aceitou) o cargo de ministro da Integração Regional (apesar da “operação Integração”), mas considero que ele está impedido, se tiver vergonha ou coerência, de participar do ministério da presidenta Dilma, depois do que falou sobre o PMDB, principal parceiro do governo, e sobre o vice-presidente da República. É meter a viola no saco e sair para cantar em Sobral ou Pindamonhangaba. É melhor sair de cena e deixar o irmão governador negociar alguns cargos na estrutura federal para abrigar outros integrantes da família. E ficará tudo em casa.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u725738.shtml
SAI O PLANO, ENTRA O POSTE
Não conheço Salmito, da mesma forma que também não conheço o Acrísio Sena. Sei que os dois são do PT e acompanho algumas coisas que eles fazem ou deixam de fazer, como jornalista. Do Sena, sei do escândalo do R$ 2 milhões com a Finatec. De Salmito, vi o movimento em torno de uma proposta de desenvolvimento para Fortaleza. Achei uma demagogia, de princípio, mas depois vi até algum conteúdo. Infelizmente, não vai dar em nada, como tantos antes. De qualquer modo, há alguma diferença entre eles, embora do mesmo ninho e mesmo DNA. Fortaleza Perde. Sai o plano e entra o poste, sem luz.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
KIT GAY PARA CRIANÇAS, VOCÊ APROVA ESSA IDÉIA?
O que é ser homofóbico? Segundo o Aurélio, é ter “aversão a homossexuais ou ao homossexualismo”. Aversão é o mesmo que ódio, rancor, antipatia, repugnância, repulsa. Agora, não é preciso adotar as tendências e orientação para não ser homofóbico. Somente o fato de não ser homossexual já significa uma rejeição para si das tendências e orientação do homossexualismo, mas isso não constitui aversão. Uma mãe (ou um pai) não será homofóbica só por não querer que seu filho (ou filha) siga a tendência ou orientação homossexual. Mas não entendo que, para evitar a homofobia, tenha-se que estimular o homossexualismo na escola.
O governo petista, com seu deoléptico chefe, não conseguiu avanços substanciais na educação nos últimos 8 anos, mas não abre mão de tentar universalizar tendências sexuais na escola pública. Lembra da eleição de 2004, quando Luizianne Lins (então candidata a prefeita de Fortaleza) colocou em seu plano de governo o ensino sobre a homossexualidade na escola fundamental? Ela negou o que estava escrito (e permanece escrito na doutrina petista) e acusou seu adversário, o mórmon Moroni de ser homofóbico? Agora é o MEC que está licitando, por uma fábula de dinheiro, um Kit gay para distribuir em pelo menos 6 mil escolas públicas do Brasil, mostrando vivências e práticas homossexuais, bissexuais, transexuais e outras.
Já está produzido o vídeo intitulado “Encontrando Bianca”, em que um adolescente de uns 15 anos se apresenta como José Ricardo, mas aparece caracterizado como uma menina e diz que gosta de ser chamado de Bianca. O jovem travesti fica num dilema no momento de escolher o banheiro feminino em vez do masculino e simula flerte com um colega do sexo masculino ao dizer que superou o bullying causado pelo comportamento homofóbico na escola. Na versão feminina o vídeo mostra duas meninas namorando e o fundamento do debate é a profundidade de um beijo de língua.
Sinceramente, não sou homofóbico, mas se tivesse uma filha ou um filho ainda criança (como queria Luizianne) ou na pré-adolescência (como defende o MEC), não iria querer que ele (ou ela) recebesse estímulos dessa natureza na escola. O ensino programático de educação sexual na sala de aula é natural, mas estimular a práticas através de vídeos ou outros meios, não. O PT e seus sequazes mais afoitos têm essa mania de medidas compensatórias. Trata-se de um cacoete de quem gosta de burlar a lei. Homofobia, bullying e qualquer tipo de racismo, discriminação ou restrição de liberdade estão previstos no artigo 5º. da Constituição Brasileira. Basta cumprir a lei. Alegar que compensar apressa a igualdade, é sofismar. O que determina a igualdade é a promoção de uma educação pública de qualidade, libertadora, e assim com a saúde, com a segurança e em todas as áreas básicas ao convívio humano. Bem governar não é estimular a criação de guetos de privilégios, mas, sim, manter a balança da justiça igual para todos, como dizia Roosevelt.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
LIÇÃO APRENDIDA
Vejam do que são capazes os aprendizes de feiticeiro. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, diz que se prepara para eleger ATÉ UM POSTE SEM LUZ em 2012. Quer fazer como Lula, claro.
Ela solta a língua e nem recorda que viveu à sombra do POSTE SEM LUZ PRESIDENCIAL na campanha. Mas o que é coerência (imagine ética!) para o PT?
Luizianne já começa a agir e quer eleger UM POSTE SEM LUZ PARA A CÂMARA: ACRÍSIO SENA, que ademais é FICHA SUJA. Esteve envolvido no escândalo de R$ 2 milhões da Finatec (era presidente do Imparh). Ali Babá perde feio...
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
UM BRASIL DE VERDADE
Que devemos esperar do próximo governo (Dilma/Lula)? São tantas as dúvidas e poucas a esperanças. Os sinais que chegam não são animadores, a partir da formação da equipe: repeteco de nomes manjados dos dois períodos de Lula, alguns até sob suspeita. Promessas feitas na campanha, ainda muito viva em nossa memória, começaram a ser esquecidas antes mesmo de o governo começar. Só permanece a certeza de que a mentira vai continuar, conforme atesta o pedido da presidenta eleita ao seu futuro grupo de assessores de “que a verdade seja dita” quando o Brasil estiver realmente em situação de risco.
Duas grandes mentiras já estão gestadas: lançamento (e não já foi lançado?) do PAC 2 e a erradicação da miséria, que ela jurava, na campanha, que iria conseguir chegando até a marejar os olhos na TV (lágrimas ou colírio?). O PAC, tanto o 1 como o 2, não passa de um rol de obras que o governo intenta realizar e muitos deles vivem aos tropeços com os obstáculos da corrupção. Sobre a miséria, basta ver o que acontece com o Bolsa-Família. Matéria do Estadão revela que a grande maioria dos brasileiros que permanece na condição de miseráveis já é beneficiária do programa Bolsa-Família, levantamento do próprio ministério do Desenvolvimento Social (veja matéria apertando no link abaixo). O aumento prometido será apenas de 9%. Se for acima disso vai faltar dinheiro para a compra do novo avião presidencial – o AERODILMA. E tudo que essas pessoas do governo (do velho ou do novo) fazem é soltar uma retórica rota de medidas compensatórias. É cota para cá, cota para lá, mais mulher no ministério, tudo uma empulhação.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101206/not_imp650017,0.php
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
COM BANDIDO SOLTO A GUERRA CONTINUA
Quando escrevia uma nota sobre a guerra no Rio de Janeiro, de repente, me veio à cabeça uma pergunta que ficou sem resposta: Por que só agora, poucos menos de um mês depois da eleição de segundo turno para presidente? E como uma pergunta leva a outra, será que alguém negociou uma trégua eleitoral? Também fiquei intrigado, por que a operação realizada pela PM, com apoio de forças federais, não mostrou qualquer preocupação com a prisão dos bandidos, como vimos em filmagens aéreas? E inacreditável, pois serão necessárias outras operações, que custam dinheiro do povo e vidas. E aí lembrei que todo o plano das UPPs não inclui a prisão dos traficantes, mas somente a dominação do território, como o secretário da segurança do Rio, José Mariano Beltrame, não cansa de explicar. Ora, só espalhar bandidos não resolve o problema. Não acredito em pacificação com bandido solto. Ele vai se incrustar em outro território e continuar sua ação nefasta, que se assenta na difusão do medo, através do terrorismo.
O caso é tão inusitado que me permito um exemplo jocoso que me vem à memória. Em uma determinada universidade, um graduado servidor foi flagrado fazendo sexo em seu gabinete. E aí não importa a orientação sexual dele. O grupo de direção da casa se reuniu para punir, pelo ato, o servidor envolvido. Conversa vai, conversa vem, alguém levantou que a solução, para moralizar a instituição seria transferir o envolvido para outra região. Foi quando alguém lembrou: mas não vai adiantar, pois para onde ele for vai levar o equipamento e a falta de pudor. A reunião acabou sem uma decisão.
Claro que a tomada e a ocupação do território são atos importantes. O poder público já sabe, por exemplo, que no caso de moradores de áreas de risco, o território deve ser retomado e ocupado com equipamentos públicos para evitar que outros o ocupem ou até os mesmos moradores anteriores. A operação só se completa quando esses moradores recebem casas e passam a ocupar outras áreas. Estou me referindo ao verdadeiro sem-teto e não ao sem-teto profissional.
É o caso!
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
CAMINHO SEM SAÍDA
A guerrilha urbana que assola o Rio de Janeiro é um caminho sem volta para o Estado, em todos os níveis. Não há como recuar. Não cabe armistício, como ocorreu na crise anterior, quando foi negociado um cessar fogo. Desta vez, o poder do Estado tem que ir até o fim e vencer o crime organizado ou se desmoralizar. Nesta caso, seria a decretação da incapacidade do Estado de cumprir o seu papel, como único donatário da ação coativa. Há muito tempo o Rio (e, infelizmente, não só o Rio) convive com duas organizações de poder. A ousada decisão do crime organizado de afrontar o poder do Estado é resultado da omissão dos governantes oficiais ao longo de alguns anos, estribado na farsa do discurso social, que nunca chega a ação. Agora, não há saída.
Quando estoura a crise, aparecem os papangus ocupando os tontos programas de jornalismo para fazer diversos diagnósticos, apresentar diversas causas. Os inteligentes cientistas sociais e especialistas em combate ao crime soltam sua farta retórica, que nada soma ou resolve. A hora é de ação, de combater a violência com violência, ainda que outras pessoas (prefiro não falar inocentes) possam ser atingidas. Não podemos invocar a realização de ataques cirúrgicos, como realizou o Estados Univos na invasão do Iraque, matando milhares de pessoas que não faziam parte dos grupos conflitantes. O aparato de combate ao crime e de administração do sistema penitenciário brasileiro, que permite o crescimento do crime, é despreparado e eivado de marginais de farda ou à paisana, mas ainda assim a guerra tem de ser travada. Chegou a hora da verdade, ainda que o poder público continue demonstrando que o combate ao crime não é pioridade. Basta lembrar o recente discurso de campanha da presidenta eleita, Dilma Rousseff, sobre pagar melhor os policiais. Sua primeira orientação na montagem do governo foi determinar a retirada da PEC 300, que institui um piso unificado aos PMs e bombeiros do Brasil.
Triste o poder que não pode.
Quando estoura a crise, aparecem os papangus ocupando os tontos programas de jornalismo para fazer diversos diagnósticos, apresentar diversas causas. Os inteligentes cientistas sociais e especialistas em combate ao crime soltam sua farta retórica, que nada soma ou resolve. A hora é de ação, de combater a violência com violência, ainda que outras pessoas (prefiro não falar inocentes) possam ser atingidas. Não podemos invocar a realização de ataques cirúrgicos, como realizou o Estados Univos na invasão do Iraque, matando milhares de pessoas que não faziam parte dos grupos conflitantes. O aparato de combate ao crime e de administração do sistema penitenciário brasileiro, que permite o crescimento do crime, é despreparado e eivado de marginais de farda ou à paisana, mas ainda assim a guerra tem de ser travada. Chegou a hora da verdade, ainda que o poder público continue demonstrando que o combate ao crime não é pioridade. Basta lembrar o recente discurso de campanha da presidenta eleita, Dilma Rousseff, sobre pagar melhor os policiais. Sua primeira orientação na montagem do governo foi determinar a retirada da PEC 300, que institui um piso unificado aos PMs e bombeiros do Brasil.
Triste o poder que não pode.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O BRASIL DAS DEIDADES
Neste Brasil de deidades é quase um crime contestá-las. Há um cúmplice silêncio crítico, por exemplo, quando se fala sobre os 4 livros de Chico Buarque de Holanda. O patrulhamento é agressivo. Há uma indução calada ao elogio ou, no mínimo, a aprovação. Vejo olhares de condenação e, às vezes, até de discriminação e ódio, quando digo que acho ruins os livros de Chico B. de Holanda ou que não consigo gostar dos livros da conterrânea Raquel de Queiroz e tampouco do que escreve Leonardo Boff. É pior ainda quando falo que o Brasil vai pagar um alto preço pelos 8 anos de Lula. A questão é que só enxergo a grande oportunidade perdida de um salto real no rumo de um crescimento autossustentável (está na moda), da mesma forma que não vislumbro qualquer destino significante para os milhões de beneficiários do Bolsa Família. Para mim, só está sendo criada uma gigantesca (e desqualificada. No campo, desaprenderam até a fazer a agricultura de subsistência) massa de dependentes rurais e urbanos, cada vez mais ávida.
E não tenho que ficar aplaudindo quando há algum acerto. Não me cobrem isso. Um restaurante tem obrigação de fazer boa comida e não precisa ser elogiado. Já é pago por isso, e o maior elogio e o crescimento da frequência. Assim um governo tem obrigação de ser bom e de fazer as coisas certas, principalmente se o vento sopra a favor, como até agora (antes da crise cambial. E não vejo cabedal em Mantega para enfrentá-la). O caso é que para ser bom deve haver, pelo menos, um equilíbrio entre bons e maus atos. Têm colocado muitas mentiras na balança para fazê-la pender para o lado do bom. Mas a mentira se dilui como neve ao sol e escorrega do prato da balança. O lado mau, infelizmente, volta a se mostrar em sua face cruenta. É fácil comprovar. Basta observar, por exemplo, a guerrilha que toma conta do Rio de Janeiro, as filas cada vez maiores dos hospitais e postos de saúde, a escola de má qualidade, o caótico sistema de transportes, as crescentes favelas e o crescimento do Bolsa Família. De qualquer modo, transcrevo aqui parte de um texto de José Roberto Guzzo na VEJA desta semana. “O Brasil não tem um único indicador comparável aos do Primeiro Mundo em áreas fundamentais como educação, saúde, esgotos, transporte coletivo, criminalidade, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e por aí afora. Não tem competência, sequer, para montar um exame de escola como o Enem”.
Só mesmo um imbecil se enfatuaria com os elogios de “visita da saúde” que ouve lá fora. O pior é que a oposição, que teria o relevante e democrático papel de cobrar, parece ter virado refém do medo. É necessário impedir que persista a farsa da propaganda política do anúncio da Petrobras, que cria um Brasil que não é real. A oposição precisa cumprir seu dever, pois quem tem medo morre mais de uma vez.
É minha opinião.
E não tenho que ficar aplaudindo quando há algum acerto. Não me cobrem isso. Um restaurante tem obrigação de fazer boa comida e não precisa ser elogiado. Já é pago por isso, e o maior elogio e o crescimento da frequência. Assim um governo tem obrigação de ser bom e de fazer as coisas certas, principalmente se o vento sopra a favor, como até agora (antes da crise cambial. E não vejo cabedal em Mantega para enfrentá-la). O caso é que para ser bom deve haver, pelo menos, um equilíbrio entre bons e maus atos. Têm colocado muitas mentiras na balança para fazê-la pender para o lado do bom. Mas a mentira se dilui como neve ao sol e escorrega do prato da balança. O lado mau, infelizmente, volta a se mostrar em sua face cruenta. É fácil comprovar. Basta observar, por exemplo, a guerrilha que toma conta do Rio de Janeiro, as filas cada vez maiores dos hospitais e postos de saúde, a escola de má qualidade, o caótico sistema de transportes, as crescentes favelas e o crescimento do Bolsa Família. De qualquer modo, transcrevo aqui parte de um texto de José Roberto Guzzo na VEJA desta semana. “O Brasil não tem um único indicador comparável aos do Primeiro Mundo em áreas fundamentais como educação, saúde, esgotos, transporte coletivo, criminalidade, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e por aí afora. Não tem competência, sequer, para montar um exame de escola como o Enem”.
Só mesmo um imbecil se enfatuaria com os elogios de “visita da saúde” que ouve lá fora. O pior é que a oposição, que teria o relevante e democrático papel de cobrar, parece ter virado refém do medo. É necessário impedir que persista a farsa da propaganda política do anúncio da Petrobras, que cria um Brasil que não é real. A oposição precisa cumprir seu dever, pois quem tem medo morre mais de uma vez.
É minha opinião.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
PROMESSAS, PROMESSAS, SÓ PROMESSAS!
Já se sabia que o farto catálogo de propostas de palanque de Dilma não passava de um rol de intenções que será cumprido se -e quando- for possível. Pois é, a primeira promessa a ser derrubada é a tal PEC 300, que iguala os salários dos policiais do Brasil inteiro àquilo que se paga no Distrito Federal. Pelo que vale no DF, o piso dos coronéis da PM passaria para R$ 15.224,00 e o dos soldados, R$ 4.117,00. Hoje, deve ser maior porque a MP 426, concedendo o aumento para PMs e bombeiros de Brasília, foi assinada pelo demagogo presidente Lula em 8 de maio de 2008.
O caso é que a eleita presidenta tomou sentido agora que a União terá de arcar com parcela dessa despesa, como está dito na Medida Provisória 426, completando o que os Estados não puderem arcar, e está desesperada, querendo impedir por fina força a aprovação da tal PEC 300. E agora? Lula é o pai da matéria, fez um proselitismo doido e de consequências, é claro, que ele nunca se deu ao trabalho de avaliar. E sabe quem vai sofrer as consequências? O povo, nas ruas.
Só para refrescar a memória, veja o vídeo com a fala gabola de Lula no dia de assinar a MP 426, em um ginásio, em Brasília, lotado de policiais e bombeiros felizes.
http://www.youtube.com/watch?v=FiY8tnBpySc&feature=player_embedded
O caso é que a eleita presidenta tomou sentido agora que a União terá de arcar com parcela dessa despesa, como está dito na Medida Provisória 426, completando o que os Estados não puderem arcar, e está desesperada, querendo impedir por fina força a aprovação da tal PEC 300. E agora? Lula é o pai da matéria, fez um proselitismo doido e de consequências, é claro, que ele nunca se deu ao trabalho de avaliar. E sabe quem vai sofrer as consequências? O povo, nas ruas.
Só para refrescar a memória, veja o vídeo com a fala gabola de Lula no dia de assinar a MP 426, em um ginásio, em Brasília, lotado de policiais e bombeiros felizes.
http://www.youtube.com/watch?v=FiY8tnBpySc&feature=player_embedded
terça-feira, 9 de novembro de 2010
LULA SURFOU, DILMA VAI SE MOLHAR
Você pode participar do blogdoerivas, sem censura, através de artigos, comentários e opiniões. Envie o arquivo para meu e-mail erivas@terra.com.br e o publicarei com o maior prazer.
A HERANÇA DILMA
Não haverá feriado prolongado neste final de ano. Natal e Ano Novo transcorrerão em um sábado. Dia de descanso e observância religiosa entre os judeus e algumas seitas cristãs e de festa para a maioria do povo brasileiro. Cenário perfeito para a posse da primeira presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff. Junto com a faixa presidencial, ela receberá um país inflado pelo discurso blasonado, mas, em verdade, montado em dívida trilionária (dentro e fora) e à beira de despencar outra vez no abismo da inflação e/ou da recessão. O pior quadro. De cara, ela vai ter de frustrar as expectativas dos brasileiros, ainda injetados pela retórica ufana. Terá de segurar todos os investimentos até conseguir (e só com muito esforço e sacrifício) organizar a barafunda anabolizada pela disputa eleitoral. Se fosse uma simples loja de artigos de R$ 1,90 teria fechar as portas, pois gasta muito mais do que arrecada.
No imediato, há uma conta bilionária a ser paga logo no primeiro ano do novo governo. A dimensão exata dessa fatura ainda não é conhecida, mas em janeiro ela vai aparecer. Mas já se sabe, por exemplo, como relata em matéria o jornal O Globo, que, se o presidente decidisse não gastar mais um único centavo em novos projetos a partir desta segunda-feira – o que é absolutamente improvável -, deixaria uma herança de R$ 50,7 bilhões em débitos a pagar no Orçamento de 2011, apenas por obras e serviços já encomendados (construção de habitações, barragens, postos de saúde, manutenção de estradas etc.). Esse valor das contas federais penduradas até a semana passada já é maior que a soma dos investimentos em obras (R$ 43 bilhões) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstos para o ano que vem.
No Congresso, Dilma vai ter de desarmar a bomba (Estadão) para aumentar gastos públicos, que tem como ponto mais polêmico, embora parte do discurso da eleita, a proposta de emenda à Constituição que cria um piso salarial para policiais civis, militares e bombeiros. O projeto elevará a despesa em R$ 30 bilhões ao ano e os deputados assumiram o compromisso de votá-lo ainda em 2010. A conta recairá sobre os cofres dos Estados, que pagam os salários dos policiais, mas a União terá de complementar os gastos. Somente para São Paulo, o aumento causará impacto de R$ 8 bilhões. Além do piso salarial dos policiais, outros pedidos ameaçam abrir um rombo no Orçamento de 2011, tornando-o inadministrável. No total, os projetos em avaliação no Congresso, que aumentam as despesas, somam R$ 125,9 bilhões. Quem pode está querendo garantir o seu quinhão. Os parlamentares querem, por exemplo, elevar a cota reservada para cada um deles fazer emendas ao Orçamento - dos atuais R$ 12,5 milhões para algo como R$ 15 milhões ou R$ 17 milhões. Os governadores reivindicam do Planalto R$ 19,5 bilhões, a título de repasse, referentes a perdas que tiveram com a Lei Kandir. E ainda há o aumento do salário mínimo e dos aposentados e pensionistas. O mínimo não será R$ 600, como Serra prometia. Governo e equipe de transição vão fechar uma posição em comum para que o SM fique em R$ 538,15. As centrais sindicais reivindicam R$ 580. No máximo vai chegar a R$ 540,00.
Para infernizar, há ainda a “guerra cambial”, com a megaoferta de dólares na praça bancada pelos EUA. O dólar pode cair para R$ 1,50, um desastre para os “commodities” brasileiros e um paraíso para os externos. O desemprego bate à porta. Resolve só mexendo na taxa de juros determinada pelo BC, como tem sido feito até agora? Sempre há efeitos colaterais, principalmente se não se cortar à própria carne do sempre crescente gasto interno. Não vai dar para resolver essa mixórdia com uma fraude, como ocorreu na Petrobras no final da campanha. Lembra? O governo “vendeu” para a Petrobras 5 bilhões de barris de petróleo, que estão enterrados em algum lugar do Pré-sal, a um preço superfaturado, como disse o economista Sardenberg (Jornal O Globo, de 02/10/10), apurando R$ 72 bilhões (dinheiro virtual). Com um só golpe, o governo petista (continua petista) inflou seu superávit, “comprou” ações da Petrobrás para se tornar majoritário (nomear e fazer o quiser). Deixando mais clara a operação: com os R$ 72 bilhões (virtuais), o governo usou algo em torno de R$ 45 bilhões para comprar as ações da Petrobras, via BNDES, e ainda ficou com um troco de R$ 27 bilhões para engordar o caixa e se gabar do saldo. Só que ninguém vai pagar a ninguém. É só registro de caixa. A previsão não é de tempo bom!
A HERANÇA DILMA
Não haverá feriado prolongado neste final de ano. Natal e Ano Novo transcorrerão em um sábado. Dia de descanso e observância religiosa entre os judeus e algumas seitas cristãs e de festa para a maioria do povo brasileiro. Cenário perfeito para a posse da primeira presidenta eleita do Brasil, Dilma Rousseff. Junto com a faixa presidencial, ela receberá um país inflado pelo discurso blasonado, mas, em verdade, montado em dívida trilionária (dentro e fora) e à beira de despencar outra vez no abismo da inflação e/ou da recessão. O pior quadro. De cara, ela vai ter de frustrar as expectativas dos brasileiros, ainda injetados pela retórica ufana. Terá de segurar todos os investimentos até conseguir (e só com muito esforço e sacrifício) organizar a barafunda anabolizada pela disputa eleitoral. Se fosse uma simples loja de artigos de R$ 1,90 teria fechar as portas, pois gasta muito mais do que arrecada.
No imediato, há uma conta bilionária a ser paga logo no primeiro ano do novo governo. A dimensão exata dessa fatura ainda não é conhecida, mas em janeiro ela vai aparecer. Mas já se sabe, por exemplo, como relata em matéria o jornal O Globo, que, se o presidente decidisse não gastar mais um único centavo em novos projetos a partir desta segunda-feira – o que é absolutamente improvável -, deixaria uma herança de R$ 50,7 bilhões em débitos a pagar no Orçamento de 2011, apenas por obras e serviços já encomendados (construção de habitações, barragens, postos de saúde, manutenção de estradas etc.). Esse valor das contas federais penduradas até a semana passada já é maior que a soma dos investimentos em obras (R$ 43 bilhões) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstos para o ano que vem.
No Congresso, Dilma vai ter de desarmar a bomba (Estadão) para aumentar gastos públicos, que tem como ponto mais polêmico, embora parte do discurso da eleita, a proposta de emenda à Constituição que cria um piso salarial para policiais civis, militares e bombeiros. O projeto elevará a despesa em R$ 30 bilhões ao ano e os deputados assumiram o compromisso de votá-lo ainda em 2010. A conta recairá sobre os cofres dos Estados, que pagam os salários dos policiais, mas a União terá de complementar os gastos. Somente para São Paulo, o aumento causará impacto de R$ 8 bilhões. Além do piso salarial dos policiais, outros pedidos ameaçam abrir um rombo no Orçamento de 2011, tornando-o inadministrável. No total, os projetos em avaliação no Congresso, que aumentam as despesas, somam R$ 125,9 bilhões. Quem pode está querendo garantir o seu quinhão. Os parlamentares querem, por exemplo, elevar a cota reservada para cada um deles fazer emendas ao Orçamento - dos atuais R$ 12,5 milhões para algo como R$ 15 milhões ou R$ 17 milhões. Os governadores reivindicam do Planalto R$ 19,5 bilhões, a título de repasse, referentes a perdas que tiveram com a Lei Kandir. E ainda há o aumento do salário mínimo e dos aposentados e pensionistas. O mínimo não será R$ 600, como Serra prometia. Governo e equipe de transição vão fechar uma posição em comum para que o SM fique em R$ 538,15. As centrais sindicais reivindicam R$ 580. No máximo vai chegar a R$ 540,00.
Para infernizar, há ainda a “guerra cambial”, com a megaoferta de dólares na praça bancada pelos EUA. O dólar pode cair para R$ 1,50, um desastre para os “commodities” brasileiros e um paraíso para os externos. O desemprego bate à porta. Resolve só mexendo na taxa de juros determinada pelo BC, como tem sido feito até agora? Sempre há efeitos colaterais, principalmente se não se cortar à própria carne do sempre crescente gasto interno. Não vai dar para resolver essa mixórdia com uma fraude, como ocorreu na Petrobras no final da campanha. Lembra? O governo “vendeu” para a Petrobras 5 bilhões de barris de petróleo, que estão enterrados em algum lugar do Pré-sal, a um preço superfaturado, como disse o economista Sardenberg (Jornal O Globo, de 02/10/10), apurando R$ 72 bilhões (dinheiro virtual). Com um só golpe, o governo petista (continua petista) inflou seu superávit, “comprou” ações da Petrobrás para se tornar majoritário (nomear e fazer o quiser). Deixando mais clara a operação: com os R$ 72 bilhões (virtuais), o governo usou algo em torno de R$ 45 bilhões para comprar as ações da Petrobras, via BNDES, e ainda ficou com um troco de R$ 27 bilhões para engordar o caixa e se gabar do saldo. Só que ninguém vai pagar a ninguém. É só registro de caixa. A previsão não é de tempo bom!
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O CAMINHO DO TOTALITARISMO
O golpe militar de 1964, que deu origem aos mais de 20 anos em que o Brasil viveu em ditadura, para mim, contou com o apoio da elite e de parcela ponderável da classe média brasileira. A partir de 1985, seguindo a onda que já se espraiava pela América Latina, passamos por uma transição mal engendrada de volta à democracia –e ainda hoje pagamos o preço dessa herança maldita. De qualquer forma, tínhamos uma democracia, ou uma poliarquia como batizou Robert Dahl. Avançamos na consolidação do modelo até a virada do século, carregando os defeitos conhecidos. Mas um ato, cometido pelo presidente FHC –a adoção da reeleição imediata–, em meados dos anos 90, viria a criar as condições para o retrocesso que hoje vivenciamos.
A virada do século foi marcada por uma guinada à esquerda, como chegaram a denominar muitos estudiosos. Lamentavelmente o que se vê, decorrida a primeira década do novo século, é que a guinada à esquerda se transformou em uma estrada aberta ao totalitarismo, estendida por vastos territórios da América Latina –Venezuela, Bolívia, Argentina e Brasil. Não há exagero no que afirmo, como você pode ser lavado a pensar. Basta analisar a mistura detonante que paira sobre nós. Reeleição imediata (em países de grande contradição social e econômica), agregada a programas assistencialistas (bolsa família e outros) para milhões de pessoas à margem de uma distribuição de renda, que o neoliberalismo, alimentado pelo consenso de Washington, foi incapaz de executar. Adicionando a estes dois ingredientes o gravame dos ditames da mundialização da economia, a horizontalidade produzida pelo avanço tecnológico, e potencializando tudo isso através de discursos demagógicos de líderes populistas, forjados nos movimentos populares, está pronta a mistura.
É a prova de que Karl Marx estava errado, como atesta Hannah Arendt, ao prever que somente uma revolução poderia provocar a decadência do Estado e que a sociedade comunista significaria o “reino da liberdade”. A gênese da antropologia filosófica de Arendt tematiza três conceitos fundamentais: trabalho, produção e ação. Em síntese, O trabalho é necessário à sobrevivência biológica do homem. A produção é seu estado técnico, produtivo, quando ele partilha seu saber com outros. A ação é a característica matricial da vida humana em sociedade, que se concretiza na presença de outros, para que possa ocorrer a interação de uma vida política em sociedade. Há ainda um último estágio, ou quarto elemento –a contemplação –, que consiste na relação do homem com o mundo físico. A vida ativa, a condição humana estaria caracterizada nessas três atividades fundamentais. Seria o que Robert Castel denomina, em sua herança Foucaultiana, de “indivíduos positivos, ou seja, indivíduos com capacidade de desenvolver estratégias pessoais, de dispor de certa liberdade de escolha na condução da própria vida, não estando na dependência de uma outra pessoa”.
Ora, o que se presencia atualmente é a tentativa, através da estatística, de reduzir o homem a um produto meramente quantitativo, com um gatilho que dispara um conjunto de providências ou leis automáticas que não podem ser contrariadas. É um behaviorismo que reduz a atividade humana a estímulos e respostas condicionadas previamente definidas. Uma atitude que pressupõe uma uniformização da rotina do quotidiano e a transformação das ciências sociais em ciências do comportamento. A atual “sociedade de massas”, como diz Arendt, lamentavelmente, tem conduzido ao conformismo do social, negando a pluralidade da discussão, no seu esforço de promover o público e o privado a uma uniformização do comportamento consumista.
O resultado nós vimos no último dia 31 de novembro. E não tenha a ilusão de que o processo parou. Ao contrário, a vitória , mesmo que arrimada em uma maioria dita válida e não na maioria dos brasileiros, funciona como uma mola propulsora em busca do objetivo totalitário. O Brasil saiu diferente (e dividido) das urnas. Ao contrário do que pregou Leonardo Boff, não venceu o medo, mas espicaçou o ódio, como é bastante demonstração a campanha racista que invade a Internet impune, como se fosse possível descartar os “bolsas família“ que a própria sociedade produziu e que mantém como estratégia de dominação. Não foram o PT e aliados de Lula, Dilma e Zé Dirceu os que inventaram os desfiliados (como denomina Castel) ou os excluídos. Eles apenas aperfeiçoaram o buçal.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
DISPUTA SEMPRE IMPÕE LIMITES
(Foto, sem identificação de autoria, tirada logo após o debate)
O pessoal enrustido (como meu amigo João Osmar, Macário Batista e Fábio Campos), que apoia Dilma mas tem vergonha de assumir, está querendo passar que o debate da Rede TV/Folha foi morno e que os dois candidatos nada acrescentaram. Conversa para enganar incautos. E vai já aparecer um cientista político do óbvio para dizer que o modelo está esgotado.O debate foi bom e serviu perfeitamente para mostrar a diferença entre os dois. Dilma, despreparada e fingida, e Serra, preparado, intelectualmente superior e mais ou menos seguro, embora bobo, às vezes, por cair no jogo besta das privatizações. Até parecia que a disputa era pela presidência da Petrobras. Ganhou de sobra o debate. Se a vantagem vai significar soma de votos eu não sei, como também não dá para profetizar (é o caso) quem vai vencer o segundo turno.
Outro jogo que atende as argumentações do pessoal da Dilma, aqui na província Ferreira Gomes, é tentar carimbar Lúcio Alcântara como um vira-casaca. Tenho muitas discordâncias da postura política de Lúcio, mas ele seguiu fiel ao esquema do Planalto até o final (c0m0 integrante da base de apoio), embora tratado como cururu. Igualmente não sei se a adesão de Lúcio a Serra puxará mais de um voto, mas ele fez o que devia fazer. Acho até que esperou demais. Faltou lhaneza aos petistas.
Lúcio e Marcos Cals cumpriram papel importante no jogo democrático, embora, despojados da vaidade, pudessem ter feito melhor. Os Ferreira Gomes venceram no primeiro turno porque enfrentaram candidatos, como já disse aqui, que não conseguiram produzir uma motivação de mudança (ninguém muda, voluntária e secretamente, para o que lhe parece pior). Conseguiram, é fato, impor ao processo, questionamentos que serão importantes no porvir. Está mais visível sobre a cabeça de quem senta ao trono do Palácio do Governo cearense a espada de Dâmocles.
O pessoal enrustido (como meu amigo João Osmar, Macário Batista e Fábio Campos), que apoia Dilma mas tem vergonha de assumir, está querendo passar que o debate da Rede TV/Folha foi morno e que os dois candidatos nada acrescentaram. Conversa para enganar incautos. E vai já aparecer um cientista político do óbvio para dizer que o modelo está esgotado.O debate foi bom e serviu perfeitamente para mostrar a diferença entre os dois. Dilma, despreparada e fingida, e Serra, preparado, intelectualmente superior e mais ou menos seguro, embora bobo, às vezes, por cair no jogo besta das privatizações. Até parecia que a disputa era pela presidência da Petrobras. Ganhou de sobra o debate. Se a vantagem vai significar soma de votos eu não sei, como também não dá para profetizar (é o caso) quem vai vencer o segundo turno.
Outro jogo que atende as argumentações do pessoal da Dilma, aqui na província Ferreira Gomes, é tentar carimbar Lúcio Alcântara como um vira-casaca. Tenho muitas discordâncias da postura política de Lúcio, mas ele seguiu fiel ao esquema do Planalto até o final (c0m0 integrante da base de apoio), embora tratado como cururu. Igualmente não sei se a adesão de Lúcio a Serra puxará mais de um voto, mas ele fez o que devia fazer. Acho até que esperou demais. Faltou lhaneza aos petistas.
Lúcio e Marcos Cals cumpriram papel importante no jogo democrático, embora, despojados da vaidade, pudessem ter feito melhor. Os Ferreira Gomes venceram no primeiro turno porque enfrentaram candidatos, como já disse aqui, que não conseguiram produzir uma motivação de mudança (ninguém muda, voluntária e secretamente, para o que lhe parece pior). Conseguiram, é fato, impor ao processo, questionamentos que serão importantes no porvir. Está mais visível sobre a cabeça de quem senta ao trono do Palácio do Governo cearense a espada de Dâmocles.
sábado, 16 de outubro de 2010
O LOBO PERDE O PELO, MAS NÃO O VÍCIO
O nordestino conhece bem este dito popular. O que está em jogo nestas eleições não é uma mera escolha de nomes, mas uma opção entre (01) uma sociedade na qual os jogos do aparelhamento inescrupuloso da máquina pública e do mercado subserviente se transformaram em um imperativo categórico ao qual toda a organização social deve se curvar e (02) uma sociedade que tenha como princípios a coesão social, a igualdade de direitos e a solidariedade.
Do candidato José Serra já se conhece a inclinação neoliberal, que pode ser tolerada desde que se tenha como desafio a construção de uma sociedade em que o indivíduo se torne “um sujeito de fato”, ou seja, um indivíduo positivo, independente, o que só existe se ele for dotado de suportes sociais, ainda que este seja um embate a ser travado contra o que impõe a mundialização da economia (Robert Castel, em As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Vozes em 1998, 8ª edição).
A candidata Dilma aparece como um livro em branco. Quando pensávamos conhecê-la como uma socialista favorável a descriminalização do aborto, a partir de suas próprias entrevistas como ministra, eis que ela nega tudo, definindo-se tão-somente como um continuísmo. É pouco e perigoso. O Brasil está longe de superar suas maiores carências. A questão social continua muito grave. A compreensão e as interpretações diversas que são dadas de tema tão importante nos meios profissional, político, nas políticas sociais, na gestão pública e até meio acadêmico quase nunca ultrapassam o encanto da ajuda, da caridade e do assistencial. É preciso chegar à essência do problema. Glorificar programas que mais perpetuam o problema não ajuda a encontrar caminhos. A verdade é que nessa salada de índices otimistas que apresenta a candidata governista ainda carregamos um quarto da população brasileira vivendo em condições precárias, sem renda, emprego, acesso à educação, acumulando desigualdades não só de renda, mas política, social, cultural, moral e simbólica. E isso, como diz Castel, exige um Estado que assuma sua função social e o desafio de superar as estratégias encaminhadas pelo capital para processar a acumulação.
Veja o que deu na Veja e tire suas conclusões:
'Fui extorquido na Casa Civil'
Deputado revela que assessor de Dilma Rousseff exigiu 100 000 reais de propina para agilizar processo que dependia de autorização do presidente Lula.
Diego Escosteguy
O advogado Vladimir Muskatirovic, conhecido em Brasília como “Vlad”, ocupa a poderosa chefia-de-gabinete da Casa Civil da Presidência da República. Assim como a ex-ministra Erenice Guerra fez carreira no governo à sombra da candidata petista Dilma Rousseff, Vlad fez carreira no governo à sombra de Erenice Guerra. Ele era subordinado de Erenice quando esta ocupava a chefia da assessoria jurídica do Ministério de Minas e Energia. Quando Dilma assumiu a Casa Civil e Erenice levou sua turma junto, Vlad foi o primeiro a acompanhá-las.
Apesar de a ex-ministra ter sido apeada do Palácio após vir a público a existência de uma central de corrupção na Casa Civil, Vlad permanece no cargo. Não é por acaso. Além da amizade com Erenice, Vlad mantém relações fraternas com o senador Gim Argello, figura secundária dos subterrâneos de Brasília, que, sabe-se lá por qual razão, caiu nas boas graças de Dilma nos últimos anos.
Nos ambientes em que o senador Gim brilha, Vlad é uma celebridade. VEJA descobriu um dos casos que fazem a fama do chefe-de-gabinete. Em 2007, Vlad, já como assessor de Dilma na Casa Civil, cobrou 100 000 reais de propina – e recebeu parte do dinheiro – para resolver uma pendência de um deputado junto à Presidência da República.
O deputado chama-se Roberto Rocha, do PSDB do Maranhão. Ele é sócio da TV Cidade, retransmissora da Record no estado, e de duas rádios. O pedágio foi exigido para que a Casa Civil autorizasse uma mudança societária nessa TV. O que a Casa Civil tem a ver com isso? Tudo. A concentração de poder na Presidência da República é de tal ordem que cabe à Casa Civil ratificar qualquer compra ou venda envolvendo rádios e TVs do país, que são concessões públicas.
Pode ser coisa grande ou miudeza: tem que passar pela Casa Civil. Depois de passar por lá, o presidente é obrigado a assinar esses atos, como se fosse chefe de um cartório. Diante do fato de que o Ministério das Comunicações analisa previamente todos esses casos, trata-se de um simples carimbo. Um carimbo, no entanto, que vale ouro: pode custar caro obte-lo, evita-lo ou agilizar seu uso. Um carimbo é moeda líquida na cleptocracia federal.
Vlad pôde vender tão caro uma facilidade porque o governo havia criado uma enorme dificuldade – uma que parecia não ter solução. A epopeia começa em 2003, no início do governo Lula, quando o sócio de Roberto Rocha na TV aceitou vender a participação dele no negócio. Esse sócio era aliado de José Sarney. Rocha é adversário do senador. Fez-se a transação, e a papelada seguiu para o Ministério das Comunicações, de modo que os rituais burocráticos fossem cumpridos.
Deveria demorar algumas semanas. Demorou um ano. Demorou em razão do lobby contrário promovido por aliados de Sarney. É fácil entender os motivos disso. Sarney é dono da retransmissora da Globo no Maranhão. Seu principal aliado, o senador Edson Lobão, controla a retransmissora do SBT no estado. Caso o governo autorizasse o negócio do deputado Rocha, portanto, haveria no Maranhão uma TV não-alinhada com os interesses da família – e uma TV num estado pobre é uma poderosa arma política. No final de 2003, apesar das pressões contrárias, o então ministro das Comunicações, deputado Miro Teixeira, finalmente aprovou a transação e encaminhou o papelório para a Casa Civil.
No dia 7 de janeiro de 2004, o Diário Oficial publicou a autorização concedida pelo presidente Lula. Tudo parecia resolvido. Mais eis que sobreveio um episódio insólito, daqueles que só se explicam pela força irresistível de certos interesses políticos. Houve uma reforma ministerial, e o deputado peemedebista Eunício Oliveira, do mesmo partido de Sarney, assumiu a pasta das Comunicações. Tentou-se reverter ali, de todos os modos, a tal autorização já assinada por Lula.
A pressão de Sarney aumentou e, no dia 11 de março, dois meses depois de publicada a autorização, o mesmo Diário Oficial trouxe um ato do mesmo presidente Lula revogando a decisão anterior. Sem justificativa, sem devido processo legal. Pode-se apenas supor as razões políticas para essa aberração jurídica – e todas elas passam pelos interesses do senador Sarney.
Inconformado, o deputado Roberto Rocha contratou bons advogados e recorreu ao Supremo Tribunal Federal. O deputado ingressou com um mandado de segurança, que, por sua natureza, deveria ser julgado em pouco tempo, mas que acabou morrendo nas gavetas do Supremo.
Rocha, contudo, não estava sozinho em sua cruzada para assegurar o comando da TV. Todos os políticos anti-Sarney do Maranhão lhe ajudaram O deputado petista Domingos Dutra – que chegou a fazer greve de fome recentemente para impedir que seu partido apoiasse a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado – foi um deles. Diz Dutra: “Falei com as lideranças do PT, falei no governo. Mas eles preferem o Sarney. Rocha chegou a me contar o que aconteceu na Casa Civil da Erenice”.
Parece estranho ver um petista e um tucano atuando harmoniosamente. No Maranhão, entretanto, os políticos dividem-se entre os que são adversários ou aliados de Sarney. Rocha e Dutra pertencem ao primeiro grupo. E os esforços deram algum resultado.
Em 2007, o deputado conseguiu ser recebido na Casa Civil. Esteve com Erenice Guerra, então secretária-executiva, e o assessor Vlad. Ambos confirmaram a teratologia do ato presidencial e prometeram resolver o assunto. Localizado por VEJA, que soubera do caso por intermédio uma fonte na Casa Civil e outra no PT, o deputado relutou em admitir o episódio – mas acabou por narrar o que havia acontecido. Disse Rocha: “Esse assessor Vladimir cobrou para resolver. Fiquei enojado com tudo aquilo. Ter que pagar para que eles fizessem o que era certo? Fui extorquido pela Casa Civil”.
Depois da reunião, Vlad procurou um funcionário do deputado para acertar o pagamento. Os dois encontraram-se no restaurante que funciona no 10º andar da Câmara dos Deputados. “Vladimir deu a garantia de que resolveria tudo, desde que pagássemos 100 000 reais”, narra Ivo Icó Filho, o funcionário. “Ele disse que o valor era alto porque envolvia o trabalho de outras pessoas”.
O deputado conta que ponderou e, apesar de “revoltado”, resolveu pagar: “Autorizei meu assessor a providenciar um sinal: 20 000 reais”. Rocha não quis fornecer detalhes do pagamento. Completa o deputado: “E o pior é que não deu certo. Esse Vladimir nunca mais retornou as ligações ou respondeu emails. Foi um golpe”
Procurado pela reportagem, o chefe-de-gabinete da Casa Civil respondeu por meio de nota. Vlad admitiu frequentar o restaurante da Câmara e manter “reuniões políticas” com o senador Gim Argello. Mas nega ter pedido ou recebido propina. Diz o texto: “O assessor não pediu nem recebeu qualquer pagamento referente a essas pessoas”.
Do candidato José Serra já se conhece a inclinação neoliberal, que pode ser tolerada desde que se tenha como desafio a construção de uma sociedade em que o indivíduo se torne “um sujeito de fato”, ou seja, um indivíduo positivo, independente, o que só existe se ele for dotado de suportes sociais, ainda que este seja um embate a ser travado contra o que impõe a mundialização da economia (Robert Castel, em As metamorfoses da questão social: uma crônica do salário. Vozes em 1998, 8ª edição).
A candidata Dilma aparece como um livro em branco. Quando pensávamos conhecê-la como uma socialista favorável a descriminalização do aborto, a partir de suas próprias entrevistas como ministra, eis que ela nega tudo, definindo-se tão-somente como um continuísmo. É pouco e perigoso. O Brasil está longe de superar suas maiores carências. A questão social continua muito grave. A compreensão e as interpretações diversas que são dadas de tema tão importante nos meios profissional, político, nas políticas sociais, na gestão pública e até meio acadêmico quase nunca ultrapassam o encanto da ajuda, da caridade e do assistencial. É preciso chegar à essência do problema. Glorificar programas que mais perpetuam o problema não ajuda a encontrar caminhos. A verdade é que nessa salada de índices otimistas que apresenta a candidata governista ainda carregamos um quarto da população brasileira vivendo em condições precárias, sem renda, emprego, acesso à educação, acumulando desigualdades não só de renda, mas política, social, cultural, moral e simbólica. E isso, como diz Castel, exige um Estado que assuma sua função social e o desafio de superar as estratégias encaminhadas pelo capital para processar a acumulação.
Veja o que deu na Veja e tire suas conclusões:
'Fui extorquido na Casa Civil'
Deputado revela que assessor de Dilma Rousseff exigiu 100 000 reais de propina para agilizar processo que dependia de autorização do presidente Lula.
Diego Escosteguy
O advogado Vladimir Muskatirovic, conhecido em Brasília como “Vlad”, ocupa a poderosa chefia-de-gabinete da Casa Civil da Presidência da República. Assim como a ex-ministra Erenice Guerra fez carreira no governo à sombra da candidata petista Dilma Rousseff, Vlad fez carreira no governo à sombra de Erenice Guerra. Ele era subordinado de Erenice quando esta ocupava a chefia da assessoria jurídica do Ministério de Minas e Energia. Quando Dilma assumiu a Casa Civil e Erenice levou sua turma junto, Vlad foi o primeiro a acompanhá-las.
Apesar de a ex-ministra ter sido apeada do Palácio após vir a público a existência de uma central de corrupção na Casa Civil, Vlad permanece no cargo. Não é por acaso. Além da amizade com Erenice, Vlad mantém relações fraternas com o senador Gim Argello, figura secundária dos subterrâneos de Brasília, que, sabe-se lá por qual razão, caiu nas boas graças de Dilma nos últimos anos.
Nos ambientes em que o senador Gim brilha, Vlad é uma celebridade. VEJA descobriu um dos casos que fazem a fama do chefe-de-gabinete. Em 2007, Vlad, já como assessor de Dilma na Casa Civil, cobrou 100 000 reais de propina – e recebeu parte do dinheiro – para resolver uma pendência de um deputado junto à Presidência da República.
O deputado chama-se Roberto Rocha, do PSDB do Maranhão. Ele é sócio da TV Cidade, retransmissora da Record no estado, e de duas rádios. O pedágio foi exigido para que a Casa Civil autorizasse uma mudança societária nessa TV. O que a Casa Civil tem a ver com isso? Tudo. A concentração de poder na Presidência da República é de tal ordem que cabe à Casa Civil ratificar qualquer compra ou venda envolvendo rádios e TVs do país, que são concessões públicas.
Pode ser coisa grande ou miudeza: tem que passar pela Casa Civil. Depois de passar por lá, o presidente é obrigado a assinar esses atos, como se fosse chefe de um cartório. Diante do fato de que o Ministério das Comunicações analisa previamente todos esses casos, trata-se de um simples carimbo. Um carimbo, no entanto, que vale ouro: pode custar caro obte-lo, evita-lo ou agilizar seu uso. Um carimbo é moeda líquida na cleptocracia federal.
Vlad pôde vender tão caro uma facilidade porque o governo havia criado uma enorme dificuldade – uma que parecia não ter solução. A epopeia começa em 2003, no início do governo Lula, quando o sócio de Roberto Rocha na TV aceitou vender a participação dele no negócio. Esse sócio era aliado de José Sarney. Rocha é adversário do senador. Fez-se a transação, e a papelada seguiu para o Ministério das Comunicações, de modo que os rituais burocráticos fossem cumpridos.
Deveria demorar algumas semanas. Demorou um ano. Demorou em razão do lobby contrário promovido por aliados de Sarney. É fácil entender os motivos disso. Sarney é dono da retransmissora da Globo no Maranhão. Seu principal aliado, o senador Edson Lobão, controla a retransmissora do SBT no estado. Caso o governo autorizasse o negócio do deputado Rocha, portanto, haveria no Maranhão uma TV não-alinhada com os interesses da família – e uma TV num estado pobre é uma poderosa arma política. No final de 2003, apesar das pressões contrárias, o então ministro das Comunicações, deputado Miro Teixeira, finalmente aprovou a transação e encaminhou o papelório para a Casa Civil.
No dia 7 de janeiro de 2004, o Diário Oficial publicou a autorização concedida pelo presidente Lula. Tudo parecia resolvido. Mais eis que sobreveio um episódio insólito, daqueles que só se explicam pela força irresistível de certos interesses políticos. Houve uma reforma ministerial, e o deputado peemedebista Eunício Oliveira, do mesmo partido de Sarney, assumiu a pasta das Comunicações. Tentou-se reverter ali, de todos os modos, a tal autorização já assinada por Lula.
A pressão de Sarney aumentou e, no dia 11 de março, dois meses depois de publicada a autorização, o mesmo Diário Oficial trouxe um ato do mesmo presidente Lula revogando a decisão anterior. Sem justificativa, sem devido processo legal. Pode-se apenas supor as razões políticas para essa aberração jurídica – e todas elas passam pelos interesses do senador Sarney.
Inconformado, o deputado Roberto Rocha contratou bons advogados e recorreu ao Supremo Tribunal Federal. O deputado ingressou com um mandado de segurança, que, por sua natureza, deveria ser julgado em pouco tempo, mas que acabou morrendo nas gavetas do Supremo.
Rocha, contudo, não estava sozinho em sua cruzada para assegurar o comando da TV. Todos os políticos anti-Sarney do Maranhão lhe ajudaram O deputado petista Domingos Dutra – que chegou a fazer greve de fome recentemente para impedir que seu partido apoiasse a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado – foi um deles. Diz Dutra: “Falei com as lideranças do PT, falei no governo. Mas eles preferem o Sarney. Rocha chegou a me contar o que aconteceu na Casa Civil da Erenice”.
Parece estranho ver um petista e um tucano atuando harmoniosamente. No Maranhão, entretanto, os políticos dividem-se entre os que são adversários ou aliados de Sarney. Rocha e Dutra pertencem ao primeiro grupo. E os esforços deram algum resultado.
Em 2007, o deputado conseguiu ser recebido na Casa Civil. Esteve com Erenice Guerra, então secretária-executiva, e o assessor Vlad. Ambos confirmaram a teratologia do ato presidencial e prometeram resolver o assunto. Localizado por VEJA, que soubera do caso por intermédio uma fonte na Casa Civil e outra no PT, o deputado relutou em admitir o episódio – mas acabou por narrar o que havia acontecido. Disse Rocha: “Esse assessor Vladimir cobrou para resolver. Fiquei enojado com tudo aquilo. Ter que pagar para que eles fizessem o que era certo? Fui extorquido pela Casa Civil”.
Depois da reunião, Vlad procurou um funcionário do deputado para acertar o pagamento. Os dois encontraram-se no restaurante que funciona no 10º andar da Câmara dos Deputados. “Vladimir deu a garantia de que resolveria tudo, desde que pagássemos 100 000 reais”, narra Ivo Icó Filho, o funcionário. “Ele disse que o valor era alto porque envolvia o trabalho de outras pessoas”.
O deputado conta que ponderou e, apesar de “revoltado”, resolveu pagar: “Autorizei meu assessor a providenciar um sinal: 20 000 reais”. Rocha não quis fornecer detalhes do pagamento. Completa o deputado: “E o pior é que não deu certo. Esse Vladimir nunca mais retornou as ligações ou respondeu emails. Foi um golpe”
Procurado pela reportagem, o chefe-de-gabinete da Casa Civil respondeu por meio de nota. Vlad admitiu frequentar o restaurante da Câmara e manter “reuniões políticas” com o senador Gim Argello. Mas nega ter pedido ou recebido propina. Diz o texto: “O assessor não pediu nem recebeu qualquer pagamento referente a essas pessoas”.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
NÂO EXISTE 'ONDA' E SIM CANDIDATO RUIM
Engana-se (e muito) quem acha que o eleitor brasileiro não sabe votar. É claro que o eleitorado mais distanciado dos centros maiores de difusão da informação, pode seguir caminhos errados, mas logo que lhe chega a informação, ele toma o rumo e crava rigorosamente o que acha que é certo (na linha da eleição racional). Também engana-se quem aponta que as atuais eleições foram atingida por dois fenômenos, denominados de "onda vermelha" e "onda verde". Não houve onda nenhuma. O que houve foi candidato ruim, cansado. Mão Santa e Heráclito Fortes, no Piauí, estavam esgotados. Tasso, no Ceará, também. Lúcio, idem. Marcos Cals foi vítima do processo, pois entrou sem tempo para que melhor pudessem conhecê-lo. Assim foi na Bahia, em Alagoas, em Sergipe, Pernambuco etc. É preciso conhecer as razões do voto, ou seja o comportamento eleitoral. O eleitor vai mudando, quando não gosta, mas só muda se houver uma vantagem, mesmo que ela saiba bem qual. Onde o candidato contra o sistema petista tinha nome, trabalho e representava uma vantagem, a mudança aconteceu. São Paulo, Minas, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina etc. Vejam o exemplo do senador paulista, Aloysio Nunes. No DF, o candidato petista, Agnelo, está tropeçando na sombra de Roriz. Breve voltarei ao assunto.
ONDE ESTÁ O ERRO?
Para entender melhor o assunto, transcrevo abaixo a matéria de Tânia Monteiro, Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros mais próximos - que integram o "núcleo duro" do governo - e o comando da campanha de Dilma Rousseff avaliaram, em reuniões ao longo da semana, que "a situação é problemática" para a candidatura petista. A recomendação unânime foi para que Dilma concentre a campanha nas Regiões Sul e Sudeste e "esqueça o Nordeste", onde a eleição "está ganha".
Os Estados do Sul-Sudeste que serão alvos prioritários da campanha são Minas, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. O Nordeste, onde Dilma tem 19 pontos porcentuais de vantagem sobre o tucano José Serra (57% a 36%), segundo o Ibope, é considerado uma região em que as perdas eventuais serão pequenas. Na avaliação do QG dilmista, elas "nem atrapalharão Dilma nem ajudarão Serra". No Norte, a candidata tem vantagem de 9 pontos porcentuais, 51% a 43%.
Há no comitê de Dilma uma preocupação especial com os dois maiores colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais, onde o PT foi derrotado pelo PSDB de Serra na disputa pelos governos estaduais. Ainda ontem, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, reuniu-se com deputados e prefeitos, em Belo Horizonte (MG), para tentar reaglutinar a tropa.
Lá, além das mágoas do PMDB de Hélio Costa - que perdeu a eleição ao Palácio da Liberdade para Antonio Anastasia (PSDB) -, as divergências entre o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel, ambos do PT, só se acentuaram. Patrus foi vice de Costa e acabou sem cargo. Pimentel perdeu a corrida ao Senado.
"O problema maior não é a disputa entre Pimentel e Patrus. Nossas lideranças foram derrotadas lá e isso provocou perplexidade", disse Dutra. Na tentativa de reverter a apatia em Minas, Lula e Dilma participarão de carreata amanhã, em Belo Horizonte. Hoje, a candidata estará em São Paulo num megaencontro com professores e reitores. À noite, deverá fazer comício em São Miguel Paulista, na zona leste. Antes disso, à tarde, Lula e ministros baixam no Paraná, em Telêmaco Borba.
"Menos de dez". No diagnóstico de Lula e da coordenação da campanha, o ideal seria que Dilma começasse o segundo turno com pelo menos 10 pontos porcentuais de vantagem sobre Serra - no primeiro turno, a votação terminou com 14 pontos de dianteira para Dilma, 47% a 33%. Na primeira pesquisa, do Datafolha, a diferença foi de 7 pontos. Na do Ibope, caiu para 6 pontos. O levantamento CNT/Sensus, divulgado ontem, mostrou Dilma e Serra com 4 pontos porcentuais de diferença, 46% a 42% (veja na pág. A8).
"Começar segundo turno com menos de dez (pontos porcentuais de diferença nas intenções de voto) é problemático", admitiu ao Estado um dos auxiliares de Lula. Não só as pesquisas anunciadas por institutos como os trackings internos em poder do comando petista mostram que diminui cada vez mais a distância entre Dilma e Serra.
No comando da campanha há dúvidas sobre a estratégia de começar o segundo turno com "mais Dilma e menos Lula" e sobre a dose certa de agressividade a ser usada contra Serra no debate da Rede TV!, no domingo. "Cada debate é um debate. A estratégia depende das condições de campo, do gramado, da iluminação, da torcida", afirmou Dutra.
Cobranças. O clima nos bastidores da campanha é de cobrança. Todos estão à procura dos responsáveis que não viram a "investida conservadora" de religiosos, a tentativa de carimbar Dilma como candidata a favor do aborto e, ainda, que não foram eficientes para ganhar a batalha da internet. No caso do escândalo do tráfico de influência envolvendo a Casa Civil, o próprio Lula criticou a "falta de indignação" de Dilma, no debate da TV Bandeirantes, há cinco dias, ao tratar do caso Erenice Guerra.
Lula avalia que a campanha ainda está despolitizada e cobrou mais mudanças do marqueteiro João Santana. Em uma das análises, ao falar sobre o comportamento de Dilma nos últimos dias do primeiro turno, o presidente chegou a dizer que a senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e candidata derrotada do PV à Presidência, estava "mais parecida" com ele do que a petista. Para Lula, faltou a Dilma "emoção" porque ela apresentava as propostas de forma "muito burocrática".
ONDE ESTÁ O ERRO?
Para entender melhor o assunto, transcrevo abaixo a matéria de Tânia Monteiro, Vera Rosa / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros mais próximos - que integram o "núcleo duro" do governo - e o comando da campanha de Dilma Rousseff avaliaram, em reuniões ao longo da semana, que "a situação é problemática" para a candidatura petista. A recomendação unânime foi para que Dilma concentre a campanha nas Regiões Sul e Sudeste e "esqueça o Nordeste", onde a eleição "está ganha".
Os Estados do Sul-Sudeste que serão alvos prioritários da campanha são Minas, São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná. O Nordeste, onde Dilma tem 19 pontos porcentuais de vantagem sobre o tucano José Serra (57% a 36%), segundo o Ibope, é considerado uma região em que as perdas eventuais serão pequenas. Na avaliação do QG dilmista, elas "nem atrapalharão Dilma nem ajudarão Serra". No Norte, a candidata tem vantagem de 9 pontos porcentuais, 51% a 43%.
Há no comitê de Dilma uma preocupação especial com os dois maiores colégios eleitorais, São Paulo e Minas Gerais, onde o PT foi derrotado pelo PSDB de Serra na disputa pelos governos estaduais. Ainda ontem, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, reuniu-se com deputados e prefeitos, em Belo Horizonte (MG), para tentar reaglutinar a tropa.
Lá, além das mágoas do PMDB de Hélio Costa - que perdeu a eleição ao Palácio da Liberdade para Antonio Anastasia (PSDB) -, as divergências entre o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel, ambos do PT, só se acentuaram. Patrus foi vice de Costa e acabou sem cargo. Pimentel perdeu a corrida ao Senado.
"O problema maior não é a disputa entre Pimentel e Patrus. Nossas lideranças foram derrotadas lá e isso provocou perplexidade", disse Dutra. Na tentativa de reverter a apatia em Minas, Lula e Dilma participarão de carreata amanhã, em Belo Horizonte. Hoje, a candidata estará em São Paulo num megaencontro com professores e reitores. À noite, deverá fazer comício em São Miguel Paulista, na zona leste. Antes disso, à tarde, Lula e ministros baixam no Paraná, em Telêmaco Borba.
"Menos de dez". No diagnóstico de Lula e da coordenação da campanha, o ideal seria que Dilma começasse o segundo turno com pelo menos 10 pontos porcentuais de vantagem sobre Serra - no primeiro turno, a votação terminou com 14 pontos de dianteira para Dilma, 47% a 33%. Na primeira pesquisa, do Datafolha, a diferença foi de 7 pontos. Na do Ibope, caiu para 6 pontos. O levantamento CNT/Sensus, divulgado ontem, mostrou Dilma e Serra com 4 pontos porcentuais de diferença, 46% a 42% (veja na pág. A8).
"Começar segundo turno com menos de dez (pontos porcentuais de diferença nas intenções de voto) é problemático", admitiu ao Estado um dos auxiliares de Lula. Não só as pesquisas anunciadas por institutos como os trackings internos em poder do comando petista mostram que diminui cada vez mais a distância entre Dilma e Serra.
No comando da campanha há dúvidas sobre a estratégia de começar o segundo turno com "mais Dilma e menos Lula" e sobre a dose certa de agressividade a ser usada contra Serra no debate da Rede TV!, no domingo. "Cada debate é um debate. A estratégia depende das condições de campo, do gramado, da iluminação, da torcida", afirmou Dutra.
Cobranças. O clima nos bastidores da campanha é de cobrança. Todos estão à procura dos responsáveis que não viram a "investida conservadora" de religiosos, a tentativa de carimbar Dilma como candidata a favor do aborto e, ainda, que não foram eficientes para ganhar a batalha da internet. No caso do escândalo do tráfico de influência envolvendo a Casa Civil, o próprio Lula criticou a "falta de indignação" de Dilma, no debate da TV Bandeirantes, há cinco dias, ao tratar do caso Erenice Guerra.
Lula avalia que a campanha ainda está despolitizada e cobrou mais mudanças do marqueteiro João Santana. Em uma das análises, ao falar sobre o comportamento de Dilma nos últimos dias do primeiro turno, o presidente chegou a dizer que a senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e candidata derrotada do PV à Presidência, estava "mais parecida" com ele do que a petista. Para Lula, faltou a Dilma "emoção" porque ela apresentava as propostas de forma "muito burocrática".
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
A RESPOSTA DAS URNAS
Os institutos de pesquisa não têm o que comemorar nas eleições encerradas no domingo, dia 3/09/10. Erraram de sobra e exerceram uma nefasta influência de voto em muitos dos embates – para não dizer em todos. O Brasil precisa decididamente encontrar uma saída para a convivência entre o pleito e as pesquisas. Salvo exceções, a maioria dos institutos se vende e passa a atuar como peça, meio, atividade de campanha. Felizmente, o eleitor brasileiro sabe o que quer e o papel revoltante das pesquisas não chegou a ser tão prejudicial. Pode parecer que o que estou dizendo a respeito do comportamento do eleitor seja impensado ou sem conteúdo teórico. Mas os fatos podem ser observados com até certa facilidade, ainda que considerando as variáveis, em várias situações em estados brasileiros. As urnas trouxeram claros recados e lições. Voltaremos ao assunto em um ensaio sobre a resposta das urnas ao Brasil.
Para começar, veja a seguir o primoroso trabalho do eleitor Feliciano Maduro (publicada por Reinaldo Azevedo):
O BRASIL DO IBOPE E O BRASIL QUE SAIU DAS URNAS
As áreas vermelhas, nos mapas acima, indicam vitória de Dilma; as azuis, de Serra; o que está em cinza, indefinição. À esquerda, está o Brasil como o Ibope disse que ele era no dia 2. À direita, o Brasil que saiu das urnas.
Não fosse a estúpida loquacidade dos responsáveis pelas pesquisas no Brasil, que passaram a falar mais do que diziam seus números já perturbados, há esse constrangedor contraste.
Ainda falaremos muito sobre pesquisas nos próximos dias e os analistas que se tornaram contínuos ou do erro ou da má fé. Os “especialistas em pesquisa” do Estadão, Daniel Bramatti e José Roberto de Tolerado, deram o seguinte título para a reportagem sobre os mapas de votação: “Marina tira eleitores de Dilma, que perde em mais estados do que se previa”.
O que faz aí este “se” como índice de indeterminação do sujeito, cara pálida? Quem previa? Preparem-se para a reação corporativista dos institutos. Reivindicarão o direito de continuar declarando que estão certos -mesmo errados. O resultado de seus levantamentos nos estados também é uma tragédia. Daqui a pouco um deles sai da toca para acusar os críticos de “obscurantistas”. Os honestos tratem de rever sua ciência, coisa que os desonestos não farão, é claro! Em qualquer dos casos, os loquazes diretores de instituto devem falar menos e acertar mais.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O CEARÁ DOS VALENTES
O debate realizado na TV Verdes Mares, no último dia 28, só teve um bloco mais quente. Os outros quatro blocos sairam sem qualquer estremecimento entre os postulantes ao governo do Estado do Ceará. A audiência, apesar de não divulgada, foi boa, acima da pontuação do horário. O clima quente foi provocado pelo candidato Lúcio Alcântara (PR), que indagou ao governador/candidato Cid Gomes (PSB) quem tinha pago a vilegiatura dele e da família (mais agregados, como Oman Carneiro) aos Estados Unidos e outros destinos em jatinho particular. Cid disse apenas que todas as vezes que viajou em ferias pagou os custos. Quando a serviço, foi o governo quem pagou. Acrescentou que se Lúcio quisesse fazer alguma acusação que o fizesse que ira se defender na Justiça. Lúcio disse estranhar que o avião fosse o mesmo que presta serviço ao governo. Cid repetiu a resposta padrão, parecendo até atendente de SAC - Serviço de Atendimento ao Consumidor. Ficou por aí.
Agora, se TV pudesse mostrar (ou quisesse) o que aconteceu depois do dabate, nos bastidores (sala de espera dos assessores e amigos dos candidatos) a temperatura teria sido bem abrasadora e a audiência teria dado saltos. Na saída dos Gomes e dos assessores, entre eles diversos policiais-militares sem farda, foram saudados aos gritos (que se referiam ai caso Veja) pela turma do Lúcio. Aí o tempo fechou e o pau só não comeu porque houve ação da turma do apaziguamento. Mas a baixaria ninguém conseguiu conter. Era vagabundo pra la e pra cá. Ciro, o Gomes mais velho, chegou a intimar alguém que gritava que fosse gritar na frente dele. Em seguida, foi arrastado pela turma mais próxima, entre eles Valdir, o mais valente e o que mais gritava chamando os desafetos de vagabundo.
Uma imagem vale mais do que mil palavras. Vamos ver as imagens. Clique no link abaixo e tire suas conclusões:
http://www.youtube.com/watch?v=RzLSIGZKRKc
Agora, se TV pudesse mostrar (ou quisesse) o que aconteceu depois do dabate, nos bastidores (sala de espera dos assessores e amigos dos candidatos) a temperatura teria sido bem abrasadora e a audiência teria dado saltos. Na saída dos Gomes e dos assessores, entre eles diversos policiais-militares sem farda, foram saudados aos gritos (que se referiam ai caso Veja) pela turma do Lúcio. Aí o tempo fechou e o pau só não comeu porque houve ação da turma do apaziguamento. Mas a baixaria ninguém conseguiu conter. Era vagabundo pra la e pra cá. Ciro, o Gomes mais velho, chegou a intimar alguém que gritava que fosse gritar na frente dele. Em seguida, foi arrastado pela turma mais próxima, entre eles Valdir, o mais valente e o que mais gritava chamando os desafetos de vagabundo.
Uma imagem vale mais do que mil palavras. Vamos ver as imagens. Clique no link abaixo e tire suas conclusões:
http://www.youtube.com/watch?v=RzLSIGZKRKc
terça-feira, 28 de setembro de 2010
O CASTIGO DA ARROGÂNCIA
A queda nas pesquisas é vertiginosa, e com Ciro na TV, dizendo que estão atacando a duvidosa honra dele e do irmão, a descida ganha velocidade ladeira abaixo. Está produzindo desespero, caso contrário não seria necessária a exigência de que deputados federais, estaduais e até os candidatos a senador renunciem ao seu tempo de TV em defesa da dupla Gomes. É chave de galão na dura. O problema é que o eleitor não está satisfeito com as opções à sua disposição. Lúcio, com seu amor platônico por Lula e Dilma, é ridículo. Mesmo assim é um mal menor. Melhor seria Marcos Cals, que embora voador, parece do bem, mas a situação dele é quase na casa do sem jeito. O segundo turno está pedindo licença para entrar e, se não vier, não será por mérito da campanha Gomes, mas por exclusiva falta de opção do eleitor.
Acima está uma cópia, infelizmente em baixa qualidade, da matéria em que Cid diz, no auge dos 61%, que "Nem Deus tira essa minha reeleição". Agora, estranhamente, a página de o Globo não está mais disponível. Confira no link (abaixo) da mesma página, que a coloca como indisponível. Pode?
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/03/1
Acima está uma cópia, infelizmente em baixa qualidade, da matéria em que Cid diz, no auge dos 61%, que "Nem Deus tira essa minha reeleição". Agora, estranhamente, a página de o Globo não está mais disponível. Confira no link (abaixo) da mesma página, que a coloca como indisponível. Pode?
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/03/1
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
OPOSIÇÕES GANHAM FÔLEGO
Segmentos sociais, via internet e mídia tradicional, fizeram o que as campanhas de Serra e Marina foram incompetentes para fazer. Dilma foi chumbada em uma asa e está em voo descendente. Está aberta a possibilidade de segundo turno. Não mais que isso, em virtude do pouco tempo que resta. Por sinal, vale dizer que ‘nunca antes na história deste país’ os programas e comerciais de TV, no Ceará principalmente, e no Brasil, foram tão ruins. Em verdade, houve um retrocesso no formato e na qualidade. Há meios e condições para que seja produzido algo muito melhor. Apenas rasgos de rara criatividade.
Dilma Rousseff, a candidata do medo, está em tendência de queda. O tempo é curto para que ela entre em uma ladeira descendente. É claro também que a equipe dela vai tentar segurar tudo. Vão fechar até a boca do Lula, como, no Ceará, já esconderam o gabarola Ciro Gomes, deputado federal que traiu mais de 600 mil cearenses transferindo seu domicílio eleitoral para São Paulo. Lula está pagando pela boca e Dilma foi atingida de raspão. As três pesquisas anteriores mostraram o estancamento da candidata petista e a última (Datafolha) registrou uma tendência de queda (oscilação negativa). É fatal a 10 dias do voto. Mesmo fator deve ocorrer no Ceará. Lúcio e Marcos ganham fôlego. Jereissati também, na sua luta encarniçada com a dupla sertaneja (campanha musical) Pimentel e Eunício. Depende, agora, da competência de cada um. Manter o fogo cerrado ou focar nas propostas? Fogo direto ou ataque pelos flancos? São dúvidas dos adversários do grupo de situação. A tendência é Dilma Rousseff cair mais de 3 a 5 pontos percentuais. Serra e Marina devem oscilar positivamente algo na mesma conta. Vejam também em qual segmento social se deu maior oscilação. Não errem o alvo. Pela minha expeiência, a osciação seu deu no meio e não nos extremos. E é no centro que se definem as eleições. Como a diferença hoje está em 7 pontos, a queda pode ser suficiente, se houver mais um empurrão, para provocar o segundo turno.
Dilma Rousseff, a candidata do medo, está em tendência de queda. O tempo é curto para que ela entre em uma ladeira descendente. É claro também que a equipe dela vai tentar segurar tudo. Vão fechar até a boca do Lula, como, no Ceará, já esconderam o gabarola Ciro Gomes, deputado federal que traiu mais de 600 mil cearenses transferindo seu domicílio eleitoral para São Paulo. Lula está pagando pela boca e Dilma foi atingida de raspão. As três pesquisas anteriores mostraram o estancamento da candidata petista e a última (Datafolha) registrou uma tendência de queda (oscilação negativa). É fatal a 10 dias do voto. Mesmo fator deve ocorrer no Ceará. Lúcio e Marcos ganham fôlego. Jereissati também, na sua luta encarniçada com a dupla sertaneja (campanha musical) Pimentel e Eunício. Depende, agora, da competência de cada um. Manter o fogo cerrado ou focar nas propostas? Fogo direto ou ataque pelos flancos? São dúvidas dos adversários do grupo de situação. A tendência é Dilma Rousseff cair mais de 3 a 5 pontos percentuais. Serra e Marina devem oscilar positivamente algo na mesma conta. Vejam também em qual segmento social se deu maior oscilação. Não errem o alvo. Pela minha expeiência, a osciação seu deu no meio e não nos extremos. E é no centro que se definem as eleições. Como a diferença hoje está em 7 pontos, a queda pode ser suficiente, se houver mais um empurrão, para provocar o segundo turno.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
ENFIM, UMA REAÇÃO À ESCALADA AUTORITÁRIA
Há meses venho insistindo aqui que vivemos uma escalada autoritária que levará este país a uma situação de risco. Fiz vários comentários e ensaios sobre o assunto no Ceará (que vive em igual intensidade, embora mais atabalhoada) e no Brasil, mas parecia não haver abrigo. Foi preciso que a caterva que trabalha despudoradamente para solapar a democracia representativa, ainda que deficiente que aqui vigora, aumentasse o tom para que se visse um despertar à reação. São claros os atos de desmoralização das instituições e desrespeito à Constituição. E não começou agora, no fragor das batalhas da campanha presidencial.
O Brasil inteiro presenciou mudo as tentativas, felizmente frustradas, de impor, através de emenda, um terceiro mandato para Lula da Silva. Era o culminar de ações que naufragaram ao longo dos anos do governo petista: mensalão, quebra de sigilo, desmoralização do legislativo e manipulação do judiciário. Veio a campanha e o ideal autoritário da malta petista (e aliados) não arrefeceu. Ao contrário, tornou-se mais explícito, porque campo fértil para a manipulação das massas populares para quem dispõe de um timoneiro como Lula da Silva. Primeiro, foi a silente ação de compor uma maioria pelo voto através de alianças, não importando o preço. Caso conseguissem eleger três quintos do Congresso estaria garantido o quórum para as mudanças constitucionais que quisessem.
O Ceará, capitaneado por uma oligarquia arrogante e eticamente contestável, tentou manipular nesse sentido. Só quase ao soar do gongo do último “round” foi quebrada a corrente, principalmente porque o elo Tasso Jereissati não era de todo confiável. Tinham que adestrá-lo com o jogo de empurra, deixando para o último momento, na cota do sem remédio. A corda, esticada ao excesso, rompeu. Não deu certo aqui, mas a estratégia seguiu seu curso, que previa a transformação de Lula em um garoto propaganda à disposição de todos os aliados no Brasil, com o objetivo de conquistar o desiderato. Jereissati sentiu o peso e deu o recibo ao dizer que não enfrenta dois candidatos da situação, mas o próprio presidente Lula: “É uma mistura de vitória do populismo com um aparelhamento fascista da máquina, usada de maneira despudorada, com recursos ilimitados”.
Embriagado por índices generosos nas pesquisas, Lula da Silva passou a atacar a tudo e a todos nos palanques que vai, financiado pelo dinheiro do contribuinte, na tentativa de demolir qualquer resistência à sua (e do seu partido) dominação totalitária. Humilhou generais, pregou que um partido de oposição fosse extirpado e agora investe contra a liberdade de imprensa e de expressão, somente porque os veículos de comunicação “ousaram” publicar mais um caso de corrupção e de desrespeito às leis brasileiras praticado por seu governo. Foi a senha para que o proscrito Zé Dirceu, processado como chefe da gangue do mensalão, pregasse o controle (depois de tentativas feitas, através de projetos de governo) da liberdade de imprensa e de expressão. O auge da investida é o ato público, liderado pelo PT, reunindo as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda, marcado para amanhã (23/09/10) em São Paulo. Tomava, assim, contornos concretos a ameaça a democracia.
AFINAL, UMA REAÇÃO
O Estadão (estadao.com.br) traz, finalmente a notícia de que algumas personalidades decidiram reagir e realizam ato público hoje (22/09), ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Segundo a matéria, entre seus signatários estão o jurista Hélio Bicudo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola,o poeta Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, os historiadores Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores Carlos Vereza e Mauro Mendonça e a atriz Rosamaria Murtinho.
Veja, a seguir, a íntegra do manifesto, que deviria ser estendido (publicado) e assinado por brasileiros de todos os estados:
A ÍNTEGRA DO "MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA"
"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado.
É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura.
Ele não vê no ''outro'' um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."
Se quiser ver a matéria completa, vá no link abaixo:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php
O Brasil inteiro presenciou mudo as tentativas, felizmente frustradas, de impor, através de emenda, um terceiro mandato para Lula da Silva. Era o culminar de ações que naufragaram ao longo dos anos do governo petista: mensalão, quebra de sigilo, desmoralização do legislativo e manipulação do judiciário. Veio a campanha e o ideal autoritário da malta petista (e aliados) não arrefeceu. Ao contrário, tornou-se mais explícito, porque campo fértil para a manipulação das massas populares para quem dispõe de um timoneiro como Lula da Silva. Primeiro, foi a silente ação de compor uma maioria pelo voto através de alianças, não importando o preço. Caso conseguissem eleger três quintos do Congresso estaria garantido o quórum para as mudanças constitucionais que quisessem.
O Ceará, capitaneado por uma oligarquia arrogante e eticamente contestável, tentou manipular nesse sentido. Só quase ao soar do gongo do último “round” foi quebrada a corrente, principalmente porque o elo Tasso Jereissati não era de todo confiável. Tinham que adestrá-lo com o jogo de empurra, deixando para o último momento, na cota do sem remédio. A corda, esticada ao excesso, rompeu. Não deu certo aqui, mas a estratégia seguiu seu curso, que previa a transformação de Lula em um garoto propaganda à disposição de todos os aliados no Brasil, com o objetivo de conquistar o desiderato. Jereissati sentiu o peso e deu o recibo ao dizer que não enfrenta dois candidatos da situação, mas o próprio presidente Lula: “É uma mistura de vitória do populismo com um aparelhamento fascista da máquina, usada de maneira despudorada, com recursos ilimitados”.
Embriagado por índices generosos nas pesquisas, Lula da Silva passou a atacar a tudo e a todos nos palanques que vai, financiado pelo dinheiro do contribuinte, na tentativa de demolir qualquer resistência à sua (e do seu partido) dominação totalitária. Humilhou generais, pregou que um partido de oposição fosse extirpado e agora investe contra a liberdade de imprensa e de expressão, somente porque os veículos de comunicação “ousaram” publicar mais um caso de corrupção e de desrespeito às leis brasileiras praticado por seu governo. Foi a senha para que o proscrito Zé Dirceu, processado como chefe da gangue do mensalão, pregasse o controle (depois de tentativas feitas, através de projetos de governo) da liberdade de imprensa e de expressão. O auge da investida é o ato público, liderado pelo PT, reunindo as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda, marcado para amanhã (23/09/10) em São Paulo. Tomava, assim, contornos concretos a ameaça a democracia.
AFINAL, UMA REAÇÃO
O Estadão (estadao.com.br) traz, finalmente a notícia de que algumas personalidades decidiram reagir e realizam ato público hoje (22/09), ao meio dia, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Segundo a matéria, entre seus signatários estão o jurista Hélio Bicudo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso, os cientistas políticos Leôncio Martins Rodrigues, José Arthur Gianotti, José Álvaro Moisés e Lourdes Sola,o poeta Ferreira Gullar, d. Paulo Evaristo Arns, os historiadores Marco Antonio Villa e Bóris Fausto, o embaixador Celso Lafer, os atores Carlos Vereza e Mauro Mendonça e a atriz Rosamaria Murtinho.
Veja, a seguir, a íntegra do manifesto, que deviria ser estendido (publicado) e assinado por brasileiros de todos os estados:
A ÍNTEGRA DO "MANIFESTO EM DEFESA DA DEMOCRACIA"
"Em uma democracia, nenhum dos Poderes é soberano.
Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.
Acima dos políticos estão as instituições, pilares do regime democrático. Hoje, no Brasil, os inconformados com a democracia representativa se organizam no governo para solapar o regime democrático.
É intolerável assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais.
É inaceitável que a militância partidária tenha convertido os órgãos da administração direta, empresas estatais e fundos de pensão em centros de produção de dossiês contra adversários políticos.
É lamentável que o Presidente esconda no governo que vemos o governo que não vemos, no qual as relações de compadrio e da fisiologia, quando não escandalosamente familiares, arbitram os altos interesses do país, negando-se a qualquer controle.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade.
É constrangedor que o Presidente da República não entenda que o seu cargo deve ser exercido em sua plenitude nas vinte e quatro horas do dia. Não há ''depois do expediente'' para um Chefe de Estado.
É constrangedor também que ele não tenha a compostura de separar o homem de Estado do homem de partido, pondo-se a aviltar os seus adversários políticos com linguagem inaceitável, incompatível com o decoro do cargo, numa manifestação escancarada de abuso de poder político e de uso da máquina oficial em favor de uma candidatura.
Ele não vê no ''outro'' um adversário que deve ser vencido segundo regras da Democracia, mas um inimigo que tem de ser eliminado.
É aviltante que o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de jornalistas e empresas de comunicação às determinações de um partido político e de seus interesses.
É repugnante que essa mesma máquina oficial de publicidade tenha sido mobilizada para reescrever a História, procurando desmerecer o trabalho de brasileiros e brasileiras que construíram as bases da estabilidade econômica e política, com o fim da inflação, a democratização do crédito, a expansão da telefonia e outras transformações que tantos benefícios trouxeram ao nosso povo.
É um insulto à República que o Poder Legislativo seja tratado como mera extensão do Executivo, explicitando o intento de encabrestar o Senado. É um escárnio que o mesmo Presidente lamente publicamente o fato de ter de se submeter às decisões do Poder Judiciário.
Cumpre-nos, pois, combater essa visão regressiva do processo político, que supõe que o poder conquistado nas urnas ou a popularidade de um líder lhe conferem licença para rasgar a Constituição e as leis. Propomos uma firme mobilização em favor de sua preservação, repudiando a ação daqueles que hoje usam de subterfúgios para solapá-las. É preciso brecar essa marcha para o autoritarismo.
Brasileiros erguem sua voz em defesa da Constituição, das instituições e da legalidade.
Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos."
Se quiser ver a matéria completa, vá no link abaixo:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100922/not_imp613388,0.php
terça-feira, 21 de setembro de 2010
A ESCALADA DO RETROCESSO À DITADURA
Na Campanha de 2002, a atriz Regina Duarte fez um comercial para o candidato José Serra que gerou muita polêmica e uma perseguição sem medida à atriz. Ela dizia ter medo de Lula. Embora as razões apresentadas àquela época fossem bem diferentes –porque ainda não se vislumbrava os reais objetivos da turma petista-, hoje faz sentido o medo de Regina Duarte. Um medo que sentem muitos brasileiros, que enxergam a escalada de um aparelhamento fascista que toma conta deste país. Chega ao ponto de um petista como Zé Dirceu -respondendo a processo como chefe da quadrilha do mensalão-, dizer que a eleição de Dilma, "minha companheira de armas”, vai ser mais importante para o PT que a de Lula, para, em seguida, pregar que é preciso combater o excesso de liberdade de imprensa e de expressão. É um retrocesso em busca das velhas derrubadas ditaduras de esquerda. Em outras oportunidades, é o próprio presidente Lula que mostra a cara ao dizer que o DEM é um partido que deveria ser "extirpado" e, em outra ocasião, zomba dos generais quando diz que como mais "um ano de mordomias" poderia até chamá-los de "camaradas".
Ora, se o próprio presidente da República dá o exemplo, por que nãou ousar mais? Lideradas pelo PT, as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem ato contra a liberdade de expressão e em defesa da corrupção e da censura na quinta-feira, 23/09. Será um ato público contra o que eles chamam de “velha mídia”. Veja quem endossa o ato: o amestrado Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, PC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE. Esses casos começam assim, e se não forem cerceados pela raiz, crescem e todos sabemos como termina. Pelo menos uma entidade, através do seu presidente já se levanta contra essa escalada autoritária. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, reagiu nesta terça-feira aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa e ao ato público contra o “golpe” que estaria sendo promovido pela mídia nas eleições deste ano. Cavalcante disse que “não existe democracia sem liberdade de expressão”, por isso Lula deveria respeitar a Constituição Federal.
O que existe mesmo é o medo que sente Lina Vieira, que brigou com Dilma naquele caso polêmico que foi parar no Senado, envolvendo o filho de Sarney (Fernando). Hoje a ex-secretária da Receita Federal só pensa em "se exilar" na Espanha, temendo morrer se o PT vencer. A amigos muito próximos, Lina alegou que sua família vinha “sofrendo ameaças”. Por isso teria de deixar o Brasil o mais depressa possível. Funcionária de carreira do Ministério da Fazenda há 33 anos, desde 1976, quando foi aprovada em concurso público, a “ex-petista” Lina se tornou mais uma vítima do terror imposto aos inimigos pela ’polícia política’ do PT. Estamos falando da mesma aparelhada Receita Federal que vive o escândalo da violação dos sigilos fiscais. A ‘gestapo’ petista suspeita que Lina Viera saiba tudo do esquema montado na Receita Federal para devassar a vida dos adversários, inimigos ou aliados, caminho aberto a grandes negócios.
A família e os amigos citam como exemplo os casos de “Celso Daniel” e de “Toninho do PT”. Como garantia, o jeito foi soltar a informação que a ex-secretária da Receita Federal tem um “seguro de vida”: cópias de um CD-ROM que ela guarda com amigos fiéis, com todas as mensagens eletrônicas trocadas entre ela e seus assessores durante os onze meses em que comandou a Receita Federal. Lina Vieira acabou demitida da Receita por vários motivos. Contestou a contabilidade fiscal da Petrobras, cuja presidenta do Conselho de Administração era a “amiga” Dilma Rousseff. Também teria apertado a fiscalização de banqueiros e de outros grandes contribuintes. Foi responsabilizada pelo presidente Lula pela perda de arrecadação. Mas Lina teria pago caro porque não "agilizou" a investigação sobre um filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda deixou que o caso vazasse.
Para relembrar, veja gravação de Regina Duarte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/09/21/regina-duarte-com-medo-de-lula-325874.asp
Agora, se ainda tiver saco, veja vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch_popup?v=dAQkMjebkeA
Ora, se o próprio presidente da República dá o exemplo, por que nãou ousar mais? Lideradas pelo PT, as centrais sindicais, supostos movimentos sociais e partidos de esquerda fazem ato contra a liberdade de expressão e em defesa da corrupção e da censura na quinta-feira, 23/09. Será um ato público contra o que eles chamam de “velha mídia”. Veja quem endossa o ato: o amestrado Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, PC do B, PSB, PDT, CUT, CTB, CGTB, MST e UNE. Esses casos começam assim, e se não forem cerceados pela raiz, crescem e todos sabemos como termina. Pelo menos uma entidade, através do seu presidente já se levanta contra essa escalada autoritária. O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, reagiu nesta terça-feira aos ataques do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à imprensa e ao ato público contra o “golpe” que estaria sendo promovido pela mídia nas eleições deste ano. Cavalcante disse que “não existe democracia sem liberdade de expressão”, por isso Lula deveria respeitar a Constituição Federal.
O que existe mesmo é o medo que sente Lina Vieira, que brigou com Dilma naquele caso polêmico que foi parar no Senado, envolvendo o filho de Sarney (Fernando). Hoje a ex-secretária da Receita Federal só pensa em "se exilar" na Espanha, temendo morrer se o PT vencer. A amigos muito próximos, Lina alegou que sua família vinha “sofrendo ameaças”. Por isso teria de deixar o Brasil o mais depressa possível. Funcionária de carreira do Ministério da Fazenda há 33 anos, desde 1976, quando foi aprovada em concurso público, a “ex-petista” Lina se tornou mais uma vítima do terror imposto aos inimigos pela ’polícia política’ do PT. Estamos falando da mesma aparelhada Receita Federal que vive o escândalo da violação dos sigilos fiscais. A ‘gestapo’ petista suspeita que Lina Viera saiba tudo do esquema montado na Receita Federal para devassar a vida dos adversários, inimigos ou aliados, caminho aberto a grandes negócios.
A família e os amigos citam como exemplo os casos de “Celso Daniel” e de “Toninho do PT”. Como garantia, o jeito foi soltar a informação que a ex-secretária da Receita Federal tem um “seguro de vida”: cópias de um CD-ROM que ela guarda com amigos fiéis, com todas as mensagens eletrônicas trocadas entre ela e seus assessores durante os onze meses em que comandou a Receita Federal. Lina Vieira acabou demitida da Receita por vários motivos. Contestou a contabilidade fiscal da Petrobras, cuja presidenta do Conselho de Administração era a “amiga” Dilma Rousseff. Também teria apertado a fiscalização de banqueiros e de outros grandes contribuintes. Foi responsabilizada pelo presidente Lula pela perda de arrecadação. Mas Lina teria pago caro porque não "agilizou" a investigação sobre um filho do presidente do Senado, José Sarney, e ainda deixou que o caso vazasse.
Para relembrar, veja gravação de Regina Duarte:
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/09/21/regina-duarte-com-medo-de-lula-325874.asp
Agora, se ainda tiver saco, veja vídeo abaixo:
http://www.youtube.com/watch_popup?v=dAQkMjebkeA
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
UM BRASIL DE ESTRUTURA POLÍTICA PODRE
A cúpula da máquina do poder estadual no Ceará, como em diversos estados, segue a prática do Planalto, (exemplo: último caso na Casa Civil, com Erenice Guerra/Dilma Rousseff). Está tudo podre e a fedentina se espalha por todos os recantos deste país enxovalhado pela corrupção irrefreável. E o pior é que a grande maioria dos brasileiros e cearenses está dando o sim para que essa mesma cúpula putrefata permaneça no poder por mais um período. É o mesmo que dar um aval para que se produza a impunidade, que faz proliferar a corrupção.
Mas, por que o eleitor tem esse comportamento? Vi um dia desses um homem de aproximadamente 40 anos, rosto marcado pela desilusão, dizer para um amigo, que o perguntara sobre seus candidatos, que votaria naqueles que estão no poder porque não adiantava mudar, ‘são todos uns ladrões!’. É fato que esta é a visão que tem a maioria dos eleitores das camadas populares. E não há mistério. O comportamento eleitoral é resultante da cultura política e há pelo menos três teses mais fortes que tratam do assunto:
1) sociológica que leva em conta o contexto social do grupo e são, é claro, compreendidas dentro do contexto dos diversos grupos sociais;
2) psicológica, que se assenta na estrutura da personalidade e no sistema de crenças, independente do contexto social em que vivem.
Há ainda a perspectiva psicossociológica, que integra princípios sociológicos e psicológicos, indicando o modelo da centralidade, considerando a posição do indivíduo da estrutura da sociedade.
3) a teoria da escolha racional, a mais importante, para mim, utiliza como referência o individualismo metodológico, partindo do principio de que os indivíduos são racionais e objetivam sempre maximizar seus ganhos (lembra do Bolsa Família).
Serge Tchakhotine, no livro (excelente) “A mistificação das massas pela propaganda política” resume tudo ao dizer que “há quatro forças genéricas que atuam de maneira mais ou menos constante na determinação do comportamento dos indivíduos: 1) o impulso da combatividade, 2) o impulso das exigências materiais; 3) o impulso sexual; e 4) o impulso parental ou impulso da amizade.
Todas as teses têm fundamentos importantes na explicação do comportamento eleitoral do brasileiro das camadas populares. No Brasil, os estudiosos do assunto (que são poucos e de pouca profundidade) consideram as teorias sociológicas e psicológicas mais aproximadas da realidade, o que discordo, preferindo a teoria economicista ou da eleição racional.
Há conhecimento de sobra, através de pesquisas, apontando que o eleitor das camadas populares não acreditam em partido e de modo geral não se interessam por política. Caracterizam-se por sua vulnerabilidade e volatilidade eleitoral. Decidem o voto (e a eleição) em função da imagem e de atributos pessoais dos candidatos e apresentam baixo grau de informação e interesse político. Optam, quase sempre, pela distância e pela descrença em relação a política e os políticos, refletindo a ‘racionalidade’ referente a visão que o eleitor popular tem da estrutura política em que vivem. Se a estrutura é essa (podre) que estamos vivenciando, do contexto social que vige não poderia sair outro comportamento do eleitor.
Veja a seguir, matéria sobre o escândalo de corrupção dos irmãos Gomes:
Polícia Federal investiga escândalo que envolve os irmãos Ciro e Cid Gomes.
Documentos apreendidos apontam o desvio de 300 milhões de reais das prefeituras do estado entre 2003 e o fim do ano passado.
Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Raimundo Morais Filho.
Com o segundo mandato praticamente assegurado, o governador cearense Cid Gomes não vai poder concentrar-se na festa da vitória. Reportagem de VEJA desta semana revela os detalhes de uma investigação da Polícia Federal sobre um esquema de corrupção que, envolvendo os irmãos Cid e Ciro Gomes, desviou 300 milhões de reais de prefeituras do Ceará entre 2003 e 2009.
A enorme teia de ilegalidades ─ descobertas casualmente pela PF em 2009, durante a investigação de fraudes cometidas pelo empresário Raimundo Morais Filho ─ foi batizada pelos próprios envolvidos de “Integração Cearense”, uma alusão ao Ministério da Integração Nacional, ocupado por Ciro de 2003 a 2006. A operação começava com o repasse de recursos do ministério a prefeituras cearenses.
Licitações viciadas favoreciam sistematicamente as 17 empresas de Morais, que se apropriava de 4% do valor do contrato e entregava o restante ao deputado estadual Zezinho Albuquerque (PSB), principal articulador político de Cid Gomes na Assembleia. Na etapa seguinte, esse dinheiro era repassado às prefeituras, que pagavam pelas obras uma quantia inferior à prevista nos contratos. Segundo a documentação apreendida pela PF, a quantia excedente financiou, na campanha de 2006, as candidaturas de Cid a governador e de Ciro a deputado.
Interessado em negociar uma delação premiada, Morais produziu um minucioso relatório sobre as operações criminosas. Procurados por VEJA, Zezinho e os irmãos Gomes negaram qualquer envolvimento com o episódio. Ciro afirma que sequer conhece o pivô do escândalo.
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