sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Duarréia Cerebral Com o Erário

Não resisti. Achei tão interessante esta matéria/opinião publicada pela Folha de S. Paulo que decidi reproduzir aqui. Veja que pérola do Governo Lula:

UM DESERTO de homens e idéias: por muito tempo, o Brasil foi visto desse modo, aliás, injustamente. Seja como for, o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, parece mais do que nunca disposto a ocupar esse deserto por conta própria.
Desembarcou na Amazônia nesta terça-feira, fumegando de propostas para a região. Impostos, educandários e aquedutos brotavam da sua mente fértil.
Por que não um aqueduto? Por que não vários? Transamazônicas líquidas, velozes, atravessavam as visões do ministro. Desembocariam no árido Nordeste. A teoria ungeriana é clara, límpida, desconcertante. "Numa região, sobra água, inutilmente. Na outra região, falta água, calamitosamente”.
Diante do torrencial igualitarismo do projeto, até a dispendiosa e polêmica transposição do rio São Francisco parece modesta. O que faria seu adversário mais célebre, frei Luiz Flávio Cappio, se confrontado com o portentoso mangabeiroduto? Houve quem considerasse sua greve de fome um ato comparável aos de um profeta do Antigo Testamento. Talvez ao religioso só restasse prosternar-se, contrito, diante das inspirações superiores de Mangabeira, ao mesmo tempo Moisés e faraó, Netuno e Curupira.
A ministra do Meio Ambiente guarda silêncio. A prefeita de Santarém lembra que antes dos aquedutos seria interessante prover de água encanada os domicílios da região.
Nosso Doutor Fantástico viajou em companhia de 35 assessores. O desperdício da missão só é menor do que o desperdício dos neurônios, certamente preciosos, do professor da Universidade Harvard.

Era assim –e vai continuar– que era gasto o dinheiro da CPMF.

TEMPORÃO OU RETARDÃO?

Foi matéria de capa do Estado de SP: Ministro culpa vítimas por terem se vacinado contra doenças. Na matéria, o ministro José Gomes Temporão disse que mais pessoas vão morrer com a febre amarela, mas que o governo não tem culpa em relação ao aumento de casos da doença neste ano. "Todas as mortes foram de pessoas que não se vacinaram e foram para áreas de risco e não se protegeram". Para Temporão (ou Retardadão), há informação suficiente sobre os riscos nas áreas endêmicas. Este é o governo das trapalhadas e das trambicadas.

PARTIDOS FRACOS, DEMOCRACIA TAMBÉM

A Revista Opinião (Campinas), volume 13, número 2, de novembro de 2007, publica trabalho de Luciana Fernandes Veiga da Universidade do Paraná, apoiado pela Doxa / Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, páginas 340 a 365, sobre a identidade partidária do eleitor brasileiro. Conforme a publicação –o que comprova o modelo populista/personalista adotado por Lula–, o eleitor passou a se identificar menos com os partidos entre 2002 e 2006, período de Lula. O PT, que tem a maior identificação partidária do eleitor, foi quem mais perdeu: caiu de 23% para 18%. A identidade partidária (os que se identificam com algum partido) caiu de 39% para 28%. Os que não se identificam com partido algum, subiram de 56% a 67%.

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