quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Vitória de Pirro

Estava ontem (terça-feira) participando de uma roda de discussão informal sobre a sucessão municipal, quando um dos participantes da roda, chegado do senador Tasso Jereissati (PSDB), disse que o prócer (palavra de Edilmar Norões) tucano arrependeu-se amargamente de ter manobrado em favor de Luizianne Lins nas eleições de 2004. O próprio Jereissati teria reconhecido (o que acho muito difícil) que foi um momento de plena raiva, após o candidato Moroni declarar na TV que não precisava de apoio de “Cambeba” e nem de “jurubeba” para vencer no segundo turno (Moroni tinha tirado o primeiro lugar no primeiro turno). Em vingança, Jereissati atacou fortemente Moroni e passou a apoiar Luizianne, revalidando um acordo que teria feito com Juraci Magalhães ainda no decorrer do primeiro turno. Contam as pessoas que testemunharam o encontro que, ao sair, Juraci teria em dito em tom de chiste (arrancando gargalhadas de todos os presentes):

- Tasso, cuida do ventão que eu cuido do dentim.

Resultado: Moroni foi derrotado e Jereissati se sentiu vitorioso, embora tenha sido uma vitória de Pirro[1], pois logo começou a pagar o preço de sua incontrolável ira. Por último, está construindo às pressas a torre de escritórios anexa ao Iguatemi, como resposta a ameaça da prefeita de fazer um referendo[2].

DESESPERO ATRASADO II

Já publiquei neste blog um comentário sobre o desespero da prefeita para reduzir a sua taxa de rejeição. Os veículos de comunicação estão rindo à toa e demonstrando claramente a sua boa vontade (o jornal O Povo, principalmente). É uma verdadeira farra de comunicação com o dinheiro público. São dois minutos (e não um como disse antes) na TV no horário nobre da noite e, no rádio, pelo menos 10 inserções por dia em cada emissora, seja AM ou FM. É difícil suportar a voz de megafone da prefeita, reduzindo todo o eleitorado fortalezense a “companheiros e companheiras”. Ridículo. Esse tipo de saudação pega bem em reuniões do aparelho petista e não dirigida ao grande público. Enquanto ela fala e dilapida o erário, a Justiça Eleitoral continua cega. A peça publicitária é destacadamente uma peça de campanha de reeleição, pois ela diz abertamente “vamos continuar juntos para fazer uma Fortaleza melhor”. Sacou o “Fortaleza bela”, pois de bela Fortaleza tem muito pouco. Já que ninguém toma providência, a nós não resta senão usar as palavras do rei de Espanha Juan Carlos na admoestação a Hugo Chávez: ?por qué no te callas, prefeita?

Só para lembrar, clique no link abaixo:

http://acertodecontas.blog.br/politica/por-que-no-te-callas-diz-rei-da-espanha-para-chavez/

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[1] Do General Pirro -grego- rei de Épiro (hoje Albânia) depois das suas vitórias contra os romanos em Ásculo e Heracleia - em 280 aC: "- Mais uma vitória como esta e eu estou perdido".

[2] O artigo 14 da Constituição Federal determina que "a soberania popular será exercida pelo voto direto e secreto, e também, nos termos da lei, pelo plebiscito, referendo e pela iniciativa popular". O referendo é uma consulta popular. Porém, é importante destacar que o referendo é a consulta ao povo feita DEPOIS da aprovação de uma lei, seja ela complementar, ordinária ou emenda à Constituição. No plebiscito, ao contrário, a consulta é feita ANTES da elaboração da lei.
No Brasil, uma das experiências de referendo aconteceu no governo de João Goulart, em 1961. Nesse período, o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 4, que garantiu a posse do Presidente Goulart, mas instituiu o Parlamentarismo no País. Dois anos depois, a população foi consultada sobre a manutenção do regime parlamentarista ou o retorno do regime presidencialista. Assim, em janeiro de 1963, foi realizado um referendo, no qual os eleitores responderam pelo retorno ao Presidencialismo.

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