O ex-blog do César Maia traz um grande ensaio para explicar, ou melhor, explicitar a parcialidade da imprensa. Precisa a análise, pois é sem dúvida, especialmente nos estados mais pobres do Nordeste, como o Ceará, que a imprensa está cumprindo um papel muito mais de assessoria de imprensa de grandes corporações, empresários inescrupulosos, de partidos políticos e de administradores de plantão. Basta, ao leitor mais atento e despido de qualquer bandeira política, ver alguns jornais e algumas colunas, principalmente, para identificar quem são os pagantes da mídia. Há alguns dias tenho feito este exercício com os três jornais da Capital cearense: Diário do Nordeste, O Povo e o O Estado. Depois, voou observar também os jornais eletrônicos da TV, deixando de lado o rádio, que vive a era dos nefastos arrendamentos. O resultado é ruim. Dos três, o mais parcial é o jornal O Povo, ainda que tenha um ouvidor, que, vez por outra, lembra os compromissos elementares do jornalismo.
O PREÇO DA MÍDIA É FEDERAL (ESTADUAL E MUNICIPAL)
A publicação do ex-blog do César Maia diz que as campanhas são uma necessidade da imprensa para influenciar a opinião de seu público. Sabe-se que uma matéria isolada tem pouca memorabilidade. Assim mesmo uma campanha sobre um tema, fato ou pessoa, não tem garantia de memorabilidade, mas a probabilidade é muito maior. Há três tipos de campanha de imprensa: a pró-ativa, a reativa e a direcionada. A pró-ativa é quando um grupo de comunicação tem seu marketing de marca que fideliza seu público. Por exemplo, a Criança Esperança da TV Globo. A reativa é quando surge um problema ou fato e durante um período se faz uma cobertura em série, como no onze de setembro, na guerra do Iraque, no mensalão... A direcionada é uma campanha que tem um objetivo específico e conjuntural. Sempre é destrutiva. Quer dizer, é destrutiva para o adversário de quem paga (partido, corporação, empresário ou governante. Às vezes é um pacote). Se você, que é um leitor antenado, tiver prestado atenção ao que publicou o Povo nos últimos 30 dias nas colunas (Política, especialmente) e mesmo editorialmente percebe cristalinamente o acordo fechado com o time que detém o poder no Ceará (incluindo a intermediação com o federal). Virou o jornal oficial do poder ao mesmo tempo em que atinge impiedosamente os adversários. Alguém contou quantas colunas inteiras e matérias foram publicadas com eleição para presidência do PT? 36. Pensei que fosse eleição para presidência da República. Alguém ouviu ontem (dia 03/01) a entrevista do Presidente do DEM na rádio O Povo? Teve o cuidado de ver hoje a matéria publicada no jornal O Povo? Entregaram o cliente. Quando estava lendo a matéria houve momento em que pensei estar lendo um panfleto e não um jornal de tradição e história, embora nem sempre reta. Lembrei do final dos 80, quando Tasso e Ciro desancavam o dito jornal e seu dono.
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